How escrita por Carol Liz


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Essa fanfic é dedicada à minha amiga oculta Andreia Kanade ou @AndreiaKanade

Escolhi o combo 2, durante a escrita mudei para o combo 1, mas no final não teve jeito o combo 2 venceu, por que tinha que ser ele, hahahahaha.

Espero que goste!



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Olhei para o celular pela quinta vez em menos de meia hora, hoje ele estava empolgado não parava de mandar mensagens em tão pouco tempo.

—Eu acho que você devia insistir nisso Bella, eu também venho pensando muito sobre o que eu quero fazer, sobre o que eu realmente gosto e sei que não posso deixar isso de lado e você também não deveria deixar... Hey, você tá me ouvindo?

— Desculpa, eu... o que você disse?

O telefone tocou, e dessa vez não era o meu, indicando o recebimento de uma mensagem, mais uma das mil que já haviam chego desde a hora que ele passou pela porta, mas essa era importante ou interessante o suficiente para tirar um sorriso dele.

— Bom deixa pra lá, eu preciso ir.

— O que foi sua namorada finalmente conseguiu te deixar com humor o suficiente pra te fazer sair correndo? — Me arrependi da piada na mesma hora, ao olhar a expressão séria em seu rosto, enquanto ele me encarava.

— Primeiro ela não é minha namorada, segundo se você ao menos prestasse atenção no que te falo e não me deixasse falando com as paredes eu não veria motivos pra sair correndo, como você diz.

Ele fala enquanto caminha para a porta do meu quarto.

— E terceiro — Ele aponta para o meu celular largado na cama — Não quero atrapalhar a conversa com o seu namorado. — Ele diz fazendo aspas com as mãos.

Eu bato em seu braço, mesmo sabendo que ele não sente nada com tanto músculo em desenvolvimento.

— Hey, só eu posso fazer piadas sobre namoro aqui.

Ele ri e eu me seguro pra não ficar com cara de boba como sei que sempre fico.

— Amanhã eu vou estudar na biblioteca as 18 horas, você quer ir me encontrar?

— Não dá eu já tenho um compromisso.

— Ah, claro deixa pra outro dia, afinal ainda teremos muitos dias pra podermos estudar juntos pelos próximos anos.

Ele se vira rindo parecendo pensar em uma piada na qual não me contou.

— Boa noite Bella, vê se não vai dormir tarde.

— Boa noite Edward, vê se você vai direto pro seu dormitório e não durma tarde.

Ele olha pra trás me encarando daquele jeito que me faz ter arrepios e me deixa confusa ao mesmo tempo.

— Como se eu tivesse outro lugar para ir...

Fico uns bons minutos olhando o corredor vazio depois que Edward saiu, balanço a cabeça como se isso fosse me fazer parar de sentir seja lá o que eu estou começando a sentir, quem eu quero enganar eu estou sentindo isso faz um bom tempo que já nem sei mais quando comecei a sentir.

Fecho a porta sem nem imaginar que essa seria a última vez que o veria tão calmo e tranquilo.

Alguns anos depois

— Isso não é justo pai eu sou a pessoa mais preparada pro cargo. Por que você não pode só uma vez confiar em mim?

— Mocinha cuidado, muito cuidado como você fala comigo, eu ainda...

— PAREM! JÁ CHEGA! Eu não posso acreditar nisso, vocês vão fazer isso de novo justamente hoje?

O silêncio recai sobre nós, sei que tenho uma parte de culpa por novamente discutir com papai, mas a falta de confiança dele em mim é algo que me irrita e não consigo controlar minha língua.

Porém hoje não é um dia qualquer, é o aniversário da mulher extraordinária, meu exemplo, minha rainha, vovó Claire Swan.

Minha família vem de anos de tradição no ramo da escrita, edição e publicação.

Papai sempre diz que nossos antepassados respiravam as letras, nossa linhagem foi forjada nas linhas da poesia, dos contos, das histórias... Sim eu sei, muito exagerado e sonhador, mas devo confessar que eu amo isso, bom quando se cresce cercada de escritores e livros não se tem muito o que fazer.

Papai é um famoso empresário do ramo editorial, Charlie Swan, da Swans Publicações, assim como ele eu não herdei o dom da escrita, mas temos o mesmo dom para os negócios, me especializei e me preparei por anos para honrar o cargo de chefe das empresas Swans, só esqueci nesse meio tempo de provar ao meu pai que era merecedora desse cargo tanto quanto ele um dia foi.

— Me desculpe meu bem, nós não iremos mais falar sobre isso hoje, certo Isabella?

— Isso mesmo, me desculpa mamãe, prometo me comportar o resto da noite, claro se o papai fizer o mesmo — Olho para meu pai com a expressão mais neutra possível, é claro que não vou deixar esse assunto de lado, já praticamente criei um plano magnifico para essa noite.

Ele me olha desconfiado, mas acaba concordando comigo e sai acompanhado de mamãe aproveito para começar a colocar meu plano em pratica.

.....

Sempre comemoramos o aniversário da vovó Swan com um jantar para a família e amigos íntimos, apesar da família ser pequena — tanto mamãe como papai são filhos únicos e acabei não tendo nenhum irmão ou irmã —, mas vovó tem um jeito só dela de fazer amigos que leva para vida. Assim as festas íntimas acabam sendo grandes festas, com muitos amigos queridos e indispensáveis como ela diz.

Cresci com a maioria dos filhos desses amigos íntimos, Alice Brandon minha melhor amiga, nem me lembro quando nos conhecemos, mas ela adora dizer que nossa amizade é desde o berçário.

Jasper e Edward Cullen, apesar de Jasper ser dois anos mais velho que todos nós o amor dele por Alice o fazia sempre ficar conosco.

E hoje eles estavam aqui, menos Edward é claro.

Edward era meu melhor amigo, sempre por perto, nos afastamos depois que sua mãe faleceu em um acidente seis anos atrás e tudo mudou. Esme era como uma segunda mãe para nós, ela comandava uma das maiores revistas de moda a Mogue — referência para muitas pessoas do meio — depois do incidente o tio Carlisle, marido dela e pai dos meninos, ficou desolado, foram anos para que ele pudesse superar tudo e voltar a conviver conosco. Jasper e Edward fizeram tudo que podiam para ajudar, mas como Jasper já estava trabalhando com ele na clínica de veterinária acabou que sobrou para Edward a responsabilidade de continuar com o comando da Mogue e isso fez com que nos afastássemos.

