Christmas at the lakes escrita por Mari Pattinson


Capítulo 2
Capítulo 2 - Cartinha Secreta


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Depois de alguns contratempos, estou de volta com o segundo capítulo dessa história!
Boa leitura, espero que gostem ❤



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12 de dezembro de 2016, Chalé, Hawkshead, 23:30h – Narração: Bella.

Estava lutando para pegar no sono. Fuso horário era a pior coisa sobre viagens, mesmo com todos os chás de camomila e maracujá do mundo! Edward me abraçou numa conchinha gostosa e beijou meu ombro direito, solidário às minhas batalhas pouco sonolentas.

─ O que é que a Leah te pediu pra esconder de mim? ─ ele perguntou baixinho e eu ri, porque como já havia pensado era simplesmente impossível tentar esconder qualquer coisa dele! ─ Você passou mais de vinte e quatro horas tentando se esquivar das minhas perguntas. ─ Ganhei mais um beijinho em meu ombro e sorri.

─ Uma palavra pra você: Adivinha! ─ brinquei e recebi um tapinha estalado no bumbum, por cima da calça de tecido grosso do pijama ─ Edward, Edward! ─ falei em tom de advertência e ele riu, sabendo exatamente como me provocar.

Desculpe, Senhora. ─ Mais um roçar dos seus lábios sobre a manga do meu pijama ─ Me diz, vai.

─ O que aconteceu com aquele espírito adolescente super bom em investigação? ─ perguntei e me virei na direção dele que fazia um biquinho adorável para mim.

─ Cresceu?

Eu ri de sua resposta e o bico de Edward se tornou ainda maior. Dei-lhe um selinho e vi um esboço de sorriso se formar no canto dos lábios dele.

─ Sei que ainda está em algum lugar dentro de você ─ incentivei-o.

─ Bella, eu não via a Leah há meses, me dê uma dica pelo menos!

─ Eu também não via a Leah pelo mesmo tempo que você e descobri logo de cara! ─ zombei e ele bufou.

─ Vocês são irmãs! ─ Ele disse o óbvio como se fosse óbvio, meio irritadinho.

─ Você descobriu que eu estava grávida da Bree antes mesmo de eu oficializar a informação!

─ Oh, oh... ─ Edward sorriu malicioso ─ É isso, não é? Leah está grávida?

Eu nem tinha precisado dizer nada! Pelo menos Leah não poderia brigar comigo!

─ Uau! ─ Estaria mentindo se dissesse que Edward não me impressionava com seus acertos. Sempre na mosca!

─ É sério? ─ Ele arregalou levemente os olhos esmeraldas quando afirmei com a cabeça ─ Uau digo eu!

O olhar de Edward pareceu viajar para longe e não foi difícil deduzir para onde os pensamentos dele estavam-no levando: nosso bebê. Ele deu um sorriso pequeno; depois de um ano, já estávamos mais acostumados com a falta daquele serzinho tão amado por nós dois, embora houvessem momentos difíceis, quando a dor de não tê-lo conosco superava o alento que o próprio pensar nele nos trazia.

─ Eu estava pensando... ─ falei baixinho. Não queria ser insensível quanto àquele tema, mas não podia deixar de expressar meus sentimentos e pensamentos a Edward.

Era no que se baseava a nossa relação, afinal de contas: nossa verdade, nossa capacidade de nos comunicarmos um com o outro e nos esforçarmos em nos compreendermos. Eu apenas precisava fazê-lo uma pergunta. Se recebesse uma resposta negativa, deveria respeitar o tempo dele, não era tão difícil assim.

─ Não sei se você está pronto, e não quero te pressionar, só quero que saiba que se estiver... Eu estou pronta para tentar de novo.

Edward sabia ao que eu estava me referindo: a uma nova tentativa de tentar trazer um fruto do nosso amor à vida. Ele deu um suspiro pesado e quando comecei a interpretar seu silêncio como uma resposta negativa, optou por me surpreender:

─ Sei que jamais poderemos substituir nosso bebê que se foi, mas... Eu topo. Estou pronto para aumentar nossa família! ─ Ele sorriu e se deitou sobre mim, beijando-me com carinho e paixão ao mesmo tempo ─ Te amo, amor da minha vida!

─ Também te amo! ─ Toquei o rosto de Edward e o beijei com todo o amor que tinha dentro de mim.

