Amor Além da Fama escrita por TG Marques


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoal!
Primeiramente, desculpem a demora!!
Vou explicar melhor nas notas finais... aproveitem o cap!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/808027/chapter/7

Acordei algumas vezes durante a noite mesmo estando extremamente confortável. Fazia anos que eu não dormia de conchinha, já havia esquecido o quão gostoso era. Uma de minhas pernas se entrelaçou com as dele, seu braço direito repousava tranquilamente entre meus seios, e ele ressonava sereno. Fechei meus olhos e logo adormeci novamente.

Algum tempo depois, notei uma movimentação de leve, Edward tentava levantar sem me acordar, mas estávamos tão enlaçados que foi impossível.

― Oi, querida, não queria te acordar ― Plantou um beijo no meu ombro antes de se pôr em pé totalmente e começar a se vestir. Então não foi mesmo um sonho. Essa noite realmente aconteceu. Uau.

― Que horas são? ― Perguntei ao mesmo tempo que dava um bocejo.

― Cinco e meia da manhã. Preciso começar os preparativos do café para os hóspedes. ― Reclamei em protesto, fazendo um biquinho, e recebi uma risadinha e um selinho em resposta.

― Tá bom, tá bom, você venceu ― eu disse enquanto me remexia na cama, até ficar de lado e o lençol revelar o lado do meu corpo totalmente nu. Edward olhou para a pele recém-descoberta e fechou os olhos com força.

― Bella, Bella… Você tá jogando baixo agora ― eu dei um risinho malicioso, enquanto ele se agachou ao lado da cama, fazendo um carinho no meu rosto. ― Eu queria muito ficar, mas realmente não posso. Nos vemos mais tarde?

― Eu entendo… Sim, você não vai fugir de mim tão fácil.

― Espero mesmo que não ― sorriu e me observou por mais alguns segundos, parecia refletir no que havia acabado de falar. Após esse momento, plantou um beijo rápido em meus lábios, levantou-se e partiu para seus afazeres.

Voltei a dormir, dessa vez sonhando com fogueiras, marshmallows e cabelos cor de bronze.

—---

Após o almoço, retornei ao meu quarto para trocar de roupa antes de passear pela vila. Assim que entrei, notei um papel dobrado, que foi deixado por debaixo da porta, escrito à mão e com uma letra elegante.

Bella,

Gostaria de fazer algo que deveria ter feito antes de tudo o que aconteceu. Vou preparar um jantar especial para nós dois à luz de velas, no salão anexo, de número 2. Estarei lhe aguardando a partir das oito da noite.

Nos vemos lá! ♥  

Edward

Li todo o recado com um sorriso nos lábios. Não me recordo de ter recebido isso de alguém em toda a minha vida. Esse cuidado e carinho de verdade só tive dos meus pais, lá em Toledo. Toledo! Subitamente lembrei que a passagem de retorno a minha cidade estava marcada para amanhã, mas eu não podia ir embora. Não ainda. Desci as escadas correndo, e me deparei com a dona Esme organizando alguns papéis na recepção.

― Bella, querida! ― Senti minhas bochechas corando, as lembranças da noite passada com o seu filho invadiram minha mente.

― Oi, dona Esme ― sorri em resposta, meio acanhada. Criando coragem, prossegui. ― A senhora deixaria eu usar o telefone da pensão? Preciso reagendar minha passagem de ônibus para mais para frente.

― Oh, é claro. Está gostando mesmo da vila, hein? 

― Estou sim. Aqui é incrível! ― Esperei alguns segundos antes de continuar. ― Reencontrei quem eu procurava, conheci muitas pessoas incríveis e gentis, que gostam de mim de verdade. ― Com um semblante triste, conclui. ― É errado eu não querer voltar para a minha louca rotina?

― Ah, querida, vem cá ― Esme saiu de seu lugar e me envolveu num abraço apertado, cheio de afeto, e me permiti derramar algumas lágrimas. ― Não se sinta mal por dedicar um tempo a você mesma. Eu nem posso imaginar como deve ser estressante toda a correria da sua profissão ― A mulher limpou as minhas lágrimas e enunciou. ― Essa Bella aqui, versão Vila Aurora, parece estar bem mais feliz do que a Bella dos anúncios que eu vi na cidade grande.

― E estou mesmo, por isso pretendo ficar por mais alguns dias. Obrigada por me entender, eu realmente precisava desse afago ― Agradeci, apertando meus braços ao seu redor mais uma vez antes de soltá-la, e ela me apontou o telefone da recepção. Peguei meu celular no bolso para digitar o número da bilheteria, e logo consegui remarcar a volta. Ainda teria mais uma semana para desfrutar das maravilhas de Vila Aurora: Alice, meus novos amigos, e Edward.