Tinha anos que não nos víamos. Edward e eu tivemos a ideia de fazer faculdade do outro lado do país na ensolarada e divertida Califórnia, longe de todos, e isso era para ter nos aproximado ainda mais, porém Edward teve que voltar para Chicago e logo depois acabou se mudando para Nova York, para cuidar do escritório sede da revista. Assim que me formei voltei para casa, até tentei manter contato, mas ele sempre estava em uma reunião ou ocupado com alguma nova capa da revista que parei de tentar, não queria ser uma chateação mesmo que nas páginas de fofoca ele sempre aparecesse com tempo de sobra para as modelos e socialites do momento.

Era só difícil não lembrar dele assim vendo todos reunidos, enfim eu não tinha tempo a perder precisava dar um jeito de ficar a sós com vovó Swan para começar meu plano.

Pedi para Alice dar um jeito de distrair meu pai para que pudesse levar a vovó para o escritório, de uns tempos pra cá ele parecia não querer me ver perto dela em parte porque sabia que se ela me escutasse me deixaria no cargo na mesma hora e em outra porque não queria a vovó Swan preocupada com assuntos da empresa.

A porta do escritório estava trancada, certeza a chave estava com papai, saco!

— Então Bella, o que está acontecendo?!

— O escritório está trancado, bom vamos para sala? Lá é até melhor para a senhora com os sofás macios e tal.

— Bella, Bella, vamos mocinha diga logo o que você está aprontando?

— O que é isso vovó? E desde quando eu faço algo assim?

— Menina eu limpei sua bunda, sei muito bem quando está tramando algo. — Ela pega minhas mãos e me dá aquele olhar que parece ver até minha alma. — Me fale o que você quer?

— Vovó a senhora sabe que papai está com vontade de sair da empresa, não sabe?

— Sim, ele me disse que já está vendo alguém para cuidar de tudo e assim poder sair de lá.

— Mas a senhora acha isso justo?

— Bella, seu pai está na empresa faz anos, quase não saiu de férias ao longo de todos eles, você não concorda que ele mereça um pouco de descanso? Aproveitar a vida enquanto ela ainda está aí?

— Claro vovó, não é isso que quero dizer...

— Então o que você quer dizer Bella?

Olho para ela e as palavras se perdem dentro de mim, de repente não consigo mais ter aquela confiança de antes a que sempre tenho quando falo com papai, sem querer vovó Swan me faz sentir insegura do que eu acho que acredito ou quero, ela é tão forte que me intimida a também ser assim e me sinto incapaz de falar o que tanto desejo.

Me preparo para pedir para ela deixar pra lá ou arrumar alguma desculpa boba para mudar o assunto quando ouço a porta do escritório se abrir e sinto minha pele arrepiar com a voz que faz anos que não escuto.

— Vovó Swan, que saudade!

Vovó me solta e abre os braços para Edward, ele praticamente se dobra sobre ela, não somos tão providas de altura em contrapartida ele parece mais alto desde a última vez que nos vimos, percebo que seu cabelo agora tem um comprimento maior do jeito que ele costumava usar no ensino médio, o tom de ruivo único e o perfume inconfundível.

— Ah, menino Cullen quanto tempo, faz quantos anos que você não nos dá o ar da sua graça?

— Acho que talvez uns quatro, cinco anos?

— Seis, seis anos, na verdade se você esperasse mais dois dias seriam sete. — Percebo que disse isso em voz alta quando vejo que estão me encarando, vovó com um sorriso no rosto e Edward com aquele olhar, aquele velho olhar...

— Certo, então quase sete anos, confesso que não achei que fosse tanto tempo assim, mas se você diz... Bella, quanto tempo, hein — Ele se aproxima envolvendo seus braços em minha cintura, me pego completamente envolvida pelo seu cheiro que não mudou nada desde que me lembro, passo minhas mãos por seus braços, eles parecem mais fortes pelo que sinto através da camisa, sinto seu peitoral e isso me faz imaginar o quanto ele malhou ou malha, me concentro antes de acabar fazendo ou dizendo uma nova bobagem e me afasto um pouco dele para conseguir clarear a mente.

— Hey Edward, sim faz muito, muito tempo mesmo, mas pelo visto você ainda lembra o caminho de casa. — Dou um riso nervoso tentando manter a respiração firme e não começar a surtar.

— Eu nunca esqueci mesmo com a vida querendo que eu ficasse um pouco longe.

Nos encaramos como se tudo que não falamos durante todos esses anos pudesse ser dito apenas nesse instante.

Vovó pigarreia chamando nossa atenção.

— Bom vou lá para fora, tenho certeza que Edward e você tem muita conversa para colocar em dia. — Ela passa e esfrega a mão em meu braço e vai caminhando pelo corredor, sem nem me dar a chance de retrucar ou tentar impedi-la.

O silêncio entre nós se mostra tão grande que posso senti-lo.

Só agora me dou conta que perdi a oportunidade de falar com vovó sobre o cargo na empresa e pedir sua ajuda para convencer meu pai que não existe outra pessoa mais capacitada do que eu para a vaga.

— Pelo jeito acabei atrapalhando você.

— O quê? Não, claro que não.

— Pela sua cara não é o que parece.

— Ah, não na verdade eu nem sei se... bom... É uma festa, jantar comemoração, enfim, não teria como ter uma conversa agora.

— É sobre o comando das empresas Swans?

— Sim, como você sabe?

— Meu pai e Jasper comentaram algo assim, que você estava se dedicando para assumir o posto de Charlie.

Hum, e homens não fofocam, sei.

— Me dedicar é pouco, tudo que eu praticamente faço é para um dia assumir o lugar do meu pai com competência.

— Eu imagino, você sempre se dedica muito quando quer algo, mas eu realmente nunca pensei que você queria tanto esse cargo.

— E por que eu não iria querer? É o legado da minha família.

— É sei bem disso, só achei que você... sei lá, iria focar mais na área de novos autores, algo do digital ou alguma coisa assim.

Fico meio boba com a sensação de que Edward ainda lembra sobre meu projeto para os novos autores e como eles podiam usar mais as plataformas de livros digitais para alcançar mais público e assim mais autores iriam conseguir publicar suas obras, na verdade venho montando esse projeto faz anos e a primeira pessoa a quem contei sobre isso foi ele.

— Bella? Você está bem?

— Sim, claro estou sim.

Caminhamos juntos para a festa no quintal, assim que as pessoas veem que Edward está aqui cada um tenta ter seu tempo com ele, fico só observando de longe.

Alice, Jasper, Edward e eu acabamos conversando a noite toda depois que a festa termina, não é do jeito que eu queria, mas não posso ser egoísta, a família dele estava aqui e seus amigos, tive que apenas aceitar dividir ele com os demais, enquanto aguardava ansiosamente que o tempo passasse devagar.

