Lost: O candidato escrita por Marlon C Souza


Capítulo 7
Capítulo 7 - Fluxo temporal por Daniel Faraday




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Era o ano de 2025 e Penelope estava nas redondezas de Albuquerque, no Novo México, juntamente com Richard. Ambos estavam sentados em um bar, falando sobre a missão que tinham pela frente.

— Não entendo como estamos todos nós envolvidos agora nessa missão. — Disse Penelope, com um tom preocupado em sua voz.

— Você sabe muito bem o motivo, Penelope. A ilha é importante para manter a paz mundial e eu já passei tempo suficiente lá para entendê-la. — Disse Richard, com um ar sério em seu rosto.

— Eu tenho meus próprios motivos. Não é pela paz mundial que estou fazendo isso. — Retrucou Penelope, rindo.

— Você faria tudo pelo Desmond, não é? — Perguntou Richard, sabendo a resposta.

— Se essa missão dada por Hurley é a chave para deixá-lo em paz, eu farei o que for preciso. — Respondeu Penelope, com determinação em sua voz.

— Mesmo sabendo que estamos lidando com alguém tão perigoso como Wilbert? — Indagou Richard, franzindo o cenho.

— Não importa o quão perigoso ele seja, nós iremos pará-lo. — Respondeu Penelope, sem hesitar.

Alguns minutos depois, eles viram Cassidy passando pelo bar, usando óculos escuros para disfarçar sua identidade. Mas eles a reconheceram imediatamente.

— Veja, Richard. É ela. — Disse Penelope, apontando para Cassidy.

— Penelope, você sabe que não precisa vir pessoalmente nessa missão. É muito perigoso. — Alertou Richard, preocupado com a segurança da amiga.

— Eu não fui feita para ficar sentada em uma mesa, Richard. Preciso fazer isso. — Respondeu Penelope, com um sorriso confiante em seu rosto.

Sem mais delongas, os dois saíram do bar e seguiram Cassidy até sua casa.

— Bom, pelo menos sabemos que ela está em casa. — Disse Richard, sorrindo de canto, mas mantendo-se alerta. Afinal, a partir daquele momento, qualquer passo em falso poderia ser crucial, sabendo que os homens de Wilbert poderia estar atrás deles.

No presente, Aaron, Clementine, Yan, Richard e Roger estavam no aeroporto, prontos para voarem para Seul. Lá seria a última parada antes de voltarem para Sydney.

— Parece que tudo está indo como planejado. — Comentou Aaron, confiante.

— Não se iluda, Aaron. Ji Yeon é o nosso maior desafio. — Alertou Richard, visivelmente tenso.

Yan e Clementine conversavam em voz baixa, quando, de repente, um estampido ecoou pelo ar, seguido por um grito de dor de Richard. Aaron e os outros viraram-se em choque para ver Richard cair no chão, com o braço sangrando.

— Merda! — Gritou Roger, puxando sua arma e atirando contra os homens de terno armados que se aproximavam.

O aeroporto se transformou em um cenário de guerra, com pessoas correndo e gritando em desespero. Richard segurava seu braço ferido, enquanto tentava se levantar. Aaron, Yan e Clementine estavam juntos, escondidos atrás de uma coluna, quando ouviram o grito de Roger.

— Eles estão vindo pelo outro lado! — Alertou Roger, atirando freneticamente.

Aaron sentiu seu coração acelerar, sabendo que a situação estava ficando cada vez mais perigosa. Ele olhou para Richard, que agora estava se arrastando para tentar se afastar dos tiros.

— Vocês precisam sair daqui! — Disse Richard, mesmo com o sangue escorrendo de seu ferimento.

Aaron hesitou, sem saber o que fazer, enquanto Yan e Clementine o puxavam para longe.

— Não podemos deixá-lo aqui! — Gritou Aaron, sentindo o pânico tomar conta de seu corpo.

Mas foi tarde demais. Um novo tiro atingiu Richard no peito, fazendo-o cair novamente, gemendo de dor.

— Vamos, Aaron, temos que ir embora! — Gritou Yan, puxando-o com força.

Aaron olhou para trás, vendo Richard no chão, lutando pela vida. Seus olhos se encheram de lágrimas, sentindo um aperto no peito.

— Eu não posso deixá-lo! — Gritou Aaron, sentindo sua voz falhar com a emoção.

— Você não pode fazer nada por ele agora! — Disse Clementine, segurando-o pelo braço.

Richard olhou para Aaron com tristeza, sabendo que aquele seria o último adeus.

— Deixem-me aqui. Eu já vivi o suficiente. — Disse Richard, com a voz fraca.

