Eram as 03h46min quando o celular da morena começou a chamar, Regina estava cochilando quase na poltrona, em um sobre-salto atendeu a ligação.

R: Alo? – ouviu a voz que vinha do outro lado – Xerife? O que aconteceu? – a pessoa falou novamente – Não, tudo bem, eu estou indo para ai agora...

Assim que Regina desligou, procurou pelas chaves do carro do pai, tirando o carro da garagem em 10 minutos ela estava estacionando em frente à pequena delegacia da cidade de Maine.

Desceu do carro a passos largos, com seus saltos anunciando a sua chegada, entrou no prédio, o homem loiro estava sentado com as pernas para o ar apoiadas na mesa, na cela em frente Zelena estava deitada na cama e Emma sentada.

R: Xerife Nolan! – o rapaz loiro olhou para ela – O que diabos aconteceu?

D: Regina eu disse que não precisava vir... – levantou ficando de pé em frente à morena que estava agitada

R: David você pode responder a minha pergunta?

E: Regina! Regina volte para casa!

D: Você não pode falar com ela – olhou para Swan para que se calasse

E: Oh cale a boca você! Ela é minha esposa! – Emma tinha a fala arrastada, Regina olhou para a loira que tinha a camisa aberta e viu a regata branca com gotas de sangue.

R: Aquilo é sangue? – tentou se aproximar, mas David se colocou no caminho

D: Regina volte para casa!

R: Deixe-me vê-la de perto!

D: Não! – impediu que a morena passasse

R: Você não pode mantê-las presas aqui!

D: Posso até amanha...

R: Que diabos David!

D: Elas causaram uma briga no bar Regina! Posso deixá-las aqui até amanha como forma de castigo, amanha cedo elas voltam para casa, prometo! – sussurrou a ultima palavra.

R: Você sabe quem ela é? – apontou para Emma – Você sabe quem eu sou?

D: Não, e não me interessa saber quem ela é... E eu sei quem você  é, mas não tomarei isso como ameaça, só não quero problemas na minha cidade!

R: Você está cometendo um erro David!

E: Regina! Gina... Vai pra casa, vamos ficar bem... Já estou acostumada passar as noites na delegacia, vai pra casa, vai...

R: Você esta bêbada? – olhou de Emma para David – Ela está bêbada?

D: As duas estão!

R: Cadê o Arthur?

D: Arthur não estava com elas.

Regina olhou feio para David, bufou e saiu do prédio, o loiro foi atrás dela.

D: Regina espera!

R: O que foi David?

D: Porque você não fica lá em casa, assim não precisa você voltar pra fazenda essa hora – a morena não respondeu – Vamos lá eu levo você, Mary vai adorar te ver e além do mais ela vai gostar de ter uma companhia já que ela mal dorme com o bebê.

R: Bebê?

D: Oh sim, nós tivemos um – sorriu – Neal, ele tem quatro meses.

R: Nossa! Parabéns! – abraçou o loiro- Talvez seja uma boa ideia reencontrar Mary...

D: Obrigado. Além do mais é perto, podemos ir andando – David fechou a delegacia e se pôs a andar com a morena do lado – Então... Esposa huh? Eu não sabia que...

R: Que eu tinha casado com uma mulher? – Regina interrompeu – Bem Emma e eu nós...

D: Também isso! Não sabia que você tinha preferência por mulheres. – Olhou para Regina que encarou os olhos claros e sorriu – Ao ponto de casar com uma!

R: David! Não deixe que está cidade mude você!

D: Você sabe que eu não tenho nenhum problema com isso! Só que desde que você foi para Boston para ser mais exato, sentimos sua falta, você não deu mais noticias! Tínhamos um grupo legal de amigos, lembra? Você, Zelena, Arthur, Mary, August e..

R: É claro que eu lembro! – interrompeu mais uma vez – Pelo visto você continua tão sensível quanto antes! Me desculpe por ter desaparecido, ok? Não diga a ninguém que eu pedi desculpa, mas é que você sempre foi o que mais me entendia naquele grupo!

D: Ah eu dou valor a amizade, crescemos juntos.

R: Eu também dou valor à amizade David! Mas é que fomos para Boston para estudar, as coisas vão mudando, coisas acontecem, novas responsabilidades, novas pessoas, trabalho, sabe como é!

D: Claro, eu entendo...

R: Mas, você está certo! – pararam em frente a casa que era do casal Nolan – Eu deveria ter ligado.

D: Você deveria e Mary vai te cobrar muito por isso! Se prepare!

R: Ai meu Deus – sorriu

[...]

Algumas horas depois com o dia claro Regina estava parada em frete a delegacia esperando pelas duas mulheres.
A porta do prédio se abriu revelando uma Zelena descalça com os sapatos na mão e descabelada ainda com cara de sono. Já Emma tinha a jaqueta na mão, vinha em sua direção arrastando os pés, era visível o seu cansaço.

R: Eu não acredito que na primeira noite de vocês juntas aqui já me arranjam confusão – passou um copo de café para Zelena e outro para Emma.

Z: Sem sermão Regina, minha cabeça está me matando!

E: Desculpa...

Pareciam mais duas adolescentes que aprontaram na noite precisando que a mãe as pegasse no dia seguinte.

R: E esse sangue? – apontou para a regata da loira

E: Oh não é meu! – Zelena deixou escapar uma gargalhada que fez Emma rir também, passando a mão na regata, Regina pode ver que a mão de Swan estava vermelha e um pouco inchada.

R: O que aconteceu com o Arthur?