Foi difícil não me recordar de nosso primeiro beijo, quando a maior informação que eu tinha a respeito de Edward era o fato de ele ser um dos meus maiores fãs – e apaixonado por mim. Eu ainda não sabia que sentia o mesmo, na época, mas se tinha algo fácil para qualquer mulher, nessa vida, era se apaixonar por um homem como Edward.

E pensar que mesmo se nossos caminhos não tivessem se cruzado, os sentimentos dele por mim ainda assim seriam genuínos me emocionava. No entanto, o que nós vivíamos era real, nosso amor como a realização dos nossos próprios sonhos.

Naquela madrugada, estávamos bastante empenhados em fazer um bebê número 3 acontecer, quando uma batidinha na porta nos interrompeu. Assim que a maçaneta virou, empurrei Edward para o lado dele da cama, nos cobri com os cobertores, e milésimos de segundos se passaram até a cabecinha de Bree se embrenhar por uma brecha na porta.

─ Mamãe, o Bobby-John não conseguindo dormir. Eu e ele podemos ficar aqui com vocês? ─ ela perguntou, entrando no quarto e carregando nos braços o seu inseparável ursinho de pelúcia, que outrora me pertencera.

Eu agradeci pelos cobertores cobrirem tudo o que nossa menininha não deveria estar vendo; poucas haviam sido as vezes em que fomos interrompidos por ela naquele tipo de situação, mas eu a entendia: estávamos numa casa desconhecida e era natural que se sentisse daquela maneira.

─ Podem sim, meu amor! ─ Eu apenas precisava pensar numa maneira de tirá-la do quarto para que pudéssemos nos vestir e trocarmos os lençóis ─ Mas, hum... Vocês podem esperar um pouco lá no seu quartinho?

─ Por que, mamãe? ─ Um pequeno vinco se formou no meio da testa dela enquanto Bree inclinou a cabeça para o lado.

Pensa, Bella, pensa! Precisava ser convincente, sem traumatizá-la.

─ Porque... ─ Edward me mataria, mas eu não queria usar desculpas do tipo baratas, aranhas e cia.

Bree já tinha medo o suficiente desses insetinhos por minha culpa e não queria incentivar ainda mais sua aversão a esses bichinhos.

─ Porque seu pai fez xixi na cama e agora tenho que trocar os lençóis e as nossas roupas. Molhou tudo.

─ Eu o que? ─ Edward guinchou enquanto eu e Bree rimos.

─ Então a gente vai lá, mamãe! ─ Bree olhou para Edward, deu mais uma risadinha e saiu do nosso quarto.

─ Que desculpa foi essa, Bella? ─ ele me perguntou em tom indignado.

─ Você realmente molhou a cama, só não com a mesma substância que eu contei a ela ─ provoquei-o e me levantei da cama. Edward suspirou e esfregou as mãos no rosto antes de se sentar.

─ Será que funcionou? ─ Edward me encarou com uma expressão sonhadora e sorri; ele não estava se referindo ao fato óbvio de Bree ter acreditado em mim, mas a respeito de uma possível gravidez.

Dei a volta na cama e sentei-me no colo dele, passando os braços ao redor do pescoço e beijei seus lábios.

─ Na dúvida... Teremos muito tempo para praticar... ─ murmurei e ele concordou com a cabeça ─ Não agora ─ brinquei.

Edward soltou uma risada e levantou-se comigo em seus braços. Ele me levou até o banheiro da suíte e colocou-me sobre os meus pés, de frente para o espelho acima da pia. Encarei nossos reflexos avermelhados e levemente suados pelos exercícios físicos, e acabei me lembrando da primeira noite em que fizemos amor, quando finalmente havia tomado coragem e me expus para ele. Edward ainda era virgem, na ocasião, e me permitira ser a primeira e única mulher a tê-lo daquela maneira; a sensação de lisonjeio, na época, também se transformou em amor e admiração.

─ Eu te amo muito. Muito mesmo. ─ Edward me encarou pelo espelho com seus olhos esmeralda hipnotizantes enquanto me abraçava por trás e apoiava o queixo em meu ombro esquerdo.

Sempre era tomada por uma sensação de felicidade e verdade quando o ouvia se declarando para mim. Edward jamais tinha fingido me amar, ou confundido o sentimento com o seu amor de .

─ Eu também te amo. ─ Toquei o rosto dele, sentindo a barba por fazer espetar a pele dos dedos da minha mão esquerda e sorri quando ele fechou os olhos, apreciando meus carinhos.

