—E é assim que vocês conseguem manipular aura de maneira convincente – diz Galliardos apagando algumas escritas do quadro
  -Professora Galliardos – um aluno diz levantando a mão
  -Sim Hiruko, fale
  -Bom, é que o Sword e a Luise não vêm para às aulas teóricas dos causadores de dano a um bom tempo. Eles estão em uma missão de Guilda?
  -Claro que não seu imbecil – Danny diz do outro lado do salão, ainda se recuperando da luta contra Enkiu – Eles não têm nível para serem pré aventureiros, jamais que a diretora Irons os chamaria para algo assim
  Danny sabe o motivo dos dois estarem ausentes, afinal ele ouviu a conversa da Irons com eles naquele dia, na área médica, mas ele queria proteger o segredo dos possíveis amigos que ele fez.
  -Como Danny disse Hiruko, ambos não têm nível ainda, então não podem ser chamados para missões de Guilda, devem estar doentes...
  Galliardos também sabia da situação, mas também tinha que esconder.
  -Agora, abram seus livros na página 528. Vamos estudar a fundo o desperta da aura e sua relação com os espíritos de aura, mas antes, quero que me expliquem, o que é a aura. Aposto que todos aqui devem saber, afinal são todos causadores de dano.

  Várias pessoas tentam explicar o que é aura, mas ninguém soube dizer exatamente o que era. Galliardos então começou a explicar o que é aura...

  -A aura é um conceito que se refere ao campo de energia que envolve o corpo humano. A aura contém informações sobre a saúde, a personalidade, as emoções e até mesmo as experiências espirituais de uma pessoa. A cor e a intensidade da aura podem variar dependendo de vários fatores. Não vou entrar nesse mérito agora. Continuando, na sua essência mais profunda, a aura é considerada uma manifestação da energia vital ou "prana" que flui através do corpo. No nosso mundo onde a magia é uma realidade, a aura poderia ser vista como uma manifestação mais primitiva e bruta de energia mágica, um tipo de "mana" que flui através de todas as coisas vivas, assim como é a magia. Enquanto a magia seria uma habilidade mais refinada e complexa, a magia pode exigir três coisas dependendo de como você nasce; dos feiticeiros exige estudo apesar do talento nato, dos magos exige controle e dos bruxos exige o reconhecimento de suas origens. Já a aura seria uma manifestação mais instintiva e inata de poder mágico. Muitas das vezes podem não se equipara a refinada magia, mas com treinamento e força de vontade, se tornam algo incomparável. Existem também, as exceções à regra, existem sim manipuladores de aura que conseguem usar características de magia. As pessoas com uma aura forte poderiam ser consideradas naturalmente talentosas em certos aspectos da magia, como a cura ou a detecção de energias sutis. No entanto, como a aura é uma manifestação mais crua e menos controlada de energia mágica, as pessoas com auras muito fortes podem ter dificuldade em controlá-las e usá-las de forma efetiva. Alguns, acabam se tornando druidas e xamãs, e podem ser especialmente sintonizados com a aura, usando-a para se conectar com a natureza e as energias do mundo natural. Eles poderiam usar a aura para se curar ou fortalecer a si mesmos ou a outros, ou para detectar a presença de criaturas ou energias mágicas nas proximidades. Hiruko, já que você está falante hoje, consegue me dar um exemplo de um aluno de Thunderbird que tenha nascido com uma aura tão forte que tem capacidade para ser algo além de um causador de dano e se tornar um druida ou xamã?
  -Bom, tem os filhos do rei.
  -Um ótimo exemplo, Asas e Garrias, herdaram do clã Crowngold uma quantidade absurda de mana, e apesar de ambos serem causadores de dano, eles conseguem replicar algumas coisas que somente manipuladores de magia poderiam fazer. Garrias Crowngold por exemplo, mesmo sendo uma causadora de dano, consegue curar a si e seus aliados, ela é um bom exemplo de alguém que poderia vir a se tornar um druida ou uma xamã. Só o tempo nos dirá o que ela vai escolher.