Z: Ah aquela traidora! Saiu no primeiro momento que teve com outro, simplesmente nos abandonou lá! Estava tudo maravilhoso, não é Swan? – Emma assentiu dando um gole no seu café – Você não vai acreditar!

R: Não você que não vai acreditar! Eu passei horas ouvindo Mary me cobrar por nunca ter telefonado pra ela!

Z: Bom você mereceu! Já que nunca telefonou mesmo!

E: Quem é Mary?

R: Isso não vem ao caso agora – levantou o dedo indicador respondendo para a loira logo depois olhando para a ruiva novamente – Você fala como se tivesse telefonado!

Z: Eu liguei, aliás liguei vaaarias vezes se você quer saber! Você sabia que eles casaram e tiveram um bebê adorável? O nome do bebê é Nael...

R: Neal! O nome do bebê é Neal!

Z: Isso!

R: Claro que eu sei! Agora eu sei... Acabei de passar as ultimas três horas ouvindo-a me contar sobre a vida maravilhosa que tem com David!

E: Suponho que Mary seja a esposa do Xerife... – Regina e Zelena olharam para ela sem dizer nada, ignorada com sucesso.

Z: O partido que você perdeu! – Regina e Emma olharam para ela – Mas imagino que você também tenha contado a eles da sua vida, não é?

R: Claro que sim.

Z: David ficou vermelho? – sorriu lembrando que o amigo.

Regina abriu a boca para responder, mas antes que pudesse dizer qualquer coisa, as palavras de Emma chamaram a atenção das irmãs Mills.

E: Babaca... – bufou

R: O que?

Z: Swan você está bem?

E: Foi ele que começou tudo!

R: Ele quem? Emma...

Z: Ai meu deus... Era ele mesmo! – Zelena olhou além de Regina.

R: Eu não estou entendendo, isso é algum efeito colateral, o que vocês beberam ontem à noite?

Zelena pegou a morena pelos ombros fazendo-a girar o corpo para avistar a calçada em frente.

R: Meu deus... Eu não estou acreditando.

Z: É ele!

E: Claro que é ele! Ele estava quase agredindo a namorada dele ou esposa sei lá quem era aquela coitada, quando eu fui até o bar pedir mais uma cerveja, falei para ele parar, ele me insultou e continuou apertando o braço dela tentei falar por bem que agressão é crime e tal, ele me encarou para depois me empurrar...

Z: Você deveria ter visto como ela voltou depois! – Zelena estava animada – Aqueles treinos de luta que você falou que ela faz, de verdade funcionam!

E: É claro que funcionam, além do mais sou uma policial!

R: Não aqui! – virou para encarar os olhos verdes

E: O que?

R: Não aqui! Aqui você não é uma policial, você está fora do serviço, aqui você é alguém que veio apenas para contar ao pai da sua ex mulher que vamos ter um filho, nada mais do que isso! Nada de tentar salvar as pessoas das suas vidas miseráveis! Você entendeu Emma? – deu volta o carro até parar em frente à porta do passageiro – Agora entrem no carro! Preciso ir para casa tomar um banho e dormir... – entrou batendo a porta.

Emma olhou confusa para Zelena.

E: Isso não foi apenas pelo que eu contei, foi?

Z: Não... Isso foi porque aquele babaca que você sentou o soco na cara dele é o Robin.

E: Quem diabos é Robin?

Z: O ex namoradinho por quem a Regina era perdidamente apaixonada até descobrir que eu e ele tínhamos ficado... – tocou o ombro da loira e entrou, sentando no banco de trás do carro.

E: Ah babaca... – murmurou cerrando os punhos e apertando com força.

[...]

No fim de tarde Emma bateu de leve na porta do quarto de Regina, abrindo-a a seguir.
A morena estava deitada, acordada, com um livro nas mãos.

E: Regina...?

R: Oi, entra! Senta aqui – moveu seu corpo para o lado.

E: Não, eu só vim avisar que estou indo na cidade, Arthur vai me dar uma carona até lá, vou buscar o carro da sua irmã.

R: Cadê ela?

E: Dormindo eu acho.

R: Você quer companhia?

E: Não! Fique ai quietinha descansando, eu só queria avisar mesmo.

R: Ok tome cuidado!

Antes de sair Emma olhou mais uma vez para a mulher deitada na cama.

E: Sério que você era apaixonada por aquele babaca?

R: O que? – sentou olhando para a loira

E: Quer dizer, ele não é lá essas coisas... Se fosse tipo Graham ou Arthur ou até o Xerife ou tal do August eu entenderia, mas aquele lá...

Regina não pode deixar de rir das palavras que saiam da boca de Swan.

R: Você consegue ouvir o que está dizendo? – riu

E: Sim eu... – deu de ombros

R: Foi há muito tempo atrás, eu era uma menina tendo o seu primeiro amor...

E: Ah então ele foi o primeiro...

R: Foi. Mas, deixa isso pra lá, aposto que se eu visse a sua primeira namorada agora eu também falaria o mesmo...

E: Oh não, Lilith era linda! – Regina deu uma encarada – Não tanto quanto você claro, mas ela era bonita...

R: Quer saber? – colocou os pés para fora da cama calçando os sapatos.

E: O que?

R: Eu vou com você querida!

E: Regina você de verdade não precisa ir, não é como se eu fosse me perder!

R: Depois do acontecido ontem, não vou deixar você andando sozinha nessa cidade!

E: O que? Você vai me proteger ou algo assim? – sorriu ao ver a morena andar em sua direção.

R: Se preciso for, eu vou! – passou pela loira com sua melhor cada de convencida.