A Pedra Filosofal: Regulus Black Mestre de Poção 1 escrita por Bruna Rogers


Capítulo 21
Capítulo 21




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— Encarando um cão de três cabeças, o visgo do diabo e todas as outras coisas...

— É inegável que eles aprenderam algo esse ano — disse Dumbledore com orgulho.

Regulus o encarou, apesar de manter sua expressão limpa de emoção, em sua cabeça ele estava chacoalhando Dumbledore com força e perguntando o que há de errado com ele? Ron não só desmaiou, como quebrou o braço, além de outras escoriações, Harry enfrentou o próprio Voldemort, e quase morreu no processo, ficou três dias em coma. E Hermione não saiu fisicamente ferida, mas claramente todos tinham saído com traumas daquele lugar, são apenas crianças afinal. E Regulus ainda tem que ouvir esse tipo de absurdo.

— Bom, isso não deveria ter sido testado assim.

— Não podemos mudar o que aconteceu — Dumbledore disse com aquele tom de velho sábio que Regulus odeia.

— O senhor adora usar essa frase, "Não podemos mudar o passado" — Regulus disse se levantando da cadeira à frente da mesa do diretor — mas nunca fala sobre impedir que esse tipo de coisa aconteça no futuro.

— Eu garanto a ti, senhor Black, que a segurança dos alunos é minha prioridade.

Não é o que parece que Regulus pensou, mas não entraria em outra discussão com o velho. Ele aprendeu a escolher suas batalhas, e Dumbledore não valia a pena.

[...]

O que sobrou do ano letivo foi tranquilo, infelizmente não havia mais aula de DCAT, por não ter ninguém para assumi-las. Regulus cogitou ficar no lugar do professor morto, mas com suas aulas de poções sendo igualmente obrigatórias e para todos os anos, não havia tempo hábil para isso. Regulus sentiu muito pelos alunos, mesmo os que já fizeram seus NOMs e NIEMs teriam um grande déficit, não que os professores anteriores tivessem sido os melhores, alguns eram bem questionáveis.

Infelizmente para Dumbledore, a lista de possíveis novos professores está diminuindo dramaticamente, porque ninguém quer acabar morto, no hospital ou amaldiçoado só por dizer sim a ensinar crianças.

Isso é, no entanto, um problema para o próximo ano letivo, então Regulus apenas se sentou na mesa dos professores, na ceia de despedida, onde haveria a comemoração pela vitória da taça das casas.

Regulus está muito orgulhoso de seus Sonserinos, que venceram a competição — pelo sétimo ano seguido, vale-se ressaltar — apesar de alguns primeiros anos perdendo pontos por comportamentos deploráveis. A decoração do salão estava em verde e dourado, com grandes estandartes caindo do teto com o símbolo da casa. Algo bom para esse fim de ano terrível.

A comida estava ótima, e apesar da cara de merda que metade da mesa da grifinória estava exibindo por sua derrota, afinal eles ficaram em último lugar, todo o resto da escola estava tranquilo e feliz.

Regulus viu sua felicidade sendo substituída por indignação e um desejo de amaldiçoar o diretor de Hogwarts, no momento em que o velho ficou de pé, chamando a atenção de todos.

Dumbledore começou com o discurso de fim de ano, nada fora do normal, aquele homem gosta muito de falar. E pouca coisa do discurso muda de um ano para o outro. Obviamente, nada sobre o que aconteceu com Quirrell foi mencionado, mesmo que a maioria dos alunos soubessem que algo muito estranho aconteceu com o homem. Então ele começou a falar sobre a taça das casas e a contagem de pontos.

— Em quarto lugar Grifinória com trezentos e doze pontos. Em terceiro lugar Lufa-Lufa, com trezentos e cinquenta e dois pontos; Corvinal, com quatrocentos e vinte e seis pontos; e Sonserina com quatrocentos e setenta e dois pontos.

Uma tempestade de mãos e pés batendo irrompeu da Sonserina, e Regulus gostaria de comemorar com eles, mas só de olhar para o diretor, ele sabia que não haveria real comemoração para sua casa.

— Sim, senhores. Sonserina está de parabéns — Dumbledore disse — No entanto, temos que levar em conta os recentes acontecimentos.

Regulus sentiu seu sangue ferver, a vontade de bater a própria cabeça na mesa de jantar repetidamente, ou a de Dumbledore na parede.

Porra Albus, fizesse essa merda antes.

— Tenho alguns pontos de última hora.

Regulus fechou a cara, tentando se impedir de gritar com o velho. Respirando fundo pelo nariz e contando até dez. Quando não funcionou para se acalmar, ele começou a listar em sua mente toda a sua árvore genealógica. Ele batia ritmadamente o dedo indicador na mesa ao lado dos talheres.

— Primeiro: ao Ronald Weasley pelo melhor jogo de xadrez presenciado por Hogwarts em muitos anos, eu confiro a Grifinória cinquenta pontos.