Com o retorno alterado, decidi conhecer um pouco das peculiaridades daqui. Caminhei despreocupadamente pela praça, e até comprei umas lembrancinhas para meus pais. Por um momento, me questionei como eles se encontravam, e esperei que os dois estivessem sendo capazes de suportar meu agente, sem revelar minha localização. Adquiri também alguns produtos para bebê, como talco, pomadas e colônias, para presentear a Alice. Prestes a sair da lojinha, observei algo na prateleira que chamou minha atenção. Era uma miniatura de piano, totalmente esculpida em madeira, uma das obras mais lindas que eu já vira. Decidi levar como um presente para Edward, acharia um momento para entregá-lo antes da minha partida, assim ele possuiria uma recordação de nosso breve tempo juntos. 

 

Regressei à pousada e fui tomar um banho para me aprontar para o jantar. Escolhi um vestido de mangas até o punho, com o comprimento que chegava aos pés, na cor verde-escuro militar, possuía um decote simples e reto no busto e era marcado até a cintura, caindo solto após o quadril. Com uma presilha de brilhantes, prendi uma mecha do meu cabelo no lado esquerdo, apenas para dar um toque especial. No rosto, uma maquiagem simples, mas que destacava e realçava meus pontos fortes, e claro que não podia faltar meu perfume preferido. Para concluir, uma sandália de tiras, sem salto e bem confortável. Observei o resultado no espelho e gostei, uma expectativa começou a surgir dentro de mim, ansiando por esse jantar e para ter mais um momento a sós com Edward.

 

Próximo ao horário estipulado, desci até o saguão e procurei pelo salão anexo de número 2, e não foi difícil de localizar, pois uma placa bem em cima de uma porta a identificava. Dei três batidinhas, e logo ouvi um “pode entrar”, o que prontamente atendi. Totalmente iluminado por velas, o local estava deslumbrante. Havia uma mesa com toalha branca bem no centro, com duas cadeiras em cada lado, e em cima do móvel pude notar dois pratos com talheres, duas taças e uma garrafa de vinho tinto. Através da penumbra, encontrei Edward mais ao fundo, sentado em frente a um piano de cauda. Seu sorriso, convidativo, fez minhas pernas se mexerem em sua direção para me posicionar ao seu lado no banco. Lindo, como sempre, vestia uma calça social cinza e camisa de botão na cor branca, os cabelos foram modelados com uma pomada, sem perder sua marca registrada.

Edward começou a dedilhar as teclas e uma melodia linda começou a sair do instrumento, apesar de não reconhecer a canção, apreciei sua beleza e delicadeza. Não sabia se fechava meus olhos para contemplar o momento ou se os deixava bem abertos para gravá-lo em minhas lembranças. Ao terminar, tomada pelas emoções, minha visão ficou um pouco marejada, e logo envolvi meus braços ao redor do rapaz, que prontamente correspondeu. Os segundos se seguiram com um silêncio confortável, quebrado pela minha voz.

 

― Isso foi muito lindo, Ed ― Afastei-me alguns centímetros para limpar as lágrimas que caíram. ― Muito obrigada por tocar para mim.

― Fico feliz que tenha gostado. É… uma composição minha ― disse e abriu um sorriso tímido. Uau

― Jura? Ela é muito boa! 

― Obrigado. ― Parou uns segundos e depois continuou a falar. ― É um hobby meu, sabe? Eu gosto de tocar, e há algum tempo eu pensei “por que não compor algo meu?”, e desde então tenho tentado criar algo de minha autoria. ― Olhou-me com o canto dos olhos e pronunciou baixinho. ― Você foi a primeira pessoa para quem toquei essa composição.

Aproximei-me novamente dele, plantando um beijo suave em seus lábios, antes de murmurar:

― Obrigada. Por tudo, Edward. Esses dias aqui em Vila Aurora estão sendo inesquecíveis. Vai ser até difícil ir embora… ― Olhei para a janela, mas sem observar nada, com os pensamentos distantes.

― Ei, ei ― Virou minha cabeça em sua direção com as duas mãos. ― Não pensa nisso. Desfrute o momento, nós dois. Aproveita o agora. E depois você se preocupa com o futuro, tá? 

― Tá.

Com minha resposta, Edward sorriu e se levantou, estendendo um braço para me ajudar, e nos conduziu até a mesa para iniciarmos nosso jantar.

O aroma da comida estava maravilhoso, o rapaz era realmente um cozinheiro excepcional. Ele retirou a tampa da panela e só o visual já dava água na boca! Ele foi nomeando cada uma das opções: coxas de frango fritas com molho de quiabo, arroz temperado, farofa de linguiça e cuscuz caipira de legumes. Meu estômago roncou e já fiquei ansiosa para provar tudo!

