Lost: O candidato escrita por Marlon C Souza


Capítulo 1
Capítulo 1 - Sonhos de um passado esquecido




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O ano era 2029 no subúrbio de Sydney, Austrália. Aaron acordou com um susto naquela manhã de segunda-feira. Havia passado a noite toda fora, então o pouco que dormiu foram momentos perturbadores. Seus sonhos remetiam a uma ilha desconhecida que não se recordava muito bem, mas tudo parecia uma lembrança de um passado não muito distante.

O rapaz se sentou na cama, ofegante, pois aqueles sonhos se tornavam frequentes e sempre o acordavam na parte onde parecia descobrir alguma coisa. Caminhou até a o banheiro e tomou um banho gelado para tentar acordar de vez, afinal, já era segunda e precisava trabalhar.

Aaron Littleton, seu nome completo, no auge de seus 25 anos, era um jovem adulto que emanava uma presença cativante. Seu rosto expressava uma harmonia entre juventude e maturidade, enquanto seus cabelos loiros, cortados em um estilo simples e prático, emolduravam seus traços de forma elegante. Seus olhos, um azul profundo como um céu claro, pareciam guardar segredos e reflexões interiores, adicionando uma camada de mistério à sua aparência. Mantinha sempre em forma, afinal, o rapaz frequentava academia.

A influência de sua mãe, Claire Littleton, era inconfundível nos detalhes: os cabelos, os olhos, todos os elementos que compunham seu visual.

Após seu banho, vestiu suas roupas de trabalho e rapidamente desceu as escadas. Sua mãe se encontrava no sofá da sala assistindo o noticiário da manhã. Claire já não era aquela jovem garota que o carregava para todo os lados. Agora uma adulta, que apesar de finalmente ter saído da ilha, ainda tinha traços leves de demência, o que não a impedia de viver normalmente em sociedade.

— Bom dia filho. — Disse Claire para Aaron que passava de fininho por trás da mãe, com a intenção de sair sem incomodar.

— Desculpe, mãe. Estava indo trabalhar. — Comentou o rapaz, sem graça.

— Sem falar comigo primeiro?

— Vou tentar voltar antes do almoço para almoçar com a senhora.

— Vou te aguardar então.

Aaron caminhou até sua mãe e a beijou no rosto.

— Se cuida, tá? Vê se não arruma problema novamente.

— Pode deixar. — Comentou Claire, com seu sorriso no rosto.

Aaron saiu, pegou sua moto e partiu rumo ao centro da cidade. No caminho, parou em um sinal que ficava em frente ao fast-food Mr. Clucks, lanchonete americana de frango. Em uma rápida olhada viu um homem, acima do peso, cabelos cacheados e bagunçados. Estava com um pacote de salgadinhos na mão. Ele acenou para Aaron. Era Hugo, mas Aaron não o conhecia. Qualquer lembrança da ilha foi apagada de sua mente, e os sonhos, apesar de frequentes, não lhe davam pistas sobre tal lugar.

O rapaz virou-se rapidamente para frente, afinal, o sinal havia ficado verde, quando olhou novamente para o Mr. Clucks, ninguém estava mais lá, como se Hugo tivesse sumido “do nada”. Aaron ficou perturbado com aquilo, mas decidiu seguir seu caminho.

Chegando na empresa, caminhou o mais rápido que podia até sua sala. Tyler, seu amigo de trabalho, aproximou-se sorrateiramente. Ele era um homem de pele escura, com cabelos encaracolados em um tom profundo de preto que formavam uma moldura natural ao redor de seu rosto. Seus olhos eram castanhos. Tyler tinha o dom de sorrir com facilidade e seu sorriso contagiante iluminando até os momentos mais sombrios. Essa característica peculiar, no entanto, às vezes causava um leve desconforto em seu amigo, que nem sempre compreendia como alguém poderia manter um otimismo, mesmo naquele ambiente tão estressante. Ele se aproximou de Aaron e comentou, com um sorriso no rosto:

— Bom dia, cara. Pelo visto, novamente passou do ponto ontem.

— Não enche, Tyler. Tudo que quero hoje é o silêncio.

— Você saiu correndo da festa sem falar com ninguém. O que está acontecendo contigo?

