Cobri a cabeça de imediato. O rosto queimando de vergonha e raiva com minha desdita. 

“NOVE E DEZ!!!”, minha mãe tinha o dom de literalmente gritar dentro da cabeça dos outros e usava-o indiscriminadamente. “SE NÃO SE ARRUMAR AGORA, VAMOS CHEGAR ATRASADOS E O PADRE COME MEU FÍGADO. VOCÊ QUER ISSO?”

“Não, mãe. Não quero que o padre coma seu fígado. Eu tava só… ahnn… tendo um sonho bom… muito bom.”

“É BOM TER SONHADO COM O PRESIDENTE MATANDO SATANÁS, SÓ ASSIM PRA DEUS TE PERDOAR. LEVANTA, SE ARRUMA. JÁ.”

“Tá, desc…”

“E MAIS UMA COISA… Bom dia, filho. Amo você.”