Arco 1 - Vale da Lua de Prata

Janeiro. Em algum lugar desconhecido do planeta Terra…

Um homem alto, de pele negra, olhos castanhos e cabelos da mesma coloração, mas com um penteado incomum, caminha entre os corredores do que parece um velho castelo. Uma marca marrom cruza a sua pele da região do couro cabeludo até perpassar a extrema esquerda do seu olho esquerdo e se encerrar quase na linha das narinas. Suas vestes são completamente prateadas, assim como os brincos de meia lua carregados por suas orelhas. Metros atrás do homem, uma figura de vestes parecidas se diferencia unicamente pelo capuz que utiliza e a máscara branca que cobre o seu rosto. A figura parece seguir o outro como um servo que acompanha alguma inquestionável autoridade.

— Sumo Sacerdote, meu senhor… – se manifesta a pessoa de face oculta. – Seus homens estão preparados para partir rumo ao Vale da Lua de Prata.

— Ótimo – garante o homem à frente, sem olhar para trás. – Informe-os de que a missão deve atrair o mínimo possível de atenção. A Aliança Shinobi não pode desconfiar dos nossos objetivos. O ideal é que acreditem que os Bestiamorfos são o grande e único desafio.

— De acordo, senhor – garante o seguidor, acompanhando-o sem cessar. – Se a antiga profecia estiver correta, a chave é uma Gennin. Mas de qual aldeia?

— Isso não importa. Não tem importância se os nossos rituais de contato não nos deram pistas suficientes sobre a identidade dela – articula o outro. – Sabemos que ela estará no Vale da Lua de Prata dentro do período estimado. Nessas circunstâncias, só teremos quatro equipes de Gennins da Aldeia da Folha e quatro da Aldeia da Nuvem. Entre os Gennins, uma kunoichi é a correta. Sabermos disso é o suficiente. Desde que os enviados não ajam de maneira leviana, encontraremos a pessoa da qual precisamos.

O homem na frente para de caminhar. Erguendo as duas mãos, nas quais utiliza um par de luvas brancas, ele empurra duas grandiosas portas de madeira com algumas estranhas marcas prateadas espalhadas. O ranger das portas abre espaço para que a dupla adentre um enorme salão iluminado somente pela luz do dia que, por sua vez, atravessa alguns vitrais vermelhos à direita e à esquerda. No fim do extenso salão há uma estátua de mármore representando uma figura mascarada com duas grandes asas, uma lança erguida para o alto com a mão direita e um escudo sobre o antebraço esquerdo.

— Louvado seja, Deus da Luz – se pronuncia o lacaio, mantendo-se distante da pessoa sem máscara, baixando o rosto e curvando-se diante da visão da estátua. – Abençoados são aqueles escolhidos para difundir a sua santa palavra.

— Em breve, o mundo cairá perante o mal encarnado. Sacrifícios são necessários para que possamos alcançar a luz criadora – fala o líder, caminhando enquanto mantém o olhar fixo à estátua. – Eu, Azuma Senju, farei o que estiver ao meu alcance para salvar a humanidade. Custe o que custar…

…/–/–/…

 Enquanto isso, na Aldeia da Folha, País do Fogo…

Quatro pessoas, três jovens ninjas e uma mulher adulta, caminham pelas ruas da Aldeia da Folha. O garoto de face oculta, de forma inusitadamente combinada com seu capuz, carrega uma bandana com o símbolo da Folha na testa. A garota de cabelos negros porta a sua amarrada à cintura. O terceiro, o mais baixo dos três, leva a sua bandana em seu pescoço. O trio recebeu os itens de Silvanna Senju quase uma hora atrás, aprovados por ela na breve avaliação que fez da equipe.

— Então a nossa primeira missão será uma atividade interativa com a Aldeia da Nuvem? – questiona Haruki, buscando entender melhor o que lhe foi dito nos últimos minutos.

Após o exercício na Zona de Treinamento Norte, Silvanna levou os três Gennins à sala do Terceiro Hokage. Lá, ela comunicou ao líder Goro Nomoru que já estava de saída com os jovens ninjas. De lá até o ponto pelo qual estão passando agora, a Jonin explicou algumas coisas para seus tutorados.