— Eu não quero falar sobre isso.

— São aqueles sonhos de novo? — Comentou com Aaron, fazendo o rapaz revirar os outros. —Você anda atrasando os relatórios do chefe, se continuar assim, vai ser demitido.

— Por favor. Não me importo de ser demitido. Eu odeio essa empresa.

— Você sempre fala isso, mas por que não pede demissão?

— Minha mãe que conseguiu essa vaga para mim, não posso decepcioná-la.

— O jovem de 25 anos que ainda mora com a mãe e tem sonho de se tornar um rock star.

— Não entende? Minha mãe tem problema.

— Estou brincando, cara, relaxa. Mas você deveria dar um jeito na sua vida.

Neste instante Aaron chegou em sua sala, suspirou e fechou a porta, deixando Tyler para trás. O rapaz sentou-se em sua cadeia e começou a redigir os relatórios, mas os flashs de seu sonho vinham a sua cabeça a todo tempo. De repente, inconscientemente, Aaron digitou no computador o seguinte código: 4 8 15 16 23 42

De repente toda sua sala se parecia como um escritório dos anos 80. O computador em sua frente estava diferente. A visão de Aaron era da escotilha encontrada na ilha, mas Aaron não conhecia tal lugar, afinal, quando esteve lá era apenas um bebê. A música que tocava em sua visão era “Make Your Own Kind Of Music”. Ele se levantou rapidamente, assustado, bateu na parede a suas costas e a música se tornava mais alta. De repente, alguém tocou seu ombro e disse: “encontre-me, Aaron”, mas aquela voz não parecia familiar à ele.

Aaron olhou para o lado completamente assustado e quando viu a pessoa que estava com a mão em seu ombro, era a auxiliar de serviços gerais, Janet.

— Aaron, tudo bem? — Perguntou ela.

O rapaz estava ofegante. Balançou a cabeça se afastando da moça. A visão de Aaron ainda era entre o seu escritório e aquela visão da escotilha que via somente em seus sonhos. Ele começou a correr deixando Janet para trás.

Correu até o banheiro onde lavou seu rosto e tudo se dissipou como se nada tivesse acontecido. Tyler entrou no chamando pelo nome dele, quando se aproximou de seu amigo, logo perguntou:

— Aaron, tudo bem?

Aaron se assustou ao ver Tyler ali, com a mão em sua cabeça, apenas tentou acalmar a situação.

— Estou sim. Deixe-me quieto. — Disse ele, saindo e deixando Tyler para trás.

Sentou-se no banco que havia na pracinha em frente a empresa. Ficou pensando na visão que teve. Todos os dias se tornaram torturantes para o rapaz. De uma janela nos andares acima, alguém observava tudo, mas apenas a silhueta era possível ver, tornando difícil identificar quem observava Aaron.

Quando o rapaz finalmente se recuperou, voltou para dentro da empresa. Todos o olharam com olhares preocupados. Aquilo aconteceria frequentemente, mas Aaron decidiu não contar para ninguém o que viu. Em sua cabeça, como sua mãe era problemática, ele poderia ser também.

Mais tarde, Aaron estava na academia. Roger Miles, um ex-militar, frequentava o mesmo local de exercícios que ele. Com sua aparência robusta, Roger constantemente adotava uma postura que buscava transmitir uma aura de dureza. Seu corte de cabelo seguia o estilo militar, e seu olhar sempre carregava um toque intimidador. Estava no auge dos seus 58 anos, mas isso não o impedia de frequentar academia.

Aaron estava sentado na máquina de treino. Estava perdido em seus pensamentos quando Roger chegou.

— Ei, você pretende sair daí ou vou ter que te tirar? — Indagou Roger.

Aaron não queria confusão. Levantou-se e caminhou até o bebedouro onde bebeu água. Encostou-se no bebedouro e Tyler, que também malhava ali aproximou-se dele.

— Qual é dessa cara? — Perguntou Aaron para Tyler, olhando para Roger.

— Ele é um ex-militar do exército britânico. Foi expulso pelo o que soube.

— Como descobriu isso?

— A menina da recepção é minha amiga.

— É assim que chama ex-ficante? Amiga?

— Foi só uma vez, cara. — Disse Tyler, rindo.