  -Legal, mas como isso se encaixa com o despertar da aura? – novamente pergunta Hiruko

  -Vamos lá, já discutimos isso anteriormente, não existem maneiras cravadas de como isso acontece, e nem em qual estágio de estrelas. É espontâneo, mas dizem que são em condições extremas, podem ser extremamente boas ou ruins. E quando acontece, diz que o causador de dano despertado tem 5 vezes mais seu poder máximo. Bom, então como a aura desperta? Como eu vou estudar algo que não tem fórmula? Bom, vamos a alguns exemplos; em um momento de grande estresse, um indivíduo é submetido a uma grande pressão emocional ou física. Esse estresse pode ser positivo, como durante um evento esportivo competitivo ou uma batalha intensa, ou negativo, como durante um acidente ou uma situação de sobrevivência. Sob essa pressão, a aura do indivíduo desperta, permitindo que ele canalize uma quantidade imensa de poder aurático.

No entanto, existem algumas brechas em relação à mecânica da aura despertada. A ideia de que o despertar da aura sempre resulta em um aumento exato de cinco vezes no poder máximo parece ser uma generalização simplista e limitada. A verdadeira natureza da aura pode variar amplamente, tanto em termos de poder quanto de efeito, dependendo do indivíduo e das circunstâncias envolvidas. Entendem por que é complicado criar um padrão para o despertar?

Além disso, é importante ressaltar que o despertar da aura não deve ser visto como uma panaceia para todos os problemas. Embora possa conceder um poder incrível, o despertar da aura também pode ter efeitos colaterais negativos, como uma exaustão profunda, ferimentos graves ou a perda do controle sobre o poder aurático.

  -Então, não existe uma maneira certa, mas existem possibilidades maiores certo? Quais são elas professora Galliardos? – pergunta Danny

  -Bom, quanto aos métodos certos para despertar a aura, aqui estão algumas possibilidades:

Uma iniciação por um mestre de aura, que pode conduzir o indivíduo através de um ritual de despertar.

Uma exposição prolongada a uma fonte de energia mágica extremamente poderosa, como um lugar sagrado. Ou o local de nascimento de um dragão.

Um evento traumático, como uma experiência de quase-morte, um acidente grave ou a perda de um ente querido.

Quando a aura é despertada, o indivíduo pode experimentar uma amplificação dramática de suas habilidades auráticas e uma sensação de poder sem precedentes. No entanto, essa sensação pode ser acompanhada por uma perda temporária de consciência, um estado de frenesi ou a perda do controle sobre se próprio poder, levando a efeitos colaterais indesejados. Portanto, o despertar da aura é um evento perigoso e deve ser tratado com cautela. Dito isso, minhas considerações finais sobre os métodos mais probabilístico são; mestres de aura não existem há mais de 200 anos, então esqueçam o primeiro método. Lugares sagrados não possuem mais tanta energia assim porque milhares de pessoas todos os anos os visitam, isso suga muito, então esquece o segundo método. E sobre o último, bom, várias pessoas quase morrem todos os dias e não despertam. Então o despertar não tem uma receita, mas tem uma taxa de poder analisável para os que já despertaram.

  -Entendi, bom, no fim. É a sorte.
  -Da pra dizer que sim senhor Marcel, bom, agora vamos para a última parte. Os espíritos de aura.

O conceito de espíritos de aura pode ser um aspecto intrigante e complexo do mundo fantástico. De acordo com essa ideia, algumas pessoas têm uma conexão especial com a aura, e essa conexão se manifesta em forma de espíritos. Esses espíritos podem assumir a forma de objetos, pessoas ou animais, dependendo do indivíduo.

Os espíritos de aura são classificados em três categorias, de acordo com sua força e poder. Aqueles que possuem espíritos de objetos são considerados os mais fracos, pois estão satisfeitos com sua posição na vida e não têm grandes ambições. Eles começam a ver o espírito do objeto em todos os lugares, como se fossem atraídos por ele. Por outro lado, aqueles que têm espíritos de pessoas são considerados medianos, pois são indecisos e muitas vezes veem seu próprio reflexo como seu espírito. Eles podem perder a capacidade de se ver claramente no espelho quando seu espírito é ativado.

