Caminho das Centelhas escrita por Sir Rail Zeppelin


Capítulo 6
Aquedutos




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Que lugar é esse? Tá tudo tão fechado, tijolos? Dutos? Me parece o esgoto, mas o esgoto não tem esse cheiro de enxofre. Não tem nem vulcão aqui perto. A água está estranha também, densa, escura como carvão, afinal, que lugar é esse? 
  -Alô! 
  Nada além do eco. 
  -Oi!! Tem alguém ai?! 
  Que droga, afinal de contas como eu vim parar aqui? 
Rrrrr 
  -Oi? Quem tá aí? 
Rrrrr 
  -Você de novo não. Por favor me deixa em paz, o que você quer? 
  É aquele cão, mas ele está diferente, maior, seus pelos também, seus olhos não são mais vermelhos. Estão dourados e sua boca cheia de sangue. Essa coisa, esse líquido, ele tá me prendendo, eu vou virar petisco desse cachorro novamente 
Rrrrr... AGRRRRRRRRRRR 
  -AHHHHHHH! 
  -Cara, de novo isso? Eu vou pedir para trocar de quarto, não dá pra ficar contigo não. Esquisito! 
  Meu colega de quarto sai do quarto com um cobertor e um travesseiro, pisando firme. Nitidamente com raiva. Esses malditos sonhos voltaram, achei que tivessem passado, que fossem só uma projeção da minha mente depois da batalha com a Erina, mas não. 
TocToc TocToc 
  -Quem é? 
  -É a Luise, na verdade, estou entrando. 
  Luise entra fechando e trancando a porta logo atrás dela. 
  -Hey, sabe que é proibido garotas nos dormitórios dos garotos a essa hora da noite 
  -Não estou com tempo para drama agora, seguinte 
  Ela já diz se sentando na minha cama 
  -Mudaram as datas da nossa missão no país isolado 
  -E agora vai ser quando? 
  -Amanhã! As coisas em Zetsuen parecem ter apertado, querem os times de Eden e Thunderbird na Ilha até o fim da semana. 
  -Então vamos viajar amanhã mesmo. Isso não nos dá muito tempo para treinar táticas em grupo. 
  -Pelo pouco que ouvi também, uma pessoa do time de exploração de Zetsuen já está em Thunderbird para nos guiar até lá. 
  -Eu vi um cara a algumas noites atrás, ele parecia estranho, nunca tinha o visto em Thunderbird antes. 
  -Então talvez seja ele. 
  -Certo, mas eu quero saber – indago curioso 
  -O que? 
  -Como você entrou nos dormitórios masculinos? – digo enquanto me enrolo com vergonha no cobertor 
  -Ah, isso? Parece que Asas e Garrias Crowngold sumiram de repente, aí moveram a segurança atrás dos dois 
  -Espera aí, os dois filhos do rei de Aúdases sumiram e você tá tranquila assim? 
  -Não sou muito a favor da monarquia, então não ligo muito pra isso 
  -Luise, ainda são pessoas desaparecidas. 
  -O que esses dois fizeram de bom pra você? Nada! Então por que tá se preocupando? 
  -Não dá pra ignorar Luise – digo me levantando e procurando algumas roupas para vestir 
  -Você vai mesmo entrar na busca? 
  -Se fosse eu desaparecido lá fora, você iria só ficar jogando conversa fora? 
  -Claro que não Sword, mas a questão é justamente essa, não é você! 
  -Faz o seguinte, você pode ficar aqui só esperando tudo se resolver e me deixar ir até lá pra tentar resolver as coisas, mas já aviso, se teve alguém que conseguiu sequestrar os filhos do rei e passar por toda a segurança de Thunderbird, talvez eu não seja suficiente contra essa pessoa. 
  -Fazer drama dizendo que você vai morrer não adianta, e eu estou de roupão 
  -Era uma dúvida que eu tinha, você atravessou todo o dormitório masculino de roupão? 
  -Eu descobri sobre as datas por acidente enquanto perambulava pelo dormitório feminino, aí vim direto para o seu quarto 
  -Como sabia onde era meu quarto? 
  -Eu segui os gritos... o que aconteceu? 
  -Lembra que eu havia comentado com você sobre os sonhos com um cão negro? Pois é, esses sonhos voltaram. 
  -São só sonhos né? 
  -Tanto faz, tenta não bagunçar muito meu quarto, vou nessa. 
  -Espera... Me empresta uma blusa e um tênis seu. 
  -Não quer uma calça também? 
  -Não vou vestir suas calças. 
  -Imaginei, obrigado por vir Luise – digo entregando a ela a blusa e o tênis. 
  -Não enche – ela responde pouco corada. 