XXXXX

Respiro fundo antes de entrar no escritório do meu pai, depois da festa da vovó Swan decidi que não posso mais esperar, de uma vez por todas Charlie teria que me ouvir.

— Oi pai, muito ocupado?

Ele levanta a cabeça e me olha fazendo aquela cara de quem sabe o que eu vou falar, tento dar um risinho pra ver se consigo derreter um pouco seu coração, então ele faz um gesto com a mão pra que eu entre na sala, acho que minha tática de ser mais gentil está dando certo.

— Sabe eu estive pensando...

— Claro que esteve.

Olho pra ele com a cara fechada, ok talvez eu não vou conseguir ser tão gentil se ele não me deixar falar.

— Bom, o negócio é o seguinte o que eu preciso fazer para que você possa aceitar que eu sou a escolha certa para ser sua sucessora?

— Bella, já falamos sobre isso, não é só por que a empresa é da família que você seja adequada para o cargo.

— Eu não estou pedindo a vaga só por ser sua filha, mas sim por que eu tenho o talento para comandar a empresa, eu sou preparada, você me preparou... eu... não entendo.

Falo desabando na cadeira, me dando conta só agora do quanto isso é cansativo, o quanto me provar para alguém é extremamente cansativo.

— Não é só a preparação Bella, precisa do algo a mais, essa empresa é muito importante para sua avó, para mim...

— Também é importante pra mim pai, por isso não acho que outra pessoa tenha a capacidade de cuidar de tudo como eu tenho.

— Minha filha a empresa vai te exigir muito mais trabalho do que você tem agora, ela não pode ser apenas algo importante, você deve amar o que faz, amar ficar aqui, ser a primeira a chegar e a última a sair, estar sempre a frente de tudo, ter confiança em si e em cada decisão que tomar.

— Eu sou assim pai, exatamente assim, tenho planos e projetos para modernizar os negócios, uma forma jovem e nova de ver o mercado editorial, você lembra do meu projeto sobre os novos autores e os livros digitais? Você olhou ele, viu como ele tem tudo para dar certo?

— Sim, sim, eu o vi, esse projeto é bem inovador, mas precisa de muito investimento coisa que no momento não temos.

— Como assim? Você aprovou semana passada o projeto de criar concursos de escrita com prêmios em dinheiro e publicação do James.

— Sim e isso já vai custar um bocado, não tenho como dar foco para o seu projeto também.

— Isso não é justo eu te mandei meu projeto faz um mês, o James te enviou em um dia e você o aprovou no outro. Porque você não confia em mim?

Nos encaramos e ele me olha como se estivesse avaliando bem o que vai dizer, mas permanece em silêncio, percebo que não é que ele não confie em mim, ele não quer me ver comandar a empresa e só não consegue dizer isso em voz alta e nem na minha cara.

— Tudo bem Charlie, não precisa me responder nada.

Saio da sala decidida, cansei simplesmente cansei, não vou ficar choramingando por algo que não querem me dar. Volto ao meu escritório e abro o e-mail empresarial, se não posso fazer meus projetos aqui, então vou fazer em outro lugar.

.....

— Você se demitiu?

— Sim, se meu pai não acredita que eu posso comandar a empresa, então não posso ficar lá enquanto sigo ordens de uma pessoa que não sabe nada sobre ela.

— Eu queria dizer que sinto muito, mas você sempre gostou mais de falar com os autores em si do que ficar trancafiada no escritório.

— Claro que não, quer dizer eu amo falar com os autores, eles são tão cheios de vida e inspiração e criatividade e... Ah, talvez, mas também amo criar novos projetos e...

— Fazer relatórios?

— Alice, para! — Dou risada, porque eu não gosto mesmo dessa parte mais burocrática.

— Qual é o plano agora?

Alice me pergunta enquanto estamos deitadas no chão da minha sala comendo sorvete.

— Eu não faço a menor ideia...

XXXXX

 Depois de quase duas semanas ainda não sei bem o que fazer, mas a conversa que tive ontem com minha mãe não sai da minha cabeça.

— Bella, seu pai confia em você, ele só não quer que você faça algo que talvez não ame tanto.

— Mãe, como ele pode pensar que eu não amo aquela empresa? Ela é tão importante pra mim quanto é para ele, tudo que eu estudei, todos os cursos e especializações que eu fiz foi justamente para ninguém me julgar como a filha do nepotismo. E nem vem tentar defender ele pra mim.

— Minha filha, senta aqui. — Ela me chama para sentar ao lado dela no meu sofá.

— Olha se ele pediu pra você vir aqui fazer minha cabeça é melhor nem tentar, eu não vou voltar pra empresa. Não depois dele não conseguir dizer na minha cara que não me acha capaz.

— Olha Bella, eu não vim até aqui por causa do seu pai, eu estou preocupada com você.

— Não precisa se preocupar eu estou ótima.

— Verdade? Então o que você está pensando em fazer agora?

Fico em silêncio, pois não tenho resposta para essa pergunta, ainda não sei o que vou fazer, quando pedi demissão tinha em mente levar meu projeto e ideias para outro lugar, mas só de pensar em outra empresa realizando algo que deveria ser feito na Swans me bate um sentimento de traição e culpa.

— Acho que esse silêncio já é uma boa resposta, Bella eu acredito no seu potencial e acho que seu pai também acredita nisso, talvez ele não queira você assumindo a presidência...

Meu instinto de protestar e gritar TÁ VENDO, ATÉ VOCÊ PERCEBEU ISSO, cresce em mim, mas mamãe me faz permanecer calada, apenas com um olhar, para que possa terminar seu raciocínio.

— Mas não pelo motivo que você acredita, talvez ele veja algo que você ainda não está vendo em si mesma ou na situação como um todo.

— Eu não entendo, mamãe. O que pode ser que ele vê que me impeça de assumir a Swans?

— Bom isso só ele pode te falar, mas vamos fazer assim, você disse que falta investimento para seu projeto digital ser aceito correto?

— Sim ou pelo menos foi o que o papai disse.

— Certo, certo... Faremos assim, você consegue um investidor ou um capital para esse projeto e eu te ajudo com o seu pai, se for preciso falo com a vovó Swan também.

— Sério? Você faria isso mesmo?

— Sim Bella, eu farei isso, eu posso ver que você quer muito essa presidência e acredito que você pode lidar com ela da melhor forma, se for só um investimento que falta não tem porque essa vaga sair de suas mãos.

