Delegacia de Duskwood, 5:27 pm

Após um dia não muito movimentado de trabalho, Alan estava em sua sala e conversava com Brandon, que estava sentado à mesa, de frente para ele.

(Alan) - Então, sem um sobrenome... Hum... – Ele tamborilava em sua mesa com uma caneta. - Acho que isso nos dá um forte indício de que eu não estou enganado sobre ela esconder algo. 

(Brandon) - Bem, talvez ela só tenha esperado que perguntássemos.

(Alan) - Ah, Brandon, falar o sobrenome é algo automático em situações como essas. É o óbvio do que se espera.

(Brandon) - É... Você tem razão.

Brandon demonstrava tranquilidade em relação a isso, enquanto Alan ficou pensativo.

Enquanto isso, a conversa em grupo, seguia...

CHAT:

                    Conversa em Grupo

(Hannah) - Eu vou me entregar para a polícia.

(Thomas) - O que????

(Dan) - Espera...

(Dan) - Será que vocês podem explicar que merda tá rolando aqui?!

(Hannah) - Adie

(Hannah) - Eu conto ou você conta?

(Adie) - Bem...

(Adie) - O Richy deixou essa tarefa para mim, então...

(Adie) - Está na hora de todos vocês saberem a verdade.

(Dan) - Então fala logo

(Adie) - Vamos lá...

(Adie) - Anos atrás, estava acontecendo o festival Pine Glade e estava quase no fim. Naquele dia, Amy e Hannah queriam que o Richy as levassem até a Grimrock, pois Amy havia perdido algo lá. O Richy esteve no festival o dia todo e tinha bebido alguns drinks e, por conta disso, ele disse não para elas.

(Adie) - Porém, como a Hannah conhecia o quintal de sua oficina muito bem, ele lhe deu a chave de um antigo AMC Gremlin, que seria desmanchado em alguns dias.

(Jessy) - O carro que desapareceu dos registros da Rogers...

(Adie) - Isso mesmo.

(Adie) - O Richy acreditou não haver nenhum mal em emprestar o carro, mas, alguns minutos depois, elas voltaram e o carro estava irreconhecível.

(Adie) - Havia muitos amassados e... 

(Adie) - Sangue.

(Cleo) - Ah, Deus...

(Adie) - Amy e Hannah não conseguiam dizer uma só palavras sobre o que de fato havia acontecido e, a princípio, o Richy acreditou que elas tinham atropelado algum animal.

(Adie) - O proprietário daquele carro era o Ted Madruga, o prisioneiro para quem eu e Lilly enviamos uma carta há pouco tempo.

(Lilly) - Então... por isso a Hannah queria falar com ele.

(Adie) - Exato.

(Hannah) - Eu queria contar a verdade sobre o que havia acontecido.

(Jessy) - Então, foi por isso que o arquivo desapareceu da Rogers?

(Adie) - Sim, o próprio Richy o fez desaparecer, para que não pudesse ser rastreado até ele.

(Adie) - Bom, depois delas terem ido até ele, o Richy dirigiu até o local com elas e lá estava a garota coberta de sangue, Jennifer Hanson.

(Adie) - Eles a enterraram na floresta e nunca mais falaram sobre o assunto.

(Jessy) - Eu não tenho palavras...

(Cleo) - É tudo tão inacreditável...

(Thomas) - Mas... como isso o motivou para sequestrar a Hannah?

(Hannah) - A história ainda não acabou.

(Adie) - O Richy não pensou mais sobre isso por um longo tempo, até que um dia a Hannah foi até sua oficina para levar seu carro, que estava com um problema no cárter.

(Adie) - Ele notou que havia algo errado em seu comportamento, mas ela não quis dizer o que era.

(Hannah) - Eu apenas o deixei de fora disso, afinal, ele não tinha culpa de nada.

