A Pedra Filosofal: Regulus Black Mestre de Poção 1 escrita por Bruna Rogers


Capítulo 9
Capítulo 9




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Além do sucesso, ou quase, de se reconectar com a família, a caça às Horcrux, ele também criou uma estranha amizade com a nova professora de Estudo dos Trouxas, no início foi apenas para ajudar a sanar as dúvidas dos jovens sonserinos. Regulus imaginou que se eles soubessem como as coisas eram feitas por um trouxa, a ignorância que traz o ódio poderia ser amenizada.

Isso no início foi um tanto complicado quando ele ofendeu a Srta. Stevens desde o momento em que se conheceram na reunião em Julho de 1983. Aparentemente eles tinham estudado juntos por todos os seus sete anos como alunos, na mesma turma de feitiços e por um ano em astronomia.

— Sinceramente Black — disse Persie quando eles se encontraram no Cabeça de Javali.

Eles tinham se encontrado por acaso no local, Hagrid os havia convidado aparentemente para comemorar o seu aniversário com bebida barata em uma noite de sábado.

Eles já estavam lá há algumas horas, com ela sendo minimamente educada, enquanto eles ouviam as histórias de Hagrid já bêbado. A indignação dela aflorou quando ele fez uma pergunta tola sobre Ilvermorny, pois a única coisa que ele sabia além do nome dela, era que ela era americana. Ele esperou, tolamente ao que parece, que Persie tivesse ido para Ilvermorny.

— Eu realmente não esperava tanto de você — ela continua depois de um gole na sua quarta cerveja — mas, porra Black, tive que olhar para sua fuça por sete anos

— Me desculpe, o quê?

Ela riu alto disso, como uma piada entre amigos de longa data, não como se apenas estivesse rindo da cara dele.

— Sim Black — ela responde balançando a cabeça — nós fomos colegas de turma. Apesar de que com todo o lance de Comensal da Morte é até bom você não ter se lembrado da minha existência.

A amizade ou o que quer seja a relação deles começou a evoluir realmente porque eles eram os únicos com menos de cinquenta anos no grupo docente além de Trelawney. E tendo as mesmas aulas com os mesmos professores e agora trabalhando ao lado dos mesmo traz um tipo de experiência que é difícil encontrar alguém para compartilhar.

O fato de que aparentemente Regulus ter se tornado o escudo de Persie ajudou o rancor a se tornar uma leve desavença amigável. Porque — para o choque de Regulus— Stevens tinha mais medo de McGonagall do que de um ex Comensal.

1984

O jogo de Quadribol entre Sonserina e Grifinória aconteceu a quase dois dias, e o humor da professora McGonagall não mostrou indícios de melhora. Por isso os alunos a evitavam sempre que possível, e alguns professores também.

Regulus e Persephone eram os principais a evitar a professora de transfiguração, ele por ser da Sonserina e apesar de sua felicidade pela vitória de sua casa, ele mais do que todos sabem o quanto McGonagall era rancorosa com os sonserinos principalmente quando se trata de quadribol. Persie por sua vez sempre teve um pouco de medo da professora mais velha, e considerando que ela não é a maior fã de quadribol estudantil ou da rivalidade da Grifinória e Sonserina.

Por mais de dez vezes, ela se esquivou da sua antiga professora, dando a volta por corredores e escadarias, evitando qualquer reunião que não fosse tão necessária e de ficar no salão principal com poucas pessoas. Não que McGonagall fosse de fato fazer algo contra ela ou contra Black — que na verdade é quem realmente correria riscos — mas Persie não gostava de conflitos e Minerva sempre a lembrava da avó de seu pai, e ela tinha muito medo de sua bisavô toda rígida e apegada às velhas tradições.

— Fique parado — Ela disse enquanto ficava atrás dele.

— O que você está fazendo ? — Ele perguntou virando-se levemente para ela.

— Não vira — ela disse empurrando os ombros dele para a posição que ele estava antes — Você tem ombros largos — ela comentou ainda agarrando parte de sua capa preta — e sua capa são perfeitas, agora não se mexa.

— Meus ombros são perfeitos? — ele perguntou com um sorriso em sua voz.

— Eu disse que... oras apenas fique quieto, por favor — ela respondeu não se deixando cair em outra discussão com Black — faça isso por mim e eu te pago o jantar naquele restaurante pomposo que você gosta em Paris.

— Está me convidando para viajar, além de me chamar para um encontro e...

— Você é um escudo chato para caramba.

— E me usar de escudo.

