Witch's Grimoire escrita por NortheastOtome1087


Capítulo 2
Edelweiss




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/807621/chapter/2

Midgardia

Seguindo de carruagem até Edelweiss, eu vi grande parte da natureza de Midgardia. Florestas, campos, plantações... Tudo lá tinha sua própria beleza. Até podia ver os animais e os monstros, mas não podia atacá-los neste momento, ate porque eles não fizeram nada para provocarem a minha fúria. Pelo menos, não ainda.

Eu também via o céu em alguns momentos e a cada minuto que passa, o sol começa a mudar de posição, ainda que seja sutil. Não era mais manhã. Agora chegava a tarde. O sol brilhava muito mais intenso, como se tivesse vontade de queimar algo ou alguém. Tive sorte de ficar dentro da carruagem, ou as coisas não teriam sido melhores.

A escolha de seguir Brent até Edelweiss não fui um pedido pra mim, mas uma ordem. Brent parecia ter apostado todo o seu dinheiro em mim, como se eu fosse um fosse um cavalo motivado a ganhar o primeiro lugar em uma corrida. Mas minha intenção não é ganhar, pelo menos não o desejo de ganhar o primeiro lugar, mas acumular o maior número possível de dinheiro. A esse ponto, a carruagem já estava nos últimos metros antes de chegar a idolatrada cidade da magia.

Cidade Edelweiss

— Bem, cá estamos. Edelweiss. Tá na hora de sair. O cocheiro sai e abre a porta da carruagem.

Enfim, eu saí do veículo e pela primeira vez, observo Edelweiss com os meus próprios olhos. Eu finalmente cheguei a cidade da magia.

— Valeu pela viagem.

— Não devo nada a você. Você já me deu o necessário. Se me der licença, estarei indo para a estação. Até mais!

Eu observo a carruagem indo a estação. Cada vez que eu a observo ela fica mais e mais distante... E agora ela segue para seu próximo destino. Enquanto isso, eu caminho para a cidade do destino.

Edelweiss. Essa é a primeira vez que eu piso desta cidade. O lugar é bonito, cheia de pessoas que almejam se tornar mestres da arte da magia, que muita gente acredita que é um dom que poucas pessoas são capazes de fazer. Mas não posso dizer se isso é a completa verdade, até porque eu já vi algumas pessoas capazes de usar magia através de um cristal de classe. Não faço ideia como um cristal é capaz de fazer um humano qualquer usar magia, mas já vi muitos usuários de magia dizendo que foram capazes de ser feiticeiros e magos através desta gema.

Continuei caminhando um pouco pra ver o local quando eu senti uma fraqueza no corpo. Deve ser porque eu passei várias horas sem se alimentar, entao fui em busca de um lugar pra comer. Ao caminhar, eu encontrei um lugar com o nome de "Restaurante", e ele carregava um nome bem esquisito que chega a ser sofisticado: La Vie en Rouge.

Restaurante La Vie en Rouge

Ao entrar no restaurante, fiquei surpreso ao saber que o local lembrava mais um palácio do que um restaurante. Talvez seja as decorações de luxo, que lembram muito as de um castelo, e o fato de que os garçons se vestem como príncipes não ajudam em nada. Depois de dar uma olhada no restaurante, me sentei em uma das cadeiras.

Quando eu vi a mesa, reparei que tinha um prato juntamente com uma colher de sopa, uma colher de chá, um garfo e uma faca. Fui dar uma olhada no cardápio, e nele tinha um monte de comidas que nunca ouvi falar. Tinha um tal de petit gateau, clafoutis, souflee, dacquoise... Enfim, um monte de palavras esquisitas que nunca tinha ouvido falar. O preço também é bem salgado: O mais barato destes pratos custa 150 ligs. Depois disso, o garçom então apareceu pra mim e me disse: - Deseja alguma coisa, senhor?

Eu observei o cardápio e várias das comidas ainda eram difíceis de entender. E mesmo as belas figuras das comidas não me ajudaram em nada. Então eu tentei perguntar para o garçom qual o especial de hoje. Ele respondeu que o especial da vez é carne de porco.