(Adie) - Mas o Richy notou a Amy no carro da Hannah naquele dia e ficou preocupado, o que o fez olhar o GPS de seu carro e encontrar o endereço da Iris Hanson.

(Adie) - Ele foi até a Amy para perguntar a respeito e ela o contou tudo.

(Adie) - A Hannah havia encontrado a pulseira e começou a ver uma figura na floresta.

(Cleo) - O Homem sem rosto.

(Adie) - Mas tudo não passava de uma alucinação. O homem sem rosto nunca existiu.

(Dan) - Espera...

(Dan) - O que???

(Adie) - Naquele momento, o Richy entendeu que era hora deles enfrentarem o passado.

(Adie) - Não só a Jennifer merecia isso, mas a Hannah também e, então, ele tentou convencer a Amy que estava na hora deles se entregarem, mas a Amy não quis.

(Adie) - Ela disse que a Hannah só estava imaginando o homem sem rosto e que o melhor que eles poderiam fazer era esquecer tudo.

(Adie) - Foi aí que o Richy se certificou de que ela também visse o homem sem rosto.

(Cleo) - Era uma tentativa de fazê-la mudar de ideia.

(Adie) - Exato.

(Adie) - Mas as coisas não foram como o Richy esperava e a Amy acabou se matando por conta disso.

(Jessy) - Não posso acreditar no que estou lendo

(Lilly) - Meu Deus...

(Adie) - Quando o Richy a encontrou morta, também encontrou uma carta que ela havia deixado. Durante o tempo em que ele esteve na casa dela, o telefone tocou e era a Hannah.

(Adie) - Quando o telefone parou de chamar, ela deixou uma mensagem de voz. Na mensagem a Hannah dizia que pretendia se entregar para a polícia, mas que também tinha algo contra quem estava perseguindo-as. A Hannah havia colocado uma câmera na frente da casa da Amy, direcionada para a floresta, e filmou o suposto homem sem rosto.

(Hannah) - Embora eu ainda não tivesse me dado conta de que era o Richy, o que revelaria isso, era o recibo que eu vi cair de seu bolso na filmagem.

(Adie) - O Alan me contou sobre esse recibo durante as investigações.

(Adie) - Por conta desse ocorrido, o Richy me disse que ficou assustado e naquele momento, atraiu a Hannah até a casa do Michael Hanson com o telefone da Amy, se fazendo passar por ela.

(Dan) - Mas há algo que não se encaixa nessa história...

(Dan) - Porque ele marcou a Jessy?

(Adie) - Para provar a inocência do Phil.

(Adie) - Não estava em seus planos que ele fosse visto como suspeito e fosse preso.

(Dan) - É, faz sentido.

(Hannah) - Ele não permitiu que eu descobrisse que ele era o homem sem rosto.

(Hannah) - Durante o tempo que ele me manteve em cativeiro, ele também não revelou seu rosto.

(Hannah) - Tudo que ele fazia, era me ameaçar com facas ou com recados escritos da qual ele dizia que um de vocês pagaria caro se eu não permanecesse quieta.

(Hannah) - Mas quando estávamos na mina, ele decidiu contar toda a verdade e eu não quis acreditar.

(Hannah) - Ele estava ferido e me deixou sair. Ele disse que ficaria para morrer ali e que era o mínimo que ele merecia.

(Hannah) - Mas, ainda assim, quando encontrei o Alan, eu pedi que o ajudasse.

(Hannah) - Mas não deu tempo...

(Jessy) -

(Dan) - Então, tudo foi para se livrar da prisão. O idiota cometeu mais um crime para não ter que pagar pelo outro.

(Adie) - Resumindo, é isso.

(Lilly) - Então a polícia ainda não sabe de nada?

(Hannah) - Não. Além de mim, apenas Adie sabia de toda a verdade, até o momento.

(Jessy) - Por isso o Alan a interrogou primeiro.

(Jake) - Mas ele não sabia que o Richy tinha feito a última ligação para ela.

