Querido cometa escrita por MaryDuda2000


Capítulo 13
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O aroma de rolinhos primavera era realmente tentador. Aquela barraquinha montada no canto da rua conseguia chamar a atenção de qualquer um que passasse por ali. Não por acaso uma generosa fila se fazia presente, aguardando a chance das guloseimas ficarem prontas e poderem se deliciar tão logo saísse a próxima fornada.

— Chefe! Que bom te ver por aqui.

A voz de Konohamaru chamou sua atenção. Ele e seus amigos, Moegi e Udon, estavam juntos, como sempre.

— E aí? — bagunçou o cabelo do garoto. — Como vocês estão?

— Tudo bem legal.

— O festival está maravilhoso. — os olhos de Moegi brilharam. — Estou muito ansiosa para ver o cometa.

— Todo mundo está. — Udon falou. — Acontece a cada cinquenta anos. É um grande evento.

Fogos de artifício iluminaram o céu, atraindo olhares de todos. Aquele certamente era o início de uma noite que prometia ser memorável.

Olhando ao redor, todos pareciam alegres. Naruto não deixou de se sentir satisfeito. Gostava de ver a Vila bem. Fazia esquecer das ameaças que estavam fora dos muros. Talvez ele mesmo precisasse daquilo mais que imaginava.

A passagem de Ino e Sai de braços entrelaçados o deixou um tanto surpreso. Quem diria que eles eram tão... próximos assim? Ela estava com a cara apaixonada de sempre, enquanto o desenhista até sorria. Era estranho, mas pareciam bem envolvidos que sequer notaram quando ele os cumprimentou com um aceno.

— E ótima chance de conseguir uma namorada, não é, chefe?! — Konohamaru disse, um tanto presunçoso, dando uma cotovelada no mais velho. — E aí? Quais seus planos para essa noite?

— Ah... — Naruto deu um sorriso quadrado, coçando a nuca. — Não planejei nada. Só vou ver mesmo no que vai dar.

— Não vai aproveitar a chance para se aproximar da garota que você gosta? O cometa torna qualquer declaração muito mais romântica. — Moegi suspirou.

— É, chefe! — Konohamaru deu um soquinho em seu braço. — Pode contar para a gente. Quem está na sua mira essa noite?!

Um tapa na nuca do garoto quase o fez cair para frente.

— Olha como fala, ok?! A Hinata não é dessas. — Naruto o repreendeu.

— Que foi? Não gosta dela? — replicou, esfregando o local onde tinha sido atingido.

— Não foi isso que eu disse. É só que a Hinata é... diferente.

Deslizou o olhar ao entorno, procurando-a. Não demorou para que a encontrasse, entretida com algo que ele sequer fazia ideia, mas era responsável por um sorriso suave em seu rosto. Ali, distraída, com aquelas flores na cabeça, Hinata estava realmente encantadora.

Desde cedo, quando ocorreu o incidente na cachoeira, a garota estava em sua mente. Sentia-se aliviado em vê-la bem, mas tinha que dar braço a torcer pelas palavras de Kakashi mais cedo. Estar junto dela era bem confortável.

— Acho que você deveria tentar se aproximar. — Moegi aconselhou. — Ela é bem mais tímida, ao contrário da irmã.

— Hanabi? O que tem ela?

— Ela parece estar disposta a passar um tempo sozinha com Konohamaru. — Udon explicou.

O rosto do honorável neto do Terceiro Hokage ficou vermelho de vergonha.

— Então quer dizer que você vem falar de mim, mas está cheio de pretendentes?

A falta de palavras arrancou risadas dos três, o que fez Konohamaru arrumar uma desculpa rápida, despedir-se e sumir no meio dos transeuntes, sendo seguido pelos amigos.

Naruto voltou a procurar por Hinata, mas não tendo sorte dessa vez. Onde ela poderia ter ido?

Não demorou para que Choji passasse comendo dango e o cumprimentasse. Trocaram algumas palavras sobre como o festival estava proporcionando todo tipo de comida deliciosa. Logo a fila começou a se movimentar a sua frente e o cheiro de rolinhos primavera voltavam a encantar os presentes.

Quando chegou sua fez, Choji furou a fila e aproveitou para pedir um pouco dos rolinhos e guioza. Teceu alguns elogios para a garota que servia, a qual agradeceu. Aparentemente era a segunda vez que ele comprava algo com ela naquela noite e ganharia um brinde na terceira.