Por fim, existem aqueles que têm espíritos de animais, que são considerados os mais fortes e misteriosos. Não se sabe muito sobre esses espíritos, mas é dito que eles são atraídos por pessoas que passaram por grande angústia, dor, solidão ou morte. Os sonhos e pesadelos podem ser uma pista de que alguém está apto para o espírito animal. Uma vez que o espírito animal é despertado, o indivíduo pode experimentar uma grande mudança em sua personalidade e habilidades, assumindo características do animal que o representa.

Os espíritos de aura são considerados uma parte importante da cultura e da sociedade nesse mundo. Aqueles que possuem espíritos são muitas vezes vistos como líderes, capazes de canalizar a energia da aura para fins produtivos e ajudar os outros a alcançar seu potencial máximo. No entanto, também há aqueles que usam seus espíritos para fins egoístas ou destrutivos, o que pode levar a conflitos e desequilíbrio no mundo.

A compreensão dos espíritos de aura é um tema de estudo para muitos acadêmicos e místicos, e há muitos mistérios e segredos ainda a serem descobertos sobre esses espíritos. Alguns acreditam que os espíritos de aura são manifestações do poder de uma divindade, enquanto outros acham que são simplesmente uma forma de energia mágica. Independentemente do que se acredita, a conexão com os espíritos de aura é considerada uma bênção e uma responsabilidade pelos que a possuem.

  -Professora Galliardos – Pidoux diz se colocando de pé – Já que estamos falando e mana e aura, eu li em algum lugar sobre uma energia que é o oposto dessas duas, Nam. É uma matéria um pouco avançada eu sei, mas gostaria de saber um pouco mais sobre ela
  -Você invadiu minha aula novamente Pidoux?
  A garota se recolhe em sua carteira após o comentário de Galliardos.
  -Enfim, vocês não estão preparados para saberem sobre o Nam, mas posso dar uma introdução sobre o que se trata. Nam é o oposto direto da mana. Enquanto a mana é a força fundamental que gera a matéria e a energia, o Nam é uma força destrutiva que gera a antimatéria e a energia escura. Ao contrário da mana, que é uma força criativa que pode ser manipulada para criar, o Nam é uma força destrutiva que pode ser extremamente perigosa e imprevisível. Seu poder é descontrolado e pode causar grandes desastres e catástrofes, além de criar anomalias e aberrações no mundo natural. Isso é tudo que posso e tenho permissão de dizer a vocês. Querendo ou não, falar sobre o Nam ainda é um tabu e vocês sabem bem o porque
  -Eu entendo senhorita Galliardos, mas o que você me disse é algo que posso encontrar em qualquer lugar. Eu não quero saber sobre algo que posso achar em qualquer lugar, me diga algo que você saiba, algo que você ache sobre o Nam

  Pela primeira vez, Galliardos olhou diferente para a aluna Luthien Pidoux, ela sabia o que Pidoux queria, sabia que não deveria dizer, mas sabia também o que podia ser dito.