  Peguei minha maior blusa, que acabou ficando bem grande pra Luise, o que era bom. Eu tinha algumas espadas sobrando no quarto então emprestei uma para ela. Apesar de querermos ajudar nas buscas, qualquer pessoa nesse momento é considerada suspeita e somado ao fato de sermos estudantes que estão prestes a sair em missão, a diretora Irons jamais deixaria que nos juntássemos as equipes de buscas, então vamos fazer tudo na calada. 

  Assim como qualquer outra noite em Thunderbird, os escudos estavam erguidos, e os portões fechados, não tinha nada de muito incomum, claro, além das sentinelas. 
  -Olha pra cima, parece que vamos ter que andar pelas construções, a céu aberto aquilo vai nos notar – digo para Luise enquanto andávamos agachados perto do pavilhão real 
  -Aquilo é o que eu estou pensando que é? 
  -Sim, ativaram as sentinelas, gárgulas de pedra.  
  -A coisa ficou feia, se nem as sentinelas estão encontrando os dois. Já tem alguma teoria do que pode ter acontecido Sword? 
  -Não, precisamos entrar no quarto dos dois para termos uma ideia melhor do que fazer. 
  -Maldita hora que eu aceitei vir com você. 
  Havia muitos guardas perto do pavilhão. O pavilhão real é um lugar onde as coisas são um pouco diferentes. Em Thunderbird, existem os dormitórios compartilhados que é onde 99% dos estudantes ficam, e tem o pavilhão real, que é onde existem os chalés individuais. Um chalé inteiro só para um estudante, o único jeito de ganhar uma vaga aqui é sendo bem classificado no rank de aventureiros – e isso impede que alunos novatos possam fazer parte já que ser um aventureiro em Thunderbird só é permitido aos melhores – sendo da realeza assim como os filhos do rei ou sendo alguém que gere influência boa para Thunderbird. Entrar num lugar como o pavilhão real sem permissão é bem complicado. 
  -Seguinte, vamos por cima 
  -Mas por cima as sentinelas vão nos ver Sword 
  -As sentinelas foram projetas pelo professor Rumble, e eu sou muito bom nas aulas do professor Rumble, inclusive, em uma das aulas ele explicou um pouco sobre as sentinelas, claro, não revelou tudo, mas revelou o que eu precisava saber para deduzir o funcionamento das sentinelas. 
  -Você é extremamente nerd. 
  -Vou encarar como um elogio. Enfim, pelo que vi e pelo que estou vendo, as sentinelas têm um padrão de ronda, e este local dos dormitórios não tem grande atenção das rondas, principalmente quando estão virados para a entrada. 
  -Não era para eles focarem mais nessa área? 
  -Não, tem muitos guardas e agentes aqui, não faz sentido a ronda ser maior aqui. No momento em que as sentinelas virarem a ronda para a entrada, nós vamos por cima até o segundo andar que está coberto de vários lados pelas árvores, assim os guardas não nos notam. 
  -Como vamos por cima espertão? Para passarmos sem os guardas nos verem, teria que ser pela floresta, e subir em árvores não é a melhor estratégia agora, já que vai fazer muito barulho, então como vamos subir 5 metros de altura sem sermos vistos? 
  -Sobe nas minhas costas e se segura. Vamos usar o passo do céu, contornando pela floresta, sem pisar em nada, sem fazer barulho e então vamos cair na porta do segundo andar. 
  -Ok, é um bom plano, tenho que admitir. 
—Hehe 
Assim que a ronda das sentinelas mudou a rota nós agimos “passo do céu”, disse em voz baixa ativando a habilidade. Mesmo com Luise em minhas costas conseguimos chegar até a varanda de um dos quartos do segundo andar em poucos segundos. E chegando lá, tivemos uma surpresa, diretora Irons estava numa cadeira dentro do quarto aguardando algo... 
—Achei que não viriam mais – ela interrompe a fala e fita Luise de cima a baixo – Tem certeza de que essas são roupas adequadas para uma atividade furtiva senhorita Mazenta. 
—Eu saí às pressas – responde Luise  
—E você senhor Knight-Stemma, o que te traz aqui hoje? Imagino que a ideia de sair nesta fatídica noite tenha sido sua. 
—Pretendemos encontrar os filhos do rei diretora Irons. 
—Imaginei que diria isso. Mas sabe que não posso colocar duas peças de uma missão internacional em risco não é verdade? 
—Imaginei que diria isso. Mas você também sabe que com os membros do pássaro trovão fora da academia e com os feiticeiros e bruxas necessários também em missão, você tem que recorrer aos recursos que tem, não é? 
—Admiro a audácia, mas em momentos oportunos senhor Knight-Stemma. Porque você é um recurso, me diga. 
—Sou um ótimo rastreador, vim da região de Caikonsessex, uma área onde as pessoas sobrevivem da caça e da pesca, eu consigo rastrear os dois. Fora que sou um bom estrategista. 
