Lost: O candidato escrita por Marlon C Souza


Capítulo 11
Capítulo 11 - Henry, o balão e o Algoz




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A noite de 14 de julho de 2003 estava agitada em Minnesota, e Henry Gale sabia disso enquanto estacionava seu caminhão em frente à fábrica de balões da Widmore. Apesar de ser um homem de idade avançada, Henry tinha um sonho que para muitos seria considerado loucura, mas para ele era uma paixão avassaladora.

Enquanto aguardava do lado de fora, um homem se aproximou com uma prancheta em mãos. Era Patrick, um conhecido de Henry que trabalhava na fábrica.

— Boa noite Henry — cumprimentou Patrick.

— E aí, Patrick. Como está? — respondeu Henry, sorrindo.

— Estou bem. Como está Jennifer e as crianças?

— Bem. Estamos todos bem, meu amigo.

Após essa breve conversa sobre a família de Henry, Patrick perguntou sobre o projeto de Henry, que consistia em sobrevoar o Pacífico com os balões da fábrica.

— Como vai o projeto?

— Desde que comecei a trabalhar aqui nessa empresa, fiquei empolgado com essa ideia — respondeu Henry, sorrindo confiante. Mas Patrick franziu a testa e disse:

— Tá bom. Boa sorte. — Apertando a mão de Henry.

Henry sentia que aquele projeto era sua chance de fazer algo grandioso e mostrar que seus sonhos podiam se tornar realidade. Com um brilho nos olhos, ele se preparou para entregar a carga de balões e dar início ao seu ambicioso plano.

No presente, Ben recebia os tripulantes que acabaram de chegar na ilha de helicóptero. Com um sorriso enigmático no rosto, ele se aproximou de Aaron e comentou:

— Bom vê-lo crescido.

Aaron, confuso, indagou: — Nos conhecemos?

— Digamos que eu tenha te visto pequeno. Longa história — respondeu Ben com um sorriso no rosto, deixando todos intrigados. Algo estranho pairava no ar.

De repente, Clementine quebrou o silêncio.

— Estranho. Não era dia quando saímos do navio? — Questionou ela, deixando todos confusos. Bianca logo emendou:

— Foi como se o tempo tivesse passado mais rápido.

Bryan, se aproximou e revelou: — Pessoal, não temos comunicação com o navio.

A tensão aumentou entre eles, mas Ben, sempre astuto, tentou tranquilizá-los: — Não se preocupem. Levarei vocês até um local seguro.

Roger não se conteve e indagou: — Espera, Ben, como você sabia que iríamos chegar aqui e agora?

Ben deu um sorriso de canto de boca e respondeu enigmaticamente: — Não sabia. Foi por acaso.

Todos se entreolharam, sem saber o que esperar. Ben virou-se e caminhou em direção a floresta densa, seguido pelos demais. O mistério da ilha estava apenas começando e eles não tinham ideia do que os esperava.

Em 2003, Henry chegava em casa com um sorriso estampado no rosto e um buquê de flores nas mãos. Suas filhas correram para abraçá-lo enquanto sua esposa, Jennifer, lavava a louça na cozinha. Ele a abraçou por trás, sentindo seu perfume enquanto ela se virava para encará-lo. — Chegou cedo — ela comentou, sorrindo. Henry respondeu animado:

— Hoje não teve muito trabalho. Comprei flores para minha Jenny.

Jennifer pegou as flores, deu um sorriso, mas seu humor mudou rapidamente quando Henry anunciou a novidade.

— Amor, novidades. Eu comprei o balão — ele disse, animado. Jennifer ficou paralisada, sabia que não poderia convencê-lo a mudar de ideia.

— O que eu falei dessa ideia, Henry? — ela perguntou, preocupada.

— Meu amor, vai ser divertido. Eu já planejei tudo. Confie em mim. Vai dar tudo certo. — Henry respondeu com convicção.

Jennifer tentou argumentar que sobrevoar o Pacífico em um balão era perigoso, mas Henry estava determinado a entrar para o Guinness Book e dar uma vida melhor para suas filhas.

— Eu só não quero perder você — ela disse, triste. Mas Henry a abraçou e prometeu que voltaria vivo da viagem. As crianças assistiam a conversa, percebendo que o clima não era de alegria.

Jennifer finalmente cedeu, dizendo:

— Tá bom Henry. Você quer ir? Vá! Se você não conseguir, você vai ter que me pagar uma cerveja.

Henry riu e concordou com o trato, animado com a ideia de realizar seu sonho. Mas Jennifer não conseguia se livrar do medo de perder o marido, enquanto Henry mal podia esperar para começar sua aventura no ar.