(Jake) - É por isso que ele vai interrogar a todos do grupo. Ele quer descobrir quem foi o último a falar com o Richy e sobre o que falaram.

(Adie) - Além de querer descobrir informações sobre o Hacker.

(Jessy) - Por isso devemos manter segredo sobre tudo que o Richy contou para Adie.

(Jessy) - Caso contrário, ela poderá ser vista como cúmplice.

(Cleo) - Ao que tudo indica, esse caos está longe de acabar.

(Jessy) - Sim

(Hannah) - Não

(Hannah) - Se eu finalmente assumir a responsabilidade do meu crime, tudo ficará bem.

(Thomas) - Mas, Hannah, foi um acidente e aconteceu a muitos anos!

(Hannah) - Não importa, Thomas

(Hannah) - Eu vivi os últimos anos perturbada por essa culpa

(Hannah) - Eu matei uma pobre garotinha

(Hannah) - Eu sou uma assassina e está na hora de encarar isso.

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(Jessy) - E agora

(Jessy) - O que faremos?

(Dan) - Acho que isso é coisa que somente Adie poderá resolver.

(Jake) - Porque ela?

(Dan) - Porque de todos nós, ela é a única capaz de convencer qualquer um a fazer o que ela diz.

(Dan) - Não é mesmo, Sherlock?

(Adie) - Depende da situação, Dan.

(Adie) - Nesse caso, a Hannah tem razão.

(Adie) - Falo com vocês mais tarde.

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(Dan) - Bom, acho que ferrou.

(Jessy) -

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Depois de alguns minutos, a campainha de um apartamento é tocada e uma mulher vai até a porta. Ao abrir, aquela mulher vê Thomas, que parecia aflito.

(Thomas) - Precisamos conversar. 

Aquela mulher, que era Hannah, suspirou.

(Hannah) - Pode entrar.

Thomas entrou e ela fechou a porta.

Enquanto isso, Adie estava deitada em sua cama e estava pensativa, olhando para o teto. Depois de alguns segundos, o telefone do quarto tocou e ela olhou em direção e o pegou.

(Adie) - Alô. – Ao ouvir o que a recepcionista lhe disse, ela pareceu se intrigar. - Peça-o para subir, por favor. Obrigada – Ela desligou o telefone.

Em seguida, ela se sentou na cama e encarou a porta por aproximadamente um minuto, até que alguém bateu três vezes e ela se levantou para abrir.

(Adie) - Jake...

(Jake) - Oi. Podemos conversar? 

(Adie) - Claro, entre.

Jake entrou.

No apartamento da Hannah, ela e Thomas estavam frente a frente.

(Thomas) - Hannah... – Ele suspirou e pegou nas mãos dela. - Preciso que você reconsidere essa sua escolha de se entregar.

(Hannah) - Thomas... – Ela desviou o olhar, impaciente.

(Thomas) - Eu entendo que você se sinta culpada, mas a Amy tinha razão ao insistir que vocês simplesmente seguissem em frente!

(Hannah) - Você só está dizendo isso porque não entende! – Ela soltou as mãos dele. - E você jamais poderá entender, sem sentir o mesmo.

Thomas a olhava com pesar.

Enquanto isso, no quarto de Adie, Jake estava com as mãos nos bolsos de sua calça e ficou cabisbaixo por alguns segundos, pensativo.

(Adie) - Está tudo bem?

Ele suspirou e levantou o olhar.

(Jake) - Eu só preciso saber se você realmente pretende ficar de fora dessa situação da Hannah.

(Adie) - Bom... – Ela desviou o olhar por um breve momento, pensativa. - Apenas até surgir alguma ideia de como ajudá-la.

Jake suspirou incomodado e desviou o olhar, o que a intrigou.

(Adie) - Por um acaso, você não pretende fazer o mesmo?

