Solstício- entre o amor e o impriting escrita por Alina Black


Capítulo 1
Prólogo




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— Deixem-no ir.

Ordenou Sam em nossos pensamentos, porém seu tom era tranquilo, mas ainda era uma ordem. Embry e Quil reduziram o passo atrás de mim para uma caminhada. Naquele momento tudo que eu desejava era parar de ouvir, parar de ver o que eles viam. Minha cabeça estava tão cheia e eu sabia que a única forma daquilo tudo parar era eu me transformar em humano novamente.

— Voltem à forma humana, novamente ordenou Sam e então as vozes começaram a cessar, primeiro uma, depois outra consciência caiu em silêncio. Só restou Sam.

— Obrigado – agradeci em meus pensamentos.

— Volte para casa quando se sentir melhor.

As palavras de Sam eram fracas, falhando num vazio árido enquanto ele também partia e finalmente eu estava só.

Finalmente eu tinha a paz que eu precisava, podia ouvir o farfalhar fraco das folhas embaixo de minhas unhas, o sussurro das asas de uma coruja no alto, corri na direção do mar a oeste.

Mesmo ainda não recuperado de todos os machucados eu caminhei manco sentando na areia molhada e olhando para o mar.

— Jacob você ainda pretende chorar muito? — perguntou Leah interrompendo meus pensamentos, meus dentes trincaram.

Como qualquer um na alcateia, Leah sabia de tudo. Ela sabia por que eu fui ali — na beirinha da terra, do céu e do mar. Para tentar ficar sozinho mas ela parecia disposta a impor sua companhia, de qualquer maneira.

— Pule de um penhasco, Leah. — Apontei para a direção leste.

—  Francamente, garoto. — Ela me ignorou sentando-se do meu lado. — Não faz ideia de como isso é difícil para mim.

Minhas sobrancelhas se uniram em minha testa — Para você? — Precisei de um minuto para acreditar que ela falava sério — Você é a pessoa egocêntrica do planeta, Leah, então não vou lhe dizer que não dou a mínima para o tão difícil deve ser para você portanto vá embora.

— Você só precisa me ouvir um minuto está bem? — continuou ela, como se eu não tivesse dito nada. Se ela estava tentando me divertir, funcionou. Eu comecei a rir. O som feria de formas estranhas.

— Pare de bufar e preste atenção — Ela insistiu.

— Se eu fingir que estou ouvindo você vai embora? Perguntei a olhando de relance. Lembrei-me de quando eu costumava achar Leah bonita, talvez até linda. Já fazia muito tempo. Agora ninguém pensava nela dessa forma. Exceto Sam. Ele nunca se perdoou. Como se fosse culpa dele que ela tenha se tornado tão amargurada.

Ela rolou os olhos e bufou —Você não pode imaginar como isso é para mim? Eu nem gosto de Bella Swan e fico ouvindo você lamentar por essa amante de sanguessuga, seus sonhos com ela não saem da minha cabeça e eu sonhei que ao invés de beijá-la era a mim que você beijava ontem à noite! Que diabos eu posso fazer com isso?

Confesso que a confissão de Leah me deixou um pouco assustado— Sonhou comigo? Beijando você?

— Não suporto mais estar na sua cabeça e ver você dessa forma por ela, porque não se livra dela, ela vai se casar com aquela coisa e eles irão transforma-la em uma deles, hora de seguir em frente garoto!

— Porque isso a incomoda tanto? Perguntei virando meu corpo para olha-la melhor, Leah engoliu a seco e desviou os olhos olhando para o mar — Talvez saiba agora como nos sentimos quando pensa em Sam.

Leah sorriu —  Toda essa paixão imbecil de Bella por aquele sanguessuga é tão parecida com a de Sam por Emilly, ela não vê mais nada além dele, nem mesmo que machuca você, esse amor muitas vezes nos torna egoístas.

Minhas mãos tremiam contra minha vontade. O que as abalava? Raiva? Agonia? Eu não tinha certeza do que combatia agora mas talvez Leah soubesse exatamente o que eu sentia, não por dividir pensamentos e sensações comigo, mas por ter passado exatamente por aquilo, por um momento me senti um grande idiota, mas ela nunca havia falado dessa forma, não diante de mim, era como uma Leah diferente, mas mulher, menos agressiva.

—Ele deve ter muitas coisas que não tenho! Sussurrei.

—Você tem muitas coisas que ele não tem Jacob!

—Como o que? Roupas surradas?

Leah riu. –Você tem valor, tem uma alma, você não é um parasita que precisa de sangue para viver.

—Estou tão mal assim para estar sendo tão generosa e humana comigo Leah?

—Você não enxerga um palmo à frente do seu nariz, não é?

—O que...

Não terminei de fazer a pergunta, os lábios de Leah se união aos meus, e não sei porque não fiz nenhuma oposição a isso, talvez eu precisasse me apaixonar, precisasse esquecer Bella, embora uma parte de mim precisasse acreditar que ela sobreviveria. Mas naquele momento eu tinha uma nova escolha, eu poderia retornar e matar Edward ou poderia seguir e recomeçar com Leah.

Os lábios de Leah se afastaram dos meus e o silêncio tomou conta de nós dois, minhas mãos escorregaram pela areia e encontraram as delas e então a puxei para meus braços.

E naquela tarde decidimos juntos deixar as dores de Forks para trás.


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