  -Muito bem Pidoux, me diga, o que causou todas as 5 guerras combatentes?
  -Interesses divergentes professora Galliardos. Durante todas as cinco guerras, os reinos combatentes como eram chamados reinos que apoiavam causas de continentes inteiros, lutaram entre si...
  -Errado – Galliardos corta a fala de Pidoux – Isso é o que os livros dizem para vocês, é o que os professores dizem a vocês, o que o estado diz. Mas é mentira! Cada uma das guerras combatentes, ocorreu por influência do Nam. Na primeira guerra, um dragão carmesim obteve controle sobre a manipulação de Nam, os reinos combatentes lutaram contra ele e depois lutaram entre si para ter o controle do poder do dragão abatido. Na segunda guerra, uma linhagem de bruxas criou um culto que odiava todos os que não eram manipuladores de magia e começaram a matar milhares de pessoas, a grande verdade é que eles acharam uma forma de utilizar Nam através do sacrifício de alma de outras pessoas.  Tanto a terceira e quarta guerra foram causadas pela mesma pessoa...
  -Sim, Constantin Jurjewitsch, um lixo de pessoa
  -Exatamente, para Jurjewitsch geopolítica e relações internacionais era o mesmo que brincar com bonecos, ele tirava isso de letra, e foi graças a isso que ele manipulou tanto os reinos combatentes, que guerrearam entre si por anos durante a terceira e quarta guerra.
  -E o que isso tem a ver com o Nam?
  -Simples, as guerras fizeram os reinos combatentes voltarem atenção para outros lados, enquanto isso, Jurjewitsch focou recursos para explorar a falha de Amonapttra, com isso ele descobriu uma nova fonte de Nam, nas profundezas do deserto abissal. A falha de Amonapttra é cobiçada até hoje por cada um dos 7 grandes reinos da guerra, um não avança devido ao problema de poder gerar um novo conflito. Jurjewitsch conseguiu fazer isso a séculos atrás, e seus descendentes tentaram fazer igual em um certo país.
  -O país de ferro, às terras árticas. Está falando dos Starkova não é?
  -Foi você quem disse senhorita Pidoux, não eu – Galliardos dá um sorriso de ladio
  -Mas e quanto a quinta guerra professora?
  -Como todos sabemos, apesar da quinta guerra ser a mais recente, não se sabe nada sobre ela, de alguma forma, todos os arquivos, pessoas e qualquer coisa que a envolva, desapareceu. Mas então, não é só pegar os melhores rastreadores do mundo? Magos, bruxos, feiticeiros e fazerem eles utilizarem uma magia de larga escala para poder sei lá, quebrar a possível magia que impede as pessoas de se lembrarem dela? Ou rastrear algum arquivo? Bom, já tentaram, mas o resultado não deu em nada. Sabemos que ocorreu uma quinta guerra, só não sabemos o porquê e nem onde. A única coisa que sobrepõe tanto magias tão poderoso de rastreio e de banimento de maldições, vocês sabem bem o que é
  -NAM

  Todos os alunos respondem ao mesmo tempo, a maioria incrédulos com o que acabaram de escutar, todos ficam atônitos olhando para a professora que acabará de abrir seus olhos. Só voltam a si quando o sinal de troca de aulas toca. Todos caminham em silêncio rumo a saída da sala. O único barulho que se ouve é o de materiais sendo guardados e passos pelo auditório. Na saída enquanto Galliardos termina de arrumar suas coisas para ir à sala dos professores, Pidoux chega até ela.

  -Professora Galliardos, posso te fazer uma pergunta
  -Não, você não pode vir para a minha aula amanhã também, você é uma feiticeira, deveria estar melhorando sua condução de magia e não estando numa aula de combate teórico de causadores de dano.
  -Eu ainda prefiro sua aula professora Galliardos.
  -Eu genuinamente não gosto de você – Galliardos diz enquanto termina de guardar suas coisas – Enfim, pergunte logo o que quer perguntar
  -Por que combate teórico de causadores de dano? Você e nova e tem conhecimento sobre diversas áreas, incluindo protocolo monarquico
  -Eu nunca disse que sabia sobre protocolo monarquico
  -Me pegou, eu pesquisei sobre você, você é tão nova. Eu queria saber por que alguém se torna professor aos 21 anos de uma matéria tão superficial
  -Se pesquisou, já sabe a resposta – Galliardos diz saindo, indo em direção a porta
  -Eu sei que toda sua vida foi apagada dos arquivos, não existe nada sobre você
  -Tudo que eu disse aqui hoje, eu perigosamente revelei coisas, mas são coisas que ninguém dão tanta importância, os segredos que sei são muito piores senhorita Pidoux. O que eu tenho a dizer é, quem procura, acabando encontrando. Pare de procurar, ou vai ser silenciada assim como eu fui. Estar aqui é apenas minha punição por saber o que sei – Galliardos sai da sala deixando Pidoux sozinha e pensativa.

Andares Inferiores. Saídas dos laboratórios de experiencias com mana

  Pidoux tinha o hábito de fazer experiencias com mana, testando os limites dele, e depois do recém-descoberto na aula da manhã, ela queria ver se conseguiria gerar Nam no laboratório, mas todas as tentativas seguem sendo uma falha. Já era tarde da noite quando Pidoux desistiu de seus testes e fechou o laboratório para ir dormir. Enquanto trancava a porta, teve a surpresa de ver do lado de fora a diretora Irons a esperava.