Aaron percebeu que não havia nada mais a ser feito. Ele engoliu em seco, sentindo uma dor profunda em seu coração. Largou Richard ali e partiu com os outros, sentindo como se estivesse abandonando um amigo para trás.

Em 2025, Cassidy, Penelope e Richard estavam sentados no sofá da sala de visitas, quando Cassidy quebrou o silêncio com uma pergunta direta:

— Então, o que vocês querem com a minha filha?

Penelope suspirou antes de responder:

— Digamos que temos um projeto em que ela seria perfeita para a equipe.

Cassidy franziu a testa:

— Que projeto?

— Não podemos entrar em detalhes, mas é algo grandioso que poderia mudar o mundo. E acreditamos que sua filha seria essencial para o sucesso do projeto. — Explicou Richard.

Cassidy olhou para eles desconfiada:

— E por que a Widmore estaria interessada nisso? Por que vocês não mandam representantes como qualquer outra empresa faria?

Penelope e Richard se entreolharam antes de responderem:

— O que estamos fazendo aqui não é algo tão simples. — Disse Penelope.

Cassidy revirou os olhos:

— Não brinca. — Disse ela, desanimada. — Olha, não importa qual seja o motivo de vocês, não estou interessada. Assim que acabar de tomar o café de vocês, sumam da minha casa.

Richard respirou fundo antes de falar:

— Nós iremos pagar o valor que for necessário, não apenas da faculdade, mas também o valor que James Ford tirou da senhora.

Cassidy ficou paralisada, sem saber o que dizer:

— Como assim? O que vocês querem dizer com isso?

— Sabemos dos danos que James causou na vida da senhora, e por isso, queremos recompensar. — Disse Penelope.

Cassidy ainda estava confusa:

— Como assim? Vocês agora são responsáveis legais dele?

— Não somos responsáveis legais, senhora Phillips. James é adulto. Mas digamos que ficamos responsáveis pelos que saíram da ilha junto comigo. James, Kate, Miles e os demais. — Disse Richard, fazendo Cassidy arregalar os olhos.

— Ilha? Que ilha? — Perguntou Cassidy, incrédula.

— Já passamos informações demais. Apenas nos diga se aceita ou não nossa proposta. — Disse Richard, com um tom autoritário.

Cassidy olhou para eles por alguns segundos, avaliando a proposta. Finalmente, ela perguntou:

— E qual o plano de vocês?

— Também é confidencial. Mas acredite, podemos pagar muito dinheiro, o quanto a senhora precisar. — Disse Penelope, com um sorriso astuto.

Cassidy ficou pensativa por um momento antes de falar:

— Eu aceito. Mas quero saber mais sobre essa ilha e sobre James Ford. E quero que me contem tudo o que está acontecendo. Sem mais segredos.

Aaron, Roger, Yan e Clementine estavam em um galpão abandonado, longe do aeroporto. O clima era tenso, e o silêncio era interrompido apenas pelos sussurros dos quatro. De repente, Clementine quebrou o silêncio:

— Então é isso? Nos arrancaram de nossas vidas para nos matar? — Perguntou ela, com a voz trêmula.

Aaron tentou acalmá-la, mas Aaron interrompeu a fala da garota.

— Vocês não me disseram nada disso. — Disse ele. — E agora? Estamos sendo procurados?

Roger respirou fundo, tentando se acalmar do estresse que havia passado no aeroporto. De repente, ele se aproximou de Aaron e o jogou contra a parede.

— Não me encha de perguntas. Eu só estou nessa missão por causa do dinheiro. — Disse Roger, enquanto Aaron tentava se livrar.

Yan e Clementine ficaram parados, observando a cena.

— Me solta. — Gritou Aaron. — Você é maluco?

Roger o soltou e se afastou, virando as costas para os três.

— Eu salvei suas vidas, seus vermes. Deveriam me agradecer. — Disse Roger.

— Você é um velho escroto. — Disse Clementine.

Roger se aproximou dela e olhou em seus olhos.

— Escroto? — Perguntou ele. — Quer saber? Volte para suas vidinhas medíocres. Eu não ligo.

Clementine abaixou a cabeça, mas logo se levantou, determinada.

— Eu vou até o fim. — Disse ela.

Aaron e Yan a olharam, preocupados. Aaron perguntou:

— Vocês querem continuar, mesmo sabendo que estamos sendo perseguidos?

Yan parecia pensativo, enquanto Clementine acenou com a cabeça, confirmando sua decisão. Roger deu um sorriso sarcástico.

— Vocês não sabem com o que estão lidando. — Disse ele. — O nome dele é Wilbert DeGroot. É um filho da puta que quer tomar o controle da ilha. A Widmore está no caminho.