— Obrigada mamãe, obrigada por acreditar em mim. — Me jogo em seus braços, é tão bom ouvir alguém que não seja eu mesma dizer que acredita em meu potencial, é como tirar um peso enorme das costas.

Preciso encontrar um bom investidor, assim papai não vai ter outra desculpa vai ter que aceitar fazer meu projeto ou dizer a verdade que não me quer na presidência da empresa e finalmente me dizer o porquê não quer.

.....

— Edward tem certeza que eu não vou te atrapalhar?

— Não, claro que não, é um evento beneficente, acontece todos os anos e vai por mim se você precisa de um investidor não existe lugar melhor pra conseguir um.

Depois de pensar muito resolvi procurar Edward, ele começou cedo e já passou por muitos percalços com a Mogue, sei que se alguém sabe sobre conseguir investidor esse alguém com certeza seria ele.

Dei muita sorte, pois iria ter um leilão beneficente realizado pelos Whitlock onde Edward era um dos doadores, fornecendo ao ganhador um destaque na capa de fim de ano da revista, e segundo ele o senhor Stanley era um grande investidor de projetos inovadores realizados por jovens promissores.

Acreditando que eu tenho tudo isso e confiando 100% no meu projeto aceitei ser a acompanhante de Edward para o leilão e assim conseguir chamar a atenção do senhor Stanley.

O leilão seria em um hotel em Cancun, no México, o voo foi tranquilo, mas não consegui parar de ficar tensa, Edward pegou no sono e sua cabeça ficou apoiada no meu ombro, seu perfume me perturbou durante toda a viagem, foi um alivio quando o avião pousou e finalmente consegui respirar um pouco de ar puro.

O clima aqui é bem quente, me sinto bem cansada por causa de toda tensão das últimas horas, só quero deitar e dormir um pouco.

Chegamos no hotel e ele é simplesmente perfeito, talvez não tenha sido tão ruim ter vindo aqui para um evento atrás do senhor Stanley.

Edward vai para a recepção cuidar das nossas reservas, fico no saguão ainda admirada por tudo que vejo ao meu redor.

Assim que tudo está de acordo, e com as chaves de acesso aos quartos em mãos, vamos em direção aos elevadores, porém Edward para ao encarar uma mulher linda que saia de um deles.

— Rosalie?! Não achei que fosse te encontrar por aqui.

— Edward?! Eu não pensei que você viria ao leilão, achei que ficaria com sua família.

Edward e a tal Rosalie trocaram um abraço que pra mim me pareceu demorado por demais, mas quem era eu para ficar contando tempo de abraço? O que eu estou fazendo, por favor.

— Essa é a Bella, Bella essa é a Rosalie minha amiga e sócia.

— Ah, então essa é a famosa Bella? — Rosalie me abraça como se fossemos amigas há anos.

— Famosa? Por qual motivo? — Perguntei quando fui liberada dos seus braços.

Rosalie encara Edward como se tivesse sido pega roubando algo.

Edward cruzando os braços se vira na minha direção e apenas sorri parecendo não ter o que falar, ficando vermelho, eu fiquei surpresa por ver algo assim, nem em meus sonhos mais ilusórios vi Edward ficar com vergonha de algo, isso era mais uma coisa nova dele.

— Famosa por que não é você a filha de Charlie Swan, da Swans Publicações?

— Isso é sou eu mesma.

— Seu pai é uma lenda no mundo das publicações, quando Edward disse que vocês eram amigos de infância eu pensei que era só papo para chamar minha atenção.

— Se bem me lembro você apostou comigo... quanto era mesmo? Cinco mil?

— Ah, por favor, nem comece.

— Olha só quem chegou, será que eu vou ter que te socar de novo pra ficar longe da minha mulher Cullen?

Um homem enorme estava vindo em nossa direção, ele cumprimentou Edward com aqueles abraços com tapas nas costas, e se ele não tivesse um corpo tão malhado eu poderia jurar que teria roxos enormes nas costas mais tarde.

— Emmett não acredito que conseguiu chegar até aqui, me diz a Rose te deu um soco pra de deixar dormindo o caminho todo?

— Há, há, há muito engraçado Cullen, mas brincar com meu medo de altura não é uma coisa legal.

— Altura, mar, hotel...

— Ok, ok, já chega — O homem se virou em minha direção. — Você... eu não conheço.

— Ah, eu...

— Essa é a Bella, Emmett.

— Ah, não jura?! Finalmente seu bobão.

O homem enorme, no caso Emmett como fui apresentada me puxa pra um abraço me tirando do chão e nos rodando, no meio do saguão, me deixando chocada, surpresa e um pouco enjoada.

— Emmett para de rodar, solta ela mozão.

— Ah, claro. — Emmett me coloca no chão, mas a tontura que me pegou me faz bambear um pouco, senti um amparo na cintura e sabia que era Edward me segurando em pé.

Talvez fosse o cansaço da viagem ou o jet lag, mas ouvi um ruido e tentei não colocar tudo que tinha no meu estômago pra fora, quando consegui melhorar e respirar fundo sem precisar controlar a ânsia percebi que perdi uma parte da conversa deles.

— Vocês podem ser um pouco discretos?

— Eu não acredito que você ainda continua com isso...

— Gente eu acho que ela não tá bem, ela parece meio verde? Edward não é melhor levar ela pra tomar uma água ou um pouco de ar...

— Eu tô melhor, é que aqui é bem quente né?

— Vamos Bella, vou te deixar no seu quarto aí você descansa um pouco, depois a gente sai pra jantar se você estiver melhor.

— Isso vamos jantar depois, eles têm um restaurante aqui que serve o melhor peixe que eu já comi.

— Melhor não mozão, pelo visto o Edward precisa de um tempo...

— Rose, por favor!

Rosalie e Edward pareciam lutar com o olhar que davam um para o outro, e pelo jeito que ela balançou a cabeça, posso dizer que ela desistiu da batalha.

— Certo Edward como preferir, mas nós vamos conversar depois. — Ela olha para mim e percebo que Edward ainda me mantém em seus braços. — Nos vemos depois Bella, espero que você fique melhor, assim podemos ir ao spa, eles fazem uma massagem dos deuses.

— Claro, eu só... hum, preciso descansar um pouco.

Nos despedimos e ainda com Edward mantendo o braço em minha cintura entramos no elevador.

Ele fica o tempo da subida ao nosso andar em completo silêncio, mas assim que as portas se abrem ele me pede para descansar e lembra que vai estar na porta ao lado se eu precisar de qualquer coisa, entro no quarto revirando o olho, ele se acha tão protetor como se eu fosse uma donzela sempre necessitando de cuidados, talvez eu quisesse cuidados, mas seria um tipo de cuidado que me deixava vermelha de vergonha de imaginar pedir pra ele, quem sabe um dia, quem sabe...