— Eu vou querer carne de porco.

— Tem certeza, senhor?

Eu disse sim para o garçom. Ele sai e anota o pedido enquanto eu fico sentado observando o restaurante, que honestamente lembra menos um restaurante e mais uma sala de jantar de um castelo que sobreviveu a um desastre natural enquanto o resto desabou completamente. Ouvia sons de violinos, harpas, pianos e acordeons, e as pessoas comiam como se fossem pessoas da alta nobreza. O fato de que eles também se vestiam a caráter não me ajudava.

Alguns minutos depois, o garçom finalmente chegou com o porco inteiro, e o bom moço me perguntou quantas fatias eu queria. Eu disse que queria cinco, então o garçom cortou cinco grandes fatias. Depois disso, eu fui comer a carne, e tenho que admitir que ela é bem saborosa, não é muito dura, mas dá pra apreciar. Logo depois de comer, eu fui falar com o dono, o qual disse que o preço das fatias era 200 ligs, e no total, gastei 1500 ligs. O preço caro não me surpreende, afinal La Vie en Rouge é um palácio em pele de restaurante, e eles ainda precisam manter o estabelecimento firme. Dei o dinheiro para o dono do restaurante e saí dele satisfeito, já que pelo menos eu consegui almoçar, ainda que sejam apenas cinco fatias de carne de porco. Fatias grandes, mas ainda assim cinco fatias de carne.

Cidade Edelweiss

Ao continuar caminhando a cidade, eu estava em busca do Portal da Magia. No caminho eu acabei caindo em cima de uma garota.

— Oe, olha por onde anda!

Me levantei e vi a garota pela primeira vez. Ela tem cabelos castanhos cacheados, olhos castanhos e uma pele amarronzada. Vestindo um vestido preto bem curtinho, longas botas de couro e um chapéu pontudo também preto, esta jovem tem um rosto bem bonito, e achei ela bem mais linda quando ela começou a ficar furiosa. Vi aquelas bochechinhas ganharem uma cor rosada quando ela dizia as coisas com raiva.

— Qual é o seu problema? Você por acaso tem uma bússola quebrada?

Eu me aproximei dela e estendi meu braço. A garota de chapéu pontudo pegou nele e conseguiu se levantar.

— Bem que eu poderia te agradecer por me ajudar a ficar de pé de novo. Mas porque fez isso?

— Questão de bom senso. Não queria deixar você aqui deitada no chão.

A garota olhou pra mim e ficou surpresa ao me ver pela primeira vez. Não sei muito bem qual é a parte em que ela se surpreendeu. Tipo, eu sou um mercenário, não sou exatamente bonito. Eu me visto com roupas extremamente fora do comum, pelo menos se comparada com a sociedade relativamente avançada de várias cidades e reinos. Não são todas as pessoas que têm um grande pano que cobre todo o vestuário.

— Quem é você?

— Anthony Mercer. Mas você pode me chamar de Tony.

— Elena. Elena Vastedge.

Falei com Elena sobre um tal de Portal da Magia. Acontece que eu falei pra ela que eu estava a serviço de um homem chamado Brent Sternisi, o qual me contratou para buscar o Witch's Grimoire. A mera menção do nome do homem alterou a personalidade de Elena, que parecia não estar muito feliz comigo.

— Olha, é bom você não confiar naquele homem. Este cara significa encrenca.

Eu também pensei na mesma coisa, mas retruquei. - Que nada. Ele me contratou por causa dos meus talentos de mercenário. É só uma questão de tempo para que eu possa ganhar mais dinheiro pela busca do grimório.

— Hmph. Vocês mercenários são todos iguais. Se preocupam mais com dinheiro do que com sua própria vida.

Quando foi a última vez que ouvi isso? De qualquer jeito, Elena tem um ponto. Um mercenário tem como objetivo conseguir dinheiro pelos seus feitos, incluindo arriscar sua própria vida. Mas é por isso mesmo que mercenários existem: Para fazer o trabalho sujo das pessoas por um bom dinheiro, mesmo às custas de sua saúde. Procurar o grimório não é só um dever, mas uma oportunidade única.