Nós não nos demoramos muito, embora quiséssemos; tínhamos uma criaturinha de 5 anos de idade, ainda muito dependente de nós, a nossa espera precisando de ajuda para dormir, então, tomamos um banho rápido e trocamos os lençóis de cama. O relógio da mesinha de cabeceira marcava quinze para as 2 da manhã quando fui buscá-la no quartinho ao lado do nosso, onde estava hospedada.

Levei Bree (e Bobby-John) para o nosso quarto e a deitei entre mim e Edward; ela já parecia um pouco mais sonolenta, se estivesse em nosso fuso horário, com certeza estaria dormindo. Entretanto, ela estava bem disposta a lutar contra o sono para conversar um pouco conosco:

─ Eu gostando de ficar aqui de novo, e vocês?

─ Também estou, meu amor! ─ Beijei seu rostinho e ela sorriu para mim. Depois, olhou para Edward, como se estivesse esperando pela resposta dele.

─ Também, principalmente pela companhia maravilhosa! ─ disse ele, dando um beijo na testa dela e um selinho em meus lábios (para a total alegria de Bree).

─ O que a gente vai fazer amanhã? ─ ela perguntou enquanto abraçava seu ursinho e encarava o teto.

─ O que você quer fazer amanhã? ─ Foi Edward quem perguntou-a.

Bree pareceu ponderar por alguns instantes e batucou o dedo indicado direito no queixo, fazendo um pequeno suspense.

Vamo naquela lojinha que tinha o Papai Noel? ─ sugeriu ela, olhando de Edward para mim.

Naquela manhã, numa caminhada pelo vilarejo, tínhamos vimos um senhor vestido de Papai Noel conversando com algumas crianças numa loja de brinquedos. Estávamos indo a um de nossos restaurantes favoritos (da primeira viagem) e prometemos à Bree voltar lá depois, para que ela pudesse ter seu momento com ele também. Com um rápido olhar a Edward, notei-o concordando com a ideia de nossa filha, então verbalizei que tudo bem seguirmos com os planos dela.

─ O que você vai pedir pro Papai Noel? ─ perguntei curiosa.

─ É segredo. ─ Bree deu uma risadinha, sapeca, e apertou Bobby-John num abraço empolgado.

─ Não vai contar nem pra gente? ─ Edward perguntou-a.

─ Não. Eu escrevi na cartinha pra ele ─ Bree respondeu, enfatizando bem o seu desejo por “privacidade” ─ A gente vai mesmo ver ele, né?

─ Vamos sim, amanhã mesmo ─ afirmei e ela deu um suspiro.

─ Então ele vai ficar sabendo amanhã.

─ Nem mesmo uma dica? ─ Edward insistiu e ela balançou a cabeça negativamente.

─ Começa com i, mas eu não vou falar mais nada ─ Ela fez um gesto de zipar a boca e “fechá-la” com uma chavinha, a qual “jogou” para longe.

O que poderia começar com “i”? Um brinquedo? Um jogo, ou o nome de um livro, talvez? Eu e Edward nos encaramos, tentando perceber encontrar no olhar um do outro alguma resposta. Sem sucesso.

Vamo dormir agora? O Bobby-John já com soninho! ─ Bree ergueu o tronco por alguns instantes para beijar o meu rosto, depois o de Edward e deitou-se novamente com o ursinho sobre a barriga ─ Boa noite, mamãe! Boa noite, papai!

Bree poderia estar apenas tentando desconversar, mas já estava muito tarde, precisávamos mesmo dormir. Eu e Edward desejamos boa noite a ela e um para o outro, e levantei-me para apagar as luzes. Quando voltei para a cama, apertei minha princesinha num abraço e ouvi suas risadinhas, um dos meus sons preferidos em todo o universo. Edward se juntou ao sanduíche e fez de Bree o nosso recheio, não sem antes puxar os cobertores cima, para nos aquecermos.

Os dois ainda tagarelaram um pouco, mas eu já não conseguia mais prestar tanta atenção, o sono me tomou por completo quando fechei os olhos, entrando no mundo da inconsciência, no mundo dos sonhos.

13 de dezembro de 2016, Lojinha de Brinquedos, Vilarejo de Hawkshead, 11:00h – Narração: Bella.

Bree apertou minha mão, ligeiramente ansiosa, enquanto esperava pela sua vez de falar com o Papai Noel. Em sua outra mão carregava a cartinha secreta que havia escrito sozinha, como a verdadeira “menina grande” que era, sem tê-la mostrado para mim, ou Edward. Nós havíamos considerado bisbilhotá-la, para podermos comprar exatamente o que ela queria, mas chegamos à conclusão de ser melhor tentarmos descobrir através de mais conversas e insistências com a própria Bree, ao invés de estragar sua confiança – caso ela acabasse descobrindo nossa leitura hipotética.

