There's no one quite like you (TL 3.0) escrita por Anna


Capítulo 2
It always starts with a "hey"


Notas iniciais do capítulo

a música desse é how deep, tai verdes. eu tinha todas as intenções de postar antes mas esses últimos meses foram uma loucura e eu tava numa vibe meio diferente, mas aqui estamos. acho que o próximo vai ser do pov do will



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Era uma longa história. 

Logicamente, eles não deveriam ter nada a ver um com o outro. Não era como se eles tivessem amigos em comum (não era como se ele tivesse qualquer amigo, Nico pensou ironicamente) ou frequentassem os mesmos círculos. Tudo começou com um pequeno acontecimento aparentemente insignificante que gerou uma sequência cada vez maior de coincidências que acabou em... Bem. O que quer que tenha sido aquilo.

Era algo no qual Nico pensava o tempo todo. Se naquele dia alguma coisa, qualquer coisa, tivesse sido diferente, o que mudaria? 

A história começa assim. Era o início do verão. O dia estava quente e não havia nenhuma nuvem no céu. Pela primeira vez desde que sua irmã mais velha Bianca tinha ido embora para estudar, Nico não se sentia tão perdido. O dia estava bonito e pela primeira vez parecia cheio de possibilidades.

Dois dias antes, houve uma tempestade a alguns quilômetros do condomínio em que morava. Não tinha sido grave, mas desde então a energia estava oscilando, então ele deixara as janelas abertas à noite para deixar o ar entrar. Por conta disso, ele esqueceu de fechar a cortina, então pela primeira vez desde que se formou do ensino médio ele acordou antes das 11h com o sol brilhando em seu rosto. Ordinariamente, isso teria sido um motivo de irritação, mas naquele dia não. 

Enquanto olhava para o teto e se perguntava se devia tentar voltar a dormir, o mordomo bateu na porta suavemente e entrou no quarto antes que ele tivesse tempo de responder. Ao ver Nico acordado, o sr. Stefano ficou surpreso, mas logo mais se recompôs e lhe entregou um bilhete de seu pai. 

A mensagem em si não era nada demais. Ele tinha saído em mais uma viagem de negócios, não tinha previsão para retornar e se Nico precisasse de alguma coisa podia ligar para seu assistente. O que o fez pausar foi o papel timbrado que caiu quando abriu o envelope. Eram ingressos de uma exibição de arte no sul da cidade, um lugar onde Nico não conhecia muito bem. Aparentemente era de uma artista bem popular entre jovens e um colega de trabalho de seu pai, sabendo que ele tinha um filho adolescente, reservara um com antecedência para ele. Essa parte também não era nada demais. Ao longo dos anos Nico perdeu a conta de quantos presentes, CDs, camisetas e ingressos para shows que eram "popular entre jovens" ele ganhara dos colegas de seu pai. Ele não se interessava particularmente por nenhuma dessas coisas e provavelmente ignoraria o ingresso, se não fosse pelo nome familiar da artista.

A última vez que falara com Bianca pelo telefone ela tinha mencionado que os trabalhos dessa nova artista eram muito interessantes e tinham se tornado um de seus favoritos. Se fosse um dia normal, talvez isso ainda não teria sido suficiente. Mas hoje era um raro dia bom. Então, depois de alguns minutos de ponderação e para a surpresa tanto de sr. Stefano como de sua própria, ele se levantou e se arrumou para ir à exposição. 

Depois de confirmar o endereço pelo menos três vezes, Nico conferiu as rotas e no último minuto, decidiu pegar um ônibus em vez de um táxi. Hoje vai ser um dia diferente, decidiu. Com o vento vindo das janelas abertas bagunçando seu cabelo e sua música favorita no fone, o garoto pensou que talvez as pessoas não estivessem completamente equivocadas ao aconselhar que sair de sua zona de conforto era uma coisa boa. Era um pouco desconcertante. 

Após uma jornada surpreendentemente agradável, o ônibus parou a cerca de três quadras da galeria. Depois de checar o horário em seu celular, ele decidiu por impulso parar em um pequeno café que avistou adiante e tomar o café da manhã que havia perdido em casa. Já que já havia se comprometido em fazer as coisas de forma diferente naquele dia, podia muito bem se dedicar a ter três refeições adequadas em horários apropriados. Bem, por que não?, pensou ao entrar. O lugar inteiro cheirava a café recém passado e assado e tinha algo no modo como a luz do sol batia nas cortinas translúcidas que o fez pensar que foi entrar ali foi a decisão certa. Talvez eu esteja sentimental demais, pensou criticamente enquanto caminhava para o balcão.  

A loja estava relativamente vazia naquele horário. Após fazer o pedido, Nico se sentou em uma mesa na janela e olhou ao redor, pensando que Hazel gostaria daquele lugar. Ela era um pouco obcecada com cafés. Pensando na irmã mais velha, o rapaz refletiu que provavelmente deveria se esforçar mais em tentar manter contato agora que Bianca não estava mais aqui para fazer isso por ele. Ele estava descobrindo cada vez mais a quantidade de coisas que Bianca estivera fazendo por ele ao longo de seus 18 anos que ele de alguma forma nunca se dera conta. Era outra coisa um tanto desconcertante. Ele não sabia como ela conseguira lidar com tanta coisa por tanto tempo.