Depois de algumas horas de sono me sinto melhor, mas meu estômago grita de vontade de comer, tomo um banho e coloco um vestido leve, vejo que Edward mandou várias mensagens ao longo do tempo em que adormeci, a última dizia sobre jantarmos juntos, respondo e saio para encontra-lo.

— Mentira vocês namoraram?!

— Não digo que foi bem um namoro, por que durou menos de duas semanas, percebemos que éramos mais amigos do que namorados no final das contas.

— E não é estranho? Vocês continuarem amigos?

— Não, não é.

— Por isso o Emmett disse que te socaria pra ficar longe da Rosalie?

— Bom, sim ele faz essas piadas bestas o tempo todo.

— Pois eu quero distância dos meus exs.

— Você teve muitos namorados?

— Ah, não só dois... duraram menos do que me lembro e mais do que podiam.

— Alguém que eu conheço?

O garçom chega bem a tempo de eu conseguir pensar em algo para mudar o assunto que se tornou mais pessoal do que eu imaginei, não que eu pudesse esconder algo do Edward, mas só queria manter a vergonha dos meus exs somente comigo, eu iria preferir comer fígado a dizer com quem namorei, aliás só de lembrar já sinto minha pele arder em chamas.

Assim que o garçom sai Edward volta com o assunto que eu quero esquecer.

— Então Bella, vai me dizer quem foram os sortudos?

Encaro ele já prevendo a gargalhada que ele vai soltar ou talvez a cara de decepção que ele vai fazer se...

— Isabella Swan, quanto tempo amiga!

Olho para cima e encontro uma moça parada ao lado da mesa me encarando, tento me lembrar a última vez que a vi e não consigo, mas se tem uma coisa que me lembro bem é que nunca fomos amigas.

— Hello, Isabellaaaaa... tem alguém aí?

Ela acena na minha cara enquanto dá uma risadinha medonha e sem graça, acho que talvez o nome dela seja Jessica, mas não tenho certeza.

Consigo sair do meu transe pra poder falar algo.

— Oi Jessica?!— Espero que esse seja o nome dela, pois eu realmente não lembro muito bem. — Quanto tempo, né?

Me levanto e a cumprimento de forma civilizada, mas não precisa de muito tempo para que ela indique o motivo de criar uma amizade entre nós que nunca existiu.

— Olá eu sou Jessica, uma velha amiga da Isabella.

Ela se vira estendendo a mão para Edward a cumprimentar.

— Prazer, Edward, também sou um velho amigo da Bella.

— Sério? — Jessica fica toda animada e empolgada ao ouvir a palavra amigo — Bom, nós nos conhecemos da faculdade, né Isabella?

— Isso, mas você não terminou o curso... a carreira de modelo deu certo?

Jessica me fuzila com os olhos, não consigo entender o que disse de errado, será que me enganei e não foi ela que saiu do curso por isso...

— Na verdade eu estou mais como agenciadora agora, muito melhor achar os novos rostos da moda do que viver sendo um deles, tantas regras e dietas, além das viagens e eventos que só de pensar eu já me canso. — Ela solta a mesma risada sem graça de antes — Mas você é o Cullen, dono da Mogue não?

— Sim, esse sou eu.

— Eu já cansei de mandar vários modelos para suas capas, você tem muito bom gosto Edward.

— Sério, qual é a agência?

— A ST Models, na verdade eu sou a dona, quer dizer é do meu pai, mas isso é só um detalhe bobo, claro.

— Sim, me lembro desse nome, você trabalha com ótimos modelos.

Eles ficam se encarando, então chamo a atenção de Jessica para que ela possa seguir seu rumo.

— Então Jessica, você também veio para o leilão dos Whitlock?

— Sim, vim representar meu pai, já que ele acabou tendo um compromisso de última hora.

Em uma mesa distante algumas mulheres riem alto, chamando a atenção de Jessica.

— Bom eu preciso ir, talvez mais tarde vocês queiram se juntar a nós, minhas amigas e eu estamos indo para a Trip Night, se vocês quiserem beber um pouco, dançar, se divertir. — Ela diz piscando para Edward.

— Vamos nos lembrar disso Jessica, obrigada!

Ela sai e vai em direção a sua mesa, então ela para e se vira novamente e acaba com minha noite, minha reputação, minha vida...

—  Hey Bella, acabei de me lembrar e o Mike? Vocês terminaram?

......

Edward solta uma gargalhada assim que me vê sair do elevador, ontem depois que Jessica e sua boca grande nos deixou finalmente jantar, ele não parou de me atazanar sobre o fato de eu ter namorado Mike, não que fosse algo ruim eu ter feito isso, afinal ele só era um ativista extremo e se recusava a tomar banho todos os dias, para não acabar com os recursos do planeta.

Ok, talvez namorar ele não tenha sido o meu melhor momento, mas com certeza Edward jamais saberia que só fiz isso no extremo da carência e do stress de final de semestre.

— Será que dá pra você crescer?

— Sério Bella? Você namora o Mike melequento e eu preciso ser o adulto aqui?

— Olha isso já faz anos, e nem durou o suficiente pra chamar de namoro tá bom, me deixa em paz.

Saio andando em direção ao restaurante, o melhor vai ser tomar o café da manhã antes que eu comece a socar ele loucamente.

— Será que é por isso que você não conseguiu perceber o rato morto naquela vez no seu dormitório e passou uma semana com ele embaixo da sua cama?

— Cala a boca, Cullen!

— Talvez seu olfato tenha algum tipo de problema ou talvez seja essa uma das características que alguém deva ter pra te conquistar, já pensou se não é isso que te atrai em alguém ou se...

Ele vem tagarelando e gargalhando atrás de mim, se eu encontrar a Jessica eu juro que acabo com ela.

......

Ouço uma batida suave na porta, sei que é Edward, mas estou um pouco nervosa pelo que estou vestindo e por ter que falar com um estranho sobre algo tão importante pra minha vida.

E se ele não entender o quão inovador esse projeto é para os novos autores e para o mercado digital? E se eu acabar falando alguma bobagem e fazer Edward e eu passarmos vergonha? E se esse senhor sequer me dar atenção, assim como papai parece fazer?

Respiro fundo tentando controlar meu nervosismo.

Respira Bella, vai dar tudo certo, digo pra mim mesma, enquanto caminho até a porta do quarto, é isso não tem mais volta, minha vida começa agora e começa aqui.

......

