Colors Of My Life escrita por Tricia


Capítulo 1
Colors


Notas iniciais do capítulo

Quando ideias novas estão em falta a gente sempre procura as antigas que não foram pra frente - e como eu tenho essas coitadas no baú, vulgo PC - essa em especial era um exercício de escrita livre que eu fazia ocasionalmente. A partir disso eu preciso dizer que ela não tem base na lógica existente que a psicologia explica e tal's, é puramente olhando coisas ao redor e escrevendo sem regras ou planejamento.
Espero que gostem



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/807553/chapter/1

Marinette gostava de pensar que tudo no mundo tinha cores, até mesmo seus sentimentos e momentos.

Quando viu aquela pessoa passar pela porta aberta pela professora de literatura, ela viu azul sem nuvens como um belo céu no começo da manhã.

Quando eles conversaram pela primeira vez para um trabalho em grupo e ele se apresentou formalmente como Adrien Agreste usando frases longas demais e palavras muito elaboradas para um adolescente, ela viu verde como uma árvore em fase de crescimento, que, atingiu seu auge na apresentação do trabalho duas semanas depois e ele falou na frente de todos. As palavras elaboradas estavam ali, mas havia um toque de descontração juvenil que ele adquirira nos dias anteriores.

 Quando ele começou a receber cartas de amor e declarações ela viu cinza, como as calçadas de Paris em que ela correu para se afastar daquelas cenas que de alguma forma a incomodava, mas ela não saberia dizer o porquê se alguém lhe perguntasse.

Felizmente ninguém o fez na época. E ela não se deu ao trabalho de pensar também.

Então o colégio chegou ao fim um ano e meio depois, havia uma sensação de alegria no coração daqueles jovens mesclado a apreensão porque era agora que as coisas iriam realmente começar. A faculdade havia chegado.

O grupo de amigos se separou e o contato se tornou algo realmente difícil. Ela sabia que a maior parte de seus amigos estavam em Paris, mas Adrien havia ido estudar em uma universidade na Califórnia, a mesma que a mãe dele estudou pelo que ele contara durante uma noite na casa de Nino, e ela própria havia optado por ir estudar em uma universidade na China para aprimorar-se coincidentemente também  na universidade que a mãe frequentara antes de se mudar para Paris e casar.

Novos amigos surgiram com o tempo e um emprego bem remunerado fora obtido, mas para a felicidade de Marinette este mesmo emprego a transferiu de volta para casa após longos 6 anos.

Então naquela grande empresa ela pode ver aquela mesma pessoa surgir por uma porta em uma reunião como um dejá vu perfeito. O adolescente de roupas comportadas se tornou um homem de ternos caros e cabelos arrumados.

Então ela viu amarelo como o sol que brilha no verão, radiante, mas que você não pode se atrever a olhar por muito tempo porque se o fizer será prejudicado. E com ele não era diferente, eles poderiam ter se conhecido no passado, mas no presente ele estava em um cargo muito acima do seu, sendo filho de um dos investidores mais poderosos, segundo seus colegas de trabalho.

Aquele garoto gentil de frases elaboradas sempre a reconhecia onde quer que estivesse, mas o colega de trabalho que ficara três andares  acima demorara pelo menos três semana para reconhece-la.

Se dissesse que estava conversando com Adrien confortavelmente como fazia no colegial seria uma grande mentira, as pessoas a olhavam com curiosidade quando os viam conversar entre os corredores ou dentro do elevador e isso a fazia ver rosa, como era o estado das bochechas quando corava ao ser pega por perguntas estranhas sobre proximidade com o filho de Gabriel Agreste.

Ela não se atrevia a pensar naquele colega de longa data dessa maneira, pelo menos não até ouvir os boatos sobre ele estar possivelmente entrando em um relacionamento com a neta de uma investidora que cuidava da filial na China em que trabalhara inicialmente.

Novamente aquele incomodo retornou de forma sorrateira tirando-lhe o sono e pela primeira vez ela se obrigou a pensar em algo fora de sua zona de conforto.

O coração dela afundou no peito com a constatação que lhe recairá e ela viu laranja, como o por do sol que assistiu no fim da tarde de um banco próximo da Torre Eiffel enquanto lamentava sua má sorte por ter um coração que direcionara a atenção ao individuo que não lhe era possível.

  Se aquele homem soubesse o quanto poderia afeta-la ele não sorriria tanto sempre que a visse. Ele não perguntaria o porquê não ter ido ao jantar de confraternização do fim de semana.

Quando ele viajou por longas duas semanas ela pode ver branco, como uma perfeita tela a ser pintada, mas que seu artista não sabia qual cor pincelar primeiro.  

— Qual é o seu tipo ideal, Mari? – a pergunta repentina a pegara de surpresa durante uma tarde em que os colegas estavam na área de descanso.

