Caminho das Centelhas escrita por Sir Rail Zeppelin


Capítulo 12
Bem-vindos a Port Seanesse parte 3 - A matilha de um cão só




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/808942/chapter/12

“Se fazem os melhores contos em volta da fogueira” - É algo que meus pais sempre me disseram quando contavam essa história pra mim, era uma forma de dizer; “está tudo bem, essa história não é real, é uma lenda de fogueira acessa” – dizia Ania aos seus amigos que estavam ao redor da fogueira que fizeram na área de camping da academia Thunderbird
  -Ok Ania, só conta logo, não pode ser uma história tão assustadora assim – Raider um aluno graduando dizia impaciente esperando a história de Ania
  -Não é pra ser um história assustadora, é pra ser uma lenda que conta sobre os remotos tempos:
  “A Era do véu, tempos tão sombrios que magia de luz ainda não existia. O mero ato de acender uma tocha ou fogueira era uma missão impossível, o véu das trevas extinguia qualquer tipo de luz existente...’’
  -A Era do véu não foi antecessora aos divinos? Tipo, muitos anos antes deles. Como existem relatos de uma era assim? E mesmo que os relatos fossem um pouco próximo a existência do primeiro divino, ainda existiriam um problema; às bestas da criação – Karolyna uma outra estudante que estava ali diz tentando parecer esperta
  -Karolyna, é uma lenda, não é para ser cientificamente correta, é só pra ser uma boa história. Fica quieta e me deixa contar – Ania diz repreendendo a colega, todos ficam sorrindinho debochando de Karolyna que só faz um bico e deixa Ania terminar a história – Como eu dizia, não existia luz nessa era, o que tornava o trabalho de criaturas sombrias mais fácil, pessoas morriam todos os dias, mas não como hoje, morriam aos montes de milhares. A taxa de vida de um ser humano como nós era de mais ou menos 23 anos se tivesse sorte, às vezes, morriam no mesmo dia em que nasciam. E por causa disso, um medo começou a reinar, o medo do escuro, o medo do que aguardavam eles do outro lado, o medo mais primordial que existe, o medo da morte! Dizem que o primeiro rei que existiu, Akkargão, viu a morte com os próprios olhos e contou a todos como ela se parecia.
  -E como ele fez isso, sabe, pra ver a morte não tem que tipo, morrer? – indaga Karolyna
  -Ok, parece que vou ter que explicar um pouco de história.
  Akkargão foi o primeiro rei da história que se tem registros. Ele unificou povos da região das terras destronadas e fundou o primeiro reino humano a gigantesca cidade de Urkqin. Imagine você construir um reino no meio da era do véu? O quão incrível isso é?  Alguns boatos dizem que antes dele levar seu povo para a grande cidade de Urkqin, ele procurou pelo melhor território e passou longas noites construindo os moldes da cidade com as próprias mãos, esse é um dos motivos que seu povo o respeitava tanto. Mas nem toda história é feliz, eles viviam em tempos sombrios e escuros, literalmente, sempre era noite e o medo das pessoas faziam eles terem decisões impulsivas, guerras estouraram, outros povos quiseram tomar a segura cidade de Urkqin, batalhas e batalhas foram travadas. Akkargão sempre lutava nessas batalhas, ele acreditava que um rei devia sempre estar na primeira linha para defender seu povo. Ele foi mortalmente ferido e teve uma experiencia de quase morte, foi quando ele viu a morte, ele conta que a morte mostrou a ele o caminho da verdade e do poder, depois de sobreviver a essa experiencia, ele peregrinou pela noite de uma terra escura até um lugar onde achou o que chamam de Estandarte da Luz. Parecia ser uma lança ou alabarda, mas ninguém sabe dizer ao certo o que é. Ele voltou com esse estandarte para Urkqin que estava em guerra, um simples erguer desta arma no lugar mais alto da cidade foi o suficiente para trazer luz a todo o lugar, o estandarte trouxe paz e proteção a cidade enquanto Akkargão e sua linhagem governaram. No seu leito de morte Akkargão disse para que seus filhos governassem com o coração e mente, nunca somente um. Suas últimas palavras foram, finalmente posso cumprir minha promessa e me unir a ela, me unir a “Shǒuxiān sǐ”. Esse é o nome que muitos especulam que Akkargão deu a morte na primeira vez que ele “morreu” e voltou. Alguns dizem que um pacto foi feito com a morte, pois Akkargão apesar de velho, tinha sua saúde intacta mesmo depois de tantas batalhas e alguns de seus filhos descobriram que o estandarte curava as mais terríveis doenças. Então a lógica diz que Akkargão sacrificou sem tempo de vida pela vida dos milhares que agora vivam na primeira cidade da história Urkqin!
  -Muito boa a história, mas sabemos que não é verdade, a morte não tem nome e nem é alguém sabe? E nem tem relatos dessa era aí – diz Raider se levantando e abanando a poeira da calça
  -Quem garante que não? A relatos de pessoas em situações de quase morte que disseram realmente ter visto a morte – retruca Ania – Mas como eu disse é só uma história boa e como meus pais diziam; “Se fazem os melhores contos em volta da fogueira”