Naruto aproveitou a deixa e fez o mesmo pedido. Tudo parecia muito gostoso para não experimentar. Sem contar que enfrentar fila outra vez estava fora de cogitação.

Seu pedido ganhou atenção especial. A jovem falou algo rapidamente com a mulher com a qual trabalhava, que assentiu e pegou o pedido de Naruto, deixando a barraquinha e entregando em mãos.

— Prontinho! Rolinhos primavera, guioza e coloquei dois taiyakis de brinde.

— Que legal! Obrigado! — o loiro sorriu largo, surpreso. — Achei que daria brindes para o Choji.

— Coloquei alguns no pacote dele também como surpresa. Ele é um fofo.

A garota sorriu, arrumando as flores que trazia no cabelo trançado. Seus olhos tinham certa expectativa e aquilo deixou o loiro um tanto desconcertado.

— Posso ajudar com alguma coisa? — indagou.

— Pode sim.

Ela assentiu, puxando-o para um canto. Respirou fundo, como se tomasse coragem, antes de encará-lo.

— Seu nome é Naruto, não é? — ele assentiu. — Eu me chamo Rani. Vi você mais cedo falando com a menina de longos cabelos escuros e olhos perolados.

— Hinata?

— Ela mesma. Vocês parecem se dar bem. São muito próximos?

— Então... — deu um sorriso quadrado, um tanto encabulado. — Acho que somos.

— Conhece os amigos dela também, não é? Queria saber se poderia me falar do rapaz que vive com ela.

— Ah... Está falando do Neji? Eles são primos.

— Não. — interveio. — Estou falando daquele outro. O moço bonito do time dela.

Aquela informação certamente o pegou de surpresa. Todos diziam que Neji era um gênio. Quem não se deixava impressionar pelo prodígio do clã Hyuga? Era de se esperar que tivesse admiradoras secretas. No entanto...

— Está falando do Kiba? — riu com a possibilidade. — Ele é meio mal-humorado e reclamão, mas às vezes é legal também.

Não sabia bem o que dizer. Não se lembrava de ter visto Rani antes, mas ela parecia uma garota gentil, lembrava muito Hinata. Sem contar que era dia de festival. Por mais irritante que o Inuzuka pudesse ser às vezes, era legal que alguém gostasse dele.

— Estou falando do Shino. — ela corrigiu, um tanto apreensiva.

— Como? — os olhos de Naruto se arregalaram.

— Ele é muito reservado, então achei que você pudesse me falar um pouco mais dele. — Rani sorriu, cheia de expectativa. — Você parece ser amigo de todo mundo. Queria saber o que ele gosta, como eu poderia falar com ele.

Naruto suspirou, não contendo a surpresa. Dentre todos os conselhos amorosos que já deu, baseados em vozes da sua cabeça, o que leu em revistas ou ouviu do sábio tarado e nenhuma experiência, jamais imaginou que o objeto de afeto fosse Shino Aburame.

— Shino? O cara de óculos escuros e casaco comprido?

Rani assentiu.

— Nossa... É difícil acreditar que alguém gosta dele assim.

A garota cruzou os braços e arqueou a sobrancelha.

— Então... Ele gosta de insetos. — o loiro coçou a nuca. — É sério, direto... E meio sem graça. Tem certeza que gosta dele?

— Sim. — respondeu claramente encantada. — Ele parece tão calmo, observador, inteligente e rústico... E também um ninja bem habilidoso. Eu o vi treinando esses dias.

Naruto permaneceu atônito.

— Estou bonita? — perguntou, dando uma voltinha na frente do rapaz. — Como acha que devo me aproximar dele?

— Ah... Seja direta?

O chamado da mulher na barraquinha interrompeu a conversa.

— Preciso voltar. Obrigada pela ajuda. — Rani acenou. — E boa sorte com sua garota.

A conversa o deixou confuso por alguns instantes, não apenas pelo fato de bancar o cupido para Shino, mas também pelo desfecho da fala.

"Sua garota", pensou. Por que se sentia um tanto inquieto? Era tipo um formigamento interno, como a expectativa de uma nova missão, só que também diferente.

