Lost: O candidato escrita por Marlon C Souza


Capítulo 3
Capítulo 3 - Fantasmas do passado




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Passou-se uma semana e Claire já deixara o hospital. Aaron estava se preparando para viajar rumo à Los Angeles. Perto de seu terno estava a passagem do voo da Oceanic que o levaria para os Estados Unidos. Claire entrou sorrateiramente e pegou a passagem em mãos.

— Esse bilhete é muito familiar. — Comentou ela, com um leve sorriso no rosto. Seu filho proferiu não comentar nada. Claire o abraçou.

— Por favor, volte para mim.

— Mãe, não se preocupe. É apenas uma viagem de negócios.

— Não falo do seu voo para os EUA. Falo da sua partida para a Ilha.

— O que tem nessa ilha de tão perigoso que você fica desse jeito? É apenas uma ilha.

Claire se calou e resolveu sair do quarto de Aaron que continuou se aprontar para sair.

Mais tarde, Aaron estava no aeroporto de Sydney, ansioso para encontrar os primeiros nomes da lista de Desmond nos EUA: Yan Tedros e Clementine Phillips, e convencê-los a participar da missão. Ele sabia que, de alguma forma, a presença deles era essencial para o sucesso da missão. Aaron olhava para a multidão, quando olhou para um canto e viu novamente Hugo acenando para ele. Aaron se levantou bruscamente tentando alcançá-lo, mas Hugo fugia dele, passando de pessoa para pessoa, quando Aaron deu de cara com Desmond.

— Olá, Aaron. Procurando alguém? — Perguntou Desmond.

Aaron ficou surpreso em vê-lo. — Desmond? O que você está fazendo aqui?

— Eu vim para trazer seu guarda-costas. Um antigo amigo meu das forças armadas. — Disse Desmond, apontando para Roger Miles. — Este é Roger Miles. Ele será o seu guarda-costas durante a missão. — Disse Desmond.

Aaron olhou para Roger, espantado, afinal, aquela seria a última pessoa que ele gostaria de encontrar lá. Ainda mais para acompanhá-lo na missão para os EUA. Roger se encontrava com um curativo no rosto, afinal, havia saído do hospital há pouco tempo.

— Por que esse homem? — Perguntou Aaron diretamente à Desmond.

— O que? — Perguntou Desmond, tentando entender a reação do rapaz. — Ele é excelente combatente.

— Por que preciso de guarda-costas? — Perguntou Aaron. — Com o que exatamente estamos mexendo?

— Aaron, apenas faça o que pedi. Esse é um serviço de extrema importância para as corporações Widmore.

— Como já aceitei, não tem porque recusar agora. — Comentou Aaron.

— Que bom que entende isso. Agora, vamos entrar no avião. — Comentou Desmond acenando para que eles se apressarem e entrassem no avião.

Aaron e Roger entraram no avião e se sentaram em bancos diferentes. Aaron fechou os olhos e respirou fundo, tentando controlar a ansiedade. Ele sabia que essa missão poderia mudar o curso de sua vida para sempre.

De repente, ele se lembrou de algo. Um encontro estranho que tivera há alguns dias, em frente ao Mr. Clucks. Ele vira o mesmo homem gordo e simpático, com cabelos e barba desgrenhados. Aaron achou que fora apenas um sonho, mas agora não estava tão certo disso, afinal, o mesmo homem apareceu para ele no aeroporto. Aaron adormeceu.

As horas se passaram e Aaron sentiu alguém sentar-se ao seu lado. Ele abriu os olhos e viu um homem sorridente, com uma camisa xadrez e um chapéu. Era Hugo.

— Você?! — Indagou Aaron, surpreso. — O que você está fazendo aqui?

— Estou aqui para ajudá-lo, cara. — respondeu Hugo, com um sorriso — Eu sei que essa missão é importante, e quero ajudá-lo a ter sucesso.

Aaron ficou sem palavras. Ele lembrava de ter visto Hugo em sua visão, mas não sabia que ele era real. — Você é... um fantasma? — Perguntou o rapaz à Hugo.

Hugo riu. — Eu sou muito mais do que isso, meu amigo. Eu sou Hugo Reyes, o Hurley, e eu estou aqui para ajudá-lo na sua missão.

Aaron não sabia o que dizer. Ele estava se sentindo cada vez mais confuso e assustado. Mas Hugo continuou a falar, explicando a importância da missão e a ameaça que pairava sobre a ilha. Ele não mencionou que Aaron era um dos candidatos escolhidos por ele, mas falou sobre a necessidade de juntar todas as pessoas da lista o mais rápido possível.