PORT SEANESSE, SÚBURIBIOS, AREA DO LEILÃO

  -Está tudo tão escuro, onde é que eu estou – Sword indaga sentindo-se fraco – Cão? É você novamente?
  -Cão? Essa é nova – uma voz que altera entre feminina e masculina diz zombando – Já me deram vários nomes, mas Cão eu admito que é muito novo
  -Quem é você?
  -Não foi você que a pouco me chamou de Cão? Se quiser usar este, por que não?
  -Não, o Cão é... eu não sei explicar o Cão, mas você é diferente. Me diga seu nome por favor.
  -Hummm, qual nome devo usar? Houve tempos que eu era a visão do último suspiro, outrora o Anjo do abraço gélido, pra alguns eu era divino e me denominaram Samael, mas eu nunca gostei desse nome. Uma vez um humano me deu um nome que eu gostei muito, acho que vou usá-lo. Me chame de Shǒuxiān sǐ
  - Shǒuxiān sǐ... você é a morte! – exclama Sword
  -Se sabia quem eu era porque me perguntou o nome? Brincadeira, todo mundo fica surpreso quando vem de encontro a mim, não é pra menos, a final eu sou o fim da linha.
  -Então quer dizer que eu morri? Acabou pra mim?
  -Me diz você Sword
  -Sabe meu nome?
  -Eu sei o nome de tudo e todos, eu existo desde os primórdios da criação, conheço segredos que faria sua pequena mente desmantelar, não achou que seu nome era algo que eu desconhecesse né?
  -Caramba, acho que é o fim para mim então.
  -Bom, Sword, você quebrou 20 de 24 costelas, danificou 150 de 206 ossos, sua pele afetada, sistema nervoso afetado, pulmão perfurado. Será que foi uma boa ideia bancar o herói Sword?
  -Eu não estava pensando nisso.
  -Sim, eu sei. Estava pensando no ser que Ozzy Frankenstein criou
  -Como assim criou? Ela é só uma garotinha
  -Aquilo não é uma garotinha Sword, é uma criatura criada pelos experimentos nefastos de Ozzy, um ser sem alma. Quando aquilo morrer, se é que vai morrer, eu não vou de encontro, pois aquilo que não tem alma, não morre, apenas deixa de existir.
  -Mas a morte não é isso?
  -Não caro Sword, a morte não é deixar de existir, o fato de todo ser vivo morrer é a coisa mais bela do mundo, quando todos se derem conta que a morte é parte da vida e do ciclo infinito das coisas, a tudo será mais claro.
  -Entendo... bom, creio que é minha hora então, bom, onde vamos dona morte?
  -Dona Morte? Tá aí gostei, vou usar esse também – diz o ser que ainda nem se mostrou – Mas, acho que já brinquei demais, ainda não é sua hora Sword.
  -Como assim? Ainda não morri?
  -Estado de entre vida, muito comum entre guerreiros, adoro assustar os guerreiros que acham que morreram, mas só estão de passagem pela penumbra haha.
  -Mas como estou vivo ainda?
  -Aquilo que você chama de Cão, ele está tentando te salvar a todo custo! E pelo visto vai conseguir
  -O Cão... você sabe algo sobre ele? Você disse que sabia de tudo
  -Claro que sei, mas não vou te falar.
  -Por que não? Isso me ajudaria muito
  -Adoro ajudar almas perdidas Sword, mas você não está perdido, sabe exatamente seu caminho. Se eu te contar sobre o Cão, qual proposito teria sua vida? A origem dele está ligada diretamente a sua família... e esse é seu objetivo não é Sword? Descobrir ou pelo menos tentar entender por que sua família te abandonou. Porque você não lembra de nada da sua infância antes dos seus 10 anos? Porque ir para Thunderbird? Por que o Cão está com você? Sua família te abandonou, mas será que eles ainda estão vivos? Essas perguntas só podem ser respondidas de acordo com o caminhar da sua jornada, esse é seu propósito de vida Sword. Vai logo, estou te tomando um tempo precioso aqui e não é isso que eu quero, quero que você viva o suficiente para que quando sua hora chegar, você morra o suficiente.
  -Só mais uma coisa Dona Morte
  -Quer saber sobre a lenda de Akkargão
  -Como sabia... esquece, quase não guardo que você sabe de tudo. Como Akkargão sabia onde encontrar o Estandarte da Luz?
  -Um pacto Sword, em troca do que lhe restava de vida após a paz reinar em Urkqin, eu lhe disse a localização do Estandarte da Luz.
  -Eu também posso fazer um pacto?
  -Você realmente quer me oferecer sua vida Sword?
  -Você já sabe a resposta para essa pergunta e também já sabe o que eu quero.
  -Me dói arrancar a vida de alguém tão jovem, então a resposta para seu pedido, é não!
  -Obrigado assim mesmo por considerar Dona Morte... bom, acho que vou indo.
  -Nunca é um adeus, vamos nos ver novamente no fim de tudo Sword, até lá, tenha uma boa vida.