— Aliás, o Portal da Magia fica logo ali. É bem longe, mas você chega lá.

Elena aponta para o local onde fica o Portal da Magia.

— Bem, valeu pela ajuda.

— Não foi nada. Gosto de ajudar as pessoas sem que elas me cobrem por algo.

— Hmph. Como você vai sobreviver neste mundo sem dinheiro?

— Trabalhando honestamente, é claro. Aliás, quando eu crescer, vou me tornar uma grande professora de magia.

— Professora de magia, hein?

Elena me mostrou o seu cristal de classe, que tem uma cor dourada. Ela disse que ficou treinando suas habilidades mágicas por muito tempo e lutou contra vários inimigos. Por fazer parte de uma guilda, Elena também participa de missões, mas recebe pouco dinheiro por ter uma participação mínima se comparada com o resto de seus companheiros. Ainda assim, ela faz bons progressos em sua jornada, e até me sugeriu que eu fizesse parte de uma guilda.

— Falando nisso, é melhor voltar. Todo mundo tá preocupado comigo. Até mais, Tony!

Pela primeira vez, depois de tanto tempo, eu ouço alguém me chamar de Tony. Elena se afastava cada vez mais de mim, agora tendo como foco o seu trabalho na guilda. Agora é a minha vez de seguir meu caminho, indo para o Portal da Magia e procurar por Brent Sternisi.

Portal da Magia

Ao entrar no local, percebi que ele parecia muito similar a um bar, exceto que no Portal da Magia eles parecem vender algum tipo de petisco. Petisco esse que parece ter um sabor frio, já que no estabelecimento há alguns feiticeiros que mantém as comidas congeladas. Várias pessoas estão comendo e apreciando as comidas do Portal da Magia.

Fui falar com a dona do estabelecimento, uma gentil e amigável garota de cabelos verdes com penteado trançado e olhos alaranjados.

— Boa tarde meu bom senhor, você quer um milk-shake?

— O que é isso?

A dona do estabelecimento falou que o milk-shake é uma bebida feita de leite mexido com alguns ingredientes a mais, como morango, cacau e banana. Eu me pergunto com alguém consegue fazer uma receita deste tipo. Misturar leite, cacau e banana... Como se eles achassem que essa invenção ia ficar a frente de nosso tempo.

— Não obrigado, eu não estou com fome.

— Que pena, você devia experimentar. É uma comida maravilhosa. Uma vez que você come, não vai mais parar.

Eu já estava satisfeito com a carne de porco que eu comi hoje. Mas julgando pelas palavras da moça, esse tal de milk-shake parece ser bom. Então eu fiz o pedido, e tal como fiz no La Vie en Rouge, eu pedi o especial que tinha pra hoje. Depois disso, eu fui para uma das mesas, me sentei e fui observar o local. O papel de parede lembrava muito um céu noturno rodeado de estrelas, tendo até uma lua cheia. Mas estava ciente de que essa lua é falsa, até porque ela não brilha tanto quanto a que eu vejo no céu, mesmo que seu brilho não seja exatamente natural.

Uma garçonete de olhos verde-claros e cabelos pretos veio com o tal milk-shake. Este tinha uma cor marrom na taça com algo de cor branca em cima, junto com algumas pedrinhas marrons esquisitas. Ela coloca a receita em cima da minha mesa e diz: "Aqui está seu pedido, senhor". Junto com ela teve um canudo e uma colher. Quando eu perguntei a garçonete sobre o preço deste milk-shake, ela disse que custa 12 ligs, que honestamente é bem baixo se comparado com as várias fatias de carne de porco que comi hoje.

Dei os 12 ligs a garçonete e ela saiu da minha vista. Então eu experimentei aquela receita o qual eles chamam de milk shake. Primeiro eu peguei a colher e fui comer as partes brancas juntamente com as pedrinhas marrons. A princípio eu senti um frio por dentro, justamente pelo fato de que os feiticeiros conseguem congelar os ingredientes durante o preparo, mas no fim das contas eu achei ele bom. Depois de comer a primeira parte da receita, eu peguei o canudo e fui tomar a parte marrom do milk-shake.