Pego uma taça de champanhe de um dos garçons, estou um pouco nervosa, vou olhando ao redor pra tentar me distrair um pouco. Edward ficou em silêncio desde que o encontrei na porta do meu quarto, fico um pouco insegura se exagerei ou se estou simples demais, o nervosismo prende minha língua e não consigo perguntar se exagerei.

Alice me ajudou com a roupa, deixando várias peças em minha bagagem, e acabei escolhendo um vestido azul escuro em formato sereia, ele abraça todo meu corpo, deixei o cabelo solto e pra finalizar peguei uma sandália com salto quadrado, pois não sou assim tão amiga do equilíbrio e esperta para usar um salto fino.

Mas o silêncio de Edward me faz ficar em dúvida se estou com a roupa correta para a ocasião, olhando ao redor não acho que exagerei tanto, mas não estou exatamente aqui para o leilão e sim para falar com um possível investidor.

Vejo Rosalie e Emmett vindo em nossa direção e quase dou pulinhos de alegria por ter alguém com quem possa conversar.

— Uau Bella, você está linda! — Rosalie me cumprimenta.

— Como se fosse possível chegar aos seus pés. — Ela está simplesmente perfeita em um vestido verde musgo.

— Bella. — Emmett me cumprimenta dessa vez apenas com um singelo beijo em minha mão.

— Emmett.

Edward cumprimenta Rosalie e Emmett parece falar algo em seu ouvido que o faz revirar os olhos, eles iniciam uma conversa sobre o leilão e a recompensa que darão ao ganhador.

É parece que o silêncio fica direcionado apenas para mim, ok eu posso lhe dar com isso, ele vai ter que falar comigo de um jeito ou de outro.

Nos sentamos na mesa com nossos nomes, fico entre Edward e Emmett e me viro para falar com ele.

— Você já o viu por aí?

— Não, mas é provável que ele apenas tenha se atrasado. — Ele diz tentando me acalmar.

O jantar se inicia, logo depois o leilão, vejo que Jessica se empenha nos lances para levar o prêmio da Mogue.

Rosalie vai ao encontro dela para conversar sobre os detalhes ao fim do leilão.

Circulamos por todas as mesas no salão e nada, mas Edward parece não encontrar meu tão esperado investidor.

— Vocês estão tentando achar alguém? — Rosalie pergunta ao lado de Emmett.

— Sim, quero apresentar Bella ao senhor Stanley.

— Ah, ele não veio, mas se não me engano a filha dele veio em seu lugar.

— Droga, desculpa Bella eu não sabia.

— Não tudo bem, pelo menos podemos aproveitar agora um pouco, quando voltarmos eu dou um jeito de encontra-lo.

A pista é liberada e a música começa a atrair as pessoas para ela.

Danço um pouco com Edward, com o salto consigo chegar um pouco acima do seu ombro, vejo Jessica se aproximar, ela pede uma dança com ele e não tenho coragem de falar não.

Depois de um tempo a música muda e ele se junta a mim na mesa.

— Você devia investir nela, ela tá louquinha por você. — Não sei por que falo algo assim, eu deveria fazer ele querer ficar comigo e não com outra. — Se você fizer uma de suas massagens nela com certeza vai ter ela na palma da sua mão.

Cala boca Bella, cala boca.

— Ah é?! Então o segredo pra eu conseguir algo de uma mulher é usar minhas mãos?

— Não tenho dúvidas, você ainda é bom com elas? Ainda faz uma massagem tão bem quanto eu me lembro?

Edward sorri de lado e aproxima seu rosto do meu.

— Bom, já que eu sou o massageador não tenho como responder isso, talvez eu devesse fazer uma massagem em você pra conseguir essa resposta?

Respira Bella, respira...

— Talvez você devesse fazer isso em quem está interessada em receber essa massagem e não em mim.

Cala a boca Bella, CALA A BOCA!

— Tá nada, ela só está interessada no dono da Mogue e não em mim.

— Pensei que você fosse o dono da Mogue, não?

— Não é isso que estou dizendo, engraçadinha.

— Ok, talvez eu saiba ou talvez você precise me mostrar.

— Bella... Bella... Quantas taças de champanhe você já bebeu?

Colo minha boca em seu ouvido, sussurrando.

— Parece que não o suficiente.

— Tá bom, já chega. — Ele diz se levantando e me fazendo levantar. — Hora de você ir deitar.

— Você continua sendo tão protetor Edward. Nunca quebra as regras?

— Quebrar as regras com você alta de álcool pode ter certeza que não.

Dou risada, porque não consigo entender o que ele diz, seguimos para fora do salão, rumo aos nossos quartos. Edward me deixa na porta do meu e posso jurar que ele fique um tempo do lado de fora ouvindo os sons que faço para ter certeza que eu não caí e bati a cabeça no chão.

Me troco, escovo os dentes e deito na cama, a noite não terminou nem um pouco como eu esperava quando sai pela porta mais cedo...

......

Bam Bam Bam

Ouço o que parecem ser batidas ao longe, me sento na cama tentando entender se escutei realmente batidas na porta.

Bam Bam Bam

Cambaleando vou até a porta, do outro lado Edward me encara com uma expressão leve e... safada?!

Achei que só eu havia bebido essa noite, será que depois de me deixar aqui ele voltou para a festa ou foi para outro lugar me pergunto.

— Hey Bella. — Sua voz sai arrastada. — Eu tava pensando se você não quer receber aquela...

Ele não termina a frase apenas fica me olhando, me encarando do mesmo jeito que só ele faz.

— Receber o que?

Vejo os olhos dele saírem do meu rosto e descer para o meu corpo, seu olhar é tão intenso que consigo sentir cada parte ficar quente por onde passa, um sorriso desponta em seus lábios, ele parece gostar muito do que vê, ao abaixar meu olhar percebo que estou apenas de calcinha e sutiã, eu fico sem reação, pois podia jurar que coloquei uma blusona grande e velha que uso para dormir.

Edward caminha para dentro do meu quarto me fazendo dar passos para trás, com o pé ele fecha a porta atrás de si, lentamente ele inclina a cabeça em minha direção, encostando seus lábios em meus cabelos, descendo para minha testa, minhas bochechas.

— Bella... Bella... o que você faz comigo.

Minha respiração acelera, tento me manter em pé, mas sinto arrepios por todo o meu corpo e sei que não é de frio.

Posso sentir a respiração quente dele em meu pescoço, isso é uma sensação incrível.