Balançou a cabeça, tentando retomar o foco. Tinha demorado demais na busca pelo lanche. Hinata deveria estar ficando impaciente de tanto esperar, talvez até entediada. Sem contar que se render as insinuações de Konohamaru e Rani só o faria pensar além da conta. Era uma noite para relaxar e não queimar neurônios. Queria apenas aproveitar o festival e Hinata era uma boa companhia, uma boa amiga. Eram amigos, certo?!

Pegou seu pedido para viagem e retornou para o ponto onde se lembrava ter deixado Hinata esperando, contudo ela não estava lá. Procurou no Ichiraku, nas vielas próximas, até subir num dos telhados a fim de ter uma vista melhor.

Demorou alguns minutos até conseguir identificá-la. Seu sorriso murchou no segundo seguinte. Ela estava correndo. Por quê?

Acelerou os passos para segui-la. Estava prestes a descer ao seu encontro quando a viu dobrar a esquina e dar de cara com Kiba, literalmente. No momento seguinte, estavam abraçados. Ele parecia querer acalmá-la. Akamaru e Shino também estavam bastante atentos ao comportamento atípico.

Encarou o caminho do qual ela teria vindo, mas o número de pessoas parecia cada vez maior e aquilo o confundia. Por sorte, logo conseguiu detectar algo suspeito. Melhor, alguém.

Olhou uma última vez para Hinata e, tendo certeza de que estaria bem acompanhada, decidiu procurar a raiz do que ou quem a teria perturbado.

Correu pelos telhados quando ouviu um estouro. Fumaça lilás corrompeu sua visão, fazendo-o retornar ao chão. Forçou ao máximo os olhos para conseguir encontrar a figura entre os transeuntes. Apesar de achar aquilo tudo suspeito, não queria chamar atenção, não naquele momento. Talvez fosse algo que pudesse resolver em vez de criar caos e estragar a noite de todos.

Visualizou a figura misteriosa virando numa das vielas. Desviou das pessoas alegres e despreocupadas e seguiu o mesmo caminho. Precisava descobrir quem teria assustado Hinata daquela forma.

Esbarrou em alguém. Numa olhada rápida, viu uma cena não tão comum e que talvez garantisse um generoso sermão, tudo que ele menos precisava naquele momento. Não era culpa dele se, sem querer, topou com Kotetsu e ele tivesse ido de encontro a Izumo, não é?! Nos lábios, como um beijo. Era estranhamente específico e constrangedor, mas talvez não para Tsunade, que parecia curtir de plateia, com um buquê de flores nas mãos.

O rapaz aproveitou a deixa para escapar.

Quando virou a esquina, correu pelo beco. Por um instante, sequer soube dizer onde estava. Sentia dar voltas e retornar ao mesmo lugar. Ou sequer sair dele. Fez um sinal de mão e logo o genjutsu se desfez. Bufou, irritado.

O som do festival parecia distante, enquanto o barulho de algo caindo o fez tirar uma kunai, que resultou no pulo assustado de um gato preto qualquer, que disparou para longe dali.

Suspirou e subiu no telhado mais próximo, a fim de ter uma visão melhor dos arredores. Não podia tê-lo perdido de vista, contudo isso já parecia ter acontecido.

Sentou-se por um instante, tentando pensar com clareza. Deveria procurar o velho tarado e avisar sobre o que viu? Talvez Kakashi sensei? Ou Iruka sensei? Certamente ele o ajudaria. Para que acontecesse o festival, certamente a Hokage teria tomado cuidado. Os caçadores Anbu deviam estar a postos, mas não tinham notado aquele elemento suspeito? E Hinata, como estaria?

Um miado chamou sua atenção. Parece que tinha reencontrado o felino que assustou há pouco.

— Está com fome? — perguntou, tateando a sacola do lanche para viagem. — Espera! Cadê? Estava bem aqui...

Naruto encarou o gato e conseguiu identificar o item junto dele. Uma troca geniosa de olhares que misturava teimosia, deboche e vingança foi o gatilho para que o animal pegasse a sacola de papel e corresse.

— Volta aqui! — chamou, seguindo-o.

De volta ao chão, numa rua qualquer com casas, poucos comércios fechados e alguns enfeites para o festival, o felino de pelagem preta parecia simplesmente ter desaparecido.

— Não sei se é teimosia ou persistência.