Sentamo-nos e comemos lentamente, aproveitando e saboreando cada garfada. Comprovei que estava mesmo excelente, fato que não passou despercebido quando me servi pela segunda vez.

Dessa vez, conversamos sobre nossa infância, época de escola e amigos, o que queríamos ser quando crescêssemos e o que nos tornamos na realidade. A comunicação fluía de forma bem simples com o Edward, parecia que nos conhecíamos há anos, e eu não podia deixar de achar isso muito inusitado. Eu não costumava me abrir tão facilmente com as pessoas, mas com Ed tudo era mais… Leve. Fácil.

Após o término da refeição, ajudei-o a retirar a mesa e lavar toda a louça. No começo ele foi um pouco contra a ideia, mas consegui convencê-lo de que seria mais rápido se nós dois trabalhássemos juntos. Rapidamente, e como se já estivéssemos acostumados a essa rotina, ajeitamos toda a bagunça do jantar. Eu guardava os últimos utensílios quando Ed surgiu com um brownie de chocolate num prato junto com dois garfos. 

― Recompensa por ter me ajudado com a louça ― disse simplesmente, dando de ombros e me entregando um dos talheres. Não perdi a oportunidade e logo peguei um pedaço, levando à boca e gemendo de satisfação, fechando os olhos, aproveitando cada gosto que sentia.

Quando terminamos de comer a sobremesa, subimos para o meu quarto e fomos em direção à sacada, abrindo as portas de correr e deixando o vento fresco entrar. Apoiei-me na grade de proteção, observando a noite estrelada e a lua.

― Linda, não é? ― comentei olhando para o astro brilhante no céu.

― Muito linda ― Edward respondeu com um tom de voz meio distante, espiei em sua direção e notei que ele estava com os olhos fixos em mim. Imediatamente minhas bochechas ganharam vida e dei um sorriso envergonhado, curvando levemente minha cabeça. O rapaz colocou o dedo indicador no meu queixo e de forma suave ergueu meu rosto, encurtando a mínima distância entre nós e juntando nossos lábios, num beijo singelo.

De repente, somente as memórias não seriam suficientes para mim, eu queria eternizar esse momento para sempre lembrar de Edward quando fosse embora, e voltasse à realidade. 

― Ed? ― chamei baixinho.

― Sim?

― Eu queria tirar uma foto com você, para registrar esse momento. Você topa? ― E repentinamente eu me senti uma fã indo pedir uma selfie com seu ídolo, igual acontecia comigo o tempo todo em Toledo. 

― É claro! ― respondeu, contente.

Peguei meu celular que havia deixado na cabeceira da cama e retornei ao local para efetuar o registro. Nos viramos de costas para a rua, Edward ficou atrás de mim e colocou seus braços ao meu redor, e sorriu. 

Eu não costumava fotografar sorrindo, em todos os meus trabalhos era necessário fazer “carão” de modelo. Não preciso nem mencionar que na passarela isso era algo proibido, né? Mas ao ver o Ed ali, fazendo o ato de forma tão casual, deu-me a coragem para sorrir também.

Click!

Virei o rosto um pouco para o lado, e Edward deu um beijo em minha testa.

Click!

Pronto, feito. Momento registrado para sempre. Enquanto eu guardava o aparelho, o homem foi até o rádio na cômoda e o ligou, colocando uma música ambiente, e ergueu uma das mãos num claro convite para dançar. Aceitei prontamente, e dançamos lentamente. Então, comecei a prestar atenção na letra que saía dos alto-falantes.

 

And all along I believed I would find you  |  O tempo todo eu acreditei que te encontraria

Time has brought your heart to me  |  O tempo trouxe o seu coração para mim

I have loved you for a thousand years  |  Eu te amei por mil anos

I'll love you for a thousand more  |  Eu te amarei por mais mil

Por um breve instante, uma melancolia me invadiu. Eu queria muito ter conhecido o Edward lá em Toledo, em outra situação, em que a gente pudesse construir um relacionamento. Sinto que nos daríamos muito bem, e teríamos uma ótima vida juntos, casados e com filhos. Um desejo distante, suponho. Com isso em mente, segurei seu rosto entre minhas mãos e o beijei, aprofundando-o logo em seguida, tornando o ato meio desesperado e ansioso por mais. Empurrei-o em direção à cama, onde continuamos os carinhos e carícias da noite passada, amando-nos até o sol raiar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

DESCULPEM O SUMIÇO!!!

Meu final de ano foi muito corrido... Sabem como é... Marido, filho, trabalho...
A inspiração acabou indo embora...

Mas voltei! Essa história merece um fim!

Espero que vocês ainda se interessem pela história ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Amor Além da Fama" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.