Roger observou os dois rapazes o olhando, decidiu se aproximar deles e perguntou:

— Os dois bebês estão me encarando?

— Não senhor. Estávamos de saída. — Disse Tyler.

Neste instante os dois saíram de lá. Tyler parecia intimidado, mas Aaron não. Aaron praticava luta nas horas vagas, o que, de certa forma, fazia ter coragem de enfrentar qualquer um. Alguns minutos mais tarde, do lado de fora, Aaron se despedia de Tyler enquanto Roger observava de longe os dois rapazes, encostado em um carro preto. Seu celular tocou.

— Alô — Disse Roger.

— Estarei em Sydney amanhã. Junte a tropa que conseguir para a missão. — disse um homem do outro lado da linha.

— Ok. — Disse Roger, desligando.

Aaron percebeu que Roger o observava, e ao ver que o rapaz o olhava, Roger entrou no carro e partiu rapidamente, deixando o rapaz desconfiado de que talvez, Roger iria se tornar algum problema mais para frente.

Era outro dia e Aaron decidiu que aquele dia não iria trabalhar. Pegou sua moto e foi até aquele Mr. Clucks que viu no centro da cidade. Ao adentrar o restaurante, Aaron chegou até o caixa e fez seu pedido.

— Quero dois para viagem, por favor. — Disse ele.

— Tudo bem. Qual o nome do senhor? — Indagou a atendente.

— Aaron Littleton.

— Ok.

Neste instante, a menina do caixa lhe entregou 6 papéis de pedido.

— Desculpe, mas eu só fiz 2 pedidos.

— Perdão senhor.

Aaron olhou para os números escritos no papel e novamente os mesmos: 4 8 15 16 23 42. Deixou os papeis dos pedidos cair no chão. De repente, uma mão tocou em seu ombro.

— Aaron? — Disse uma voz que parecia familiar. Aparentemente alguém de seus sonhos e visões.

— Quem é você? — Perguntou o rapaz se virando. Era Desmond Hume, mas Aaron não o conhecia.

— Sou Desmond Hume. Sou CEO da empresa onde você trabalha. Estou de visita a Sydney. — Respondeu Desmond com um sorriso marcante no rosto. Exibia a passagem do tempo Ele havia envelhecido consideravelmente desde o tempo que esteve preso na ilha, atingindo a marca dos 56 anos. Apesar dos anos, mantinha seu carisma.

— Estou ferrado por não ter ido hoje? — Perguntou Aaron.

— Não. Aaron. — Comentou, rindo. — Eu vim conversar com você sobre uma oportunidade maior.

— Está brincando? Sou um péssimo funcionário.

Desmond riu. — Me acompanhe. — Disse para Aaron que o acompanhou.

Desmond estava determinado a conversar com Aaron, mas isso se devia a algo que aconteceu há alguns anos.

No dia em que Jack Shephard passou a função de protetor da ilha para Hugo Hurley Reyes, Desmond estava presente e ficou preso na ilha. Jack finalmente conseguiu vencer John Locke e com isso salvar o mundo do mal do monstro fumaça que rondava a ilha. Mas isso lhe custou a vida. Após sua morte, seu corpo foi encontrado por Hugo, Desmond e Benjamin Linus em meio a uns bambuzais com ajuda de Vicent, o cachorro.

Hugo não conseguia conter suas lágrimas vendo Jack morto.

— É realmente chegou seu fim, meu amigo. — Disse Hugo.

— E agora, o que vamos fazer, brother? — Perguntou Desmond.

— Precisamos enterrá-lo. Ele merece um funeral digno de um líder. — Disse Hugo.

Ben foi saindo como se não se importasse com o que estava acontecendo.

— Aonde vai? — Perguntou Hugo.

— Vocês têm um funeral para resolver. Eu vou resolver meus próprios problemas. — Disse Ben.

— Você disse que me ajudaria na missão de proteger a ilha — Disse Hugo.

— Irei ajudar. Sabe onde me encontrar. — Disse Ben, saindo. Desmond olhou para Hugo, mas o ajudou na missão de enterrar Jack.