Segundo ela, desde a criação da Aliança Shinobi, a primeira missão oficial de qualquer ninja é uma atividade de interação entre duas aldeias oficiais. Há anos, a Aldeia da Folha realiza essa atividade em conjunto com a Aldeia da Nuvem, do País do Relâmpago, devido à proximidade geográfica entre elas.

— Sim. Membros da ONSU já estão no local da interação realizando os preparativos. Do lado de fora da Aldeia da Folha, uma carruagem nos espera para que nossa viagem até o País da Geada demande menos tempo – Silvanna responde à questão de Haruki, alterando o seu olhar entre cada um dos seus novos alunos.

— Nossa, que incrível! – declama Akaemi, bem animada.

— Espera, o que é ONSU? – o pequeno Senju, por sua vez, realiza uma nova pergunta.

— Organização das Nações Shinobi Unidas – se manifesta Zaku, para a surpresa de seus colegas. – É a instituição mais importante do mundo ninja, integrada por Jonins Especiais de todas as aldeias da Aliança Shinobi e funcionários dos mais diversos países.

— Correto – garante Silvanna, sorrindo de leve para o mascarado. – A Aliança Shinobi, originalmente, foi proposta pela Terceira Mizukage: Tier Halibel Hoshigaki. Desde a criação da ONSU para gerenciar a Aliança, muitos benefícios vieram para todas as aldeias ninja. Podemos dizer que o período de paz que vivemos só veio graças a esse tratado e à Organização.

— Mas o que exatamente faremos nessa missão? – indaga a integrante do clã Yuuhi.

— A primeira etapa é simplesmente chegar ao Vale da Lua de Prata, uma região localizada no País da Geada.

— Se não me engano, esse país faz fronteira com o País do Relâmpago e o País das Fontes Termais, certo? – comenta a garota.

— Isso. Quanto ao que faremos, bem… – inicia a Jonin. – As missões são funções designadas para ninjas pelo nível de capacidade que possuem. Elas são separadas em classificações de acordo com a importância e perigo envolvidos. Existem missões de classe D, B, C, A e S. Como devem imaginar, por se tratar da primeira missão desta equipe, estamos nos direcionando a uma missão de classe D. Missões de categoria D não apresentam nenhum tipo de risco e são, na maioria das vezes, pequenos trabalhos realizados dentro da vila ou em suas redondezas.

— Poxa, então será chato? – reclama Akaemi.

— E você queria uma batalha épica na nossa primeira missão? – rebate Haruki, encarando-a e atraindo o olhar da garota para si.

— Não, mas pelo menos algo mais divertido…

— Como já expliquei antes, é uma atividade interativa. Acontecerão algumas dinâmicas durante dois dias, mas a principal tarefa dos Gennins será colher Flores Lunares – revela a mais velha.

— Flores Lunares? O que é isso? – o curioso Haruki lança sua pergunta.

— São flores raras típicas do Vale da Lua de Prata e não nascem em nenhum outro lugar do mundo. Elas surgem durante um curto período do mês de janeiro e possuem propriedades muito úteis para a medicina ninja – conta Silvanna. – Além disso, podem ser utilizadas para a confecção de venenos, antídotos, cosméticos, tecidos e outros itens comercializáveis.

— Nossa, que luxo! – declama a garota da equipe. – Vou ver se levo uma pra corrigir a cara feia da minha vizinha.

— Que horror – comenta Haruki, entre risos.

Quando os Gennins se dão conta, já estão atravessando o portão norte que dá acesso ao exterior da Aldeia da Folha. Logo, a equipe avista uma grande carruagem branca com o símbolo do planeta Terra rodeado por duas mãos sem cor: o emblema da Organização das Nações Shinobi Unidas. Na dianteira do veículo, dois cavalos brancos que serão guiados por um funcionário da ONSU já sentado à espera dos tripulantes. Haruki, Zaku e Akaemi percebem que existem outras duas carruagens logo atrás e estimam em silêncio que são destinadas a outras equipes de Gennins.

— Boa tarde, equipe Silvanna – uma mulher de pele clara, curtos cabelos brancos e olhos azuis os recepciona bem próxima da primeira carruagem.

— Há quanto tempo, Eudora – a loira corresponde com um largo sorriso, demonstrando conhecer a mulher em questão. – Como vão as coisas na Organização?

