Mistérios do Amor escrita por Lelly Everllark


Capítulo 1
Prólogo.


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores!!
Espero que gostem de acompanhar mais essa aventura da família Whitmore!
BOA LEITURA ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/807927/chapter/1

Eu estava apavorada com o que tinha que fazer e ainda mais apavorada com a possibilidade de não conseguir.

  Fechei a porta do quarto lindo e bem decorado que devia ser meu refugio, mas há muito tempo já havia se tornado apenas uma cela que me mantinha presa, com todo o cuidado do mundo para que ela não fizesse um único som, eu havia treinado isso durante semanas, assim como havia treinado descer as escadas nas pontas dos pés para que não rangessem, essa era minha última chance, eu sabia disso, e, não pretendia desperdiçá-la, não podia.

  Atravessei o corredor e desci as escadas e, mesmo que parecesse um milagre, eu tinha conseguido chegar ao térreo sem ser vista ou fazer barulho, indo pé ante pé e tremendo até os ossos com medo dele me encontrar.

  Foi passando pela sala e vendo nossas fotos abraçados e sorrindo que me perguntei, como me tornei esse animal encurralado com medo da própria sombra? Quem visse as fotos jamais diria que não éramos um jovem casal feliz, nunca poderia dizer que eu não era completamente amada, nunca diriam que há muito o homem ao meu lado nos retratos tinha deixado de ser um príncipe e se tornado o vilão da minha história.

  Passei direto por tudo isso e segui direto para a garagem, para o carro que eu já não dirigia há quase um ano. Peguei as chaves e corri até o banco do motorista, quando liguei o carro sorri aliviada.

  Livre.

  Eu estava quase livre.

  - Aonde você pensa que vai, meu docinho!? - seu grito me assustou e foi então que o vi perto da entrada da garagem, do portão que eu tinha aberto. - Vai deixar seu noivo assim?

  Não respondi.

  Dei ré e quase passei por cima dele no processo, ele xingou e eu saí arrancando.

  - Sua puta! Volta aqui! Você é minha, de mais ninguém! Está ouvindo!? Ninguém! - ele ainda gritava quando ouvi e senti o impacto do que quer que ele tivesse jogado no carro quebrando o vidro da parte de trás.

  Estremeci, como eu não tinha visto que estava ao lado de um monstro?

  Virei à esquina tremendo e respirando com dificuldade, se por medo ou excitação eu não sabia, mas consegui sorrir.

  Dessa vez eu com certeza estava livre.

  Dessa vez ele não ia me encontrar.

  A surra que eu havia levado da última vez em que fui pega tentando ir embora ainda parecia doer toda vez que eu me lembrava. Acelerei o carro e só segui em frente. Não importava para onde, nem quando eu chegaria, só que cada metro a frente era um metro que me deixaria mais longe dele.

  Pelo menos foi o que eu achei, foi no que eu quis acreditar firmemente, mas não foi o que aconteceu. Eu reconheci o carro antes dele simplesmente atirá-lo contra o que eu estava dirigindo. Sua Ferrari brilhante, se ele estava disposto a destruí-la, então ele provavelmente estava disposto a acabar comigo também, fácil assim.

  - Você vai voltar comigo! – ele berrou da janela do carro antes de atirá-lo outra vez contra mim. – É minha e ninguém precisa de uma mulher como você! Mas você precisa de mim!

  Estremeci com suas palavras, elas muitas vezes doíam mais que os tapas, por que eu, por muito tempo, acreditei nelas.

  - Me deixa em paz! – gritei de volta com a voz trêmula.

  Nós estávamos em um trecho deserto da estrada, eu tinha saído da cidade enquanto tentava me distanciar ainda mais dele, não tinha me passado pela cabeça que ele realmente daria um jeito de vir atrás de mim. Mas eu já devia ter adivinhado que isso aconteceria, esse monstro só me deixariam em paz no dia em que estivesse preso ou morto. Por que ele sempre me dizia “Até que a morte nos separe”, isso no início soava como uma declaração de amor, depois de um tempo apenas me assustava, por que ele estava deixando claro que só me deixaria em paz depois que partíssemos daqui.

  - Pare esse carro! Eu te dei tudo e é assim que você me agradece, sua puta!? Para esse carro e vamos voltar pra casa! É até que a morte nos separe, meu docinho! Você se lembra!?

  E com isso ele deu solavanco tão forte no carro que eu dirigia que comecei a perder o controle, o carro deu uma guinada para o lado e tive que segurar o volante com toda a força que tinha para não sair da estrada. Desviei de uma placa e acelerei tentando me distanciar dele o máximo possível, mas ele vinha atrás de mim com a velocidade de um predador atrás da sua presa, como se estivesse pronto para me devorar.

 Quando começamos a nos aproximar do que pareciam comércios ele me atingiu outra vez e dessa eu não consegui me recuperar, não rápido como eu estava. O carro girou na pista e quando finalmente parou eu ouvi a buzina alta. Tinha um caminhão vindo na minha direção, bem de frente, perto demais, rápido demais e então eu soube que dessa vez ele tinha conseguido o que queria.

  A próxima coisa que senti foi o impacto.

  Eu não sei se girei ou capotei, eu não lembro se gritei, eu não sei quando os vidros se estilhaçaram, eu não sei quantas vezes meu rosto bateu contra o volante do carro, eu não sei quando comecei a sangrar. Só lembro da dor, doía tudo, cada centímetro do meu corpo, em algum momento o carro parou e o sangue começou a borrar minha visão e me fazer engasgar, eu não conseguia respirar direito, mas meu único pensamento era “Onde ele está?”.

  - Moça! Moça você está me ouvindo!? – ouvi uma voz ao longe e a parte do meu cérebro que ainda conseguia se concentrar imaginou ser do motorista do caminhão. Foi só quando ele se abaixou para me olhar que eu registrei que estava de ponta a cabeça.

  - Aju... da... – murmurei engasgando com meu próprio sangue. – Ho-o... mem...

  - Eu vou ajudar, já estou ligando para a emergência.

  - Ho-o-o... mem... – resmunguei antes de um cesso de tosse. Eu precisava saber onde ele estava. Era só nisso que eu pensava, era só isso que me impedia de simplesmente me deixar apagar. Ele não podia me levar.

  - O homem que bateu em você? – eu tentei assentir, mas não consegui mover o pescoço, eu mal via o homem que falava comigo agora, o sangue e a dor me atrapalhavam. – Ele fugiu quando meu amigo tentou falar com ele. Ele foi embora.

  “Ele foi embora”.

  Foi tudo o que eu registrei, foi tudo que meu cérebro processou e foi o motivo de eu relaxar meu corpo desfigurado e ferido, ele não estava por perto. Eu podia ser levada para algum lugar, qualquer um. Se para morrer ou viver eu não me importava, desde que fosse longe dele.

  Desde que ele não estivesse por perto eu não me importava com mais nada.

  Foi com esse pensamento que eu deixei a dor e a escuridão me engolirem e fechei os olhos, se fosse longe dele, talvez eu tivesse paz.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eu estou muito feliz de estar aqui outra vez compartilhando mais esse livro, essa história e por que não, esses sentimentos com vocês!

Espero que tenham gostado desse prólogo (meio pesado? Talvez) e que gostem do livro! Comentem o que acharam!

Beijocas e até, Lelly ♥

PS: E pra quem não viu o trailer maravilhoso do livro, vou deixar ele aqui embaixo também!
https://www.youtube.com/watch?v=3gywuVx9Qiw



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Mistérios do Amor" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.