Consegui tomar o milk-shake inteiro, não sobrou quase nada. Tenho que admitir que gostei, me senti completamente cheio. Fui falar com a dona do estabelecimento mais uma vez, e desta vez eu fui falar de um certo homem: Brent Sternisi. A dona, ao ouvir o nome do cara, disse para mim para eu ficar bem longe dele, basicamente a mesma coisa que tinha ouvido da Elisa minutos antes.

Ainda assim, isso não impediu que a dona me desse uma chave em formato de losango. Ela diz que a chave é capaz de abrir uma sala secreta no qual só "pessoas especiais" podem entrar. Aposto que Brent é um deles.

— E onde fica está sala?

— Bem ali. - Disse a dona, apontando o dedo para uma porta.

— Obrigado pela informação.

Fui então para a porta no qual as pessoas especiais podem entrar. Usei a chave para abrir a porta, e quando eu entrei no local, acabei de encontrar uma sala bem diferente do visual noturno que eu esperava. Ele parecia uma verdadeira taverna medieval, é até mesmo seu papel de parede dava a impressão de que foi construído com madeira.

Eu até podia ouvir os bardos tocando harpas, violões e flautas e as Pessoa conversarem. No meio do caminho eu acabei me encontrando com um rosto bem familiar: Brent Sternisi, o qual estava me esperando com sorrisinho no rosto. Ao ver aquele homem, eu caminhei para encontrá-lo.

— Anthony Mercer... Veio para me ver? - Disse Brent ao me encontrar pela primeira vez.

— Muito engraçado.

Eu não estava muito feliz com a piada que Brent fez, mas vi que o bastardo ainda estava vivo.

— E então, como vai sua vida de mercenário? Ganhando dinheiro?

— Não, só gastando.

Eu expliquei a Brent que eu aceitei a oferta de encontrar o Grimório da Bruxa a ele. Como era de se esperar, Brent ficou feliz ao ouvir isso. Ele disse que pretende me pagar uma boa quantia em ligs se eu encontrar o livro a tempo.

— E então, quando é que eu posso começar meu trabalho?

— Agora mesmo. Mas você não vai sozinho. Você irá acompanhado da guilda de magos Mantícora Cobalto. Já ouviu falar deles?

Nunca ouvi falar deste nome. Brent diz que Mantícora Cobalto é uma guilda muito famosa em Midgardia, no qual sua peculiaridade principal é que todos os membros são capazes de usar magia desde seu início de carreira, tanto que os iniciantes da guilda só podem iniciar usando cristais de classe de clérigos ou de feiticeiros. E até existem aqueles capazes de serem os dois se tiverem bastante experiência.

Ao ouvir isso, estava ciente de que a Mantícora Cobalto era uma guilda forte, já que ela possui uma grande quantidade de feiticeiros. Não sei quando foi a última vez que encontrei um usuário de magia, mas acredito que feiticeiros bem treinados tem potencial para se tornarem grandes mercenários. Mas será que o amor deles pelo dinheiro será maior que o que eles tem pela magia?

— Tome, você vai precisar disso.

Brent jogou pra mim uma pedra, que se parecia muito com um quartzo. Ele me explicou que isso é uma pedra de teletransporte, e como o nome diz, ele é capaz de levar o usuário para o lugar onde ele deseja ir. O homem de óculos rosados se aproximou de mim e tocou na pedra com seus dedos médio e indicador direitos.

— Se estiver pronto, segure nesta pedra o mais forte possível, para que assim possamos ir até a sede da Mantícora Cobalto.

Eu e Brent seguramos a pedra de teletransporte e o homem falou o nome do local.

— Biblioteca de Igraine.

Depois, eu e Brent desaparecemos do Portal da Magia. A partir daí, minha jornada em busca do Grimório da Bruxa começa.
<!--/data/user/0/com.samsung.android.app.notes/files/share/clipdata_221101_081714_125.sdoc-->


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Witch's Grimoire" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.