Quando Hugo terminou de falar, ele desapareceu. Aaron ficou olhando para o espaço vazio ao seu lado, tentando entender o que acabara de acontecer. Ele estava prestes a perguntar a Roger se ele também tinha visto Hugo, mas a voz do piloto anunciou que estavam chegando à Los Angeles.

No dia que Hugo, Desmond e Ben estavam no templo, Hugo conversava com o fantasma do “primeiro guardião”, como esse se apresentava para Hugo. Era impossível identificar a identidade daquela pessoa, afinal, o traje medieval era de corpo inteiro, e apenas os cabelos loiros eram visíveis.

— Pode me dizer seu nome? — Perguntou diretamente Hugo para o guardião, enquanto Desmond e Ben tentavam entender quem realmente estava ali.

O guardião preferiu ficar em silêncio sobre seu nome. Olhando para Hugo apenas apontava para o caminho da saída da ilha usado por Jacob.

— Ele não quer dizer o nome dele, apenas para onde devemos ir. — Disse Hugo.

— Então devemos confiar no amiguinho imaginário do Hugo? — Perguntou Ben.

— Você sabe que Hugo vê fantasma, Ben. — Comentou Desmond.

— Não. O que sei que é que Hugo diz ver fantasmas, mas eu nunca vi nenhum deles, então é apenas a afirmação dele contra a realidade. — Disse Ben, aparentemente enfurecido.

Hugo virou para Ben e disse: — Então, Ben. Ele sabe que você matou Jacob e o jogou na fogueira. Ele quer ouvir suas desculpas, cara.

— Não vou me desculpar com uma ilusão da sua cabeça.

— Ben, ele disse que tem mais para nos revelar, mas depende de você pedir desculpas.

Desmond sorriu da situação. Hugo continuou:

— Vai lá cara. É só pedir desculpas.

— Isso é ridículo. — Disse Ben.

— Faz isso por mim, Ben. Lembre-se que você agora é meu braço direito. — Disse Hugo.

Ben suspirou, contrariado disse: — Me desculpe por matar Jacob. Satisfeito? O que mais você quer de mim? — Perguntou Ben, irritado enquanto Desmond e Hugo riam da situação.

Aaron e Roger desciam do avião dirigindo-se para o centro da cidade de Los Angeles. Chegando na saída do Aeroporto ambos pegaram um taxi para ir até o Hotel onde ficariam hospedados. Roger não dirigia a palavra à Aaron que fazia o mesmo para evitar conflitos desnecessários.

Quando finalmente chegaram ao hotel, se aprontaram e foram dormir. Dia seguinte, Aaron se arrumava para se encontrar com Yan Tedros. “St. Sebastian Hospital” era a referência. Saíram ele e Roger a pegar um carro até o dito hospital.

Aaron olhou para os ferimentos de Roger e indagou: — O que houve contigo lá em Sydney?

Não houve resposta de Roger. Percebendo que ele não iria responder, Aaron limitou-se a ficar quieto olhando pelo vidro do carro, até que finalmente chegaram ao hospital. Na recepção, Aaron chegou até a recepcionista.

— Por favor, gostaria de falar com Yan Tedros. — Comentou Aaron. Roger ficava de longe observando o rapaz.

— Quem gostaria de falar com Yan Tedros? — Perguntou a mulher à sua frente.

— Sou eu mesmo. Preciso falar com ele, é caso urgente.

— Tudo bem. Vou chamar.

Alguns minutos depois Yan apareceu. Estava trajado com jaleco branco, típico traje de hospital. Era loiro e de média estatura. Tinha cabelos curtos e cacheados.

— Oi. — Disse Yan com um sorriso para Aaron. — Como posso ajudar?

— Sou Aaron Littleton, representante das Corporações Widmore. Venho para convidá-lo a participar da nossa expedição científica rumo à uma ilha no pacífico. Seu nome foi muito bem cotado para essa missão. — Disse Aaron.

— O que? — Perguntou Yan, sorrindo sarcasticamente. Seu telefone tocou, era sua mãe.

— Oi mãe. — Responde Yan. — Sim, eu vou para casa hoje. A noite inteira foi de plantão.

— Tudo bem filho. Vou te aguardar aqui. Tchau. — Disse a mãe de Yan, desligando o telefone.

— Olha. A proposta de vocês parece muito boa, mas, eu já estou satisfeito onde estou. — Comentou Yan.

— Yan, você foi selecionado dentre tantos nomes. Você estudou na Universidade de Colúmbia. Foi um dos melhores na área de Enfermagem. Não teria como substituir nessa missão. — Disse Aaron.

