Coffee escrita por Only Stark


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Hello, faz um tempo que não apareço aqui no Nyah e Spirit. Bem, precisei de um tempo e a vida tem sido dura, btw estou de volta depois de um longo hiatus, vamos ao que interessa! Boa leitura.
P.S.: Recomendo escutar a ost de My Secret Love cantada por Jeff Satur, não faz verdadeiro diferencial mas escrevi escutando ela no repeat.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/807744/chapter/1

Coffee

Porchay Kittisawasd

Eu estava atrasado de novo, eu andava apressado até a Starbucks porque acordei em cima da hora e ia chegar depois do professor como quase sempre acontece.

Já tentei de tudo: coloquei relógio adiantado, dormi mais cedo do que de costume, pedi pro meu melhor amigo me ligar, pedi pro meu irmão me chamar, mas nada consegue me fazer desgrudar da cama até que seja tarde demais para que eu chegue no horário certo.

Andava mais como um zumbi do que uma pessoa viva porque praticamente só caí da cama e vim correndo pra faculdade. Não antes de escovar meus dentes, é claro. Entrei na Starbucks que eu frequento quase que todos os dias e me joguei no balcão me sentindo miserável.

— Atrasado de novo? – um copo é colocado à minha frente e eu levanto o rosto do balcão fazendo bico.

Sorrio imediatamente ao prestar atenção no copo e ver os dizeres “Favorito do gatinho” e um gato desenhado ao lado.

— Você é um anjo! – pego o copo agora feliz, bebo sentindo o gosto do cookie latte quentinho.

— Eu sabia que você ia se atrasar de novo. – Kim ri, se encostando no balcão.

Bufo e pago meu pedido.

— Engraçadinho, agora tenho que ir. – Ajeito minha mochila e dou tchau pra ele.

— Até amanhã! – Kim provoca e eu dou língua pra ele.

Por frequentar sempre o mesmo lugar eu já conhecia todos os funcionários de lá, quando eu tinha tempo e vinha em outro horário e até conversava com algum deles.

Kim é o novo atendente da Starbucks, está trabalhando há cerca de duas ou três semanas. Pra mim ele simplesmente era o homem mais lindo que eu já tinha visto, seus cabelos eram até o ombro e eu achava um charme, ele consegue sorrir mesmo sendo 7 da manhã! Ele sempre trata os clientes muito bem e na última semana começou a fazer meu café antes mesmo de eu chegar porque, bem, ele sabe que eu vou chegar atrasado mais uma vez querendo algo pra acordar.

Confesso que algumas vezes eu nem estava realmente atrasado, só queria ver o sorriso dele porque era quase uma promessa de que o meu dia seria perfeito. Tento parar de sorrir igual um imbecil no meio da rua e tomo mais um pouco da minha bebida, quase correndo novamente para a faculdade.

(...)

No final das contas, por que uma formação é tão importante assim? Sinceramente não vejo muita utilidade disso quando minha saúde mental está indo pro ralo.

— Por que você parece mais querer morrer do que qualquer outra coisa? – Macau, meu melhor amigo, perguntou enquanto guardávamos nossos materiais de aula.

— Porque eu preferia morrer do que enfrentar mais uma aula dessas de economia. Eu estava com a minha cabeça na lua quando me inscrevi. – Bufo estressado olhando para as minhas anotações do trabalho pra entregar logo na segunda-feira.

— Você estava bem feliz quando se inscreveu, o problema foi quando os trabalhos começaram. – Gargalhamos juntos porque isso era um fato.

Eu amo o curso e odeio todo e qualquer trabalho de curto prazo.

Macau passou um dos seus braços por cima do meu ombro e caminhamos para fora da sala.

— Acho que vou na Starbucks e ir adiantando o que posso do trabalho antes que o horário do meu expediente comece. – Comento, olhando as horas no meu relógio.

— Ou você vai ver o atendente super, hiper, mega, blaster gato que trabalha lá? – Macau pergunta com um sorrisinho provocativo e eu olho pro outro lado tentando disfarçar a vergonha.

— Então tem um cara gatinho cheio de títulos no aumentativo aqui perto, senhor Macau? – começo a rir da cara de paspalho do Macau ao ouvir a voz do namorado dele.

— Claro que não, amor! Você é o único super, hiper, mega, blaster lindo e maravilhoso da minha vida. – Ele imediatamente vai até o namorado e dá um beijo nele, eu tentava não rir do desenrolar da cena.

— Dá a patinha, Macau. Rola, Macau. Senta, Macau. Bom garoto! – zombo dele.

— Se ele me pede pra sentar mesmo eu...

Tay bota a mão dele em cima da boca do Macau e revira os olhos.

— Quer carona pra casa, Chay? – Tay oferece, soltando Macau.

— Não precisa, podem ir. Adestra bem o Macau.

Adestra bem o Macau.— Macau repete fazendo vozinha fina e eu dou o dedo do meio pra ele. – Não quero mais saber do seu amor falso. – Macau vira as costas pra mim indo para o carro de Tay.

Me despeço dos dois e caminho até a cafeteria calmamente, pelas minhas contas ainda estava no expediente de Kim.