PORT SEANESSE, ANDARES INFERIORES DO LEILÃO

  Nos andares inferiores, às vendas já estavam ocorrendo, mulheres e crianças sendo vendidas das maneiras mais sórdidas possíveis, as mulheres que subiam ao palanque onde eram orquestrado o leilão pelo leiloeiro estavam quase totalmente despidas, a roupa que usava cobria apenas as partes intimas e mesmo assim era bem pouco. Algumas eram vendidas como escravas serviçais mesmo, outras serviriam como amantes de nobres e barões. Mas a grande maioria nem subia ao palanque eram diretamente enviadas ao navio atracado atrás das docas, o navio de Ozzy e depois dali serviriam como cobaias em seus experimentos. No meio da multidão de compradores mascarados para não revelar suas identidades, estava Luise e Akolyolypopylusipopodaramcheislariokinai.
  -Bubble, você disse que ele estaria aqui, onde ele está?
  -Pra alguém que não queria nem ver o garoto, você não está muito preocupada – diz o homem com braço de polvo sussurrando – Estou tentando sentir o mana dele, mas está muito fraco agora, parece que algo está devorando o mana do Sword
  -É o Ozzy?
  -Duvido, ele está bem ali – Bubble aponta para Ozzy que está numa cadeira no alto observando o Leilão a – É estranho, não parece ser também um experimento do Ozzy, o mana dele está sendo devorado, mas está se mantendo o mesmo, é como se algo estivesse o encobrindo, transformando.
  -Transformando? Já vi isso antes, temos que achar o Sword antes que ele se transforme naquela coisa novamente, se ele fizer isso, muitos irão morrer aqui.
  Enquanto eles conversavam, atrás deles uma coisa enorme de quase 3 metros deu apenas um respiro em seus ombros que esquentaram com a respiração da coisa, era um dos experimentos de Ozzy. Com apenas um movimento de sua enorme mão direita ele arremessa os dois contra a parede fazendo um grande alarde e interrompendo o Leilão.
  -Me desculpem meus caros compradores, um de meus experimentos encontrou dois intrusos intrometidos, mas logo irá se resolver. Monte de carne, pegue os dois e leve-os para fora e termine o serviço a – diz Ozzy a seu experimento, ele continua sussurrando a um de seus homens que estava a seu lado – Aquele com braço de polvo é da tripulação do navio que partiu de Aúdases a alguns dias. Leve o outro experimento – ele aponta para o outro experimento dele igual ao que atacou Luise e Bubble – E acabe com aquele navio de enxeridos.
  O capanga sai junto do experimento de Ozzy. O experimento era grande, seus braços eram um monte de pedaços costurados, partes de diversos tipos de seres vivos, sua pele acinzentada lembrava muito uma enguia, mas de enguia não tinha nada, suas pernas pareciam de gafanhoto gigantes, curvadas e cheias de músculos e esporas. Tinham a cabeça de um ogro, mas na região da boca pareciam ter sido feitas modificações para que a boca se abrisse mais que o normal. Ozzy chamava esses experimentos/projetos de Algoz-3
  Do lado de fora, o outro Algoz-3 arremessou ambos no chão, a envergadura de sua boca aumenta e ela abre de quatro cantos diferentes, em uma simples baforada ele solta fogo pela boca em direção a Bubble e Luise. Uma rajada ininterrupta de fogo, até o cimento do chão derrete com tamanho calor. Quando a rajada termina, Bubble está na frente de Luise tomando todo o dano, apesar de parecer afetado, ele pouco demonstra importância com a situação.
  -Como você não virou churrasco de polvo?
  -A maldição de eu estar sempre molhado? Bom, acho que virou uma vantagem.