Por dois ossos quebrados e uma concussão. E claro, quase morrer também.

O tamborilar passou de apenas um dedo para todos os de sua mão esquerda.

— Segundo: à Srta. Hermione Granger, pelo uso de lógica inabalável diante do fogo, concedo à Grifinória cinquenta pontos.

Ela é esperta, eba — Pensou sarcasticamente.

— Terceiro: ao Sr. Harry Potter, pela frieza e excepcional coragem, concedo à Grifinória sessenta pontos.

Sim, parabéns por ser uma criança corajosa, sem um pingo de auto-preservação para pedir ajuda. Típico de um Grifinório. Oh, é claro, pontos por ter limpo a sujeira da incompetência do nosso diretor. PARABÉNS.

Ele tamborila mais forte.

Regulus sentiu sua cabeça doer, a irritação borbulhando sob sua pele com toda a injustiça que estava acontecendo em sua casa. Nenhum dos três deveriam ganhar pontos por desobedecer às regras, se colocar em perigo e sobreviver com sorte. Isso é só um reforço positivo para o erro deles.

Empatados — Regulus pensou, se arriscando a olhar para Dumbledore — mas não vai acabar assim, não é Albus? Nem Minerva seria tão baixa.

— Existe todo tipo de coragem — disse Dumbledore, e Regulus sabia que teria que consolar os seus sonserinos indignados, tristes e raivosos e eles terão razão — É preciso muita audácia para enfrentarmos os nossos inimigos, mas igual audácia para enfrentarmos os nossos amigos. Portanto, concedo dez pontos ao Sr. Neville Longbottom.

Foda-se — Regulus concluiu se recostando em sua cadeira, estava feito. Ele esticou e dobrou os dedos para parar de batucar, sua mãe odiava quando ele o fazia.

Ele tecnicamente não tem nada contra os pontos que Longbottom, na verdade era o único que realmente fez por merecer ganhá-los, sem quebrar qualquer regra, ou arriscar sua vida e/ou a dos outros.

A verdade, é que Regulus ficaria frustrado, mas não zangado se todos esses pontos tivessem sido contabilizados antes, e desde o início do jantar todos soubessem que os leões ganharam a Taça. Ele estaria até feliz — talvez nem tanto — por seus alunos de vermelho e dourado.

O PROBLEMA é, qual a maldita razão para iludir os Sonserinos?

Fazer graça à custa de crianças inocentes — talvez nem tanto — e que não poderiam responder a altura é exatamente o que Regulus minou de sua casa, é praticamente humilhar os alunos por nada, valorizar sua própria casa em detrimento de outra.

Regulus sentiu tanta irritação que quase deixou o salão, apenas para poder respirar fundo e se acalmar, mas ele também tinha que dar o bom exemplo a seus alunos. Sendo assim, Regulus tomou uma postura mais ereta, queixo para cima, e expressão inabalada enquanto as bandeiras e estandartes e toda a decoração mudava de verde e prata com serpentes para vermelho e dourado com leões.

Ele aplaudiu com mais decoro. E ficou feliz em ver, que ao contrário do que teria sido anos atrás, com todas as casas praticamente soltando fogos de artifício pela derrota da Sonserina, os alunos das Lufa-Lufa e Corvinal mesmo felizes pela vitória de seus amigos grifinórios, ainda respeitavam os seus amigos e colegas sonserinos.

E no fundo da nuvem de um novo rancor contra Dumbledore, Regulus se sentiu orgulhoso dos alunos, ele está conseguindo, fazer um mundo melhor, apenas minando as desavenças infantis, infundadas e antigas dos Fundadores de Hogwarts e suas casas.

[...]

— Isso não é justo — os alunos estavam repetindo entre si.

Não importa o que Regulus diga, eles estão certos, não há como defender as decisões claramente favoráveis de Dumbledore depois do jantar.

— Realmente não é — Ele concordou

— Nós ganhamos, nós — disse Davis abrindo os braços para abranger todos que estavam na sala — Nem o dragão albino e sua estupidez nos fez perder.

Regulus desviou o olhar para Draco, o loiro apenas encarou a veterana de volta como se ela fosse um inseto incômodo, mas teve a esperteza de manter a boca fechada. Afinal, a autopreservação é uma é uma das melhores características de um sonserino, e ela parecia muito pronta para apenas incendiar algo.

— Ele pode realmente fazer isso? — perguntou — tipo não tem nenhuma regra ou prazo limite para a contagem de pontos?

Uma ótima pergunta, até onde Regulus sabia pontos podiam ser dados até a hora do jantar, mas nunca antes houve algo como hoje, com reviravolta e mudanças de vencedor de última hora.

— Receio que sim, ele pode, ele é o diretor.

— Ele é um velho estupido — Draco falou pela primeira vez em um tom que todos ouviram, em vez de apenas resmungos com os outros de sua idade.