Ele continuou com o olhar distante por alguns segundos, até que voltou a olhá-la.

(Jake) - Dessa vez, não. 

Adie ficou surpresa.

No apartamento da Hannah, Thomas se aproximou dela e, novamente, pegou em uma de suas mãos.

(Thomas) - Eu sei o quanto pareço egoísta, mas eu só quero que você entenda que eu te amo e não quero perdê-la de novo. – Ele acariciou o rosto dela.

Hannah suspirou com pesar e também acariciou o rosto dele.

(Hannah) - Eu também te amo, Thomas. Mas da maneira que estou, por conta de toda essa culpa, eu não sou capaz de te fazer feliz como você merece. A única maneira de voltar a ser a mesma de antes, é fazendo a coisa certa. 

Thomas balançou a cabeça em negação, inconformado.

No quarto de Adie, ela continuava sem entender a decisão de Jake.

(Adie) - Eu pensei que... que você fosse pedir que eu a ajudasse.

(Jake) - Entenda que eu não quero que ela vá para a cadeia e já fiz o que podia para ajudá-la. Mesmo dividido entre a razão e a emoção, eu apaguei todas as conversas do celular do Richy, que foi recolhido pela polícia, pois além de serem provas contra ela, também poderiam ser usadas contra você. Mas, por outro lado, eu sei que as culpas que ela carrega não serão aliviadas tão facilmente. Por mais que ela seja minha meia-irmã, nesse caso, não há nada a ser feito. – Ele ficou cabisbaixo por um breve momento, voltando a olhá-la em seguida. - Em meio a isso, eu estou mesmo preocupado com você. 

(Adie) - E o que te preocupa?

(Jake) - Adie... Eu nunca fui bom em observar as emoções alheias, mas... com você é diferente. Desde o início, eu motivei você a carregar todo o fardo, juntamente comigo. Você se mostrou forte e inabalável para todos, mas eu sei que você está cansada e está precisando de um tempo. Eu compreendo que tudo se tornou pesado demais e... está na hora de pararmos um pouco, antes que toda responsabilidade que cai sobre você, se transforme em algo maior e mais destrutivo.

Adie suspirou e desviou o olhar, pensativa.

No apartamento da Hannah, Thomas ficou cabisbaixo por alguns instantes.

(Thomas) - Então... – Ele voltou a olhá-la, com os olhos marejados. - Não há nada que eu diga que lhe fará mudar de ideia? 

Hannah acariciou o rosto dele novamente, olhando-o com pesar e balançou a cabeça em negação.

(Hannah) - Não. – Ela se aproximou e encostou sua testa na dele. - Me perdoe, meu amor.

No quarto de Adie, ela voltou a olhar Jake.

(Adie) - Você tem razão. Eu concordo que precisamos de um tempo.

(Jake) - Então, vamos nos dar esse tempo.

(Adie) - Mas isso soa extremamente egoísta, Jake... E a Hannah?

(Jake) - Entenda... – Ele acariciou o rosto dela. - Não é responsabilidade sua.

Adie suspirou e ficou cabisbaixa.

 (Jake) - A única razão pela qual eu aceitei fazer a mudança que você propôs mais cedo no grupo, é para que você não desista por nada de se afastar do caos. Mesmo que seja desconfortável para mim, eu quero estar com você.

Ela voltou a olhá-lo.

(Adie) - Mas depois dessa notícia, duvido que alguém realmente vá fazer essa mudança.

(Jake) - Então, vamos só nós dois. Como eu disse no início, eu quero viver uma vida "normal" ao seu lado.

Ela se surpreendeu.

(Adie) - E-Está falando sério?

Ele sorriu sutilmente e assentiu com a cabeça.

(Jake) - Sim.

Ela ficou sem palavras por alguns segundos, olhando-o.

(Jake) - Eu só preciso saber se você aceita ficar comigo, longe de tudo.

Adie ainda estava surpresa e Jake estendeu a mão para ela.