  A criatura solta de seu torço outros dois braços, mas esses mais parecem lâminas insectoides do que braços realmente. Ela avança em direção a Bubble que detém o movimento de seus dois braços superiores, mas as lâminas ficam livres para fazer inúmeros cortes em seu peito. Luise saca sua espada e avança em direção a criatura que está sendo segurada por Bubble, seu Florete permeia a pele e carne do monstro, mas nada acontece, quando ela remove, o lugar perfurado se regenera instantaneamente.
  -Bubble, temos um problema, ele tem uma regeneração muito alta!
  -Só dá seu melhor ataque nesse bicho logo – Bubble diz aos berros vendo a criatura abrir novamente a boca para lançar outra rajada de fogo
  -Cartilha Instrumental da Espada: Opus trovão 2
  Diferente da primeira vez que ela usou essa técnica, agora parecia mais aprimorada. A lâmina da espada se toma um tom laranja e azul forte, ao invés de faíscas agora pequenos fachos elétricos pulsavam da espada. Um torque foi o suficiente para uma enorme descarga elétrica se projetar no monstro que seguiu paralisado enquanto levava todo o dano, Bubble que se soltou dele antes da descarga elétrica com seu punho enfaixado desferiu um soco no rumo do abdômen da criatura que foi arremessada para trás.
  -Boa técnica de paralisação – diz Bubble
  -Só que não é uma técnica de paralização, é uma técnica de estocada e empurrão, mas aquela coisa nem saiu do lugar. Minha técnica mais forte fez cocegas nessa coisa.
  -Eu vou segurar ele aqui, vai encontrar o Sword, se o que você disse sobre ele ser perigoso for verdade, essa criatura é piada perto do que ele pode fazer.
  Bubble começa a ativar seu mana no máximo, ele ganha mais tentáculos ao redor de seu corpo e seu corpo também ganha mais músculos e fica muito mais molhado, o mana que ele tá emanando é tão forte que pode se sentir a quilômetros.
  -Bela transformação, mas eu não vou sair daqui, afinal uma cavaleira nunca foge de um duelo!
  -Certo, então vamos acabar com essa coisa.
  Bubble entrelaça todos os seus tentáculos, a água que emana de seu corpo agora como cachoeira começa a se difundir e formar mana externo.
  -Isso é manipulação externa de mana, não é aura. Você é um manipulador de magia
  -Um feiticeiro nunca conta sobre seus segredos, não é?
  Quando seus tentáculos começam a se desenrolar a água convertida em magia está completamente azul, um clarão seguido de um disparo de água mágica vai em direção a criatura. Sentindo o perigo, a criatura desvia do golpe facilmente com suas pernas robustas e feitas para serem rápidas.
  -Droga, não vai adiantar de nada se essa coisa esquivar.
  Olhando a parte do complexo que foi atingida, ela foi evaporada pela água disparada.
  -Isso com certeza é o poder de um amplificador, não é?
  -Sim, mas não vai adiantar de nada se ele continuar desviando.
  -Eu só consigo usar aquela técnica mais uma vez, então tem que ser certeiro. Carregue seu poder ao máximo e lance novamente esse jato de água, eu vou me certificar de que ele não sai do lugar!
  -Certo – concorda Bubble
  Ele começa a carregar novamente aquele poder, a criatura se move em direção a Bubble, mas é interceptada por Luise no caminho que começa a trocar golpes com ela. Apesar de serem lâminas de ossos e carne, a criatura consegue se equiparar ao nível de espadachim de Luise e seu florete. Por um bom tempo, minutos intermináveis Luise trocou golpes com o monstro que a acertou algumas vezes, com cortes por todo o corpo ela já estava quase em seu limite.
  -Bubble, quando você quiser!
  -Só mais um pouco.