  -Meio tarde para estar fazendo experimentos, não acha senhorita Pidoux?
  -Diretora, eu realmente não esperava te ver nesta ala
  -Eu não sou fã de biologia ou estudos avançados de mana. Além de que você sabe o quão ocupada eu fico o dia todo, enfim, o que eu realmente quero é lhe fazer uma proposta.
  -E o que seria?
  -Galliardos me falou sobre você, é inegável seu talento, entrou sendo um prodígio em Thunderbird, mas que tal colocarmos a prova esse talento?
  -Galliardos falou de mim?
  -Não de uma forma boa.
  -Eu não queria ser intrusiva com a vida dela, é só que parecia muito estranho alguém como ela, aqui.
  -De fato. Algo que tenho que dizer é que Galliardos é o maior talento que tenho em Thunderbird no momento. Mesmo tão jovem ela conseguiu comprar problemas com pessoas grandes demais, acredite se quiser, mas o segredo que ela esconde poderia simplesmente mudar a história que vivemos agora.
  -Então por que ela simplesmente não conta?
  -Deixa eu te perguntar, se você disser pra alguém que viu dragão, alguém vai acreditar em você?
  -Não, dragões foram extintos.
  -Mas e se você puder filmar esse dragão, ter uma escama ou alguma forma de DNA que só pode ser obtida de uma criatura viva e não fossilizada?
  -Então acreditariam com fervor.
  -O caso da Galliardos é mais ou menos parecido. E devido a tudo que ela sabe, a vida dela corre perigo, escondi ela aqui em Thunderbird sob uma nova identidade para protege-la
  -Entendo, mas permita me pergunta diretora Irons, por que você acreditou nela?
  -Bom, porque quando foi comigo, não acreditaram e eu prometi a mim mesma que quando chegasse a hora, eu acreditaria.
  -Você não é o tipo de pessoa que segue a lógica, não é? E nem emoções ao que parece, tem um código de conduta próprio que ninguém conhece. Por isso os boatos sobre você são tão assustadores.
  -Eu só cheguei aonde cheguei por causa dos meus atos. Agora chega de conversa jogada fora. Apesar do que Galliardos disse sobre você, ela também te elogiou. Ela sabe que você secretamente estuda o Nam
  -Mas eu comecei a fazer experimentos hoje
  -Não me refiro aos experimentos Pidoux, ela sabe que você pesquisa sobre ele, você pouco a pouco está encontrando pessoas relacionadas a ele e indo até elas. Suas faltas terem aumentado neste último mês também não ajuda muito você a esconder isso. Você pergunta por aí, vai a locais de ocorridos, em pouco tempo você criou um mapa de Nam tão rico quanto um manaólogo certificado pela Guilda.
  -Como sabe dos mapas?
  -Eu sei de muita coisa Pidoux. Agora finalmente, vamos a proposta. No seu mapa, o que acha de Voxaellchi?
  -Bom, a região de Voxaellchi, é uma pequena região que faz divisa com Aúdases. Não tem muito o que dizer, sei lá, Voxaellchi tem umas 15 cidades no máximo – parece que uma engrenagem vira na cabeça de Luthien e um sorriso começa a aparecer – Como eu esqueci disso, a capital de Voxaellchi, “A Grande Cidade de Voxaellchi”, teve um incidente com Nam a 200 anos atrás, um dos maiores incidentes desse tipo, deste lado do mapa!
  -Exatamente, quero mandar você para lá, um dos nossos informantes...
  -Thunderbird tem informantes? Achei que isso era uma escola
  -Thunderbird prepara cavaleiros e aventureiros para serem reservistas no exército real, desde quando isso pode ser só uma escola? Agora, me deixa terminar
  -Certo, desculpa
  -Um dos nossos informantes que está na Grande Cidade de Voxaellchi, disse que uma dungeon recém-descoberta na capital está gerando lucro generosos aos seus aventureiros, mas isso não importa, o grande Q dessa questão é sobre um achado deles nessa dungeon. O que ele diz é que agentes da Grande Guilda retiveram um item encontrado nessa dungeon, não só o item como também a existência dele e qualquer informação sobre ele. Nosso informante tem motivos e provas para achar que este item tem a ver com Nam, não só o assunto, mas que o item emana essa energia. Quero que você vá até lá, confirme essas informações, tente descobrir o máximo que puder na encolha e retorne para Thunderbird com um relatório, e o mais importante, não entre na dungeon em hipótese alguma, você não é nem aventureira e nem candidata. Se te pegaram, vou ter que explicar o porquê estamos espionando-os.
  -Certo, só tenho uma pergunta.
  -Qual?
  -Quando eu parto para Voxaellchi?