—Levando em consideração que a elite da academia Thunderbird está praticamente toda fora em missões, dá pra dizer que você é nosso melhor estrategista – Luise diz em tom provocativo a diretora Irons. 
—” Os filhos pagarão pelos erros do pai”. Era o que estava escrito no espelho do andar lá embaixo, com sangue, sangue do garoto Asas. Estão apavorados por causa disso, estão com medo de que matem os dois garotos. A outra única pista que após os invasores entrarem aqui no chalé real, eles não saíram, simplesmente sumiram. Enfim, eu não vi vocês essa noite, eu nunca nem falei com vocês depois da nossa última reunião, me deixem fora disso – diz a diretora Irons já saindo do quarto 
—Ok, essas são as pistas, e agora Sword? 
—Os invasores entraram, mas não saíram? Humm “os filhos pagarão pelos erros do pai”. Luise você não está com sua tela aí, está?  
—Acha que eu a guardei em qual bolso? Obvio que não 
—Certo, vamos mexer na cena do crime então. 
No canto do quarto tinha uma tela de parede, não queria a usar para não deixar pistas, mas vai ser necessário já que esqueci a minha no meu quarto.  
—O que vai pesquisar aí? – indaga Luise 
—O nome mais obvio, Crowngold. 
Pesquisando o nome da atual família real, muitas coisas inúteis aparecem, mas o que eu preciso não é isso, preciso das notícias mais negativas possíveis sobre eles. O que não é complicado para uma família real.  
—Bingo! 
—O que achou? 
—” Atual rei de Aúdases, Aioya Crowngold se envolve em polêmica com os habitantes das costas baixas” 
—Esse lugar não é onde aquele dragão atacou e quase dizimou a população de lá? 
—Esse mesmo. Os habitantes de lá acham que a culpa do ataque do dragão é do rei. Algumas provas surgiram, pessoas foram silenciadas, provas descartadas. Tudo indica que o rei está envolvido, mesmo que não seja diretamente com o ataque, ele fez algo. 
—Então você acha que essas pessoas estão aqui agora se vingando? 
—Não, nenhuma das pessoas das costas baixas não tem treinamento de aventureiro ou cavaleiro. 
—Tem alguém com poder ou influência entre essas pessoas? Talvez eles só tenham contratado alguém . 
—Não, é um lugar bem pobre do reino... espera, tem uma família que tem negócios nesse lugar. Os Sinivich.  
—Pesquisa sobre essa família Sword. 
—Sinivich é uma família bem antiga em Aúdases, estão aqui desde a fundação, tem grande influência e são proprietários da metalúrgica Sinivich. Uma das fábricas que mais produziam deles ficavam localizada nas costas baixas. Levaram um grande prejuízo depois do ataque do dragão, inclusive, Jonah Sinivich um dos filhos de Rainrel Sinivich atual dono das companhias, veio a falecer durante o ataque do dragão. 
—Acho que temos um culpado então? 
—Não, ele é uma possibilidade, mas não temos provas concretas, só especulações. Bom, agora temos que achar os dois. 
—A diretora disse que os invasores foram vistos entrando, mas não saindo. Acha que estão na casa? 
—Não, mas eu tenho uma ideia de onde eles podem estar. Antes de vir para Thunderbird, eu morava em Caikonsessex como te disse, quando recebi a aprovação para entrar na academia, fiquei um tempo em Downtown Bridge, cidadezinha horrível, fumaça, sujeira, assaltos e coisas do tipo. Downtown Bridge também é conhecida como a cidade esgoto, porque várias cidades desaguam seus esgotos ali, só que tem uma cidade que não faz isso... Revorant, eu lia bastante sobre como era Revorant, afinal eu iria morar ali em alguns meses. E descobri que a cidade tem os maiores aquedutos subterrâneos deste lado do mapa e vários deles passavam por debaixo da escola de Thunderbird. 
—Então você está dizendo que basicamente, eles deram um jeito de criar um acesso desta casa para um aqueduto? 
—Isso, só temos que descobrir onde é essa passagem. 
—Tá cheio de guardas lá fora, acho improvável de podermos buscar algo. 
—Eu desenvolvi algumas coisas novas nas últimas noites, bom, hora de testar. Passo Fantasma 
O passo do céu é a concentração de aura para que eu posso me locomover como eu bem quiser independente do ambiente. O passo fantasma é o contrário, eu não vou poder me locomover como eu quiser, mas sim me mover por onde a assinatura de mana é menor, eu vou usar o mana para encobrir meus passos, aos olhos dos guardas eu vou estar invisível, quando na verdade eu só estou seguindo as trilhas de mana deixadas pelas pessoas que já passaram por aqui, meus caminhos vão ficar limitados aos que já foram feitos dentro dessa casa, mas pelo menos vou poder tentar descobrir algo. 