Enquanto ainda estava perdido em pensamentos, terminou de comer rapidamente e pediu mais um café para viagem para a moça atrás do balcão. Quando ela lhe entregou o copo térmico, Nico lhe agradeceu e ela sorriu em resposta antes de ir se ocupar com outra coisa. O garoto olhou para ela por mais alguns segundos, pensando distantemente que ela lhe parecia familiar, mas não conseguia se lembrar de onde ele poderia a conhecer. 

Ainda estava pensando nisso enquanto checava o mapa no celular para confirmar que estava na direção certa. Quando finalmente avistou a galeria, mal tinha levantado a cabeça quando alguém trombou contra ele com força, derrubando a bebida em sua mão. 

"Ah meu Deus, mil desculpas! Você se machucou?" a garota deu uns passos para trás para se estabilizar após o impacto e soltou uma exclamação de alarme após ver o café no chão. "Sério, tá tudo bem? Você se queimou? Desculpa mesmo! Eu não tava prestando atenção no caminho, foi minha culpa" 

Nico suspirou tentando agitar o excesso de café em sua mão.

"Tá tudo bem. Eu também não estava prestando atenção" ele respondeu. 

Ao contrário do que esperava, a garota pareceu ainda mais chateada. 

"Eu vou comprar outro café e pagar pela sua camiseta. Eu não acredito que eu fui tão idiota assim. Desculpa mesmo" a cada frase ela ficava mais agitada e parecia a ponto de chorar. Nico não sabia muito bem o que fazer. Olhando ao redor, ele percebeu desconfortável que algumas pessoas na rua pararam para ver o que estava acontecendo. 

"Sério, não precisa. Foi um acidente. Tá tudo bem mesmo" repetiu. Vendo que ela ainda não parecia convencida, ele continuou: "É só um pouco de café. Eu só vou me lavar no banheiro e problema resolvido."

A garota hesitou, claramente contrariada. Depois de alguns segundos de indecisão olhando para o relógio no seu pulso, ela abriu a bolsa e rabiscou algo em um pedaço de papel. 

"Aqui meu telefone. Eu preciso ir para outro lugar agora, mas me liga depois que eu te pago outro café. E pela camisa. Eu insisto." 

Nico pegou o papel sem reação e entregou o ingresso da exibição para o segurança que acabara de presenciar todo o fiasco. Ele lhe lançou um olhar simpático ao apontar a direção do banheiro masculino, o que Nico agradeceu com um aceno. 

E lá se foi o ótimo dia, pensou ironicamente enquanto abria a torneira. Mas isso também não era justo. Apesar de um pouco inconveniente, não era como se tudo estivesse perdido. Era só um pouco de café. Tem coisas muito piores que poderiam ter acontecido e no grande esquema das coisas o acidente não impactou tanto assim em seu humor. Uau. Isso foi um pensamento... otimista? Eu sou uma dessas pessoas agora? pensou admirado. É sempre quando nós menos esperamos. Quando eu der por mim vou estar postando fotos contra a luz do sol com a legenda #gratidão.

Estava tão compenetrado em seus pensamentos que demorou a perceber com um sobressalto que tinha mais alguém no banheiro tentando chamar sua atenção. Quando o garoto percebeu seu susto, ele riu suavemente.

"Desculpa, não foi minha intenção te assustar"

"Hã... tudo bem. Eu estava distraído."

"É, eu percebi. Eu estava perguntando se você queria uma ajuda com isso aí" apontou para sua camiseta manchada. 

Nico piscou confuso. 

"O que exatamente você tem em mente?" 

O garoto se juntou a ele na pia e olhou criticamente para a camiseta. Nico tentou não reparar muito, mas ele era bonito. Muito bonito.

"Você não me parece o tipo de pessoa que resolve seus problemas com glitter, não é?" disse com um sorriso. Caramba. Muito bonito mesmo. Nico tentou pensar em qualquer outra coisa, ainda que já sentisse o rosto esquentar.

"Hã... não. Não tipicamente" respondeu depois de limpar a garganta.

"Pena" o rapaz deu de ombros e começou a mexer em sua bolsa carteiro. "Para sua sorte, acontece que eu tive um incidente na lojinha de lembranças ontem à noite e me deram duas camisetas por engano. Embora eu ainda recomende o glitter por uma questão de princípios." Ele estendeu uma camiseta preta com a logo de um musical. "Eu sou Will, aliás. Não acredito que eu não me apresentei antes."

"Nico" respondeu pegando a camisa. 

Sorte, Nico pensou. Parecia que ele estava tendo bastante daquilo ultimamente. 


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Notas finais do capítulo

é isso. ainda tô testando o novo formato então vamos ver o que vai ser disso tudo



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