Continuamos caminhando e sinto a beira da cama em meus joelhos, caio sentada e Edward se arrasta pra cima de mim, subo um pouco mais e deito onde estava, ele fica me encarando e se deita ao meu lado, me viro enquanto ele passa seus braços pela minha cintura me puxando pra si, posso sentir ele em toda sua glória e perfeição.

Edward começa a mover sua mão em minha cintura, percorrendo minha barriga, provocando mais arrepios em todo o meu corpo. Ele beija meu pescoço suavemente.

Eu me viro para ele, o abraçando sem acreditar, provavelmente ele é o amor da minha vida! Eu podia sentir o batimento cardíaco dele mais rápido que o normal. Me dando conta do efeito que tenho sobre ele, o mesmo que ele tem sobre mim.

Sem perder muito tempo comecei a dar beijos doces e demorados em seu pescoço, ombro, onde conseguia e podia alcançar com meus lábios o levando a loucura...

Bam Bam Bam

O mesmo barulho de antes começa a soar, mas Edward parece não se importar, ele começa a descer sua cabeça em direção aos meus seios, seguro seus cabelos sedosos em minhas mãos...

Bam Bam Bam

Minha respiração começa a acelerar novamente, sinto arrepios da ponta dos pés aos fios do cabelo, não pensei que queria tanto esse momento até viver ele, bem aqui, deixando Edward me fazer virar gelatina em seus braços somente com seus lábios...

Bam Bam Bam

— BELLA?! VOCÊ ESTÁ AÍ?

Bam Bam Bam

Abro os olhos assustada, aos poucos vou percebendo que estou na mesma cama que estava momentos atrás, porém em minhas mãos não estão os cabelos de Edward e sim o lençol da cama todo retorcido e revirado.

Bam Bam Bam

— BELLA?!

Bam Bam Bam

— SIM, EU ESTOU AQUI, INFERNO!

Levando da cama e abro a maldita porta de uma vez.

Edward me encara com expressão de assustado, minha aparência deve estar horrível e depois do berro que eu dei não o culpo por me olhar cheio de medo, mas não consigo ser gentil com ele nesse momento, não depois de ter o mais perfeito momento com ele, mesmo que tenha sido apenas um maravilhoso sonho.

— Desculpa, eu não quis te acordar, mas é que você dormiu a manhã toda eu comecei a ficar preocupado.

Eu dormi a manhã toda? Devia ser por isso que eu sentia meu corpo pingar suor ou pode ser pelo sonho também, não teria como saber o real motivo.

— Hum, é eu acho que estava muito cansada.

— Tudo bem, nosso voo é só mais a tarde, pensei se talvez você não fosse querer comer algo antes de irmos, se suas coisas já estiverem arrumadas.

Olhando ao redor e vendo tanta roupa jogada entendo o que ele quis falar, eu nunca fui a pessoa mais organizada mesmo.

— Me dá uma hora e te encontro no saguão, ok!

— Te espero lá. — Ele diz rindo e vai para seu quarto.

Se antes já era difícil manter o foco perto dele eu não fazia ideia como iria me controlar depois desse maldito sonho.

xxxxx

Depois que voltamos para Chicago Edward e eu nos aproximamos ainda mais, passando mais tempo juntos na casa dele e as vezes na minha.

Sem falar que logo mais ele voltaria para Nova York e não sei se conseguiria me afastar dele de novo.

Ele tem me ajudado muito a procurar um investidor, se propondo até a ser um, mas se desejo conquistar a confiança do meu pai devo fazer isso com uma pessoa de fora e não com o meu melhor amigo.

Marcamos hoje de vermos um filme e comermos pizza como nos velhos tempos.

Edward já chega com as pizzas, pois sozinho ele come uma inteira, assistimos filmes antigos e clássicos, enchi a sala de almofadas para podermos ficar mais confortáveis.

Estamos vendo a adaptação de Orgulho e Preconceito, meu filme favorito.

— Você ainda suspira nessa cena? — Sinto Edward rindo em meu cabelo.

Estamos deitados nas almofadas e estou com a cabeça apoiada em seu ombro, enquanto recebo um carinho de sua mão em minha cabeça e deixo meu braço apoiado em sua cintura.

— É uma cena linda, eles no baile no meio das pessoas e de repente eles estão sozinhos, ninguém mais ao lado, na frente ou atrás, o momento é só deles e de ninguém mais.

— Você é tão romântica.

— Você deveria tentar, as vezes sonhar é tudo que alguém tem.

— Eu acho que já cansei de sonhar, agora só desejo viver a realidade mesmo.

Levanto meus olhos para ver seu rosto, e assim percebo que Edward já está com o olhar em mim, ele se aproxima lentamente. Tento controlar minha respiração e me manter calma.

— Você não quer Bella... Viver a realidade? — Ele diz com a voz rouca, me fazendo sentir arrepios por todos os pelos do meu corpo.

— Depende de como é essa realidade. — Digo enquanto encaro seus lábios a pouco menos de alguns centímetros dos meus.

Edward imediatamente toma meus lábios em um beijo tranquilo e cheio de desejo ao mesmo tempo.

Ele se afasta um pouco sorrindo, enquanto junta nossas testas e tenta controlar a respiração.

— Você não imagina o quanto eu venho desejando isso. — Ele ri. — Acho que acabei de realizar um sonho do meu eu adolescente.

— Para de piadas Cullen.

O puxo novamente para um beijo, agora que tenho certeza que estou bem acordada não vou deixá-lo se ver tão livre de mim.

— É sério Bella, eu te quero a tanto tempo...

Edward se inclina em meu pescoço e começa a distribuir pequenos beijos, minha respiração acelera e começo a explorar seus braços e peitoral com minhas mãos, começo a rir ao perceber que esse tempo todo Edward me quis tanto quanto eu o desejei.

Algo treme em minha barriga, demoro um pouco pra entender do que se trata até que Edward retira um celular do bolso do casaco que está usando.

— Não atende. — Eu peço quase implorando, mas é tarde, ele já está com o mesmo em sua orelha.

—Oi... Isso foi esse mesmo número que eu usei... Eu liguei de novo, várias vezes por dia, pelos dois dias seguintes, mas nem tinha ninguém lá. E se tinha não queriam me atender...

Aproveito que ele levantou a cabeça e encho seu pescoço de beijos, não presto muita atenção no que ele diz ao telefone, meu foco é total na pele do seu pescoço.

—Sério a Jessica? A Jessica da ST Models?

Certo, agora essa ligação tem total minha atenção.

Edward olha pra mim e sorri, como se tivesse ganhado na loteria, prefiro pensar que ele está conseguindo fechar algum negócio com a agência da Jessica do que imaginar que, pensar nela ou falar dela o deixe tão feliz.