(Jake) - Você aceita?

Ela olhou para a mão dele por alguns segundos, até que voltou a olhá-lo nos olhos e esboçou um sutil sorriso.

(Adie) - Sim... – Ela pegou a mão dele, assentindo com a cabeça - Eu aceito.

Jake sorriu sutilmente e beijou a mão dela. Em seguida, eles se aproximaram um pouco mais, olhando nos olhos e se beijaram.

Após sair do apartamento da Hannah, Thomas dirigia para casa, pensativo. Seus olhos estavam marejados, mas, ao mesmo tempo, ele parecia sentir raiva. Depois de alguns instantes, ele parou o carro e estava com o olhar distante. Saber que ficaria sem ela novamente, estava lhe consumindo e, movido pelo sentimento de impotência, ele deu um soco no volante e se inclinou para frente, apoiando sua testa no mesmo. Ele começou a respirar pesadamente e lágrimas começaram a descer de seus olhos. 

Enquanto isso, Adie e Jake estavam deitados de frente, um para o outro e se olhavam com ternura, enquanto ela acariciava o rosto dele e ele a abraçava pela cintura.

(Jake) - Você realmente acredita quando eu digo que te amo? 

Ela sorriu.

(Adie) - Não tem como duvidar se eu sempre recebo esse olhar tão encantador.

Ele sorriu sutilmente.

(Adie) - Você tem os olhos mais lindos que eu já vi, Jake.

Ele manteve o sorriso sutil, mas desviou o olhar por um breve momento, tímido.

(Jake) - Esses olhos sempre estarão voltados para você... – Ele voltou a olhá-la. - A garota mais linda que eu já vi.

Adie sorriu novamente e Jake a aconchegou, deixando-a bem junto de seu corpo, de forma que seus lábios ficaram bem próximos.

(Adie) - Eu te amo.

Jake acariciou o queixo dela e a beijou, um beijo lento, apaixonado e envolvente. Eles movimentavam a cabeça levemente e em perfeita sincronia e aquele beijo não deixava dúvidas do quanto eles se amavam. Adie colocou a mão na nuca dele e entrelaçou seus dedos naqueles cabelos escuros e macios, enquanto ele a segurava pela cintura e estava totalmente envolvido nos lábios dela. Depois de alguns segundos, o telefone de Adie, que estava na mesa de cabeceira, começou a tocar. Eles ignoraram e continuaram envolvidos no beijo, até que a ligação parou. Porém, depois de alguns segundos, o celular voltou a tocar e Jake parou o beijo.

(Jake) - Parece que alguém precisa mesmo falar com você. 

Ela bufou e revirou os olhos. Em seguida, ela se virou e pegou o celular, vendo o nome de quem ligava insistentemente. 

(Adie) - Thomas. – Ela olhou para Jake.

Ele arqueou uma de suas sobrancelhas e Adie se sentou na cama para atender a ligação.

(Adie) - Alô.

(Thomas) - Adie, me desculpe a insistência, mas é urgente. – Ele estava dirigindo.

(Adie) - Tudo bem, Thomas, pode falar.

(Thomas) - Eu gostaria de lhe pedir uma coisa. Bom... na verdade, eu imploro por isso.

Adie ficou intrigada e Jake a observava.

(Thomas) - Por favor, me ajude a fazer o Alan acreditar que... que eu sou o responsável pela morte de Jennifer Hanson.

Adie se assustou, ficando com os olhos arregalados.

(Adie) - E-Espera, Thomas... Porque está me pedindo isso?

(Thomas) - Não posso deixar que ela vá para a cadeia, Adie... – Os olhos dele marejaram. - Eu a amo e, por isso, vou assumir toda a culpa e me entregar no lugar dela.

As palavras de Thomas soaram em Adie como um gatilho e sua expressão mudou, ficando claramente entristecida e com o olhar distante. Jake, que ainda a observava, se preocupou.