No enterro, estavam presentes Hugo, Desmond, Rose e Bernard. Hugo resolveu escrever uma carta de despedida para Jack, no qual ele leu em voz alta para todos os presentes:

— Jack, você foi um líder, um amigo e um herói para todos nós aqui. Sabemos que seu sacrifício não foi em vão. Ficarei com seus ensinamentos, afinal, você me ensinou a ser forte e confiar em mim, mesmo quando ninguém mais acreditava. Obrigado, Jack.

Todos os presentes estavam comovidos com aquilo e na mente de todos passavam um filme que remetiam eles aos melhores momento com Jack. Após o enterro, Hugo e Desmond conversavam enquanto caminhavam pela praia.

—Eu não pretendo ficar preso nessa ilha para sempre. — Disse Desmond.

— Eu sei. Farei de tudo para te ajudar a sair daqui.

— Eu preciso voltar para Pen e para o Charlie.

— Charlie?

— Sim. Coloquei o nome do meu filho de Charlie em homenagem ao Charlie.

— Tenho certeza de que ele iria adorar. Charlie amava criança.

— Hurley, estou falando sério. Não posso ficar mais aqui, brother. Essa ilha já me tirou o suficiente.

— Entendo cara. Passarei o tempo que for preciso para te ajudar a voltar. Afinal, acredito que agora sou imortal. Devo explorar meus outros poderes, mas agora não.

— Como não? — Indagou Desmond, visivelmente irritado.

— Desculpa cara, não estou bem. — Disse Hugo, deixando Desmond para trás. A morte de Jack realmente havia o afetado.

Naquele instante, Ben estava no penhasco onde se encontrava o corpo do monstro fumaça no corpo de John Locke. Olhou fixamente para o corpo dele que se encontrava entre as pedras. Deu um sorriso de canto e comentou: — Eu venci.

Voltando ao presente, Aaron e Desmond caminhavam em direção a um lugar abandonado. Parecia ruínas de uma indústria automobilística. Aaron viu um símbolo com um letreiro escrito Paik.

— Paik? Do que se trata? — Perguntou Aaron.

— Era uma indústria automobilista coreana. Infelizmente ela fechou.

— Mas o que estava fazendo aqui no meio do nada?

— A missão que tenho para você é fora da empresa. Não se preocupe, será bem recompensado. Guardei a pasta com os dados da missão aqui longe dos olhares curiosos de algumas pessoas.

— Está ficando louco? Não sou mercenário ou coisa do tipo.

— Não tem nada a ver com isso. Apenas continue me seguindo.

Aaron estava desconfiado, mas permaneceu acompanhando Desmond adentrando as ruínas da empresa. Quando chegou em uma sala fechada se recusou a entrar.

— Não irei entrar aí.

— Já disse para confiar.

— Você chega do nada e diz ser dono da empresa onde trabalho. Agora me traz num local abandonado com uma sala secreta? O que você é? Algum agente da CIA?

— Vamos lá. Há alguns meses descobrimos uma ilha no meio do oceano pacífico que possui uma fonte de energia muito forte capaz de nos ajudar a crescer nosso portifólio. Decidimos investigar. Agora, reunimos uma tripulação de pessoas específicas para essa missão.

— Espera aí. Ilha? Aonde quer chegar? — Aaron perguntou, desta vez interessado, afinal, tem sonhado muito com uma ilha.

— Você estará incumbido de encontrar algumas pessoas para mim que embarcarão nessa missão junto com você.

— Está brincando? Logo eu.

— Soube que é assistente e é filho de Claire Littleton. Foi muito bem recomendado e será o único capaz de realizar essa missão.

Aaron, agora mais interessado decidiu adentrar a sala junto com Desmond. Lá tinha uma pasta sobre a mesa e Desmond a pegou e entregou na mão de Aaron. Na pasta tinha uma lista de pessoas com informações, localizações e etc de cada pessoa que Aaron deveria encontrar.

— Espere, tem pessoas aqui que vivem em outros países.

— Não se preocupe com isso. A maioria das pessoas da lista já foram encontradas. Preciso que vá atrás de Clementine Phillips e Yan Tedros.

Aaron se empolgou com a missão. Desmond deu um sorriso e o acompanhou até fora daquele local. Mais tarde, ambos se encontravam já em frente à sede das corporações Widmore. Desmond apertou a mão de Aaron e disse:

— É bom ver você crescido, brother.