— De fato, não nos vemos há certo tempo – concorda a de menor estatura, sorrindo enquanto Silvanna e seus Gennins se aproximam. – Felizmente, está tudo bem na medida do possível. Os maiores problemas são meras questões burocráticas com a Aldeia do Som, mas nada demais.

Quando a líder do clã Senju e seus alunos se colocam próximos o suficiente da Jonin Especial da Aldeia da Folha, Eudora direciona seu olhar para o trio de jovens entre ela e Silvanna. Suas vestes totalmente brancas com o emblema gravado na região do peito direito, notadas por Haruki, Zaku e Akaemi, são uma vestimenta padrão de todos os colaboradores da ONSU.

— Parabenizo vocês por terem sido aprovados pela Silvanna. Ela é rígida, mas também é uma excelente tutora – garante a Jonin Especial do clã Hatake em um tom bem amistoso para os Gennins.

— Obrigada – agradece a sorridente Akaemi.

— Sim, agradecemos muito – diz Haruki, sorrindo também.

Em seguida, Eudora abre as portas da carruagem para que os integrantes da Equipe Silvanna se acomodem. Após Silvanna e Akaemi se acomodarem em um lado e Zaku e Haruki se acomodarem em outro, a Jonin Especial entra e fecha as portas. Assim que a mesma se acomoda na posição vaga do lado da Gennin do clã Yuuhi, o condutor da carruagem comanda os cavalos para seguirem viagem.

— Apesar da grande distância, a viagem durará somente dois dias. Faremos algumas pausas ocasionais para o descanso e alimentação tanto dos animais quanto nossas – garante a integrante da ONSU. – Afinal de contas, não queremos que vocês cheguem exaustos para a atividade interativa.

— Legal, estou ansioso! – afirma Haruki.

— Não mais do que eu, tenha certeza – garante Akaemi.

Zaku, por sua vez, permanece silencioso, mas direciona os seus olhos azuis para o jovem Senju. Enquanto Silvanna e Eudora conversam, Akaemi observa a paisagem lá fora e os dois Gennins se entreolham. Relativamente intimidado, Haruki desvia o olhar dele após alguns instantes. E por algum motivo, sente como se seu rosto estivesse corado. Mesmo assim, o jovem mascarado observa o Senju por alguns instantes a mais até também desviar o olhar para a paisagem.

As horas avançam, assim como a distância percorrida pela carruagem da ONSU. Haruki eventualmente cai no sono e se apoia na beira da janela. O sono é tamanho que o jovem Gennin chega a babar, mas o estacionar do veículo e a conversação entre os passageiros o desperta naturalmente.

— Bom dia, flor do dia – articula Akaemi, se colocando de pé logo após Eudora se levantar, abrir as portas e se retirar da carruagem. – Aliás, boa noite.

— Chegamos? – pergunta o dorminhoco, levemente sonolento ainda.

— Não, são cerca de dois dias de viagem, se esqueceu? Você parece gostar de dormir, mas não a esse ponto, imagino – pontua Silvanna, também colocando-se de pé. – Essa é a nossa primeira parada, a cidade de Masara.

Masara é uma pequena cidade comercial que fica nos limites entre o País do Fogo e o País das Fontes Termais. Embora possua pouca dimensão territorial, é muito conhecida por suas prestações de serviços variados. É especializada em atender viajantes que transitam entre as fronteiras dos dois países.

— Venham – solicita Eudora, de pé do lado de fora da carruagem. – As vagas em um hotel da cidade foram reservadas mais cedo para nós, mas precisamos realizar o processo inicial de nossa estadia.

Quando descem junto da instrutora Silvanna, os Gennins se encantam com os pontos comerciais da cidade. Há um fluxo considerável de pessoas pelas ruas mesmo que a noite já esteja dominando o céu. O azul escuro estrelado, por sua vez, contrasta com as luzes da cidade de Masara, embelezando mais ainda toda a paisagem da região. É a primeira vez que os três conhecem um local tão diferente de uma aldeia ninja e aparentemente isso é suficiente para impressioná-los – ou ao menos dois dos três.

— Quanta gente! – exclama Akaemi, olhando para todos os lados.

