A Pedra Filosofal: Regulus Black Mestre de Poção 1 escrita por Bruna Rogers


Capítulo 11
Capítulo 11




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Quando a festa finalmente chegou ao fim, Regulus deixou os Sonserinos saírem antes dele, tomando cuidado para cronometrar sua entrada na sala comunal até depois que os monitores do sétimo ano tivessem dado a eles a conversa de sempre.

Regulus deixou a porta da sala comunal se abrir em sua deixa, as vestes escuras brilhando atrás dele enquanto ele entrava. As turmas do outro ano já haviam ido para a cama, tendo recebido esse discurso quando estavam começando.

— Eles são todos seus, Professor Black — Adonis Greengrass deu-lhe um aceno agudo.

— Obrigado, senhor Greengrass — disse ele, inclinando a cabeça — Vou levá-lo a partir daqui.

Foram dez primeiros anos na safra de 1991. Crabbe e Goyle, um par clássico. Davis, uma meio-sangue com uma mandíbula desafiadora. Greengrass, algum tipo de primo de Adonis, que ficou do lado de Davis. Bulstrode, outro meio-sangue - isso foi um grande escândalo para sua família. Parkinson, que tinha um sorriso afetado no rosto. Nott, um garoto magricela com um olhar arisco nos olhos. Zabini, que o encarou friamente, inabalável.

E Draco Malfoy, seu próprio afilhado, que tinha um sorriso orgulhoso no rosto enquanto estava ladeado por Crabbe e Goyle. Regulus tinha trabalhado duro para manter uma presença na vida de Draco, cuidadosamente seguindo a linha entre não perturbar Lucius, que ainda parecia estar apegado às suas crenças, e tentar afastar Draco do purismo de sangue e da retórica dos Comensais da Morte. O menino aprendera a não cuspir calúnias em sua presença, mas não podia garantir seu comportamento quando não estava por perto para firmar a língua.

Não é um sucesso, certamente. Mas não um fracasso; ainda não. Ele não desistiria de Draco - ele não o deixaria seguir o mesmo caminho podre que ele havia percorrido, sem ninguém se importando ou acreditando de maneira diferente o suficiente para mostrar a ele um caminho diferente, até que finalmente ele quase morreu para escapar disso. Draco teria ao menos uma alternativa.

— Olá — ele começou, a voz suave e baixa — Sou o professor Black e serei o chefe da sua casa pelos próximos sete anos.

— Vocês foram selecionados para a grande casa da Sonserina. Somos conhecidos por nossa astúcia e ambição; Espero ver essas características demonstradas em todos vocês. Vocês são o futuro da nossa casa, deixem Slytherin orgulhoso. Destaque-se nas aulas, cuidem de seus colegas de casa e, acima de tudo, não seja pego.

Ele esperou por alguns segundos, deixando os entender suas palavras.

— Você deve ter ouvido falar que desde que assumi o lugar do Professor Slughorn como Mestre de Poções e Chefe da Casa, tenho levado a Sonserina em uma direção diferente — Seus olhos varreram sobre eles, olhar afiado — Toda sexta-feira à noite, a Sonserina se reúne como uma casa na sala comunal. Às vezes eu falo, às vezes os monitores conduzem sessões de tutoria; difere de semana a semana. A menos que você tenha uma desculpa válida, espero que você esteja lá. Por último — ele disse, tentando não deixar seus olhos se demorarem em Draco por muito tempo — espero que você se comporte da melhor maneira possível com as outras casas também — quando alguns deles abriram a boca para proteger, ele acrescentou — a menos que eles antagonizem você primeiro. Nesse ponto, como eu disse anteriormente, não seja pego.

Isso pareceu apaziguar um pouco as reclamações dos alunos.

— Se eu ouvir você dizer calúnias e tratar os outros com desrespeito discriminatório, ficarei muito desapontado. Vocês me entenderam?

— Sim, professor — eles concordaram, embora ele tenha notado que alguns deles pareciam menos do que satisfeitos.

— Bom. Durma bem. Vejo você na sexta-feira para nossa primeira aula juntos.

Draco fez menção de ir atrás dele, mas Regulus não se mexeu para partir, ao invés disso, acomodou-se em sua poltrona favorita e cruzou as mãos no colo. Seu afilhado percebeu, esperando até que todos fossem para a cama e enxotando seus lacaios antes de se aproximar dele.

— Eu acredito que você estará bem preparado para a aula? — ele perguntou, arqueando uma sobrancelha.

— Claro, tio Regulus — ele respondeu, inclinando o queixo para cima.

— Lembre-se de que você deve se dirigir a mim como 'Professor Black' na aula — Draco se apressou em assentir com a cabeça.

Regulus lançou-lhe um olhar penetrante.

— Você precisa de mim para alguma coisa? Percebi que você queria conversar, mas não houve muita conversa.

O menino estava ereto como uma vareta, os dedos torcendo ao lado do corpo.

— Eu não sabia que você fazia aquelas reuniões em casa — ele finalmente disse. — E essas... coisas extras.

Regulus suspirou.

— Você pode achar o conteúdo de algumas dessas reuniões bastante esclarecedor — disse ele — E quanto às 'coisas extras', lembre-se de que não vou mostrar nenhum favoritismo. Nem todas as regras se curvarão à sua vontade, Draco. O nome Malfoy só pode levar você até certo ponto.

A mandíbula de Draco apertou, mas ele deu um aceno rígido.

— Estou ciente, tio Regulus — ele disse — Boa noite.

— Durma bem.