— E ainda assim, é o diretor e você precisa respeitá-lo.

— Mas não precisamos gostar dele, certo professor? — Adonis, o monitor do quinto ano, disse.

— Bom, ninguém pode obrigá-los a gostar, odiar ou concordar ou discordar de alguém — Regulus responde com um tom ponderado — mas devo repetir que respeitá-lo principalmente dentro da escola é inegociável.

— Ele deveria se aposentar — Lowell disse cruzando os braços

Regulus não pode concordar com isso, mas também não discorda completamente. No entanto, por hora, ele precisa de Dumbledore e sua ajuda para destruir Voldemort de uma vez por todas.

— Está bem crianças — ele diz se levantando de sua poltrona — vamos todos nos acalmar, vocês venceram por mérito próprio, e nós não precisamos de ninguém nos dizendo o que somos ou quem somos.

— Sonserinos não se curvam — disse Adonis— e não se rendem. Vamos vencer ano que vem, mostrar a todos que esse ano foi um golpe de sorte.

— Sim, infelizmente não poderei estar aqui para ver — disse Davis triste — mas eu acredito em cada um de vocês, vamos mostrar para a escola como somos os melhores.

Regulus sorriu com orgulho de suas crianças, ele está perdendo vários bons alunos que estão se formando, a realidade disso finalmente parece estar atingindo os alunos que ele não pode mais chamar de crianças, a vida deles está mudando. Eles estão amadurecendo e se tornando bons adultos, Regulus não poderia estar mais orgulhoso.

— E eu acredito em cada um de vocês — Regulus finaliza sorrindo para eles — Agora, está tarde, vocês devem descansar e arrumar suas coisas, para partir depois de amanhã, não deixem para a última hora.

— Sim Professor — eles respondem em conjunto.

[...]

 

Harry Potter

Harry pode dizer seguramente que aquela foi a melhor noite de sua vida, mesmo comparado a sua vitória no quadribol.

A cara de desgosto de Draco tornou tudo ainda melhor para o moreno, mesmo que as notas seriam entregues no dia seguinte e ele não garante que suas notas tenham sido boas, apesar de ter conseguido passar pela semana de prova sua mente estava muito presa em todo o problema da Pedra Filosofal. Essa noite ele iria comemorar.

Por mais incrível que seja, no dia seguinte, Ron e Harry receberam suas notas e descobriram ter tido notas muito boas, Hermione obviamente foi a melhor de seu ano, e até Neville passou, com suas ótimas notas em Herbologia compensando as medianas em Poções. E até Goyle, que era tão burro quanto era mal, passou de ano, chocando até mesmo seus amigos, se a expressão de surpresa que Draco fez quando o seu cão de guarda lhe mostrou os resultados.

O tempo que lhe restava em Hogwarts passou voando, quase em um piscar de olhos os guarda-roupas estavam vazios, os malões arrumados, e todos se encaminhando para os barcos para voltarem à estação de trem.

Assim que Harry e seus amigos passaram pela barreira que separa a estação 9 3/4 do para o mundo trouxa eles foram recebidos pela mãe de Ron e sua irmãzinha.

— Olhe mãe — a menina dizia apontando para o trio — é Harry Potter.

— Fique quieta Gina, é falta de educação ficar apontando — a Sra. Weasley disse abaixando a mão da filha.

Não muito longe delas, estavam os pais de Hermione. E do outro lado, com o rosto tão vermelho como antes e seu bigode feio, está o Tio Vernon parecendo furioso. Petunia e Dudley estavam mais para trás com rostos assustados.

— Vamos logo menino — o Dursley mais velho chamou já se afastando dos outros como se fosse pegar alguma doença se ficasse mais tempo perto delas.

— Falo com vocês durante o verão — Harry prometeu animado — escreveremos uns para os outros.

— Espero que você tenha ahn... boas férias — Ron disse olhando entre Harry e a sua família.

— Oh serão ótimas — Harry sorriu ainda mais, aproximando para sussurrar a próxima parte apenas para os amigos — eles não sabem que não podemos fazer magia em casa. Vou me divertir muito com Dudley durante o verão. 

Havia tantas boas possibilidades diante dele agora, não só em questão de sua família, mas com o próximo ano letivo também. Tudo está melhorando, apesar da presença dos Dursley. E em três meses ele estará de volta a Hogwarts com seus amigos para mais um ano escolar, aventuras e se Deus quiser menos riscos de morte. Mesmo com Voldemort ainda a solta, Harry tem plena confiança que seu segundo ano em Hogwarts será ótimo — ou pelo menos melhor que esse, mais seguro talvez —  e com certeza inesquecível.

— Mal posso esperar — Harry disse sorrindo para si mesmo enquanto caminhava até seus tios e primo.

 


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Notas finais do capítulo

Obrigado a todos leram e comentaram. Seus comentarios me motivam a postar mais.

O Livro 2 Câmara Secreta já está publicado espero que gostem.



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