Naruto olhou ao redor e encontrou a figura que julgava ser a que perseguia. Cobria-se de um longo manto encapuzado num tom azul escuro tal como a noite. Seu rosto era um mistério. A eloquência de sua voz era ímpar. Num breve movimento, o rapaz quase podia jurar ter visto um pouco de pele quando parte de seu corpo contatou a luz, porém... dourada?!

— O que faz aqui? — a figura misteriosa continuou. — Achei que iria encontrar a princesa da pérola.

— O que fez com a Hinata? — o loiro o encarou, pegando shurikens em seu bolso, assumindo postura de defesa e pronto para ataque.

— Ah, por favor! Não precisa disso. — a criatura deu um passo em sua direção, ainda que estivessem pelo menos um metro afastados. — O Grandioso EL não fez qualquer mal a querida Hyuga. Ainda não.

Uma risada ácida ecoou.

— Na verdade, penso que ela deve estar sendo bem acolhida nos braços do garoto cachorro nesse momento. — provocou. — Será que assim ela supera o amor unilateral que sente por você?

— Cale a boca! — Naruto lançou as shurikens, porém EL desviou numa rapidez impressionante.

— Acho que você é o maior vilão da história. Como pode não se preocupar com aquela florzinha? Ela confiou a você o próprio coração e não recebe nenhum pouco dos seus sentimentos?

Aquilo doeu. As palavras daquele homem pareciam uma faca que trilhava e abria um caminho de sangue por sua pele. Não entendia o motivo de tamanho efeito. Aquilo tudo fedia, literalmente. Era quase palpável isso.

— Você não sabe de nada sobre mim ou meus sentimentos por ela.

— Sei o suficiente, caro Naruto.

O loiro sentiu o calor como se falasse em proximidade ao ouvido, mas não estava lá ao se virar.

— Caso se importasse mesmo com ela, teria corrido para consolar a doce Hinata... Mas preferiu vir atrás de mim. Acho que isso diz muito sobre suas prioridades.

Nesse momento, um clone pulou sobre as costas de EL e o verdadeiro Naruto correu em sua direção, pronto para o ataque direto. Entretanto, o clone desapareceu tão repentinamente a figura diante de si se tornou uma fumaça negra que seguiu em sua direção, como se o atravessasse.

A rápida movimentação das sombras o deu uma direção, a qual seguiu sem pestanejar, preparado para um possível combate se necessário. Seja lá quem fosse, era um idiota e Naruto não deixaria que incomodasse mais ninguém. A imagem de Hinata assustada era revoltante e o alimentava a caçar quem quer que tivesse ousado deixá-la daquela forma.

Piscou apenas uma vez antes que desaparecesse.

De repente, um cansaço se abateu sobre Naruto. Era como se doesse respirar. O aroma pungente daquela fumaça negra parecia atordoá-lo.

Balançou a cabeça, tentando se recompor. Seja lá o que fosse, não era um ser qualquer. Precisava contar a Jiraya o que tinha acontecido, mas não sem antes procurar Hinata para saber como estava e o que aquele tal de EL queria com ela. Não deveria tê-la deixado sozinha para comprar rolinhos primavera.

Optou pelo que poderia ser o caminho mais rápido para retornar ao festival: os telhados. Após aquele maldito genjutsu, não queria correr risco de perder-se a caminho de algo tão chamativo e barulhento. Seria ridículo.

Já visualizava o restaurante do Ichiraku quando escutou o que mais parecia uma conversa, porém baixa o bastante para que não conseguisse distinguir o que era dito, pelo menos não na distância que se encontrava.

Deu alguns passos antes de espiar e identificar o amigo.

— Sasuke? O que faz aqui?

O Uchiha pareceu se assustar por um momento.

— O que você faz aqui?

— Eu perguntei primeiro. — Naruto retrucou, fazendo o outro bufar. — Achei que estivesse com a Sakura.

— E estava. Só que... — o moreno suspirou. — Precisava de um tempo sozinho.

Ele assentiu, aproximando-se um pouco mais de Sasuke.

Tinha que dar certo crédito ao amigo. Dali podia ter uma bela visão do festival. Era animador. Fazia quase esquecer o que tinha levado ele até ali, com exceção do aroma peculiar que parecia preso em suas narinas.

— Acho que chegou a hora de eu partir.

O anúncio pegou Naruto de surpresa.

— Como assim? Não gostou do festival? Não está se sentindo bem? Prefere voltar ao hospital?