(Jake) - Está tudo bem? 

Adie apenas o olhou.

(Adie) - T-Thomas... – Ela tentou encontrar palavras.

(Thomas) - Adie, eu imploro! Por favor, me ajude!

Ela ficou em silêncio e passou uma de suas mãos nos olhos, com preocupação, enquanto Jake continuava observando-a, apreensivo.

(Thomas) - Eu tenho que desligar agora, estou dirigindo. Aguardo sua resposta por mensagem, Adie. Até logo. 

Após ele desligar, Adie deixou o telefone sobre a cama, ainda com o olhar distante.

(Jake) - O que aconteceu?

Ela o olhou.

(Adie) - O Thomas... E-Ele está decidido a se entregar no lugar da Hannah.

Jake se surpreendeu e ela se levantou e começou a andar de um lado para o outro, estando pensativa.

(Jake) - Acabo de me dar conta de que o Dan tem razão...

Ela parou e o olhou.

(Adie) - Sobre o que?

(Jake) - Você é a única capaz de convencê-los a fazer o que você diz.

Ela suspirou e voltou a se sentar na cama, ao lado dele.

(Adie) - Dessa vez eu me sinto impotente, Jake! Eu não consigo pensar em na... – Ela pareceu se lembrar de algo.

(Jake) - O que foi?

Adie não respondeu e apenas pegou seu celular, que estava em cima da cama e abriu o chat.

CHAT:

                                Thomas

(Adie) - Ei...

(Adie) - Antes de você cometer essa loucura, me deixe falar com a Hannah.

   Thomas está agora online

(Thomas) - Não adianta, Adie

(Thomas) - A Hannah não é uma pessoa fácil de se convencer

(Thomas) - Nem mesmo eu que sou o namorado dela pude fazê-la mudar de ideia.

(Adie) - Thomas

(Adie) - Eu sei como fazer as coisas.

(Adie) - Apenas confie em mim.

Thomas ficou pensativo por alguns segundos..

(Thomas) - Tudo bem, Adie.

(Thomas) - Mas eu quero que me prometa que, se não conseguir, irá fazer o que lhe pedi.

(Adie) - Tudo bem.

(Thomas) - Você me promete?

(Adie) - Sim, eu prometo.

(Thomas) - Obrigado.

  Adie está agora offline

Adie travou a tela de seu celular, pensativa, enquanto Jake a olhava intrigado.

(Jake) - O que pretende fazer? 

(Adie) - Eu vou trazê-la de volta, pois ela ainda está perdida... – Ela o olhou. - Dentro dela mesma.

Jake continuou intrigado e Adie logo se levantou e foi até sua mala, que estava ao lado da cama. Ao se aproximar, ela abriu a mala e tirou de dentro um notebook prata que Jake, até então, não tinha visto. Após pegar o notebook, ela voltou para a cama e se sentou mais acima, próxima a cabeceira e se recostou em seu travesseiro. Jake, que a observava, se aproximou e ficou ao seu lado.

Ela começou a fazer pesquisas sobre assuntos que Jake até soube que ela tinha conhecimento, mas, havia nomenclaturas, que ele sequer tinha ouvido antes. Ela estava extremamente concentrada enquanto lia sobre o que pesquisava e, depois de alguns minutos, abriu o bloco de notas e fez anotações de termos muito específicos, mas que compreendia muito bem. Jake intercalava seu olhar intrigado, entre ela e o notebook, até que viu um nome familiar.

(Jake) - Hum, Milton Erickson? 

Adie o olhou.

(Adie) - Você o conhece? 

(Jake) - Vagamente.

Sem dizer nada, ela voltou sua atenção para o notebook.

Mais tarde, Jake estava deitado e se distraiu com o seu celular, enquanto Adie continuava concentrada em suas pesquisas. Alguns minutos mais tarde, Jake havia adormecido, mas Adie sequer notou, até que ele despertou de repente e olhou em direção a janela, notando já ter anoitecido. 