— Senhor Black — Flitwick  cumprimentou passando por eles junto a Minerva que apenas acenou levemente para o professor de Poções.

Assim que eles dobraram o corredor, Persie saiu de trás dele, indo embora como se nada tivesse acontecido.

A relação deles se tornou uma distração útil até mesmo fora da escola. Não que os dois se encontrassem fora de Hogwarts por livre e espontânea vontade, mas ocorreu algumas vezes.

Foi no Natal de 1985 que as coisas mudaram em sua relação e eles se tornaram realmente amigos, em um momento chocante onde ela, uma nascida trouxa — de todas as pessoas— o defendeu em público e contra um amigo do cunhado dela.

Ele foi convencido — forçado praticamente — a ir a festa de natal do ministério, com sua posição como Lorde Black e sua posição própria no ministério.

O local estava ricamente adornado para a ocasião, uma orquestra tocava ao lado do espaço considerável destinado ao baile. O bar pelo menos estava bem abastecido com ótimas bebidas. E as pessoas, mais do que Regulus gostaria de se encontrar, estavam todas bem arrumadas tentando demonstrar sua riqueza sem ter que gritar como crianças mimadas.

Regulus reencontrou alguns de seus ex-colegas comensais durante a noite, pessoas que ele fez questão de não manter contato depois de se declarar um desertor. Não foi divertido revê-los e a constatação de quão ruim o ministério continua sendo para punir quem merecia.

Ele passou um tempo conversando com Narcissa que acompanhava Lucius. Eles dançaram juntos uma música e então retornaram para próximo a Lucius e teve a infelicidade de ter que lidar com seus conhecidos.

Regulus não prestou atenção verdadeira em metade do que estava sendo dito enquanto sua bateria social — como Stevens chamava a capacidade dele de ser sociável — se esvai como areia numa ampulheta, enquanto ouvia os comentários preconceituosos.

O ódio voltou a ser mais velado dentro do ministério, pelo menos por aqueles que estavam tentando evitar Azkaban, a capacidade de Avery e Lucius continuarem a ser preconceituosos e covardes foi uma lembrança agradável a Regulus de que agora ele não estava mais do mesmo lado que eles.

Ele viu a chegada do jovem Edmund Jameson, como ele se apresentou a Regulus durante o verão, se tornou assistente da ministra a poucos anos. Ele estava ao lado de quem Regulus presumiu ser a esposa dele, mas foi a outra mulher com o casal que o surpreendeu. Em um vestido preto e dourado fendado estava ninguém mais do que Stevens, acompanhada de um homem ligeiramente mais baixo. Regulus não fazia ideia do que ela estava fazendo aqui, mas era uma distração mais interessante do que os amigos de sua prima.

Depois de um tempo ele pegou um copo de Firewhisky e se retirou para um canto próximo da pista de dança mas longe o suficiente das pessoas, escorando na grande pilastra ele observou alguns casais dançaram. Aquilo o lembrava dos bailes sangue puro que ele era obrigado a frequentar em sua adolescência.

Regulus corre os olhos das pessoas tentando evitar as memórias de infâncias.

***
N

atal, 1985

— Escudo novamente? — ele perguntou quando ela se posicionou atrás dele, usando sua posição perto de uma pilastra larga para se esconder.

— Você é bom para isso — Ela disse olhando por cima do ombro dele para as pessoas no baile — mas não, não estou me escondendo.

— Realmente? — ele disse com escárnio enquanto bebia seu firewhisky — poderia ter me enganado, Stevens.

Regulus conseguia sentir ela revirando os olhos em suas costas. Ele a viu conversando alegremente com o sr. e sra. Jameson e um homem bem arrumado a menos de dez minutos. E tão desesperadamente como quando ela se escondeu de Minerva dois anos atrás ela se escondeu deles, usando novamente Regulus como um escudo.

— Sinceramente Black — ela bufou encostando sua testa nas costas dele pouco abaixo da omoplata, o que significa que ela se curvou um pouco, já que ela não é tão baixa com aqueles saltos — não tenho que provar nada a você.

— Não, mas há pessoas te procurando.

Ele sentiu ela se encolher um pouco e apertar seu braço. Ele estendeu sua mão ao seu lado, com a palma para cima, um ínfimo sorriso puxou o canto de seus lábios

— Dança comigo — ele diz, há um pequeno tom de desafio.

Somando todo o tempo como alunos e Professores eles se conheciam a dez anos, não que ele se lembrasse tanto dela na época como alunos, ainda assim ele percebeu o quão teimosa, e o quanto ela desejava provar que ele estava errado sobre ela. Ele não a forçaria a dançar com ele, Regulus nem tem certeza de porque a convidou, tanto quanto ela queria se esconder ele gostaria de simplesmente voltar para casa ou seu quarto em Hogwarts, qualquer coisa para apenas sair dali.