— Boa tarde, cliente.

Sorrio imediatamente com a voz familiar, me sentia um pouco nervoso, mas me aproximo do balcão e sento em um dos banquinhos ali.

— Olá, caro atendente. Eu gostaria de um chocolate quente com marshmallows. – Pego meu notebook, alguns materiais na mochila e coloco no balcão à minha frente, feliz de ser permitido fazer isso.

— Uma mudança de pedido, algum motivo em especial? – Kim pergunta, indo até a máquina de bebidas indo preparar meu pedido.

— Um trabalho quilométrico ao qual mal sei como começar. – Faço bico chateado e ele ri.

— Hum, gostaria de poder ajudar, mas eu acho que mais te atrapalharia do que qualquer coisa. – Ele ri da própria fala e eu sorri encantado em como a risada dele era tão gostosa.

Se esse fosse meu despertador, eu com certeza conseguiria acordar.

— Eu sei que você vai se sair bem, não se preocupe tanto. – Kim sorri gentilmente e deixa meu copo próximo a mim, indo atender outro cliente.

Sorrio mais ao ver que enquanto ele estava de costas tinha escrito algo no copo “Boa sorte, gatinho, você consegue. :)”. Bebo um gole e começo a fazer pesquisas sobre o meu trabalho.

Após fazer uma base de pesquisa, que durou cerca de duas horas, eu decidi que era hora de ir pro trabalho. Guardei minhas coisas e percebi que Kim já tinha ido embora sem se despedir de mim, suspiro baixinho e vou até o caixa pagar minha conta, a garota que estava no caixa me estendeu uma sacola de papel e eu fiquei confuso com o ato.

— Eu não pedi isso, acho que você se enganou.

— É uma cortesia do Kimhan, ele disse que eu deveria dar assim que você fosse sair. – ela sorri e me estende novamente.

Eu esqueço que estava chateado por ele ter ido embora sem se despedir, agradeço a moça e olho o que tinha lá dentro. Meu amado cookie latte estava ali, tinha alguns cookies e um bilhete que tinha escrito “Hey, gatinho. Quando tiver um tempinho e se tiver interesse, chama aqui nesse número pra gente conversar um pouco melhor.”

Eu saí praticamente saltitando de felicidade pela rua, o Kim me deu o número dele!

(...)

Estava um pouco nervoso pensando se mandava mensagem ou não, mas enviei mesmo sendo quase uma da manhã.

Eu ajudava Porsche, meu irmão, no bar dele mesmo que ele dissesse que eu não precisava e tinha que focar nos estudos. Como ele estava começando eu sabia que vez ou outra ele e os funcionários não davam conta então eu ia junto pra dar um apoio. Eu só consegui isso porque falei que se ele não me deixasse trabalhar com ele, iria conseguir um outro jeito, então ele permitiu que eu ficasse com ele porque me dava mais flexibilidade pra ir pra casa mais cedo em dia de semana.

— O que tem aí de tão interessante? – Porsche pergunta atrás de mim e eu me assusto com sua aparição repentina.

— Po! Que susto. – coloco a mão em cima do peito. – Não é nada demais. É sexta, você não está muito ocupado?

— Quer me despistar, pirralho? – Ele bagunça meus cabelos. – Mais ou menos, agora deu uma acalmada. Vai dormir um pouco, sei que está cansado. – Ele dá um beijo na minha testa.

— Você também está. – acuso, olhando bem pra ele.

— Mas eu sempre posso dormir um pouco mais. – Porsche me abraça e faz carinho nos meus cabelos. – Vai pra casa, eu dou conta.

Suspiro derrotado e assinto, junto minhas coisas e vou pra nossa casa que era só algumas casas de distância do bar dele. Ao chegar somente tomo um banho e me jogo na minha cama, ia dormir direto mas dou uma checada no meu celular e fico surpreso com a mensagem mesmo naquele horário.

“Bendita seja a insônia! Então, podemos sair pra fazer algo amanhã? É meu dia de folga então posso qualquer horário. – Kim.”

Abraço o travesseiro bem forte e grito nele antes de pegar o celular novamente e responder Kim.

“É claro, o que acha de um passeio de bicicleta? Eu diria um café mas você está em um todos os dias, deve querer estar longe na folga. – Chay.”

Não demorou muito e ele me respondeu, me fazendo rir.

“Por favor! Isso é um pedido de socorro! Gostei da sugestão, nos vemos amanhã às 15hrs? – Kim.”

“Fechado! – Chay.”

Bloqueio o celular e abraço o travesseiro com força. Isso é um encontro, certo? Eu tenho um encontro com o Kim!

(...)

Acordei ligado no 220 volts no dia seguinte mesmo que em geral meus sábados sejam de preguiça, Porsche achou estranho mas não reclamou de toda a minha euforia naquela manhã. O tempo estava ao meu favor, então a hora não se arrastou enquanto eu organizava a casa na tentativa de diminuir a minha ansiedade.

O parque que nós marcamos de nos encontrar não era muito longe, o que era muito bom considerando que eu já estava arrependido da minha sugestão porque sou sedentário e já estava morrendo de cansaço ao pedalar da minha casa até lá.