No presente, os tripulantes seguiam Ben adentro da mata, com seus corpos tensos e atentos a cada movimento. Roger caminhava próximo a Ben e eles conversavam em voz baixa:

— Seu nome é Roger, não é? — Disse Ben, sua voz quase sussurrando.

— Sim.

— É o mesmo nome do meu pai.

— E daí? — Retrucou Roger.

Ben deu um sorriso de canto com um olhar gélido em seus olhos: — Eu o odiava.

Roger arqueou as sobrancelhas: — E o que eu tenho a ver com isso?

Ben parou de caminhar, encarando Roger com um olhar enigmático: — Eu o matei e deixei o corpo dentro da kombi que ele dirigia.

Roger engoliu em seco, indagou logo em seguida: — Por que você está me contando isso?

— Quero que saiba que não terá segredos entre nós. — Respondeu Ben, antes de seguir em frente, deixando Roger parado ali, perplexo. Sem muito o que fazer, Roger continuou seguindo Ben.

Enquanto isso, os demais tripulantes seguiam atrás, em silêncio, inquietos com a escuridão da noite, estavam sendo escoltados pelos soldados que Roger que vieram junto deles. Bianca comentou sobre o GPS que parecia não funcionar direito, e Clementine concordou, franzindo a testa: — Isso não é normal.

Bryan estava afastado, observando Ben com desconfiança. Aaron notou e perguntou se havia algum problema. Bryan olhou para trás, encarando-o com uma expressão sombria: — Vocês confiam naquele cara?

Aaron hesitou por um momento, mas Clementine e Bianca concordaram que não havia escolha. O grupo continuou a caminhar por horas até chegarem a um antigo vilarejo da Dharma no meio da ilha. Todos olhavam ao redor, nervosos e apreensivos, enquanto Ben parou antes de adentrar o local e disse, com um sorriso malicioso: — Sejam todos bem-vindos, tripulantes. Venham, me acompanhem.

Em 2003, Henry Gale estava em seu balão enfrentando uma tempestade muito forte. Relâmpagos rugiam no céu e Henry estava completamente assustado. Pegou o GPS que tinha em seu bolso e percebeu que não conseguia encontrar a sua rota. De repente, seu balão foi caindo freneticamente, até que se chocou contra uma árvore e Henry ficou preso entre os galhos.

Desesperado, ele foi tentando quebrar o galo, até que conseguiu se soltar e cair no chão. O balão fazia uma cobertura para ele, então naquele local não fugia. Tremendo de frio, Henry se sentou no chão e ficou pensativo.

Dia seguinte, o sol batia forte no rosto de Henry. Ele levantou-se do chão e caminhou até a praia para tentar se localizar. Pegou seu GPS de bolso e percebeu que não havia direção à seguir, pois o GPS não funcionava.

— Droga! — Exclamou ele.

Colocou a mão no bolso e viu que tudo que tinha lá era sua carteira de motorista e uma nota de 20 dolares. Voltou ao seu balão para pegar alguns itens para acender uma fogueira, pegou a bolsa que tinha ali e achou uma caneta. Foi andando para a praia, quando decidiu escrever uma carta para Jennifer na nota, que dizia:

“Jennifer, bem, você estava certa. Cruzar o Pacífico não é fácil. Eu te devo uma cerveja. Eu estou caminhando por uma das praias para acender uma fogueira, mas se você estiver lendo isso, acho que eu não sobrevivi. Me desculpe, eu amo você Jenny, sempre amei, sempre amarei. Seu, Henry.”

Ao terminar de escrever, colocou a nota no bolso novamente. Na praia, estava com alguns galhos secos para acender a fogueira, quando foi surpreendido por alguém.

— Olá. — disse o homem misterioso. Era Ben. Henry levou um susto.

— Que isso? Quem é você? — Indagou Henry.

— Meu nome é Benjamin Linus. E você quem é?

— Sou Henry. Henry Gale. — Disse Henry, apertando a mão de Ben.

— Muito prazer. Henry. Vi seu balão há alguns metros daqui. — Disse Ben, sorrindo.

— Pode me dizer onde estou?

— Está em uma ilha no pacífico. Um pouco longe da civilização.

— Tem alguma forma de eu conseguir me comunicar com o continente? Eu tenho esposa e filhos, queria poder me comunicar com eles. — Indagou Henry, apreensivo.

— Lamento, mas não tem forma de se comunicar com o continente.

— Oh meu Deus. — Henry ficou triste ao ouvir o que Ben disse.

— Qual o nome da sua esposa? — Indagou Ben.

— Jennifer.

— É realmente um lindo nome. Sinto muito. — Comentou Ben, olhando fixamente para Henry.

— Estou com fome. Queria poder comer alguma coisa. Você teria algo com você?

— Digamos que sim. Olha, eu já volto. Enquanto isso, continue fazendo o que você está fazendo. — Disse Ben, saindo, deixando Henry para trás com sua angústia.

