Céu escrita por Kamui Nishimura


Capítulo 1
Sob o mesmo céu


Notas iniciais do capítulo

Faz um tempo, não sei se ainda vão se interessar pelo que eu escrevo. Mas esse projeto aqui venho arrastando á alguns anos. Assim que comecei essa fic, dediquei a minha pessoinha especial que apoiou a continuação dessa historia. (Yumi ♥ )
Bom, resolvi postar hoje, depois de quase um mês com ela sendo só escrita e guardada no drive (e devidamente mostrada para quem sabia da existencia dela) porque é aniversário do personagem principal, Toshiya (meu honmei amado) Bom não vou enrolar muito aqui.
Espero que gostem!



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“O vento parou...

a chuva se foi...

se foi com o brilho do sol [refletindo] em sua pele.”

O fim de tarde parcialmente alcançava o céu, e lá estava novamente, o rapaz de cabelos escuros, cortados simetricamente na altura das bochechas e pele levemente pálida, deitado no gramado observando o esplendor das primeiras horas da noite.

 O céu, seu amor platônico, parecia mais bonito com a chegada sutil da primavera, o arfar dócil da brisa gélida agitava as árvores ao redor do descampado, em uma singela sinfonia. 

Mesmo assim as lágrimas banhavam o seu rosto.

Só tinha o céu naquele momento, somente ele o compreendia profundamente. Ergueu as mãos, num gesto de tentar capturá-lo com as pontas dos dedos.

— Loucura seria dedicar o meu amor todo para você? – sussurrou – Será que seria suficiente para cessar minhas lágrimas? Recuperar os meus sonhos quebrados? Acabar com esse vazio?

Talvez estivesse ficando louco mesmo, dedicando todo o amor em coração para o céu. Mas para si era tão sensato dedicar um sentimento puro para o céu, somente o observando em seu amanhecer e anoitecer, sentindo aquela paz de espírito por alguns minutos. Mesmo que neste momento, não estivesse tão bem, e tão em paz quanto queria. 

Estava cansado, cansado do vazio, cansado de si mesmo. Tinha pensado em desistir, quase desistiu, mas o céu, o céu era algo que ainda queria ver, e só ele o salvaria.

Poderia soar como egoísta, mas não queria dedicar mais seus minutos para nenhum ser humano. Porque sentia que seu vazio era maior que seu amor pelos próximos, e que nenhum deles o compreendia.

Queria encontrar um refúgio longe de todos, e só ter o céu como companhia.

Seu belo céu de cores vivas. 

Respirou fundo mais uma vez, abaixou as mãos, e secou as lágrimas, e esboçou levemente um sorriso.

— Você sempre estará ao meu lado, não é? – apoiou-se e sentou na grama baixa, pegando a câmera Polaroid que deixara ao seu lado.

Apontou-a para a parte que já revelava as pequenas estrelas e tirou uma foto. Sorrindo ao ver que saíra como imaginara, com pequenos pontinhos brancos, parecendo manchinhas, devido a qualidade da lente, mas ainda sim, uma bela imagem para si. 

Observou a imagem por alguns segundos, esperando para poder guardar em segurança. Assim voltou a deitar-se na grama, encarando a fotografia por mais algum tempo. Rendeu-se ao cansaço corporal, e adormeceu tentando não se preocupar com nada ao seu redor e despertou algumas horas mais tarde. 

Já havia escurecido o suficiente, seria perigoso passar pelo caminho de volta à cidade, mas não poderia passar a noite ali, sem abrigo e sem agasalhos o suficiente e sem alimentar-se;

Respirou fundo outra vez, voltando a sentar-se. A lanterna que trouxera não iluminaria bem o caminho sinuoso, tinha que pensar em algo logo.

— Merda. – se levantou, pegando a câmera, e a bolsa que deixara ali. Bagunçou os cabelos curtos e escuros, tentando ter uma ideia do que poderia fazer naquele momento.