Uma figura, um rosto sorridente lhe veio à mente imediatamente, mas ela se conteve olhando para qualquer outra direção que não fosse sua colega enquanto ponderava uma resposta aceitável.

— Gosto de homem com sorriso bonito.

— Só isso? – Alya questionou.

— Acho que nunca parei muito para pensar nisso. Não tive muita vontade de buscar alguém o suficiente para fazer considerações.

— Então se um homem tiver um sorriso bonito ele pode ter uma chance? – ela conhecia bem aquela voz, assim como seus colegas que acompanharam sua surpresa enquanto olhavam na direção que vinha os dois homens. Adrien Agreste e Marc Anciel, diretor financeiro e diretor de RH.

— Se o Adrien sorrir, será que ele tem uma chance com você, Marinette? – Marc questionou com humor enquanto ocupava um lugar no sofá vazio e fazia todos os olhares caírem sobre si.

As palavras lhe fugiram da mente ao passo que sua visão era coberta por lilás como as flores do vaso que estava ao lado do homem que foi a aonde seus olhos se projetaram para estar grudados. Qualquer lugar que não fosse o rosto de qualquer pessoa ali lhe era mais que aceitável.

Então tudo se tornou vermelho como um tomate e sua vergonha quando o mais natural tentava encontrar uma desculpa para ir embora dali sobre seus saltos finos que faziam um som irritante e claramente denunciavam sua pressa.

A caixa de ferro era seu refugio de volta a seu andar, a sua mesa segura e, infelizmente uma papelada que precisava ser revisada antes de ser entregue a seu superior que se estiver de bom humor não reclamará tanto. Pelo menos a da China era mais compreensiva e sabia separar melhor seus assuntos pessoais dos profissionais.

Felizmente, pelas próximas horas não havia ninguém a olhando e tudo ao seu redor pode voltar a ser uma tela intacta. Tudo voltaria ao seu estado natural. 

Ao final do dia ela aguardou em frente às portas de ferro a caixa descer, quando as portas se abriram ele estava lá dentro com suas coisas para ir embora também.

Maneou a cabeça em um cumprimento ao ir ocupar um espaço, longe do homem em silêncio dentro da caixa.

Pelo menos nos primeiros instantes.

 – Você não respondeu a pergunta do Marc.

— Desculpe, ah?

— Marc perguntou se com um sorriso eu teria uma chance com você?

Lentamente ergueu a cabeça para olhar o homem que a fitava com descontração. O sorriso que a fazia sentir borboletas voarem em seu estomago e vergonha de suas possíveis próximas ações.

— Ele tem um senso de humor um tanto equivocado.

— Eu ser uma opção para você é um equivoco?

Se fosse possível o tempo parar de alguma forma, Marinette certamente diria que isso acontecia nesse momento entre as paredes de ferro do pequeno quadrado sustentado por cabos de aço onde as horas e qualquer pessoa no mundo não parecia importar.

— Por que esta perguntando isso de repente?

— É difícil responder? – ler a tempestade que parecia se formar nos olhos do homem era desesperador, mas entender a que acontecia dentro si também não estava nada fácil.

— Se você pergunta assim de repente sim.

— Se eu te perguntar amanhã você me dará uma resposta então?

— Você vai me perguntar amanhã?

— Você quer que eu pergunte?

Azul, verde, cinza, amarelo, rosa, laranja, branco, lilás, vermelho...

Por que todas as cores parecia se juntar em frente aos seus olhos como se um arco-íris quisesse se formar?

Isso poderia ser um bom sinal?

Aas portas abriram, mas seus movimentos ainda estavam congelados enquanto via o homem sorrir murmurando uma despedida baixa e saindo da caixa em direção ao veiculo.

Então, mais uma vez Marinette viu vermelho e rosa se propagarem em grandes quantidades, mas havia laranja também evidenciando suas incertezas sobre como deveria agir.

Cores sempre podem se sobrepor dando origem a novas, talvez fosse o que Marinette estava inconscientemente fazendo enquanto saia as pressas da caixa atrás do homem que estava a apenas alguns pés de distancia.

— Você é bom...muito bom.

— Então eu posso ser uma opção?

Adrien sempre teria um dos sorrisos mais lindos em sua opinião.

— Se você quiser.

Enquanto o homem em sua frente sorria e sugeria uma data Marinette pode ver as cores que tanto se mesclavam de formas mais ordenadas e belas como a tela de uma pintura abstrata que tomaria sua atenção em uma galeria e a faria se sentir profundamente envolvida.

 Não havia a necessidade de uma explicação lógica e, se houvesse não lhe importaria, Marinette só gostaria de apreciar cada instante, assim como apreciar as cores que tanto adornam sua vida.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bjs



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Colors Of My Life" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.