Ela, como ele imaginava assim que as palavras saíram de sua boca, pôs a mão sobre a dele em um aceite silencioso, ou quase. Ela soltou um suspiro, os ombros levemente curvados quando ela parou ao seu lado antes dela arrumar a própria postura e olhar para ele. Apenas um segundo de resignação.

— Maldita teimosia — ela murmurou baixinho enquanto caminhavam para a pista. Não parecia algo que ela queria que ele ouvisse, então Regulus ficou quieto.

Ele a conduziu lentamente até o centro do salão, onde outros casais se preparam para a nova valsa que está começando a tocar. Quando eles tomaram suas posições, ela olhou para cima. Com o salto os olhos dela estão na altura do nariz dele, então ela teve que inclinar a cabeça para o encarar.

— Não fique tão convencido Black — ela murmurou e desviou o olhar

— Nem sonharia com isso, Stevens — ele responde, seu braço envolvendo a cintura dela, enquanto a mão dela pousa em seu ombro.

Isso foi o mais próximo que eles já estiveram além de quando ela se escondeu atrás dele e durante as partidas de Quadribol da Sonserina e Lufa-Lufa.

— Então, como tem sido sua noite? — ele perguntou sobre o silêncio que se instalou entre eles. A música suave embalou a eles enquanto se moviam.

— Por favor Black — ela resmungou — tão bem quanto a sua, em meio a tantas pessoas.

— Você parecia estar se divertindo — ele continuou após fazê-la girar e puxá-la de volta para seus braços — com sua amiga, sra. Jameson.

Os olhos castanhos se voltaram para os deles, uma pequena ruga se formou quando ela franziu o nariz, e então ela soltou uma risada baixa.

— Jo é minha irmã mais nova — disse ela — pensei que pelo menos dela você se lembraria, Jo e Pandora eram próximas.

— Bem, você pode me culpar?

— Por não prestar atenção na minha irmãzinha enquanto estava cheio de ódio pelos nascidos trouxas? Não, na verdade tenho que lhe agradecer por isso — o passado nunca esquecido agora era tocado com mais suavidade do que no início, com ela se focando em apenas jogar na cara dele o quão avoado, aparentemente, ele era — E como está Pandora? Faz séculos que eu não ouço sobre ela.

— Eu a vi no início do verão, a filha dela estará em Hogwarts em mais alguns anos.

— Ela realmente casou com Xenophilius? — ela perguntou.

— Qual seu problema com pessoas excêntricas?

— Nenhum — quando ele apenas levantou uma sobrancelha cética para isso ela continuou — se eu tivesse algum, não estaria aqui com você.

— Eu não sou excêntrico.

E então ela riu, alto dessa vez, sua cabeça pendeu para trás enquanto ria, e ele não conseguiu evitar de sorrir também.

— Persie? — A voz de um homem próximo a eles, a fez parar de rir enquanto olhava para a pessoa atrás de Regulus.

Ele a soltou e se virou também, Jameson estava parado ali olhando entre eles com as sobrancelhas franzidas e um toque de reprovação velada. Reprovação que não estava escondida no olhar de sua esposa ao lado dele.

— Lorde Black — ele cumprimentou estendendo a mão.

— Senhor Jameson — Regulus apertou a mão do homem e se virou para a mulher — Sra. Jameson é um prazer conhecê-la.

— Pare de franzir o nariz Jô, vai criar rugas — Persie disse ao ver que a expressão da irmã não suavizou — Ignore a rabugice dela, você a entende, irmão mais novos e tudo mais.

— Eu sou um irmão mais novo e não sou rabugento — Regulus disse ofendido. Um pequeno sorriso suavizou a expressão dos Jameson.

— Você não andava com um espelho na época da escola — Persie rebateu.

— Se nos dão licença senhores — a sra. Jameson puxou a irmã com ela afastando-as dos homens.

Regulus teve uma curta conversa com Edmond antes de retornar ao bar. Ele viu de longe Stevens e a irmã conversando, e Stevens parecia chateada, ignorando o homem próximo a elas, aquele que acompanhava os Jameson e Stevens quando eles chegaram.

Quando ele a viu partir com a irmã em seus calcanhares, Regulus imaginou que algo estava errado, e por mais que não fosse da conta dele, ele ainda as seguiu até um dos corredores que ficavam entre o salão de baile e o sistema de Flu. Ele usou a iluminação baixa para se esconder enquanto ouvia sem querer a conversa das duas.