— Nossa, sim! – Haruki concorda, fazendo o mesmo que ela. – É a primeira vez que venho para tão longe da Aldeia da Folha.

Eudora começa a caminhar para longe da carruagem. Naturalmente, Silvanna e seus Gennins a acompanham. Enquanto Silvanna e Zaku permanecem sérios olhando apenas para o caminho traçado pela Jonin Especial, Haruki e Akaemi seguem olhando com grande fascínio para cada loja e tenda comercial que encontram em seu trajeto.

— A propósito, professora Silvanna, o que exatamente é um Jonin Especial? – pergunta Zaku, andando ao lado direito de sua instrutora.

— Como você deve imaginar, mesmo entre os ninjas graduados como Jonins existem diferenças de experiência, habilidades e outras características. Todo Jonin, em tese, precisa atingir um nível adequado na grande maioria das capacidades necessárias para um ninja. No entanto, existem alguns shinobi que optam por se especializar em áreas de conhecimento teórico e prático específicas – explica a líder do clã Senju, observando os olhos azuis do Gennin enquanto fala.

— Exatamente – confirma Eudora, olhando para eles enquanto permanece alguns passos adiante dos dois. – Eu sou a maior especialista em Estilo Relâmpago do País do Fogo, além de ter um intelecto considerado de nível genial. E possuo a rara capacidade de voar.

— Por causa dessas características, ela sempre foi designada para missões muito específicas que nenhum outro ninja executaria tão bem – esclarece Silvanna. – Quando a ONSU foi criada, obviamente ela foi a indicada pela alta cúpula da Aldeia da Folha para nos representar.

— Entendo – afirma Zaku, relativamente impressionado com a “definição curricular” de Eudora.

Após algum tempo, todas as formalidades são atendidas. Silvanna, Eudora e Akaemi ficam em um quarto enquanto os dois garotos Gennins se acomodam em outro. Apesar da estranheza de dormir pela primeira vez na presença de alguém “exótico” como Zaku, Haruki se surpreende ao notar que o mesmo rapidamente cai no sono ao deitar na cama. Refletindo em silêncio enquanto observa a luz do luar atravessando a janela próxima ao seu rosto, o irmão mais jovem de Aiden Flynn Senju suspira uma vez, e outra, e uma mais. A coberta azul o protege do constrangimento que seria dormir somente com as duas peças do pijama de gatinhos comprado por seu irmão.

— Então assim que começa a minha vida como um legítimo ninja… – diz para si mesmo, em baixo tom, olhando de forma sutil e breve para o sujeito dormente na cama próxima. – Bem… Bora lá, né?

Os ninjas que buscam um repouso tranquilo nesta noite não sabem, mas enquanto almejam o mundo dos sonhos, certas peças em um vasto tabuleiro se movem em outros locais. Em breve, a Equipe Silvanna conhecerá as consequências do que, por enquanto, não podem testemunhar…

…/–/–/…

Horas depois… Longe dali, na sede da Organização das Nações Shinobi Unidas, País da Tecnologia…

— O ser Nexus. Então é isso que o Kamui está buscando naquela região? – questiona uma mulher de pele clara, longos cabelos loiros amarrados em um rabo de cavalo alto, dotada de duas marcas vermelhas ovais em sua testa e sem sobrancelhas.

Seu nome é Yuzuriha Kaguya, Jonin Especial da Aldeia da Névoa.

— Não há como confirmar a veracidade do que ele disse sem corrermos riscos – opina um homem relativamente musculoso de cabelos brancos lisos um pouco ondulados até o pescoço, olhos de um castanho que parece reluzir como dourado e pele parda bem exposta por estar usando somente uma placa circular de ouro com jóias anexadas na parte superior do corpo.

Seu nome é Vale Kahn, Jonin Especial da Aldeia da Areia.

— Concordo. Seria imprudente mobilizar quaisquer ninjas para verificar o que pode ser uma mentira ou, no pior dos casos, uma emboscada – articula um sujeito de corpo esguio, pele clara, cabelos castanhos cheios e bagunçados, olhos de mesma coloração e uma barba rala mal feita ao redor do rosto.