— Precisa de ajuda? – ouviu uma voz próxima, e assustado afastou-se, vendo a silhueta de roupas claras, esguia e um pouco mais alta que ele; 

— Ei quem é você? – disse o iluminando precariamente com a lanterna, vendo o rapaz de pele pálida, e cabelos escuros de tamanho mediano, notando-o descalço e com uma mochila no ombro. 

— Me chamo Miyavi, estava perto e ouvi você.  – Sorriu de forma doce. – Te assustei?

O outro o analisou dos pés a cabeça, não fazia sentido algum ele estar naquele lugar ermo e ouvir seu único resmungo. Afastou-se um pouco mais, observando o outro ainda iluminado pela lanterna. 

— Esse lugar é muito vazio pra estar aqui por perto... – vocalizou seus pensamentos.

— Digo o mesmo de você. – respondeu o estranho. – Vejo que não tem muita coisa pra passar a noite a céu aberto. Estou acampado aqui perto, se quiser companhia.

Respirou fundo, não estava a fim de estar perto de um desconhecido, mas não poderia ficar sozinho ali e nem retornar para casa. Ficou em silêncio por longos minutos, logo sendo chamado pelo recém-chegado.

— Olha, sei que é esquisito alguém surgir do nada assim. – disse, mas logo sendo interrompido.

— Tudo bem, nada é mais perigoso do que ficar sozinho no escuro. Me chame por Toshiya – Abaixou-se e recolheu todas as suas coisas. - Está perto daqui? – disse garantindo que tinha recolhido tudo o que trouxera.  

— Uns poucos minutos andando, nada longe. Estava pegando alguns galhos pra colocar na fogueira que eu fiz. – Sorriu de forma contida. 

O outro assentiu, e começou a andar, seguindo o estranho, ainda iluminando o caminho com a pequena lanterna. 

Manteve o silêncio, e depois de andar por um curto tempo, enxergou a pequena fogueira, iluminando o ‘acampamento’, uma barraca visivelmente improvisada, com alguns poucos itens como mochila e algumas embalagens, protegidos ali.

O viu adiantar os passos e abaixar-se tirando a mochila das costas e pegando os gravetos e colocando na fogueira, atiçando um pouco mais o fogo. 

— Eh... Por que está acampando aqui? – questionou, vendo os olhos do outro se voltarem em sua direção. 

Estava tentando não deixar aquele incômodo que carregava consigo, dominar tudo novamente. Queria não pensar nos próprios problemas, então focaria no rapaz, para poder conhecê-lo e distrair-se até o dia amanhecer, e poder voltar seguro para casa.. 

— Passando um tempo. Tem uma vista bonita – respondeu breve, colocando a mecha mais longa do cabelo, atrás da orelha. 

—hum... – Achou estranha a escolha, mas como também estava ali por conta da vista privilegiada do céu, não poderia discordar do outro... 

Ficaram em silêncio por longos minutos, enquanto Miyavi continuava colocando gravetos na pequena fogueira, aumentando gradativamente as chamas..  

— É só um recomeço, e recomeços não são fáceis. – sussurrou ainda olhando a fogueira.

Toshiya o encarou por alguns segundos, vendo as chamas dando um brilho fantasmagórico para a feição pálida. O recém-chegado parecia tão triste quanto ele, mas provavelmente estava fingindo que nada estava acontecendo. Até podia se ver nessa atitude, aprendera a fazer isso sempre que podia, mas sabia o quão mal isso faria com o passar do tempo.  

Por alguns segundos pensou que sua tristeza era menor que a dele. Os olhos escuros refletindo as chamas da fogueira, pareciam tão tristes quanto os seus que passaram o dia chorando. 

— Não é seguro e nem confortável, você não tem onde ir? Um hotel ou qualquer coisa do tipo? – soou preocupado, mas não foi respondido, o outro continuou mexendo nos gravetos. – Ok. Acabamos de nos conhecer, estou sendo intrometido. 