Nós três estávamos na fila da pequena loja que havíamos visto da última vez, aguardando o momento de Bree. Haviam poucas crianças na frente e não demorou para chegar a vez dela. Eu e Edward, como papais coruja, nos mantivemos por perto quando Bree foi falar com o bom velhinho pela segurança dela, afinal de contas, não o conhecíamos!

─ Olá, querida, como se chama? ─ o Papai Noel perguntou assim que Bree se aproximou o suficiente. Percebi, quando ele olhou para mim, os seus olhos se arregalando levemente. Provavelmente havia me reconhecido, mas “manteve a pose” e deu toda a sua atenção à minha filha. Ponto positivo para ele.

─ O meu nome é Bree e essa é a minha mãe e esse é o meu pai. ─ Ela se apresentou e gesticulou para mim e para Edward conforme ia falando.

─ É um prazer te conhecer, Bree. ─ O velhinho sorriu e depois se voltou para nós, os adultos ─ É um prazer conhecê-los, mãe e pai da Bree. ─ Ele deu uma piscadinha na minha direção, sem qualquer malícia, pude notar.

Ele tinha mesmo me reconhecido!

Sorri tentando disfarçar o meu pequeno desconforto. Talvez, eu nunca me acostumasse a ser identificada daquele jeito, mas, por outro lado, me ajudava a manter os dois pés no chão, em contato com a realidade.

─ Mas eu já te conheço, Papai Noel. Eu falei com você no ano passado e nos outros anos também! ─ Bree inclinou a cabeça para o lado e franziu o cenho, parecendo confusa ─ Você se esqueceu até do meu nome?!

Eu quase ri. Bree era esperta demais, suas tiragens chegavam a ser engraçadas, mas também poderiam significar a brevidade das suas fantasias infantis.

─ Ah, mas é claro, que cabeça a minha! ─ O senhorzinho encenou direitinho ao bater com a mão na testa ─ Acho que me atrapalhei um pouco, quis dizer que é bom te rever! Eu não me esqueci de você não!

─ Ah, então bom! ─ Bree sorriu, sua inocência permitia que acreditasse nele sem questioná-lo ─ É bom te ver de novo também!

─ Você foi uma boa menina esse ano?

─ Sim, igual em todos os anos ─ ela respondeu. Eu não poderia confirmar mais. Claro, como toda criança Bree tinha os seus momentos birrentos e malcriados, mas minha filha era maravilhosa em todos os sentidos. Perfeita.

─ Muito bom, eu fiquei te observando e isso é verdade. Que bom que você fala a verdade, não é? ─ O velhinho piscou para ela, que deu uma risadinha ─ Então, me diga o que você quer ganhar de presente esse ano!

─ Eu não posso falar não, é segredo ─ Bree disse baixinho, ainda tentando esconder de mim e de Edward o seu pedido ─ Mas eu escrevi aqui, ó. ─ Apontou para a cartinha que tinha escrito ─ Só que você só pode abrir depois pra minha mãe e pro meu pai não lerem. bom?

O bom velhinho pareceu surpreso com o pedido dela. Eu mesma estava esperando conseguir descobrir o que ela queria ali, mas não parecia o caso.

─ Tudo bem, assim que vocês saírem eu vou ler sua cartinha ─ disse ele, sorrindo para Bree e pegando a carta dela com cuidado.

bom, obrigada ─ Bree sorriu ─ Vamo tirar a foto agora?

O Papai Noel assentiu e chamou a fotógrafa que estava tirando as fotos dele com as crianças. Bree se posicionou ao lado dele e eu e Edward abrimos espaço para que não saíssemos na foto. Em silêncio, através de nossos olhares, conversávamos sobre a cartinha de Bree e seu conteúdo. Como faríamos para descobrir e comprar o presente dela?

Eram naqueles momentos que eu gostaria que o Papai Noel fosse real. Nós não precisaríamos nos preocupar em dar à Bree o presente correto, porque ele mesmo se encarregaria da tarefa.

Alguns minutinhos se passaram e uma Bree sorridente se aproximou com a fotógrafa.

─ Ela quer falar com vocês ─ disse minha filha, erguendo os braços para mim e a peguei no colo.