— Como sabe tudo isso de mim? — Perguntou Yan, desta vez, sem o mesmo sorriso no rosto.

— Você é filho de Sarah Tedros, ou melhor, Sarah Shephard, ex-esposa de Jack Shephard, homem que você ouviu falar toda sua vida, mas desapareceu estranhamente após pegar um voo da Agira e retornou apenas com alguns tripulantes para cá para Los Angeles. Jack não era um deles. — Disse Aaron, fazendo Yan ficar perplexo. — Sua mãe sempre disse que Jack era o herói dela o que fez ele também ser o seu. Decidiu estudar na mesma faculdade que ele e hoje trabalha no mesmo hospital que ele trabalhou.

— Aonde quer chegar, cara? — Perguntou Yan.

— Sabemos onde Jack Shephard foi parar. Essa missão dada pela empresa é mais do que uma missão de reconhecimento. Não é uma ilha comum para qual nós vamos. Por favor, aceite, temos muito o que estudar e explorar. — Disse Aaron, fazendo Yan ficar pensativo.

Hugo continuava conversando com o guardião fantasma enquanto Ben estava em um canto afastado e Desmond ouvia tudo que Hugo revelava.

— Então, segundo o guardião fantasma, esse lugar era habitado por um povo chamado de decalos e eles adoravam uma divindade chamada Taweret que trouxe muita prosperidade para essa região. Milagres aconteciam aqui e isso despertou o interesse de poderosos que queriam tomar esse poder para si e um deles era Taurus, uma espécie de divindade assim como Taweret. Taurus então, reuniu um exército para roubar o poder de Taweret e dominar sobre toda humanidade.

Taweret então formou um exército e esse seria coordenado por um homem que seria o guardião. Minuts, que conhecemos como homem de preto, e era um decalo, traiu a confiança de Taweret e se uniu ao exército de Taurus. Taweret, junto com seu exército, venceu a batalha, expulsando Taurus daqui e retirando seus poderes, obrigando-o a viver entre os mortais. Quanto a Minuts, como punição pela traição, foi preso por e perdeu seu corpo físico, tornando-se uma fumaça que assombraria a ilha. Por deixar que Minuts traísse a aliança, Taweret ordenou ao guardião que passasse o seu cargo a sua filha, Hannah. E assim foi feito. Assim, mesmo preso, Minuts e Hannah impediriam Taurus de retornar a ilha para sempre.

— Que linda história. — Disse Ben. — Mas e daí? O que isso vai nos ajudar?

— Cara impaciente. — Disse Desmond.

— Minuts foi libertado por Jacob e seu irmão sem querer. Apesar de sair de sua prisão no coração da ilha, Minuts, ainda não podia sair daqui completamente e se saísse, facilitaria à Taurus que tomasse os poderes de Taweret. A única forma de Minuts sair seria matando o guardião. Ben matou Jacob. Jack assumiu o papel e matou Locke, que era Minuts naquele momento.

— Interessante. — Disse Desmond. — Mas o que tem isso haver com o que estamos fazendo aqui?

— Então. Lembra que o guardião impedia Minuts de sair? — Perguntou Hugo.

— Sim. Mas ele já morreu. — Disse Desmond.

— Então, cara. Minuts impedia Taurus de entrar. — Disse Hugo deixando todos os presentes perplexos com as delações de Hugo.

Yan e Aaron conversam em um local mais reservado dentro do hospital. Roger ficava observando os dois de longe.

— Esse cara fica sempre te olhando assim? — Perguntou Yan, referindo-se a Roger.

— Não liga para ele. Quero saber sua resposta.

— Eu aceito.

— Sério? — Perguntou Aaron, empolgado.

— Sim. Sempre quis saber o que aconteceu com Jack. E seria um alívio para minha mãe que ainda o ama.

— Certo, então, poderia nos acompanhar?

— O que? Agora? Ainda estou no plantão do hospital.

— Não se preocupe, Yan. Vai para casa e se despeça de sua mãe. Não a conta nada sobre a missão em si, mas fale que irá sair por um tempo pois recebeu uma proposta de uma pesquisa.

— Farei isso. Onde encontro vocês?

Aaron entregou um papel contendo o endereço do hotel onde eles se encontravam.

— Vamos aguardar você lá até as 3 horas da tarde. Temos um voo às cinco partindo para Alburquerque no Novo México.

— Certo. Eu irei com você. — Disse Yan, apertando a mão de Aaron.

No passado, Desmond, Hugo e Ben acompanhavam o “guardião fantasma” até o centro do templo onde se encontrava um portal de saída da ilha. Lá havia uma luz que refletia do solo que era muito brilhante, fazendo todos enxergarem quase nada. O guardião por sua vez desapareceu.