Seu nome é Toshio Ozaki, Jonin Especial da Aldeia da Pedra. Assim como os outros dois, o ninja associado à Organização das Nações Shinobi Unidas está sentado ao redor de uma grande mesa branca circular com várias outras cadeiras vazias no momento. Além do trio, há uma quarta figura sentada em reunião com eles há 10 minutos.

— Não é esse o ponto, companheiros – alerta Luna Shihoin, apoiando os cotovelos sobre a mesa e entrelaçando os dedos de suas mãos à frente do rosto. – O ser Nexus é muito mais uma lenda do que um fato constatado. A questão é: por que alguém como Kamui estaria interessado no que pode ser meramente e nada mais do que uma lenda?

Luna é uma mulher de pele completamente tingida por uma substância violeta, máscara que simula o rosto de um gato sobre olhos e nariz e longos cabelos lisos vermelhos. Trata-se de uma Jonin Especial da Aldeia da Nuvem que, assim como a Eudora em relação à Equipe Silvanna, foi designada para acompanhar um grupo de Gennins da Nuvem até o Vale da Lua de Prata. No entanto, enquanto o grupo acompanhado por Eudora desfrutou de uma noite tranquila, o grupo guiado por Luna Shihoin se deparou com um Nukenin da Aldeia da Chuva: Kamui Yato Uzumaki. O encontro rendeu um breve confronto e a revelação dos supostos interesses do foragido: encontrar o ser Nexus.

— Isso apenas reforça o que estamos dizendo – comenta Vale, atraindo para si os olhares de todos – Não temos nada de concreto para temer o que soa como blefe.

A Jonin Especial da Aldeia da Nuvem suspira profundamente. Instantes depois, se manifesta mais uma vez:

— Seria coincidência aquele homem procurar o ser Nexus logo após vestígios da reaparição de Bestiamorfos?

Yuzuriha, Vale e Toshio se entreolham. A verdade é que compreendem a preocupação da colega, visto que seria extremamente preocupante se os dois fatos estivessem conectados. Será que estão?

— A lenda diz que a realidade que conhecemos é uma segunda versão do mundo. Muitos acreditam que todo o universo foi reescrito após um cataclisma no espaço-tempo. O ser Nexus seria alguém que recebe em seu nascimento o código genético do próprio universo. Logo, o indivíduo que obtivesse os segredos da existência do ser Nexus teria controle sobre as regras da realidade – a integrante do clã Shihoin busca sintetizar a lenda em questão. – E se os Bestiamorfos estiverem relacionados com tudo isso?

— Você está querendo dizer que o ser Nexus é o responsável pelo retorno das criaturas? – pergunta Yuzuriha.

— Eu não sei. Mas talvez outras pessoas estejam interessadas nesse poder. Talvez os fatos possuam relações entre si. Talvez… – ela pausa por alguns instantes, tremendo a possível veracidade em suas palavras. – Os Bestiamorfos sejam um caminho para alguma força desconhecida encontrar o ser Nexus.

— As possibilidades são vastas, Luna – alega Vale, mais tranquilo do que sua aliada da Nuvem. – Ainda temos poucas informações. Não há nada que possa ser feito por ora.

— Discordo. Existe algo.

— E o que seria? – indaga Toshio.

— Uma força-tarefa para a captura de Kamui Yato Uzumaki – pontua a irmã mais jovem da Terceira Raikage.

— Será que é prudente fazer isso nesse momento? – questiona Yuzuriha.

— Proponho que pequenas missões de reconhecimento e coleta de informações sejam destinadas às equipes de Gennins – sugere a mulher que, horas atrás, enfrentou Kamui Yato Uzumaki ao lado do Jonin da Nuvem Caius Lao Bistail. – Se todas as forças da Aliança Shinobi moverem seus ninjas mais jovens para tal, os ninjas de elite terão um suporte maior para iniciarem as missões de alta periculosidade.

— Faz sentido. Será mais sensato do que focar imediatamente as maiores forças na busca pelo renegado – Vale comenta, aparentemente concordando com a sugestão de Luna.

— Ao mesmo tempo, estaremos preparando-os para o que pode estar por vir – acrescenta Yuzuriha.

— Imagino que os demais associados concordarão. Seja o que estiver para acontecer, devemos fazer valer a Aliança Shinobi – alega a integrante do clã Shihoin. – Sejam quais ligações existam entre esses eventos, a verdade prevalecerá.