─ Bem, eu só queria avisar que vocês podem retirar a foto impressa daqui a uma hora. O Papai Noel, trazendo o presente dessa princesinha aqui na loja, a foto está inclusa. Caso contrário, cobramos uma taxa de 20 libras ─ a moça falou.

Ah, o monopólio dos Papais Noéis! Deu para entender perfeitamente as entrelinhas: precisaríamos comprar o presente de Bree na loja para recebermos a foto de maneira gratuita. Ali estava justamente o problema: não sabíamos o que ela queria!

Eu e Edward a agradecemos; estava nítido para nós dois que pagaríamos apenas pela foto, a menos que descobríssemos o conteúdo da cartinha de nossa filha. Enquanto esperávamos pelo tempo indicado, até demos uma olhadinha nos brinquedos da loja, tentando convencer Bree a nos contar o seu pedido. Novamente sem qualquer sucesso.

Perto das 12h, a fotógrafa me chamou enquanto Edward continuava empenhado em descobrir o que Bree queria. Eu estava explicando à moça sobre a decisão de levar apenas a foto, quando o Papai Noel se levantou de sua cadeira. Ele havia terminado de atender a última criança e parecia estar procurando alguém. Quando nossos olhares se cruzaram, ele me sorriu e pensei que aquilo só poderia ser um sinal positivo, pois começou a caminhar na minha direção.

Torcia para ele me dar a solução, para me dizer o que Bree queria de presente, mas...

─ Senhorita Swan, é um prazer conhecê-la! ─ disse ele, sorrindo e interrompendo a fotógrafa, que arregalou os olhos para mim. Ela ainda não tinha me reconhecido.

─ Olá, Senhor. Digo o mesmo! ─ Apertei a mão enluvada que ele oferecia para mim, sorrindo-lhe de volta.

Isabella Swan? ─ a fotógrafa perguntou baixinho, como se evitando chamar a atenção das outras pessoas na loja.

Concordei com a cabeça e os olhos dela pareceram quase saltar para fora das órbitas enquanto me encarava.

─ Uau, acho que sou eu quem deveria pedir uma foto com você. ─ Ela parecia animada e constrangida ao mesmo tempo quando deu um sorriso pequeno ─ Você se importa? ─ Gesticulou para a câmera e seu sorriso aumentou assim que meneei com a cabeça. Ela, então, pediu ao próprio Papai Noel para tirar uma foto nossa.

“Obrigada, Bella. Fique com a foto da sua filha de graça, sim? É Bree o nome dela, não é?” a moça se dirigiu a um computador próximo a uma impressora no cantinho da loja e começou a mexer nele.

─ Eu agradeço pela gentileza, mas deixe-me pagar pelo seu serviço, é o seu trabalho! ─ falei e já abri minha bolsa, procurando por minha carteira.

Sabia que isso era só as pessoas sendo simpáticas, mas não gostava de usar a minha posição de “famosa” para conseguir as coisas de graça, ou obter vantagens, menos ainda quando se tratava do trabalho dessas pessoas.

─ Não se preocupe, Bella ─ a fotógrafa disse com um sorriso ─ As pessoas vão gostar de saber que Bella Swan pisou nessa loja, não é, papai? ─ Ela olhou para o Papai Noel. Então eles eram pai e filha, e donos da loja também?

Suspirei. Ela queria dizer ao mundo onde eu estivera e isso não era muito legal. Embora corresse o risco de ser reconhecida em qualquer lugar que eu pisasse, gostava de ter o Lake District como um de meus refúgios. Era um lugar aonde eu podia ir sem me preocupar muito e aquilo poderia mudar drasticamente se fosse muito divulgado.

─ Nada de sair fofocando por aí! ─ O Papai Noel a repreendeu ─ Imprima a foto de Bree, e nada de sair exibindo, ou se vangloriando pela foto que tirou com a mãe dela!

A moça suspirou e eu agradeci aos céus por aquela intervenção divina – ou seria natalina? – e sorri para o, de fato, bom velhinho.

─ Gostaria mesmo que isso ficasse aqui ─ afirmei ─ Quais são os nomes de vocês?

─ Eu sou o George, essa é minha filha Cathy ─ disse o senhor com um pequeno sorriso ─ Pode deixar que se depender de nós dois... ─ Ele enfatizou e lançou um olhar sério para a moça ─ Sua estadia aqui em Cumbria será muito tranquila.