— Ele se foi. — Disse Hugo.

— Então, estamos sozinhos daqui pra frente? — Perguntou Desmond.

— Segundo o guardião, esse lugar está ligado a todos os pontos de energia da ilha. — Disse Hugo. — Se quisermos sair, precisamos apenas adentrar aquele portal. — Disse Hugo apontando para um portal no meio da ilha.

— Eu movi a ilha no Leme que está debaixo dos escombros da Orquídea. Até onde sei é a única saída possível da ilha nesse momento. — Disse Ben.

— Esse Leme foi construído por viajantes que vieram parar aqui na ilha. Era o povo do Jacob e do irmão dele. O simples contato com aquela energia expulsou você da ilha. Mas o leme fez a ilha se mover no tempo. Sem o leme, será possível Desmond retornar sem que a ilha solte no tempo, pois assim não vai perturbar a energia da ilha. — Disse Hugo.

— Estou ficando cada vez mais espantado com a quantidade de conhecimento que Hugo adquiriu apenas conversando com um fantasma. — Disse Ben.

— Não é perigoso? — Perguntou Desmond.

— Você aguenta radiação, Desmond. Você foi até o local da fonte da energia da Ilha e sobreviveu. — Disse Ben.

— Mesmo assim, devemos esperar e estudar antes de jogarmos Desmond aí. — Disse Hugo.

— O que? — Perguntou Ben. — Você ouviu o que o guardião te disse? Se esse tal de Taurus estiver por aí pode significar o nosso fim. A missão de Desmond é urgente. Assim como devemos exumar a Orquídea e mover a ilha novamente.

— Independente disso, não é para levarmos ele a morte. — Disse Hugo.

Enquanto eles discutiam, Desmond caminhava em direção ao portal. Hugo suspirou e não disse mais nada contrariando isso.

— Nos vemos em outra vida, brother. — Disse Desmond, antes de desaparecer.

No presente, Aaron estava impaciente esperando por Yan aparecer. Ele e Roger estavam no quarto do hotel aguardando por Yan.

— Será que ele vem? — Perguntou Aaron.

— Você é muito impaciente, Aaron. Não tem porque se preocupar. O plano B é sequestramos ele. — Disse Roger.

— O que? Está brincando né?

— Não. Não estou. — Disse Roger, deixando Aaron perplexo, quando alguém bateu na porta.

Aaron foi abrir e era Yan. — Vamos? — Disse Yan, Aaron sorriu.

Era 2018 e Desmond apareceu como um toque de mágica deitado em um deserto no meio do Saara. Atordoado, levantou-se rapidamente sentindo uma forte sede. Caminhou por algumas horas sem encontrar qualquer vestígio de civilização. Era uma mistura de felicidade e tristeza ao mesmo tempo. Finalmente ele tinha deixado aquela ilha depois de tantos anos, mas estava no meio do nada com grandes chances de morrer por ali mesmo.

Caiu desmaiado quando foi encontrado por nômades que passavam ali por perto. Quando Desmond acordou, estava deitado numa cama de um hospital. Uma mulher se aproximou e começou a falar com ele árabe.

— Desculpe, não consigo entender. — Disse Desmond.

— Assim está melhor? — Disse a mulher, para Desmond.

— Está sim. — Disse Desmond.

— Bem-vindo de volta ao mundo real, Desmond Hume. Sou Caroline, membro das corporações Widmore. Estávamos esperando pelo senhor. — Disse a mulher.

— Penelope? — Perguntou Desmond, ainda fraco.

— Ela já está a caminho, chega amanhã. — Disse Desmond.

— Ligue pra ela, por favor, preciso falar com ela.

Caroline balançou a cabeça, pegou seu celular e ligou para Penelope.

— O que é isso em sua mão? — Perguntou Desmond.

— É um celular. Mais moderno. Vejo que ficou muito tempo naquela ilha, senhor Desmond. — Disse Caroline. Penelope atendeu.

— Alô? — Perguntou Penelope. — Sou eu Caroline. Desmond quer falar com você.

Ao ouvir a voz de Penelope no telefone, Desmond ficou emocionado. Estava extremamente feliz em ouvir a voz de sua esposa.

— Desmond? É você? Meu amor. — Disse Penelope do outro lado da linha.

— Sim, sou eu meu amor. Estou de volta, finalmente.


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Notas finais do capítulo

Por favor, ao ler, comente, siga e favorite. Ajuda muito.
Qualquer dúvida pode perguntar nos comentários.
Próximo capítulo: 11/04/2023 às 09:30