— Wilbert? — Perguntou Clementine. — Já ouvi falar dele.

Todos olharam para Clementine.

— O que foi? — Indagou ela.

O ano era 2026 e Clementine estava animada para iniciar seu primeiro ano na faculdade de Física em Oxford. Enquanto caminhava pelos corredores da imensa faculdade, ela notou um pedaço de papel em seu bolso indicando uma sala aparentemente abandonada. Intrigada, ela seguiu em direção à sala, onde um guarda estava postado do lado de fora. Quando a porta se abriu, Clementine foi recebida por uma mulher alta e elegante chamada Vivian Widmore.

— Olá, Clementine — disse Vivian com um sorriso confiante. — Sou Vivian Widmore, prazer em conhecê-la.

Clementine olhou para ela, confusa com a presença da mulher naquela sala aparentemente abandonada. — O que é tudo isso? — Perguntou Clementine.

— Essa sala pertencia a um dos meus primos — respondeu Vivian.

Clementine continuou a questionar a presença de Vivian ali, até que a mulher finalmente revelou a verdadeira razão para estar ali. — Simples. Aqui será sua sala de estudos. Claro que iremos precisar que você mantenha tudo aqui em segredo — disse Vivian com um sorriso misterioso.

— Por que em segredo? — Questionou Clementine, cada vez mais intrigada.

— Digamos que os estudos do meu primo não eram assim tão creditados — respondeu Vivian com um sorriso de canto. — Mas acreditamos que você tem um potencial muito grande para estudar e aperfeiçoar os estudos dele.

Clementine ficou impressionada com a proposta, especialmente quando Vivian mencionou que bancaria todos os seus estudos e atividades laboratoriais. Enquanto explorava a sala, Clementine se deparou com alguns tubos de ensaio antigos e um labirinto para hamster.

— O que seu primo fazia aqui? — Perguntou Clementine, ainda atordoada com tudo que vira.

— Acredita em viagens no tempo, Clementine? — Perguntou Vivian com um sorriso enigmático.

— Bom, segundo a teoria de Einstein sobre relatividade, tempo e espaço estão interligados de alguma forma, portanto, sim, eu acredito — respondeu Clementine.

— É por isso que vamos investir em você — disse Vivian, entregando a Clementine vários papéis com informações sobre viagem no tempo e algumas pessoas. Havia um pequeno papel escrito “Fluxo Temporal por Daniel Faraday”.

Enquanto examinava os documentos, Clementine ficou intrigada com um nome em particular: Wilbert DeGroot.

— Quem é este? — perguntou Clementine, mostrando a folha com a foto e informações de Wilbert para Vivian.

— Não se preocupe com ele agora — respondeu Vivian com um sorriso enigmático. —Vamos, a festa de recepção dos calouros vai começar. Se você não aparecer, eles irão estranhar.

Clementine seguiu Vivian, ainda processando tudo o que havia acabado de acontecer. Ela sabia que sua vida nunca mais seria a mesma depois dessa experiência emocionante e intrigante.

No presente, Roger ligava para alguém em particular para tentar retirar eles daquele galpão.

— Não conseguimos embarcar. Nós fomos pegos antes. — Disse Roger, estressado ao telefone. — Richard está morto! — Afirmou, seguido de um silêncio vindo da outra linha.

Num canto mais afastados, Aaron, Clementine e Yan conversavam.

— Onde você ouviu falar deste homem, o tal, DeGroot? — Perguntou diretamente Aaron.

— Parece que tenho mais informações que vocês dois. Eu fui apresentada a alguns papéis quando comecei a faculdade e um deles continha informações sobre Wilbert DeGroot. Eles sempre mantiveram segredo sobre ele para mim, mas agora entendi o porquê. — Clementine explicou, deixando Aaron e Yan impressionados.

— O porquê é que ele quer nos matar — comentou Yan.

— Mas se ele está atrás de nós, por que você ainda quer continuar com essa missão? — Perguntou Aaron.

— Porque agora eu quero mais do que nunca descobrir por que fomos escolhidos para essa missão e o que há de tão importante naquela ilha. — Clementine respondeu, determinada.

Enquanto isso, em Londres, Desmond e Penelope estavam em uma reunião importante quando receberam a notícia devastadora.

— Richard está morto. — Penelope anunciou, jogando o telefone contra a parede.

— O que aconteceu? — Desmond perguntou, preocupado.

— Parece que Wilbert ordenou um massacre no aeroporto. E agora? Como vamos resgatá-los? — Penelope perguntou, angustiada.

Desmond sorriu, confiante em sua habilidade de resolver a situação.

— Eu irei buscá-los. Prepara o jato. — Desmond disse, determinado.