*****************

A semana se passou com o mesmo nível de caos normal que existe em todas as primeiras semanas de aula desde que Regulus se lembra, bem, ou quase tanto quanto antes, tudo ficou bem mais caótico desde a chegada dos gêmeos Weasley a escola, e agora sem seus dois irmãos mais velhos para controlar — minimamente — aqueles dois, tudo poderia acontecer.

Regulus continuou a ouvir sobre Potter por todos os lados, dentro e fora de sua sala de aula, todos estavam fascinados pela presença do "O Menino Que Sobreviveu", ele não poderia julgar exatamente aos outros por isso, em sua maioria, os alunos ouviram falar dele quase como um conto de fadas, infelizmente Harry Potter é uma pessoa real, uma pessoa de 11 anos que possui muitas expectativas sobre ele. Pessoalmente, como alguém que sofreu isso por toda a vida com a expectativa alheia, ele se compadece do garoto.

Claro que o fato dele ser filho de Lily Evans e James Potter — ignorando tudo o que aconteceu na guerra — já teria colocado um fardo em suas costas como aluno.

Regulus esteve ocupado com suas matéria e seus alunos, ele tem um explodidor de caldeirões do terceiro ano na corvinal, nunca é divertido ter um desses, e depois de dois anos ele esperava que a jovem Lennette teria se tornado mais cuidadosa com poções, ele estava equivocado novamente. Com isso, ela terá que ter as aulas de Poções Remediadoras novamente esse ano, atendendo esses alunos — levemente ruins, ou péssimos — durante duas noites na semana. Em uma semana já há potenciais dois outros alunos da Lufa-Lufa para  ter essas aulas.

Quando a Sexta-Feira enfim chegou ele estava satisfeito com sua semana, mais do que com sua primeira semana de aula quase dez anos atrás pelo menos. Não houve qualquer problema, exceto pelos primeiranistas ainda se acostumando com as regras da escola, principalmente os novos sonserinos com suas asinhas de fora pela primeira vez em suas vidas.

Sua primeira vez como professor dos primeiranistas foi na quarta feira com Corvinal e Lufa-Lufa sendo tão bons alunos quanto ele esperava para novatos, os problemas reais chegaram durante a sexta-feira, quando ele deu aula para sala Grifinória e Sonserina, juntos, porque esses horários continuam sendo feitos dessa forma. Mesmo com menos conflitos entre as casas a rivalidade não morreu, apenas foi atenuado, isso não se aplica a primeiranistas que tiveram toda a vida antes pregoando sobre tal rivalidade.

Ele entra na sala depois que os alunos já estão acomodados em grupos de quatro ao redor das várias mesas.

— Bom dia turma, todos peguem seus diários porque a primeira coisa que vou fazer é dizer todas as regras e nunca mais mencioná-las, mas só para vocês saberem que VOU tirar pontos — disse o professor Black vestindo calças preta, uma camisa branca com um avental de couro marrom.

Chegando a sua própria mesa ele se vira para a classe.

— Agora que você vai aprender a magia adequada, eu garanto que todos nesta sala de aula vão abusar do novo poder encontrado. Regra número um, varinhas serão guardadas e ficarão longe a menos que eu diga o contrário — o professor Black disse, e giz se move sozinho escrevendo a regra em um quadro — A próxima coisa que você deve saber é que quando as pessoas tendem a se concentrar no trabalho, uma bagunça não vai ajudar a situação, então a regra número dois, limpe toda a bagunça que você criar.

Ele tomou um momento para olhar para cada rosto ali.

— Agora então, eu quero que todos coloquem suas luvas, preparem o caldeirão, puxem seus cabelos para trás; estamos fazendo poções hoje — O professor Black disse quando os alunos começaram a colocar as luvas às pressas e aguardar mais instruções.

Tão tranquilo quanto poderia se esperar, sem nenhum ofensa racista sendo trocada, sem tentativas de enfeitiçar caldeirões alheios — é claro que a maioria não sabia fazer feitiços realmente destrutivos, mas ainda são crianças —, no entanto, para seu desgosto particular, dois alunos conseguiram destruir um caldeirão, Finnegan e Longbottom explodiram o seu, ambos pareciam tão assustado, e Longbottom tão culpado que tudo que Regulus pôde fazer foi soltar um suspiro interno antes de limpar tudo com um movimento de varinha, repreendendo-os o mais gentilmente que pode e enfim dispensando a turma.

Harry Potter foi em um resumo, só mais um aluno. Ao contrário do que ele imaginou — por mais que tentasse não criar expectativa quanto ao menino — ele não parecia familiarizado com quase nada sobre sua matéria, com o garoto Weasley, e a senhorita Granger até explicando algo para ele. Poções poderia ser só algo com o qual ele nunca se importou antes, a maioria das crianças não eram do tipo paciente para aprender essa matéria. Ainda assim, se não fosse sua aparência — quase um fantasma de seu próprio pai — não haveria nada de notável naquele garoto. Exceto pelo seu tamanho, ele lhe parece muito magro para uma criança completamente saudável, Regulus particularmente era bem magro nessa idade também, mas ele tinha muitos problemas em casa e comer nem sempre era uma garantia mesmo com sua riqueza. Mas ele não pode garantir nada sobre o estado de saúde do garoto Potter, e Dumbledore já lhe disse que o menino estava seguro em sua casa. Pode ser algo remanescente por sobreviver a um Avada, não é como se houvesse outros casos para se ter uma base de comparação.

Graças a Merlin por ele não ter o ego de James, ele pensou no final do dia.

 


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