Miyavi continuou quieto por mais alguns minutos, até se afastar e se levantar.

— Eu sabia onde estava me metendo quando sai do meu lugar. – virou-se para o recém-conhecido.  – Mas é divertido acampar. – sorriu de forma infantil. Fazendo com que Toshiya sorrisse levemente. 

Miyavi olhou para cima, ainda sorrindo.

— Está serenando, vamos nos abrigar ali – apontou para a cobertura improvisada. 

O outro assentiu, e o seguiu até o lugar, se sentando e vendo o outro se sentar ao seu lado, ainda olhando para a fogueira. 

— E o que fazia sozinho aqui, sem abrigo? – disse o mais alto, depois de mais um tempo em silêncio.

— Precisava pensar um pouco. Aqui é silencioso, um ótimo lugar para observar o céu. – respondeu, voltando os olhos para o firmamento. 

Miyavi o imitou e sorriu levemente. 

— Gosta muito de olhar para lá, é? – falou em tom divertido. 

— Se eu pudesse só ficaria olhando para lá. – respondeu automaticamente, sentindo-se envergonhado em seguida, mal conhecera o outro e talvez isso o fizesse passar por louco. 

— Te entendo. – disse, voltando o olhar para trás e pegando algo. – Eu também passo muito tempo olhando... 

Toshiya o observou atentamente, o vendo pegar o pacote com algum tipo de lanche, e oferecer;

— Não, obrigado. – disse brevemente, voltando a ficar em silêncio, vendo Miyavi abrir o pacote e mordiscar o sanduíche, parecendo faminto. 

Toshiya o esperou terminar, retomando a conversa assim que o viu amassando o pacote já vazio, e colocando-o na sacola ao seu lado.

— Está há muitos dias aqui? – disse, o vendo olhá-lo mais uma vez, com um sorriso doce.

— Uns três dias, mais ou menos. – falou em tom pensativo. – Não lembro bem... 

— O que planeja fazer na cidade? – encarou o rapaz.  – Oh... Eu sei que já perguntei algo parecido uns minutos atrás. – riu sem graça. 

— Não sei ao certo. – riu. – Só queria vir... – balançou os ombros. 

— É um aventureiro então. Eu queria ter essa coragem... – se ajeitou voltando a olhar para o céu. 

— Se pensar um pouco, vai encontrar algo que fez e que foi tomado de coragem. – disse parecendo ficar animado.

— Talvez haja um momento – sorriu. – As vezes percebo que eu desisto sempre antes de chegar ao fim de qualquer coisa. Sinto que sou um covarde fingindo ser forte...

— Não pense assim... - Miyavi protestou. 

Toshiya deu um meio sorriso, não conseguia mudar esse pensamento  que o acompanhava desde sua adolescência. Discretamente, sacudiu a cabeça, tentando afastar suas lembranças e voltando o olhar para o recém conhecido. 

Passaram a noite toda comentando amenidades, pareciam que se conheciam a anos, e que haviam se reencontrado depois de breve tempo sem se ver. Era uma sensação estranha que Toshiya sentia, mas era confortável. Como se todos os problemas diários tivessem sumido ao ouvir a voz do outro. Como se seu coração mergulhasse em um momento de paz, como quando estava olhando o céu.

Pararam a conversa quando o céu começou a clarear novamente.

 Toshiya ao perceber, ergueu o rosto, encarando mais uma vez o firmamento com um sorriso. O dia provavelmente seria ensolarado.  

— Logo poderei voltar para casa. – disse.  – Miyavi... Sei que é estranho isso, mas... Se quiser poderá vir comigo, precisa de um abrigo melhor, até que possa se estabelecer na cidade. – falou rápido, ainda evitando olhar o recém-conhecido. 

Miyavi sorriu. 

— Não quero atrapalhar. – sussurrou, logo sendo interrompido.