Sasuke o encarou.

— Nós dois sabemos o que quero dizer. Não tem mais espaço para mim na Vila da Folha.

— O que você está falando? — o loiro segurou seu braço machucado, pedindo desculpa em seguida quando notou o descuido. — Essa aqui é sua casa. Seus amigos estão aqui.

— Eles não gostam de mim. Alguns me temem, outros só estão a espera de um motivo para me entregar para a Hokage como um traidor. Eu deixei de ser parte da Vila quando fui embora há anos. Não existe nada para mim aqui.

Naruto o empurrou, fazendo com que desequilibrasse por um instante e tomasse juízo da altura que estavam. No entanto, isso não parecia ser pensamento do loiro.

— Depois de tudo que aconteceu, você vai embora? Não seja estúpido, Sasuke. Você disse que queria sua vingança. Conseguiu! Por que acha que tem que viver sozinho o resto da vida?

— Porque eu matei o meu irmão. — a voz do Uchiha se alterou. — Eu fiz o que mais queria fazer, o que achei que deveria e agora eu estou sem rumo. Eu não tenho mais nada que me prenda a lugar algum ou me direcione. E, pior de tudo, eu me sinto tão sujo e vazio quanto ele. Matar Itachi não trouxe meus pais de volta.

Havia um brilho naqueles olhos. Sasuke estava prestes a... chorar? Ou seria ele próprio?

Naruto sentiu a vista arder. Não apenas ela, como algo dentro de si. De repente, sua mente parecia enevoada e a única coisa que conseguia ver era Sasuke. Algo como um imã que o atraísse. Não queria se afastar. Não podia. Por isso, seguiu o passo que o moreno deu, na tentativa de não aumentar a distância entre eles.

— Você tem a Sakura. Ela nunca desistiu de você. Kakashi sensei também queria muito que voltasse. Ele sentia que tinha falhado contigo durante todos esses anos. — o loiro o encarou, olhos nos olhos. — E tem eu. Sei que deve ser difícil, mas nunca foi fácil para nós. Somos órfãos, afinal. — suspirou. — Eu prometi que te traria de volta.

A expressão de Sasuke se fechou por um momento em sinal de irritação.

— Eu não ligo para as promessas que você faz. De qualquer forma, você me trouxe de volta. Já cumpriu sua dívida com a Sakura. Não pode me prender aqui.

— Ninguém está te prendendo. Eu só estou pedindo para que fique.

Sasuke cortou a distância numa fração de segundo e estavam cara a cara.

— Então me dê um bom motivo para ficar?

Naruto o encarou firme antes de responder.

— Ainda me deve uma luta.

Dando um passo para trás, o Uchiha tirou uma kunai presa à cintura, a qual o loiro sequer sabia como ele teria conseguido já que estava no hospital e qualquer armamento ninja tinha sido confiscado. No entanto, aquilo não vinha ao caso naquele momento.

— Então vamos logo com isso.

— Não aqui. Não agora. Estamos no meio do festival. Tem gente aqui. Sem contar que você ainda não se recuperou. — apontou para o braço ferido.

Sasuke riu com escárnio.

— É sua única chance.

Aguardou por algum tempo, talvez segundos ou minutos. Uma brisa noturna pareceu cumprimentá-los naquele instante, como uma expectadora para o possível embate que estava prestes a acontecer, trazendo consigo um aroma que parecia deixá-los um tanto ébrios.

A falta de ação do Uzumaki foi o suficiente para que o Sasuke desse as costas e saísse dali.

Naruto o seguiu, parando simultaneamente o amigo quando chegaram ao chão, numa ruela parada e aquém do festejo que acontecia há não muito distante.

No momento seguinte, uma shuriken cortou o ar e cravou no caixote atrás de Naruto. Aquilo era mais que um convite, era um ultimato. Não cabia mais palavras.

Então Naruto pegou sua kunai e o encarou.

— Considerando que está com braço machucado, acho que essa será uma disputa de taijutsu?

Uma risada curta, todavia cheia de deboche, ecoou do Uchiha.

— Seria interessante, mas acho que você não vai resistir em usar os seus clones. Sempre tão previsível e desesperado.

Um sorriso maroto surgiu no canto dos lábios de Naruto.

— Sem clones. Se eu vencer, você fica.

Sasuke segurou firme a kunai.

— Veremos!


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