(Jake) - Adie. 

(Adie) - Hum? – Ela respondeu sem olhá-lo.

Ele se levantou e se sentou na cama.

(Jake) - Acho que vou voltar para o hotel, está tarde.

Ela logo o olhou.

(Adie) - Não, Jake. Fique aqui comigo.

Ele pegou seus óculos na mesa de cabeceira e o colocou.

(Jake) - Mas você está ocupada e eu não quero atrapalhar. Eu posso voltar uma outra hora.

(Adie) - Mas eu já estou terminando. Me desculpe por ter te deixado de lado durante esse tempo e eu prometo que vou te explicar tudo com detalhes.

(Jake) - Está tudo bem, não se preocupe com isso.

(Adie) - Isso quer dizer que você vai ficar?

Ele pensou por alguns segundos e ela pegou em uma de suas mãos.

(Adie) - Por favor. – Ela suplicou de um jeito manhoso.

Ele sorriu sutilmente e beijou a mão dela.

(Jake) - Tudo bem.

Ele se recostou na cama e a envolveu com um de seus braços, em um abraço de lado, enquanto ela terminava o que fazia no notebook.

Depois de algum tempo, Adie havia terminado suas pesquisas e anotações e os dois estavam deitados. Jake dormia tranquilamente, enquanto um de seus braços a envolvia em um abraço. Já ela, estava de barriga para cima, com sua mão posta sobre o braço dele e ainda acordada, olhando para o teto e estando pensativa.

Flashback on

Adie estava em uma sala com baixa iluminação, sentada à uma mesa redonda e esfregava as mãos uma na outra, demonstrando apreensão. Depois de alguns segundos, um policial entrou na sala e ela o olhou com expectativa.

(Adie) - E então?

O policial se sentou de frente para ela e se ajeitou na cadeira, enquanto olhava para baixo. 

(Investigador de Polícia) - Você estava certa. – Ele a olhou. - Ele passou no teste.

Adie suspirou aliviada e sorriu.

.......

Tempos depois, Adie estava recostada em um carro preto, observando uma área rural. O céu estava azul, o sol brilhava e havia pássaros voando naquela área. Mas apesar da beleza da natureza, tudo parecia vazio e silencioso demais. O vento leve agitava seus cabelos enquanto ela permanecia estática, com o olhar distante. Alguns segundos depois, após um suspiro entristecido, ela entrou no carro e, no banco do carona, havia uma mala. Sem demora, ela colocou o cinto, colocou seus óculos escuros e saiu com o carro.

Flashback off

Após essas lembranças, Adie suspirou e virou o rosto para olhar Jake, que continuava dormindo. Ela acariciou o braço dele e Jake se mexeu, mas não acordou, apenas se aconchegou um pouco mais, de modo que seu rosto ficou bem próximo do pescoço dela. Ela fechou os olhos ao sentir a respiração dele e suspirou novamente.

No dia seguinte, Adie e Jake estavam no carro, ambos com óculos escuros e, sendo guiada pelo mapa, que Jake olhava em seu celular, ela dirigia para algum lugar.

(Jake) - Próxima rua, à esquerda. 

Adie fez a curva e dirigiu por mais alguns metros.

(Jake) - E... chegamos. 

Ela parou em frente a uma casa, observando-a.

(Adie) - Tem certeza, senhor GPS?

Jake deu uma leve risada.

(Jake) - Sim, eu tenho.

Ela sorriu, pegou seu celular no bolso de sua calça e abriu o chat.

CHAT:

            Lilly

(Adie) - Chegamos.

  Lilly está agora online

(Lilly) - Estamos indo.

(Adie) - Ok.

Depois de alguns minutos, Thomas, Hannah e Lilly saíram da casa, carregando algumas coisas, e se aproximaram do carro.