— Não irá. Só... Não acho que seria bom te deixar aqui, vivendo precariamente, sendo que tenho espaço para abriga-lo. Você parece ser uma boa pessoa. – voltou o olhar para o outro, podendo ver de forma mais clara os traços sutis dele, os cabelos escuros, com algumas mechas compridas misturando-se com mechas curtas, em um corte muito ;assimétrico, E mechas que em sua maior parte alcançavam as bochechas. Miyavi parecia ser bem jovem, e sua consciência pesaria se o deixasse ali, mesmo que tivesse algumas horas que o conhecera. 

O outro assentiu depois de pensar por longos minutos, o céu já estava claro o suficiente para que pudessem passar pelo caminho sinuoso de volta à cidade. 

Em silêncio, Miyavi desmontou a barraca improvisada e recolheu todos os seus pertences, enquanto Toshiya apagava o foco de fogo que ainda havia ali.

Observou o outro terminar, e assim que o viu calçando os chinelos, ajeitando a mochila nas costas, e abrindo um sorriso.

— Espero que não se incomode de andar por um tempo. – disse Toshiya se ajeitando para seguir pela trilha.

— Não me incomodo. – respondeu rápido. 

Seguiram em silêncio por alguns minutos, passando pela trilha, que beirava alguns locais perigosos. Assim que alcançaram a pequena estrada que guiava para a cidade, o mais alto voltou a puxar o assunto.

— Não havia passado por aqui. Vim pelo outro caminho. – disse Miyavi, parando para respirar.

— Já está cansado de andar? – Toshiya acabou rindo. 

— Ah... Só não conhecia o caminho. É mais dificultoso – riu, voltando a se ajeitar e caminhar.

Continuaram, e depois de mais um longo tempo em silêncio, alcançaram as primeiras casas da cidade, o que fez Miyavi sorrir.

— O que você faz da vida, Toshiya? – perguntou.

— Trabalho com fotografia, em uma revista sobre música. – sorriu o olhando. 

— Ah, então explica o cuidado que tem com a câmera. – apontou para a bolsa que o outro carregava.

Toshiya tirou a câmera da proteção mostrando-a para o outro que sorriu, sendo surpreendido por uma foto instantânea.

Pegou a foto, vendo que a claridade ofuscou metade dela, mas dando um aspecto sobrenatural.

— Olhe, ficou muito bonita; - Toshiya estendeu a mão com a foto, e Miyavi se aproximou para ver melhor.

— Ah! – riu apontando. – Gostei, Obrigado, Toshiya. 

— Não precisa agradecer. – guardou a câmera, e entregou a foto para o outro, continuando o caminho.

Miyavi encarou a fotografia, e sorriu mais uma vez, seguindo o outro rapidamente. 

[...]

Após quase uma hora de caminhada chegaram ao prédio, o mais alto encarou a construção por longos segundos. 

Não era um prédio tão antigo, mas também não parecia uma construção nova. Devia ter no máximo cinco andares, e parecia ter poucos apartamentos. Notou que o outro continuou o caminho, e correu para alcançá-lo novamente.

Ainda não acreditava que ele confiara tão rapidamente em si para levá-lo à sua casa, mas estava agradecido por tal ato.

Toshiya não falara muito durante o caminho, mas respondia suas perguntas aleatórias sobre o que viam. Subiram a escadaria, e somente assim o outro retomou a conversa. 

— Vamos ter que subir até o quinto andar, mas não vamos demorar muito – sorriu. 

— Tudo bem.  – respondeu, ainda o seguindo. 

Após subirem os vários lances de escada, pararam diante da porta de um dos apartamentos, e o outro rapidamente destrancou dando passagem para o visitante.

Ainda incerto, Miyavi entrou na casa, sendo seguido pelo outro que fechou a porta, deixando a chave pendurada no enfeite ao lado da mesma.