PORT SEANESSE, ANDARES SUPERIORES DO LEILÃO

  Ozzy abre a porta da salinha onde deixou Sword caído no chão. Mais cedo naquele dia, Ozzy percebeu que estava sendo seguido por Sword e então o deixou inapto para combate no chão de uma salinha onde estava negociando com Katia Starkova. Mas quando chegou lá foi surpreendido por uma mão em chamas que o acertou logo na entrada. Ele tentou se esquivar, mas foi um ataque muito repentino. O que aguardava Ozzy naquela sala já não era mais Sword, não por completo! Metade do rosto dele havia sido tomada por chamas de um laranja forte, assim como suas mãos e pés. Tudo que o monstro a sua frente fazia era gritar e urrar de raiva, a criatura avança contra Ozzy mais uma vez. Avanço que não dá certo, Ozzy toca o ar e faz o mesmo vibrar em ondas escuras que não dá pra dizer o que são, essas ondas arremessam Sword na parede e o faz atravessar pelo menos quatro salas a frente.
  -Eu não sei o que aconteceu com você, mas eu gostei. Agora com toda certeza você será um dos meus experimentos garoto!
 

 Do lado de fora à luta contra o Algoz-3 continuava, Luise já estava bastante ferida e o próximo ataque a ela poderia ser fatal
  -Luise, agora!
  -Já não era sem tempo!
  Luise carrega mais uma vez aquele poder
  -Já que você só vai paralisar mesmo, vamos mudar a função desse golpe, Cartilha Instrumental da Espada: Opus Trovão 2, agora Fluxo!
  Quando a espada entra em contato com a criatura a descarga elétrica quase não é vista, dessa vez toda a energia está dentro do corpo do monstro, impedindo-o de se movimentar
  -Bubble, sua vez!
  -Deixa comigo
  Aquele jato de água mais uma vez, só que dessa vez extremamente carregado de energia.
  -Sangue octópode: Arma Oceânica!
  O Jato dessa vez lança junto consigo uma nevoa de calor negra por onde passa, no momento que toca o corpo paralisado do monstro ele o corta em pedaços, cada local que foi atingido, foi dilacerado! Os pedaços daquela coisa caem no chão, ao lado cai de joelhos Luise já cansada da luta.
  -Parece que conseguimos, bom, agora vamos salvar o Sword
  Antes que ela terminasse de expressar alívio, aquela coisa que estava somente em pedaços no chão começa a se remontar, não de forma totalmente correta, mas pedaço por pedaço se junto e novamente aquela criatura, o Algoz-3 estava de pé!
  -Isso é brincadeira né – Bubble diz também cansado
  Antes que ele pudesse fazer qualquer coisa, o Algoz-3 avança em sua direção com um pulo só, atravessando não só as lâminas em seu peito, como seus outros dois braços também.
  -Fuja, sal..sa...salve Sword – foram as últimas palavras de Bubble antes que a criatura o rasgasse ao meio!
  -BUBBLE!!!!!
  Luise que mal podia ficar de pé agora, encarava a criatura que partia em sua direção. A criatura é parada quando uma folhagem começa a circundar seu corpo
  -Envolto de Arnica: Vinhas que curam — Garrias diz enquanto ajuda Luise a se levantar
  -Eu ouvi direito, vinhas que curam? Tá curando o monstro?
  -Eu sou uma curandeira, não posso fazer nada além disso. Mas eu não estou direcionando nem um pouco de aura para aquela folhagem, então no momento é só um monte de vinhas que está segurando o monstro, temos que sair daqui antes que ele se solte!
  -Precisamos ir para o navio Garrias, achar o Sword e ir para o navio.
  -Não existe mais navio, um monstro igual a esse atacou o navio e acabou com tudo!
  -E o Sans? O bardo?
  -Estão bem, o bardo disse que conheceu alguém no bar que pode nos tirar daqui
  -De qual outro lugar ele poderia ter conhecido não é
  -É um bardo, tinha que ser em um bar.