Antes que Desmond pudesse soltar a mão de Aaron, tudo em volta do rapaz mudou e ele estava naquela ilha novamente. Estava sua mãe segurando-o bebê e Desmond do lado deles sorrindo enquanto Charlie Pace observava de longe.

— O que é isso? — Perguntou Aaron. De repente, tudo se dissipou e ele estava novamente em frente a empresa.

— Espere. Já estivemos nessa ilha, eu e você. — Disse Aaron.

— Do que está falando?

— Não sei explicar, mas sinto que já nos conhecemos antes, mas eu era muito pequeno para me lembrar.

— Aaron, apenas siga o combinado.

— O que você está me escondendo?

Desmond abaixou sua cabeça.

Há alguns anos Hugo e Desmond permaneciam na ilha. Era 2017 e já haviam se passado 10 anos e Desmond não encontrou forma alguma de sair dali.

Hugo e Ben conversavam de longe enquanto Desmond o observavam.

— Como ele conseguiu sair? — Indagou Hugo, sem mencionar de quem se tratava.

— Você sabe que não adiantaria mantê-lo aqui. — Disse Ben.

— Então teremos que mandar Desmond para achar os novos candidatos. — Disse Hugo. Desmond caminhou até Hugo, sem perceber do que eles conversavam e comentou, visivelmente irritado:

— O que tanto vocês comentam? Ultimamente só vivem de segredos. Por que não posso ir para o outro lado da ilha?

— Desmond, se acalme. — Disse Ben.

— Não estou falando com você, seu psicopata. — Disse Desmond, Ben sorriu e se afastou dos dois.

— Escute, eu disse que quando encontrar uma forma de você sair da ilha eu iria falar. — Disse Hugo.

— Já se passaram 10 longos anos e nada, simplesmente nada até agora.

— Olha, existe um jeito. — Disse Hugo meio, desconfortável.

— Espere. Você sempre soube que existe um jeito e nunca me disse?

— Ben encontrou uma saída recentemente. Mas é perigoso e posso perder meu cargo de guardião se você sair.

— O que? Então seu carguinho de protetor de ilha é mais importante que minha família? Charlie já deve ter uns 10 anos agora e eu sequer o vi crescer. Seu desgraçado.

— Desmond, descobrimos isso agora. Só não te contamos por que talvez você iria recusar.

— O que? Como recusar? O que mais quero é sair dessa ilha.

— Bom. É uma missão complexa. A mesma que nos trouxe a essa ilha. Você seria responsável por trazer os candidatos a ocupar meu lugar como protetor da ilha.

— Assim, tão fácil?

— Existe uma lista de nomes que o Ben coletou. Basta trazê-los até mim e nunca mais precisará voltar.

— Perfeito, quando começo?

— Espere. Nunca mais é nunca mais mesmo. Lembre-se Desmond, a ilha precisa de você, se você não voltar nunca mais, poderá ser o fim.

— Dane-se essa porcaria de ilha. Eu aceito sua proposta.

— Então tá bom. — Disse Hugo e então ambos caminharam até o local onde acharam a saída da ilha com ajuda do Ben.

Voltando ao presente, Aaron olhava fixamente para Desmond que parecia omitir alguma coisa.

— Não vai falar nada? — Perguntou Aaron.

— Essa missão é muito importante, espero que a execute como combinado.

Desmond se despediu e Aaron apenas ficou o encarando por alguns segundos. Enquanto isso acontecia, do outro lado da cidade, Roger estacionava seu carro. Olhando para todos os lados, ele avaliava o ambiente com cautela, sua expressão tensa denunciando uma inquietação crescente. O local para onde ele se dirigia era uma construção de aparência abandonada, coberta de vegetação e envolta em sombras.

Ao entrar no espaço, Roger sentiu uma presença furtiva, como se estivesse sendo observado. Seus instintos aguçados o colocaram em alerta máximo. Ele sabia que aquilo não era uma simples parada casual. Cada passo que dava ecoava pelos corredores vazios, aumentando a tensão no ar.