Não era um apartamento grandioso, mas parecia ter um espaço considerável para mais de uma pessoa, então não seria um incômodo grande na vida do outro. 

— Deve estar com fome. – o mais baixo seguiu até a cozinha. – Tem algumas coisas aqui para que você possa tomar um café da manhã adequado. – olhou para o relógio – Hum, tenho alguns minutos ainda antes de sair. – riu. – Vou tomar um banho antes. 

— Espera... vai me deixar sozinho em sua casa? Mal me conhece! – Miyavi ficou apreensivo. 

— Não me parece que seria alguém que me roubaria. – continuou sorrindo. – E mesmo se o fizer, bens materiais podem ser comprados novamente.  Bom... Fique à vontade. – seguiu pelo corredor, deixando o outro um pouco desconfortável em estar ali sozinho.

Miyavi sentou-se no sofá, encarando os móveis que pareciam muito novos, provavelmente o outro morava a pouco tempo ali. Continuou olhando discretamente ao seu redor, sentia-se de certa forma ansioso, depois de alguns minutos, notou o anfitrião de volta à sala, já arrumado, carregando uma bolsa, com seus equipamentos de fotografia. 

— Não vou demorar muito, antes do fim da tarde. – disse. - A chave reserva está ali. – apontou para a parede. – Se precisar sair...

— Obrigado, Toshiya. Por confiar em mim dessa forma. – disse, ainda sem jeito, esperando que o outro desistisse de sair e permanecesse ali. 

— Não precisa agradecer. Fique a vontade para comer e descansar – sorriu mais uma vez, seguindo para a porta, e rapidamente saindo.

Ainda sem saber o que fazer na casa do outro, deixou a mochila no chão, próximo ao sofá e os chinelos ao lado.  

Permaneceu encolhido ali por um tempo, e logo sentiu o sono. Estava cansado pela longa caminhada e por passar a noite em claro, mas ainda sem jeito por estar ali sozinho, e ainda precisava de um banho. Pegou sua mochila novamente, e seguiu pelo pequeno corredor, encontrando o banheiro rapidamente. Tomou um banho rápido, tentando manter tudo no lugar após usar, se vestiu com um velho pijama e seguiu novamente para a sala. Deitou-se no sofá, e fechou os olhos, adormecendo rápido e dormindo por longas horas.

Despertou ainda sozinho, levando alguns minutos para levantar-se do sofá e seguir onde era a cozinha. Estava faminto, mas ainda envergonhado demais para mexer nas coisas da casa. 

Olhou para os lados, avistando no balcão uma embalagem de macarrão instantâneo. 

— Bom... Não estarei sendo intrometido abrindo os armários e geladeira procurando comida. – sorriu, pegando o pote e levando até a mesa. Olhou mais uma vez ao redor, vendo uma chaleira sob o fogão. A pegou e encheu de água, para poder preparar o macarrão. Pelo menos isso o deixou um pouco mais à vontade. 

Assim que o fez, acendeu o fogão e sentou-se à mesa, encarando o enfeite que ali havia. 

— Nós somos doidos, confiando um no outro desta forma. – murmurou, rindo ao final. 

Terminou o preparo, e assim que começou a comer, ouviu a porta principal sendo aberta. 

Continuou quieto, ouvindo o barulho do outro guardando suas chaves, os passos pesados vindo, aparentemente, na direção da cozinha.

— Miyavi? – o ouviu próximo, e antes que respondesse, o viu entrar na cozinha. – Ah, que bom que ainda está aqui. – mostrou uma sacola. – Trouxe o jantar para nós. 

— Ah, obrigado. – sorriu, o vendo deixar a sacola sobre a mesa, logo voltando a comer timidamente. 

— Agradeço por não ter fugido – sentou-se próximo ao outro, sorrindo.  – Pensei que chegaria aqui e...

— Sua casa estaria aberta e sem pertences? – Miyavi riu. 