─ Obrigada. ─ Eu me voltei para o senhorzinho e sorri aliviada ─ Sabe, Papai Noel, será que você poderia me ajudar com o presente da Bree? ─ perguntei baixinho, para não correr o risco de minha filha me ouvir.

─ Bem... Eu realmente não gostaria de trair a confiança dela ─ respondeu-me no mesmo tom ─ Vamos fazer um trato, sim? Se até a noite de Natal você e seu marido não tiverem descoberto, conto para vocês.

Eu não o corrigiria por se referir a Edward como meu marido, mas me preocupei em relação a sua proposta: se aguardássemos até o dia de Natal, como poderíamos comprar o presente de Bree?

─ Mas... Daí será muito em cima da hora para comprar o presente! Que loja estará aberta no dia de Natal para... Oh!

Aquela loja estaria aberta, pude perceber pelas feições do Papai Noel.

─ Isso mesmo ─ ele concordou com os meus pensamentos ─ Pode trazê-la aqui. Eu estarei distribuindo os presentes das crianças a partir da meia-noite. Os pais trarão os presentes já comprados e eu os darei como um verdadeiro Papai Noel. Bree não ficará sem o presente dela, eu prometo!

Aquilo soou como uma promessa, como se mesmo eu e Edward não descobrindo o que ela queria, o bom velhinho trataria de fazer o desejo dela se tornar realidade. Suspirei e aceitei. Talvez eu ainda conseguisse fazer Bree me contar.

─ Bella, aqui está a foto ─ disse Cathy, mostrando-me a fotografia de Bree ao lado do Senhor George, ambos sorridentes.

─ Obrigada, Cathy ─ falei, pagando-lhe as 20 libras, mesmo sob os protestos dela e de seu pai.

─ Mamãe, a gente já pode ir? ─ Bree perguntou enquanto corria na minha direção, com Edward ao encalce dela ─ Eu tô com fominha ─ Ela esfregou a barriga e me encarou com olhinhos pidões.

Ri ao pegá-la no colo, e esmagá-la num abraço antes de mostrar para ela a sua fotografia. Bree sorriu brilhante ao segurar aquele pedaço de lembrança tão bonito e feliz.

─ Que foto mais linda! ─ Edward elogiou, abraçando-me de lado ─ Quem é essa menininha aqui, mesmo?

─ Sou eu, papai! ─ Bree exclamou num tom meio indignado ─ achando que você precisando de óculos, hein!

Tentei evitar uma risada, mas foi impossível. Bree não havia entendido a gracinha de seu pai e sua resposta tinha sido bem precisa para o caso dele. Edward também riu e só então nossa menina se deu conta de que ele estava brincando.

─ Ah, não, papai! Você tava me zoando, é? ─ Ela perguntou e fez um biquinho adorável.

─ Eu tava só brincando com você, meu amor! ─ Edward disse e roubou Bree de meus braços.

Ela soltou um gritinho antes de abraçá-lo apertado e sorrir tanto a ponto de fechar os olhinhos, e aquecer o meu coração; amava vê-los juntos, me alegrava muito ter os dois não só agindo como pai e filha, mas sendo pai e filha, independente da biologia.

─ Tchau Senhor Ge... ─ interrompi-me ao perceber meu quase deslize, justo na frente de Bree! ─ Papai Noel!

─ Senhor Papai Noel? ─ Bree deu uma risadinha e eu a acompanhei, aliviada de não ter entregado a identidade do Senhor George, que hesitou um pouco e percebi que ele queria me pedir algo.

─ O meu filho... Ele é um grande fã seu e está fora da cidade, será que você poderia... Deixar um autógrafo para ele, ou algo parecido?

Eu sorri. Ele era gentil e educado, e era o Papai Noel. Como eu poderia negá-lo um pedido?

─ Com certeza!

Ele me entregou um pedaço de papel detrás do caixa da loja e uma caneta. Perguntei o nome do filho dele e fiz uma pequena dedicatória, deixando meu autógrafo no final. O Sr. George me agradeceu e, após nos despedirmos, saí da loja com Bree e Edward, prontos para almoçarmos. E, então, nossa filha nos provou, mais uma vez a sua esperteza e que estava atenta a tudo ao seu redor quando, ainda no colo de Edward e carregando a sua fotografia, constatou:

Eu não sabia que o Papai Noel tinha um filho!


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Notas finais do capítulo

Me contem o que estão achando da história? O que vocês acham que a Bree pediu na cartinha? Façam suas apostas!

Beijos e nos vemos no próximo capítulo!



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