De repente, figuras sombrias surgiram dos cantos escuros do prédio. Roger reconheceu os homens como indivíduos que definitivamente não tinham boas intenções. Seu corpo se preparou para a ação, seus músculos tensos, enquanto ele tentava calcular suas opções. Mas antes que pudesse reagir, os homens avançaram sobre ele.

A luta foi intensa e implacável. Roger mostrou habilidades surpreendentes, lançando golpes precisos e defendendo-se com destreza. No entanto, o número dos adversários era uma desvantagem difícil de superar. Ele foi derrubado ao chão, mas não desistiu. Com uma força incrível, ele conseguiu se libertar e pegou um dos agressores pelo colarinho.

Ofegante e com um olhar desafiador, Roger encarou o homem preso em suas mãos.

— Quem são vocês? E para quem estão trabalhando?

Os outros homens reagiram furiosamente. Com uma violência impiedosa, eles se lançaram contra Roger, desferindo socos e chutes brutais. Ele lutou bravamente, mas as forças estavam se esgotando. Os golpes que ele recebeu o deixaram quase incapacitado, seu corpo marcado pela dor e pela determinação.

De repente, um homem emergiu das sombras, silencioso e sombrio como a própria noite. Ele se revelou como Frank Lapidus, piloto de helicóptero e avião, e nome conhecido por Roger. Usava um terno preto naquela ocasião.

— Roger Miles. Sou Frank Lapidus. Ouvi dizer que você está prestes a entrar em uma missão de Desmond, correto? — disse Frank, sua voz carregada de um mistério sombrio.

Roger arquejou e encarou Frank com desconfiança e raiva.

— Ouvi falar de você. O homem que trouxe os sobreviventes da Agira há muitos anos. É um nome familiar. Já trabalhou para Widmore. E hoje, para quem está trabalhando?

Frank não se deu ao trabalho de responder diretamente. Em vez disso, ele lançou uma advertência enigmática: — Vou te dar um conselho, Miles. Se você quiser se manter vivo e proteger aqueles que ama, atrapalhe essa missão de Desmond. Ir para a ilha não é uma opção. Vai atrapalhar os planos de um certo alguém que você não quer ter como inimigo.

Enquanto Frank falava, os homens que haviam atacado Roger se aproximaram novamente, suas expressões impiedosas. Eles o espancaram mais uma vez, deixando-o quase sem forças. Frank recuou para as sombras, mas sua presença persistia como uma sombra sobre Roger, que desmaiou logo em seguida.

As horas se passaram e Aaron chegou em casa com dois lanches, um para ele e um para a mãe dele que dormia no sofá. Aaron se aproximou e a beijou, fazendo-a acordar.

— Oi filho. — Disse Claire.

— Oi mãe. Trouxe lanche.

— Não precisava, eu já jantei.

— Tudo bem. Vou guardar na geladeira.

— Obrigada.

Aaron caminhou até a cozinha e começou a comentar.

— Hoje aconteceu algo muito estranho, mãe.

— Pode falar filho. — Disse Claire se levantando e caminhando até a cozinha.

— Um homem chamado Desmond Hume se apresentou como meu chefe e me fez uma proposta.

— O QUÊ? — Claire ficou desconfortável. — Que tipo de proposta?

— A princípio reunir um pessoal para embarcarmos a uma ilha no pacífico. É uma missão embarcado, lógico que aceitei. Mas farei muitas viagens internacionais, então...

Claire o interrompeu.

— Filho, não aceite essa proposta.

— O que? Por que não?

— Esse homem, Desmond, é perigoso. Não sei como ele conseguiu voltar.

— Conseguiu voltar? Voltar de que?

— É complicado, Aaron.

— O que é complicado? O que está acontecendo, mãe?

— Aaron, talvez eu não tenha sido muito sincera sobre seu nascimento.

Aaron ficou paralisado naquele momento. Olhou fixamente para sua mãe e perguntou.

— Me diga mãe, o que você escondeu?

Claire ficou atordoada, mas sabia que estava na hora de contar para seu filho toda a verdade.


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Notas finais do capítulo

Por favor, ao ler, comente, siga e favorite. Ajuda muito.
Qualquer dúvida pode perguntar nos comentários.
Próximo capítulo: 28/03/2023 às 09:30