ILHA JÚBILO, MONTANHAS NEVADAS

  -Me lembre aqui Lara, por que estamos subindo as montanhas dessa ilha mesmo?
  -Bom, dexa eu ver... nois topou com mais um monte de sombração daquelas, intão num era só uma que tinha, deve de ter um bocado bom ainda na ilha.
  -E a ideia de subir a montanha veio de onde mesmo?
  -Ocê me pergunto se eu sabia de mais alguma história desse lugar, eu respondi que tinha uma ortra lenda, até ranquei a o papel do livro pra te mostrar sô
  -Verdade, deixa só eu ver novamente isso aqui. Só pra ter certeza de que a gente não está indo para o local errado.

“Nas terras geladas da ilha esquecida,
Onde o vento uiva e a noite é comprida,
Entre os uivos da matilha que persegue a presa,
O caminho leva a um lugar de beleza rara e surpresa.

Seguir a jornada é um passo de fé,
Pois há perigos que poucos já venceram,
Mas para aqueles que chegam ao fim,
Um tesouro secreto e puro é descoberto enfim.

Nas trilhas que se estendem entre as rochas e o gelo,
Aqueles que buscam precisam ter cautelo,
Pois há segredos antigos ocultos no caminho,
Que os sábios das eras passadas deixaram como aviso.

Aquelas que não correm mais indicam o caminho,
Com seus sussurros suaves que ecoam pelo ninho,
E no final do trajeto, uma luz divina irá brilhar,
Iluminando as almas que a buscam com devoção e fé sem cessar.

Do puro ao puro, a energia flui em torrente,
Quebrando a corrente de trevas que antes era presente,
E para aqueles que possuem a chave para alcançar,
A iluminação e felicidade estarão sempre prontos para dar.”

  -E isso nos leva onde mesmo?
  -Tá com amnesia sô? Eu já dissi, as lenda diz qui a filicidadi dos povo aqui é por causa de cristal aí, esse poema era pra levar nois pra lá
  -Certo, era só pra confirmar que eu não era a única com a ideia absurda de seguir pistas de um poema.
  -Quem num arrisca num pestisca uai
  -Mas esse poema tá muito confuso, por exemplo, o que é esse tal de “onde o vento uiva”? São montanhas cheias de neve, o vento não vai uivar aqui, ele é gelado e não rápido para fazer som.

  No caminhar das garotas pela neve, uivos de lobos são escutados

  -Luise, acho qui discobri o que é uivo do vento
  -Não, nem pensar, a gente não vai seguir uivos de lobos, estamos tentando resolver o problema e não ir de peito aberto até ele!
  -Lê aí o poema no inicin pra nois dinovo
  -Diz o seguinte. “Nas terras geladas da ilha esquecida, onde o vento uiva e a noite é comprida, entre os uivos da matilha que persegue a presa, o caminho leva a um lugar de beleza rara e surpresa”.
  -É isso uai, fala qui os uivo da matilha persegue a presa num caminho beleza num é? Intão vamo perseguir a matilha sô
  -Não Lara, diz que a matilha que persegue a presa e o caminho leva a um lugar de beleza rara e surpresa. Não é em um caminho beleza não. Esse negócio de beleza rara é só esquisitice e seguir uma matilha não é seguro!
  -Ocê pode ficar ai se quisé, mais eu vo atrais desses cachorro ai
  -Espera, Lara... Lara. Espera aí Lara, não me deixa aqui sozinha não

  Ambas seguem os sons do uivo noite a dentro pelas montanhas. Clima hostil, terreno desconhecido, perigos eminentes... Não é assim que começam as melhores histórias?