Ele encerra a ligação e me puxa pra sentar com ele... é a seção pegação acabou mesmo.

— Você sabia que aquela sua amiga Jessica era filha do senhor Stanley?

— O que? Não, eu não sabia.

— Eu tentei por dias falar com ele, mas ou o número mudou ou ele não quer me atender, mas como nossa relação é boa tenho quase certeza que o problema seja o número mesmo, bom isso não importa agora. Rosalie está na casa de um dos nossos fornecedores e a Jessica está lá, ela disse algo sobre ela ter reclamado da falta de confiança do pai dela em comandar a agência.

— Certo e...? — Não consigo entender onde Edward quer chegar com essa conversa.

— Bom Rosalie disse que, e eu concordo, se você precisa de um investidor e ela precisa de algum negócio sólido para ter a confiança do pai, vocês podem unir o útil ao agradável.

— EDWARD! Você é incrível! — Digo o puxando para um beijo de tirar o fôlego de nós dois, me levanto em um pulo e o faço me levar a esse jantar, pois não tenho tempo a perder.

......

Ao chegarmos no tal jantar saio a procura de Jessica, enquanto Edward tenta achar Rosalie.

A casa é simplesmente enorme, já olhei em várias salas e a mulher simplesmente sumiu. Será que cheguei tarde demais e ela já foi embora? Tento manter os pensamentos otimistas, quando dou de cara com Rosalie em uma das muitas salas dessa casa.

— Oi Rosalie, — A cumprimento. — O Edward falou com você?

— Hey Bella, hum não eu não o vi, vocês vieram juntos?

— Sim ele saiu para te procurar, enquanto eu tento encontrar a Jessica, tem certeza que você a viu aqui mais cedo?

— Claro, nós estávamos conversando. — Ela olha para os lados. — Ah, ali olha ela lá...

Me viro a tempo de ver Jessica e Edward entrarem em um corredor do outro lado da sala que estamos. Jessica mantem um sorriso enorme no rosto e tenho quase certeza que faz aquele barulhinho irritante.

Foco Bella, ela precisa investir em seu projeto não é hora de implicar com ela, tento falar comigo mesma.

Sigo em direção ao mesmo corredor onde haviam três portas, duas de um lado e uma no outro. Tenho certeza que vi Jessica e Edward entrarem por aqui.

Tento imaginar em qual porta eles entraram e vou colando meu ouvido em cada uma.

— Bella, eu acho que isso não é uma boa ideia.

— Espera Rosalie... acho que tô ouvindo alguma coisa, escuta.

Como imaginei era a voz do Edward que dava pra ouvir de onde estávamos, pego a mão de Rosalie e paro na segunda porta colando o ouvido nela, ela fica do outro lado na mesma posição, seguimos em silêncio apenas ouvindo a conversa.

— Acho que você deveria insistir nisso, mostrar para o seu pai que você entende tanto de negócios quanto ele, sabe.

— Para Edward... Você acha mesmo que ele vai me ouvir?

— Claro, você é uma mulher inteligente, tem um olhar crítico sobre as coisas, não é à toa que as minhas melhores capas foram com a sua visão dos melhores modelos.

Jessica por algum motivo solta aquela risada irritante e sem graça dela, tento me controlar pra não chutar a porta e acabar com o som dessa sua risadinha.

Eles começam a falar tão baixo que me esforço para conseguir ouvir algo claro.

— Rosalie, tá conseguindo ouvir algo? — Sussurro para ela.

— Não, acho que eles devem estar sussurrando ou... — Ela não termina a frase.

— Ou o que?

De repente a risadinha irritante volta a chamar nossa atenção.

— Para Edward. — Jessica fala com uma voz mole, parecendo como um gemido.

— Sério, você quer que eu pare mesmo?

Meu coração dispara, isso não pode estar acontecendo, não, não, não...

Edward não faria isso comigo... Respira, respira, respira.

— Bella?! Bella...

Ouço a voz de Rosalie ao fundo, mas quando dou por mim já chutei a porta, ela bate na parede emitindo um estrondo.

— O QUE TÁ ACONTECENDO AQUI? — Berro não conseguindo controlar meu nervosismo.

Na minha frente vejo Jessica sentada em uma cadeira e Edward atrás dela com as mãos em seus ombros, os dois me olham com choque e surpresa.

Edward levanta as mãos para cima e faz cara de inocente.

— Edward... hum... nós estávamos conversando sobre você, quer dizer sobre eu investir em seu negócio.

— Sim, isso e... bom eu... eu estava fazendo uma massagem na Jessica, enquanto conversávamos, lembra? Como você disse.

Ouço Rosalie soltar uma risadinha atrás de mim.

Olho para eles e caio na gargalhada, não consigo acreditar que Edward levou mesmo a sério o lance sobre a massagem.

xxxxx

— Eu não entendo Bella, agora que você conseguiu o investimento, você não quer mais a presidência da empresa? — Minha mãe me pergunta, enquanto pego alguns livros no escritório da casa da vovó Swan.

Depois do meu ataque de riso na noite em que peguei Edward fazendo uma massagem em Jessica, nós duas conversamos e apesar de ainda achar sua risada irritante e sem graça, acabamos oficializando o negócio.

Jessica acabou mostrando ao seu pai que não era apenas uma mimadinha brincando de empresária, e que sabia lidar com os negócios tão bem quanto ele, de uma forma estranha a gente parecia ter algumas coisas em comum, e para desculpar minha birra com ela a apresentei ao James, o futuro CEO da Swans e um partido e tanto para ela, e sim talvez, só talvez para que ela parasse um pouco de ficar em cima do Edward.

Mostrei ao meu pai que podia dar conta, mas acabei percebendo o que talvez ele já visse em mim e na situação como um todo.

Quem fosse ficar na presidência da Swans precisava e devia ficar em Chicago, coisa que percebi que não faria, eu pensei que esse fosse o meu caminho, mas ele estava ligado ao Edward e não teria como eu o deixar agora, não depois que finalmente ficamos juntos. Papai viu isso em mim antes mesmo que eu me desse conta.

— No fim eu percebi que o papai sempre acreditou em mim e sempre acreditou que meu lugar é aonde meu coração está.

— Então eu finalmente posso falar, eu tinha razão? — Papai aparece na porta.

Corro em sua direção e o abraço, no fim ele sabia que meu dom para os negócios era como o dele, mas o meu amor por Edward era maior que todo o resto.

 

Fim.


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Notas finais do capítulo

Se puderem me ajudar com dicas ou críticas eu vou gostar de saber como melhorar a minha escrita, é isso até mais!



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