No presente, os tripulantes se agrupavam no centro daquele vilarejo pensativos sobre como aquela pequena vila poderia estar ali.

— Não tenham medo. Podem explorar. — Disse Ben. Andou rapidamente até uma das casas em específico e acenou para que eles adentrassem duas casas diferentes: uma para os homens, outra para as mulheres. — Essas casas ficarão divididas assim. Como a maioria dos tripulantes são homens, as demais serão distribuídas entre eles e cada casa terá um líder.

Deixando Clementine e Bianca na primeira casa, Ben acompanhou os rapazes até a outra casa. Logo eles se hospedaram. Bryan se aproximou de Roger e disse:

— Vou no navio trazer os demais tripulantes.

— Feito! — Respondeu Roger.

Tudo ia ocorrendo bem e os tripulantes já estavam instalados em seus aposentos. Os rapazes jogavam um jogo de carta e comentavam:

— Rapaz, todo mundo já percebeu sua quedinha pela Clementine. — Disse Roger.

— Que? Tá maluco. — Exclamou Aaron, visivelmente desconfortável.

Na casa havia Aaron, Roger e mais dois soldados. Eles riam do desconforto de Aaron que proferiu levantar-se bruscamente e ir para o quarto.

— Ei rapaz, fique calmo. — Disse Roger, rindo.

Na casa das mulheres, Clementine e Bianca conversavam:

— Você e Aaron se gostam? — Indagou Bianca.

— Que pergunta é essa? De onde tirou isso?

— O jeito que vocês dois se olham. Se pretende esconder alguma coisa está indo muito mal.

— Não gosto dele. É um completo idiota.

Bianca riu, mas logo mudou o tema da conversa:

— Você também sente algo estranho nessa ilha?

— Antes de vir aqui eu tinha muitos pressentimentos estranhos sobre esse lugar. Eu estudei a fundo as descobertas de Faraday sobre viagens no tempo, e, posso afirmar que a anomalia que aconteceu conosco vindo para cá foi algo parecido com isso.

— Eu também senti o mesmo. Saímos de dia e chegamos a noite em menos de 40 minutos. Seja o que for que aconteceu não é algo normal. Fora aquilo que aconteceu no navio.

Elas ficaram se encarando por alguns instantes sem ter certeza absoluta do que estava acontecendo, mas uma coisa era certa, aquela não era uma ilha comum.

Enquanto isso, no navio, Juan caminhou até o convés onde os corpos dos tripulantes mortos jaziam. Lá estava Marcel fumando um cigarro enquanto via toda ação dos soldados para se livrar dos corpos. Juan se aproximou dele e disse:

— Nunca passei por algo como isso.

— Também estou assustado. — Disse Marcel, aparentemente despreocupado. Jogou seu cigarro no mar.

— Estou vendo. — Disse Juan, enquanto Marcel saía abandonando-o para trás.

Em 2003, Henry Gale tentava se abrigar debaixo da árvore onde estava seu balão. A chuva era constante e ele já havia perdido suas esperanças de voltar para o continente. Perdido em seus pensamentos, comia sua caça que havia feito naquele dia.

— É. Pelo visto, tudo acaba aqui. — Disse ele.

Neste instante, Ben chegou trazendo consigo comida industrializada e com o símbolo da Dharma, o que despertou a curiosidade de Henry.

— Olá, Henry. — Disse Ben.

— O que é tudo isso? Como conseguiu? — Indagou ele, surpreso.

— Eu tenho meus métodos.

Henry enfureceu-se com Ben e se aproximou dele, indagando: — Está escondendo algo de mim?

— Por que estaria?

— Você me disse que não há nada nessa ilha, somente eu e você, mas agora você vem com isso tudo de comida do nada?

Ben sorriu. — Você quer ou não?

Henry fechou sua mão e deu um soco no rosto de Ben, fazendo-o cair no chão. Ben se levantou e puxou uma pistola de seu bolso.

— Desgraçado! — Exclamou Henry, visivelmente irritado. — Vamos, me mate.

— Então tá. — Disse Ben, friamente e disparou a pistola contra o peito de Henry que rapidamente caiu morto.

Ben ficou olhando para o corpo de Henry ali no chão e para evitar problemas, cavou a cova de Henry e o enterrou rapidamente, colocou pedras em cima do túmulo e partiu.

No presente, amanhecera. Os tripulantes acordavam em suas devidas casas e saíam para fora enquanto Bryan chegava com Ben e demais tripulantes como Marcel, Jessy, Ji Yeon e outros soldados. Ben estava com um sorriso de canto a canto em seus lábios. Roger o olhava friamente enquanto ele vinha, estava extremamente desconfiado da inidoneidade de Ben.


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