—Sword? Cadê você? Ainda está aqui né? Se tiver sumido e me deixado para trás eu te mato. 
—Ainda estou aqui, só estou invisível aos seus olhos porque estou usando a trilha de mana da diretora Irons, assim, minha aura me deixa invisível dentro do mana dela. 
—Isso não faz sentido Sword 
—Claro que faz, o mana está em todo lugar, e nós também deixamos mana por onde passamos, eu apenas criei uma habilidade que usa minha aura para revestir meu corpo com o mana do ambiente, criando uma parede ilusória que me deixa invisível. Eu não tenho muito tempo, então vou indo. 
Andando pelas trilhas os caminhos ficam muito limitados, mas é tudo que eu tenho no momento. Isso limita meu caminho, mas também limita os caminhos de fuga. Se eu sentir um mana que não seja de ninguém que está aqui dentro, esse é o mana que eu devo seguir! 
 
Andando por todo lado da casa onde posso andar, não percebi nada, até que um mana diferente me chama atenção. É como se ele brilhasse em outra cor para mim, tenho certeza de que isso não é consequência do passo fantasma, meu olho por algum motivo tá percebendo por si só esse mana, uma trilha vermelha, assim como uma linha me indica o caminho, através de uma parede, mas a casa acaba depois daquela parede, a não ser que seja uma parede falsa. Ela fica num canto próximo à entrada para os andares inferiores do chalé, não tem muitos guardas, então talvez seja uma passagem possível. Volto para o quarto onde Luise está, já sei o que vou fazer. 
—Luise, assim que eu criar a distração, você corre para as escadas que dão acesso ao andar inferior, lá tem uma passagem provavelmente, vou tentar abrir essa passagem e então vamos sair daqui. 
—Ok. 
Novamente saio do quarto utilizando do passo fantasma. Perto da entrada coloco fogo numa cortina usando um isqueiro, rapidamente saio de lá. Luise abre a porta do quarto no andar de cima e vê o sinal, ambos corremos para a parede perto das escadas. 
—Ooof! 
—Tudo bem Sword? 
—Só um pouco cansado, o passo fantasma é muito exaustivo. 
—Entendo. 
—Você consegue ver essa trilha vermelha Luise? 
—Não sei do que você tá falando. 
—Acho que estou ficando louco então. 
—Não importa muito agora, faz alguma coisa se não seremos pegos. 
Na parede não tinha nada de muito chamativo além da estante e de alguns livros de combate. 
—Espera, livros? 
—O que tem os livros Luise? 
—Sword, o único combatente dos irmãos é o Asas e ele não gosta de ler, Garrias não é combatente, tenho certeza que o tipo de livro que ela lê não são de combates. 
—Certo, então devemos procurar um livro que não seja de combate. 
—Tipo aquele? 
—Parece ser aquele 
No canto inferior da estante, havia um livro “diversas maneiras de se escapar de lugares trancados”. O livro parece ser autoexplicativo demais. No momento em que puxo o livro, uma passagem se revela, uma escada que desce muito, provavelmente até os aquedutos. Eu e Luise descemos pelas escadas até chegarmos realmente nos aquedutos. 
—Parece que você estava certo Sword, realmente existe aquedutos que passam por baixo da academia Thunderbird, o problema é que se eles passarem por baixo de toda a Revorant, temos um grande território para procurar. 
—Eu consigo ver 
—Ver o que Sword 
—Aquela mesma linha vermelha. Talvez fosse consequência do passo fantasma, mas não é, eu estou vendo-a agora, ela leva para um lugar, talvez até os dois que estamos procurando. 
—Essa linha, esse rastro, ele nos trouxe até aqui embaixo, vamos dar o benefício da dúvida e seguir ele. 
—Luise 
— O que? 
—Esse lugar, essas paredes, os tijolos, são exatamente como no meu sonho. 
—Não, deve ser coisa da sua cabeça, você tem medo desses sonhos, por isso fica vendo padrões. 
—Com certeza esse lugar é o mesmo do meu sonho Luise, é sério. Não pode ser coincidência, o rastro vermelho, o sonho no aqueduto. 
—Você quer me dizer que é clarividente agora? 
—Não, só... na verdade, deixa pra lá, só vamos. Temos que achar a Garrias e o Asas 
—Certo, vamos entrar nessa água gelada a essa hora da noite, eu vou pegar um resfriado. Mas olha só Sword 
—O que? 
—Pelo menos aqui não tem um cão 
Luise diz isso não como uma piada, mas como uma forma de não me preocupar. Ela sabe o que esses sonhos têm feito comigo. Não posso me deixar atrapalhar agora, esse rastro vermelho? Eu descubro depois, esse aqueduto? Eu pesquiso depois, o principal agora é achar os dois principezinhos.


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