— Não estou discutindo com você — disse Persie — essa noite já deu o que tinha que dar.

— Oh, você não vai embora, há um elefante Black na sala e a gente vai falar sobre ele.

— O que tem para falar? — ela se voltou para a irmã — foi uma dança, não a merda de um pedido de casamento publico. Pare de ser dramática.

— Primeiro, pare você de ser tão boca suja — disse Jô com os braços cruzados — em segundo lugar, não foi só uma dança. Só uma dança teria sido com Hugo — Persie fez uma careta ao ouvir o nome do homem que o acompanhava — aquele é um comensal da morte.

— Ex — Persie disse com veemência — Ex-Comensal, todos sabem que ele desertou. Ele fez isso publicamente.

— Acha que isso o torna diferente de todos os outros que disseram estar sobre o Imperius?

— A partir do momento que ele assumiu o próprio passado e os erros? Sim, acho que o torna diferente. Você conviveu com ele por seis anos? E mais por parte de Pandora do que realmente lidando com ele. Eu o conheço há dez anos, eu convivo com ele há dez anos.

— Por favor, você passou seis meses o ofendendo sempre que o assunto Hogwarts e seu trabalho vinha a tona, porque ele nem se lembrava de você.

— Fazem dois anos, eu consigo seguir em frente, você também deveria — Persie argumentou — não estou falando para perdoar todos eles, mas Black não fez nada contra você.

— Você tem tanta certeza disso.

— Ele nunca fez nada além de destilar ódio e ignorancia verbalmente — Persie disse zangada — ele fez o mesmo comigo e todos como nós, mas ele nunca tentou te amaldiçoar, nunca te atacou intencionalmente ou não, eu sei. Ele não estaria vivo hoje se tivesse.

— Persie.

— Não Josephine, eu aceito você não gostar dele, eu aceito você nem mesmo o respeitar a ponto de olhar na cara dele — Persie respondeu com raiva — Merlin sabe que eu ainda tenho rescentimento do nosso tempo de escola, mas eu não aceito que você duvide das minhas escolha. Ou do que eu faria por você, eu mataria por você irmã sem pestanejar — ela parou por um segundo sua respiração agitada sua furia suavizando — morrer por você já são outros quinhentos.

As duas sorriem.

— Talvez por meus sobrinhos.

— Céus — Jô reclama puxando a irmã para um abraço — eu te amo, só estou preocupada.

— Eu sei, mas eu ainda sei como me cuidar.

— Não entendo como você pode confiar nele — Jô continua — mas se você acha que ele é uma boa pessoa eu vou respeitar suas escolhas, mas que ele saiba que se vacilar com você.

— Eu o terei de joelhos sobre um detorquere testiculum antes que você descubra.

— Tenho certeza disso — elas se afastam ainda sorrindo — Eu sou adulta o suficiente para admitir — Jô continua, seu sorriso se tornando malicioso — ele ficou bem atraente.

— Se você diz — Persie responde dando de ombro — acho que ele continua igual a antes.

O sorriso do gato de Cheshire, os olhos brilhantes quando os olhos dela finalmente encontraram os de Regulus, ele sentiu o calor se acumulando em suas bochechas ele não deveria estar ouvindo a conversa delas. Ele mal admitiu para si mesmo que estava preocupado com ela, Regulus não queria que a mulher tivesse problemas com sua própria família por causa dele.

— Se você diz — Jo respondeu sem desviar o olhar dele.

— Por que está sorrindo assim — Persie diz dando um passo para trás — pare já com isso, é assustador.

Stevens disse empurrando a irmã antes de finalmente se virar e encontrar Black lá.

— Black?

— Stevens — ele a comprimentou antes de seguir o caminho até o Flu.

Antes que ele percebesse ela estava ao lado dele.

Eles não falaram nada sobre isso, e quando o jornal chegou no dia seguinte as fotos deles deixando o baile ao mesmo tempo estava ao lado de uma em que se via nitidamente a irmã de Persie socando Bones.

— O que aconteceu? — Ele pergunta mostrando a foto a ela. Isso claramente aconteceu após eles saírem da festa, de volta a Hogwarts.

— O idiota mesquinho fez alguns comentários nada agradáveis.

— A fúria Stevens é algo a ser temido.

Stevens olhou para ele, inclinando-se para perto o suficiente para que, se ela murmurasse, ele a ouviria perfeitamente.

— E não se esqueça — ela respondeu.

 


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