— Não...  – riu alto - Pensei que iria embora por achar que eu sou um maluco que mal te conhece e te ofereci abrigo com más intenções. – falou como se estivesse desabafando.

— Eu estou muito agradecido pelo abrigo. Não quero lhe atrapalhar em nada – continuou. – Não pensei que estivesse com más intenções, não se preocupe.

— Não vai me atrapalhar. Acho que uma convivência com alguém vai ser bom, era o que eu precisava nesse momento, mesmo que eu pensasse o contrário. Já disse, fique quanto tempo quiser. Até que possa seguir por si só, sem precisar ficar dormindo em um acampamento improvisado no meio do nada. 

— Você é muito gentil. – disse, o fazendo sorrir.

— Bom, você está comendo agora, então deixarei o jantar para mais tarde. – Vou organizar o quarto vago, para que você possa dormir confortavelmente. – se levantou, sendo seguido pelo olhar do convidado.

Toshiya seguiu para fora da cozinha, passando pelo pequeno corredor e entrando em uma das portas ainda visíveis para o outro.

Miyavi continuou comendo, pensando se deveria se oferecer para organizar o espaço, mas acabou decidindo terminar o macarrão instantâneo. 

Assim que o fez, se levantou, encontrando o outro já vindo em sua direção. 

— Vem ver... – o puxou pela mão, o levando pelo caminho e mostrando o quarto, onde havia alguns itens de fotografia arrumados no canto, e uma cama embutida, que já estava devidamente arrumada também. – Não parece, mas é bem confortável. – riu. 

— Muito obrigado pelo cuidado. – Miyavi sorriu levemente. 

— Não precisa me agradecer. – disse. – Bom... fique à vontade... Ah... pode guardar suas coisas ali  - Apontou para a cômoda que havia no canto do quarto. 

Miyavi assentiu, não sabia bem o que fazer no momento, mas estava extremamente agradecido pelo cuidado do outro.

[...]

Toshiya seguiu para a sala, vendo a mochila do outro ainda ao lado do sofá. Com cuidado se aproximou a pegando, e retornou ao quarto, o vendo já próximo a pequena janela, olhando para o céu levemente alaranjado, quase ocultado pelos prédios ao redor. 

— Ehh... Miyavi... Sua mochila... – disse incerto em tom baixo, não queria assustar o outro que parecia absorto encarando o céu, levou alguns segundos para que o visitante se virasse, e sorrisse levemente, pegando a mochila.

— Não dá pra ver o céu daqui... É por isso que vai até aquele lugar isolado? – disse.

— Também... – respondeu. – E o que fez durante a tarde? Explorou a casa?

— Tomei um banho e dormi. – riu. – Estava cansado. Você também deve estar, passou a noite em claro, e ainda foi trabalhar.

— Era algo rápido, uma reunião e não um ensaio, eu estaria acabado se fosse – riu alto. – Aguento mais um tempo acordado. 

— Não devia forçar tanto, faz mal pra saúde.  – disse genuinamente preocupado, fazendo o outro sorrir ainda mais. 

— Não se preocupe... Bem... Fique à vontade, irei começar a preparar o jantar.  Explore a casa, arrume as suas coisas onde achar melhor para você. Quero que se sinta em sua própria casa. – saiu do quarto, ainda sendo observado por Miyavi.

O visitante passou alguns minutos parado, logo voltando a atenção para a mochila.

Tinha poucas coisas, mas iria dedicar alguns minutos para organizá-las logo para facilitar sua estadia ali.  

[...]


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Notas finais do capítulo

Pra deixar aqui claro no começo: As idades [usei a diferença real de idade deles XD] Mas na fic Toshiya tem 26 anos, e o Miyavi 21!
Espero que tenham gostado dessa introdução, ainda me sinto enferrujada escrevendo, mas nos vemos semana que vem! (A fic será atualizada toda quinta feira!)

Citação: El mundo detrás - RBD


A história está sendo postada também no spirit (mesmo user daqui)!



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