— Olá, Porchay! – Kim chega até mim e para ao meu lado com sua bicicleta. – Você mora muito longe? A gente poderia ter escolhido outro lugar. – Ele complementa ao me ver recuperando o fôlego.

— Oi, Kim. – Respiro fundo e me ajeito na bicicleta. – Na verdade eu moro a três ruas daqui, só que eu sou um pouco sedentário. – Mal termino de falar e ele gargalha.

— Achei que era acostumado com exercícios já que está sempre correndo atrasado pelos cantos. – ele zomba e eu faço bico.

— Injustiça, Kim. É mais forte do que eu. – reclamo e começo a pedalar, percebo que em seguida ele vem atrás então mantenho meu ritmo pelo circuito da ciclovia.

Passamos algum tempo conversando sobre os nossos hobbys, gostos e coisas favoritas. Na hora de esporte favorito eu com certeza respondi levantamento de garfo porque não sirvo pra essa vida de saudável e em forma.

— Você pode me contar finalmente porque sempre parece tão cansado? – Kim pergunta curioso ao meu lado, acompanhando meu ritmo.

— Eu ajudo meu irmão no bar que ele abriu, ele diz que não precisa, mas eu gosto. Não quando tem algum bêbado chato, mas no geral é divertido. – sorrio e olho pra ele que ouvia com atenção.

— Somos meio colegas de profissão então? – ele pergunta e eu concordo.

— Por aí. E você? O que te atraiu na Starbucks e como consegue sorrir pela manhã? – pergunto fazendo uma cara bem séria e ele gargalhou.

— Tudo começou quando eu briguei com meu pai quando tranquei a faculdade de administração pra ser músico. Ele disse “se você quiser viver disso, se vire por você mesmo”, então saí de casa e entrei no primeiro emprego que me chamaram. – Ele deu de ombros e eu parei a bicicleta, chocado.

— Sério?

Kim parou também e olhou pra mim confuso.  

— Sim, mas meus irmãos mais velhos têm me apoiado nisso, está tudo bem. Eu só quero provar que eu posso me virar sozinho.

— Entendo... Hey, você pode se apresentar no bar do meu irmão! – exclamo animado com a ideia de ver Kim mais vezes.

— Mas isso não seria bem se virar sozinho. – ele fala divertido.

— Eu posso só dizer que tenho uma sugestão, ele que vai avaliar você. – saio de cima da bicicleta e me sento no banco que tinha ali próximo, Kim fez o mesmo e sentou-se ao meu lado.

— Vou pensar um pouco sobre isso.

— Okay.

Me viro um pouco para ficar de frente para Kim e me perdi um pouco no que eu ia dizer, seus cabelos estavam meio bagunçados pelo vento, não sei se era reflexo do sol mas eu podia jurar que seus olhos estavam brilhando, o sorriso dele era tão caloroso, eu podia viver apenas admirando como ele era lindo e fofo, talvez eu estivesse encarando a boca dele por muito tempo mas eu não conseguia evitar pensar em como seria sua boca na minha.

— Sabe, se vai ficar encarando a minha boca por tanto tempo eu posso deixar que você me beije. – Kim comenta divertido e eu automaticamente sinto meu rosto esquentar de vergonha.

— Desculpa, eu...

Antes que eu pudesse inventar alguma coisa, Kim levou sua mão até o meu rosto e fez um carinho na minha bochecha, eu me senti derreter inteiro.

— Não tem problema, eu posso beijar você, gatinho? – ele pergunta, aproximando o rosto do meu e eu nem lembrava mais de vergonha alguma.

— Você deve.

Kim se inclina e junta seus lábios aos meus. Quando eu imaginei esse momento eu esperava algo como nos livros que comentam sobre borboletas no estômago e tudo o mais, mas o que senti foi calmaria, tranquilidade, aconchego. Aprofundamos o beijo calmo e eu podia sentir notas de carinho e afeto apenas pelo ato, a mão de Kim sempre fazendo carinho no meu rosto e mesmo ao me puxar para mais perto pela cintura eu pude sentir o cuidado e os sentimentos que eu tinha dentro de mim poderiam explodir porque era muito melhor do que eu imaginei antes. Sua boca macia movia contra a minha, explorando, conhecendo e eu queria mais dela, eu queria vários beijos de Kimhan.

Nos afastamos um pouco um do outro para recuperar o fôlego, sorrio ainda preso ao momento e me inclino rápido para roubar um selinho.

— Temos um problema. – Kim fala sério depois de me dar outro selinho e eu fiquei um pouco preocupado.

— O quê?

— Acho que não consigo parar de beijar você. – ele brinca e eu gargalho, aliviado que era uma brincadeira.

— Eu não quero que você pare. – seguro o rosto dele com as duas mãos e eu inicio outro beijo.

Talvez as manhãs atrasadas tenham que continuar acontecendo, além de precisar de uma bebida quente também irei precisar dos beijos do Kim para ter um bom dia.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Muito obrigada a quem chegou até aqui, espero que tenha gostado. ♥
Bjs!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Coffee" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.