— E a viagem para Seul? — Penelope perguntou, lembrando-se do compromisso após a volta dos Estados Unidos.

— Está tudo sob controle. Não se preocupe. — Desmond respondeu, pronto para agir.

Clementine estava no enterro de sua mãe, Cassidy Phillips, em 2028. O sol escaldante batia em seu rosto enquanto ela permanecia olhando fixamente para o caixão, tentando processar a ideia de que nunca mais veria sua mãe novamente. Era difícil segurar as lágrimas e a dor que sentia por dentro. Seus parentes e amigos tentavam confortá-la, mas nada parecia ajudar.

Minutos depois, James apareceu. Clementine o abraçou, sentindo o cheiro familiar de seu pai, mas não conseguia deixar de lado a raiva que sentia. Os olhares de reprovação de sua família deixavam claro que ele não era bem-vindo ali.

Eles saíram do cemitério juntos e foram até o Mr Clucks para almoçar. James tentou conversar, mas Clementine estava irritada e triste demais para ouvi-lo. Ela sabia que ele estava tentando se reconciliar com ela, mas não sabia se era capaz de perdoá-lo.

— Você sabia que eu conhecia o dono dessa lanchonete? — Perguntou James, tentando mudar de assunto.

— Pai, diz logo o que você quer — respondeu Clementine, impaciente.

— Ei. Se acalme. Eu não posso aparecer para ver minha filhinha.

Clementine não conseguia acreditar nas palavras de James. Ele não tinha sido um pai presente em sua vida e agora estava tentando se aproximar por causa da morte de sua mãe.

— Eu sou grata por ter deixado uma conta em meu nome, mas o senhor nunca foi presente de verdade em minha vida — disse Clementine, tentando controlar suas emoções.

— Eu sei, me desculpe por isso. Mas sua mãe sempre me proibiu de te ver.

Clementine não sabia se devia acreditar em James, mas decidiu ouvi-lo.

— Venha morar comigo em Cruces. É tudo que lhe peço — disse James, com um olhar triste.

Clementine ficou em silêncio por um momento, lembrando-se dos tempos difíceis em que sua mãe lutava para sustentar a família sozinha. Ela sabia que Cruces era um lugar isolado e que sua vida em Albuquerque não seria a mesma.

— Tá brincando? Quer que largue minha vida aqui para morar com o senhor naquele fim de mundo? — questionou Clementine.

— Estou sozinho lá. Por favor.

— E quanto a Kate? Não estão mais juntos, não é?

— Como sabe disso?

— Pai, não esqueça. Eu tenho o número dela no meu celular.

— Clementine, eu não tenho mais nada — respondeu James, com os olhos marejados.

Clementine sabia que ele estava sendo sincero, mas não podia simplesmente largar tudo e mudar sua vida. Ela precisava de tempo para processar a morte de sua mãe e decidir o que fazer a seguir.

— Eu vou pensar na sua proposta, pai. Mas por enquanto, me deixe pensar— , disse Clementine, com um tom de tristeza na voz.

James assentiu, sabendo que não podia forçá-la a tomar uma decisão. Ele a abraçou novamente antes de sair do restaurante, deixando Clementine sozinha com seus pensamentos e suas emoções.

No presente, a noite caía sobre o galpão enquanto Aaron, Yan e Clementine se preparavam para dormir, cansados depois de um longo dia de fuga. Clementine se afastou dos rapazes e se deitou em um canto isolado, enquanto Roger se preparava para vigiar a área. Aaron não conseguia tirar os olhos da jovem. Yan percebeu isso e perguntou com um sorriso malicioso:

— Sente algo por ela, irmão?

— Claro que não. Estamos fugindo por nossas vidas, romance é a última coisa que passa pela minha cabeça agora. — Respondeu Aaron, tentando evitar o assunto.

Roger escutou a conversa dos dois com um sorriso sarcástico no rosto, mas preferiu não se intrometer e ficar focado em seu turno de vigilância.

A madrugada passou sem grandes incidentes e o sol começou a surgir no horizonte. Foi então que o barulho de um jato pousando próximo ao galpão chamou a atenção do grupo, que rapidamente saiu para investigar.

Ao pousar, Desmond desceu do jato juntamente com seu filho, Charlie Hume, que vinha logo atrás dele.

— Desmond? — Indagou Aaron para ninguém em especial, fazendo Clementine e Yan olhar para ele.

Desmond se aproximou deles e disse: — Olá pessoal. Vim buscar vocês.


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Notas finais do capítulo

Por favor, ao ler, comente, siga e favorite. Ajuda muito.
Qualquer dúvida pode perguntar nos comentários.
Próximo capítulo: 09/05/2023 às 09:30