  Ozzy caminhava por entre as salas tentando encontrar Sword, numa sala quase toda destruída, mãos de puro fogo o acertam e arremessam pela parede.
  -Droga Sword, não podemos só conversar, é só você dizer que quer virar minha cobaia que às coisas vão ser bem mais fáceis hahahaha
  Sword estava mais diferente ainda, às mãos que arremessaram Ozzy não eram as mãos dele, eram uma espécie de cachecol de fogo que envolvia o pescoço de Sword agora. Como na primeira vez, sem dor, sem medo, sem arrependimentos..., mas agora, apenas o ódio e fome saciariam sua vontade assassina. O corpo dele estava como na primeira vez, envolto desse líquido viscoso e negro, mas estava se alterando, o que era apenas uma roda de fogo ao redor de seu pescoço se tornou um cachecol que projeta mãos de fogo, uma pelagem feita de puro mana vermelho e negro tomava conta de toda a suas costas, essa pelagem tomava conta de toda a suas costas formando uma espécie de manto de energia. Em todo seu peto e braços escamas negras se formaram, um elmo foi formado em torno de sua cabeça, se assemelhando a serpente maria que havia matado. Suas pernas ainda estavam como se fossem patas de um cão gigante. O pouco que via de seus olhos que estavam quase todo coberto pelo elmo era a íris de um olho dourado e laranja. Aquela coisa, evoluiu!
  Um rosnar daquilo foi o suficiente para abalar e fazer toda a estrutura do local ruir, homens, mulheres, crianças, todos que estavam ali foram soterrados! O rugido ecoou por toda ilha de Port Seanesse! Quando o prédio ruiu, Sword em sua forma bestial avançou em direção a Ozzy. Ozzy usou novamente as ondas negras para afastá-lo, mas ele se defendeu com o cachecol de fogo que virou uma parede de chamas em sua frente, quando essa parede foi destruída ele atacou com suas garras cravadas em Ozzy e o arremessou pelos escombros, por sorte ou não ele acertou o Algoz-3 que estava indo em direção a Garrias e Luise.
  -Acho que é tarde demais Garrias, ele se transformou naquilo novamente
  -Luise, sai daqui. Eu vou resolver isso.
  -O que quer dizer com resolver isso?
  -Eu prometi ao Sword que quando ele se transformasse naquilo novamente, eu estaria lá para fazê-lo voltar ao normal!
  -Mas, Garrias
  -Ajude os que sobreviveram a queda a saírem daqui Luise, eu cuido do resto – Garrias sorri para acalmar Luise, mas era nítido que ela estava com medo e nervosa
  Ozzy utiliza as ondas negras no solo, e do chão diversos daqueles experimentos se levantam, somente de Algoz-3 deveria ter 500.
  -Acha mesmo que eu estaria despreparado num lugar que não tem segurança nenhuma? Nós do Pavão não somos temidos atoa garoto, agora, por obsequio, poderia fazer-me o favor de se entregar para que eu possa moldar seu copo ao meu bel prazer? HAHAHAAHAAH GAIOLA DO SONAR NEGRO!
  Ondas negras mais fortes começam a formar uma esfera ao redor de Sword que urra e rosna agonizando de dor, a frequência dessas ondas começa a fazer Sword voltar ao normal.
  -Parece que vai funcionar Sword, acho que não vai ser preciso que eu use todos esses Algozes-3 afinal, desculpa trazer tantos, é que esse lugar não é nada a agradável e quando vi você se transformar nesse lindo espécime, eu não consegui me conter... eu quase tive uma ereção de prazer, só de pensar que vou tocar esse corpo com habilidades tão preciosas!
  Interrompendo o momento de alegria de Ozzy, as penas de pavão em sua mão começam a brilhar e logo, seu corpo fica rodeado de uma mana diferente da dele.
  -Não, não, não, agora não. Droga, justo agora que eu estava me divertindo? Ahh, que saco! Tudo bem, sobreviva aos 500 Algozes-3 que estou deixando Sword, e eu sei que vai. Mas escute o que te digo, eu vou atrás de você, um espécime tão valioso não pode ficar solto pelo mundo, ele tem que ser meu!
  As penas na mão de Ozzy criam uma fenda no ar, Ozzy passa por ela e a fenda desaparece. Os Algozes-3 que ficaram para trás vão todos em direção a Sword que já não está mais na gaiola e agora liberto nessa forma bestial. Um último rugido é dado aos seus, o ápice do ódio dele foi alcançado! Após o rugido um silencio reverbera mais alto que qualquer barulho, não é como se tudo tivesse ficado quieto para ouvir o que viria, as pessoas até tentavam falar, mas não saia som algum! Quando Garrias, a única pessoa que havia ficado ali olho para Sword, viu que o ar ao redor dele estava se quebrando, como uma rachadura no vendo, como se uma gaiola de vidro tivesse levado um golpe e tudo ao redor estava trincado, só que não havia nada ali. O Poder que viria seria tão grande que quebrou as moléculas de som em um longo perímetro, o ar começou a se dissipar e um vácuo começou a ser criado, quem estava perto demais como Garrias, não conseguia extrair oxigênio do local, estavam sufocando. E então, como uma caixa de som ligada n último volume dentro de uma silenciosa caverna esse poder é liberado, de sua boca que havia deslocado até a mandíbula para ficar maior um enorme canhão de man. Garrias viu aquilo, e aquilo não era Mana, aquilo era Nam, não importa o que Sword havia se tornado, depois do que ela acabou de ver uma coisa era certa. Quando Sword se tornava aquela coisa, seu mana era totalmente dilacerado para criar o Nam!
  Aquele canhão de energia Nam não cortou em pedaços os Algozes-3 como o poder de Bubble houvera feito, ele pulverizou totalmente a existência destes seres. Não sobraria nada para contar dessas criaturas. Como a própria morte disse, aquilo que não tem alma, não morre, deixa de existir e se não existe nem corpo para contar a verdade destes seres mais, Sword não só os matou, mas os obliterou!
  A besta que Sword se tornou ainda estava ali, destruindo tudo, mesmo com todos os experimentos de Ozzy mortos, a fúria daquela coisa era descomunal. “Preciso pará-lo", pensou Garrias caminhando em sua direção, “Mas como parar uma coisa que tem poder para obliterar uma ilha inteira?”, indagou ela recuando. Ela ficou presa em seus pensamentos por um bom tempo, quando ela se lembrou apenas de uma coisa que ela mesma disse para Sword:

“Não é que eu não esteja com medo, é só que eu sei diferenciar quem quer me salvar de quem quer me matar...”

  Outra memória invade os pensamentos dela, dessa vez algo que Sword disse pra ela?

“Vou salvar a vida de todos que precisarem. E não hesite em me chamar se precisar de mim, eu sempre vou te ajudar Garrias”

  -SWORD!!! – Garrias grita desesperada correndo de olhos fechados em direção a criatura – Foi você quem disse que eu podia te chamar quando precisasse de ajuda, eu preciso da sua ajuda agora Sword, mais do que nunca, eu preciso que você pare e volte a ser o Sword que vai me ajudar na missão em Zetsuen, Sword, por favor, VOLTE, SWORD!!!!!!
  Não é que eu acredite em contos de fadas, não é que eu acredite que o mundo é um lugar feliz e pacífico é só que eu preciso acreditar nisso para que eu consiga tornar o mundo nesse lugar. Eu tinha desistido disso, mas quando vi você, mesmo machucado tentando seguir seus ideais, eu me senti envergonhada por tentar desistir, então por favor, preciso de você ao meu lado para que eu continue a sonhar!
  Quando Garrias abre os olhos por sentir que está se aproximando da criatura que Sword se tornou, ele vê aquela carapaça se dissipando como da última vez, o corpo dele iria facilmente de encontro ao chão, mas ao seu lado estava Luise, que o segurou nos braços. Garrias viu aquela cena e apesar de querer sentir que ela seria a pessoa que estaria ao lado de Sword dali em diante, ela sabia que a pessoa que estaria com ele era Luise Mazenta.
  Sword abre pouco os olhos quase totalmente cerrados, a primeira coisa que enxerga é o rosto de Luise, cheio de lágrimas, mas também com um enorme sorriso.
  -Luise? – pergunta meio desnorteado
  -Sim Sword, sou eu. Sou eu, apenas, apenas sou eu.
  Os olhos dele voltam a se fechar, desnorteado, cansado da batalha, apenas procurando repouso no colo, nos braços de uma amiga.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Caminho das Centelhas" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.