Millennium Odyssey: Réquiem do Último Solstício escrita por Aquele cara lá


Capítulo 20
Treinamento




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O grupo está sentado na sala, junto dos Bainhas Carmesim.

"Vai demorar muito ? Eu meio que já tô ficando de saco cheio de esperar." - Kaito diz.

"Kaito !" - Èris diz, brava.

"Não, o jovem tem razão, Momotarō e Seiryu não costumam se atrasar." - Genbu diz.

"Devem ter se distraído ou sei lá." - Suzaku diz.

"Momotarō talvez, mas Seiryu não se distrai fácil." - Byakko diz.

"Acham que os dois podem estar em perigo ?" - Èris pergunta.

"Não podemos assumir nada. Mas há a possibilidade." - Byakko diz.

"Sabem onde eles estão ? Podemos ir checar, se quiserem." - Mira diz.

"Ficaríamos gratos." - Genbu diz. "Os dois foram vasculhar o território onde o inimigo habita, um vilarejo abandonado chamado Orobashi."

"Então os dois vão estar ou perto, ou dentro do lugar, certo ?" - Èris pergunta. "Não deve ser tão difícil achá-los."

"Falar é fácil. Sabem quantos Wrath têm por perto ?" - Suzaku pergunta.

"Isso é o de menos. Sabe quantas hordas de Wrath já destruímos ?" - Kaito pergunta.

"Luna e amigos são muito bons em matar Wrath !" - Luna diz.

"Se acham que conseguem, não podemos lhes impedir." - Genbu diz.

"Na verdade, eu tenho uma confissão a fazer..." - Byakko diz.

"Tão repentinamente ? O que lhe preocupa, meu amigo ?" - Genbu pergunta.

"Horas antes dos estrangeiros chegarem, ouvi um leve barulho vindo de minha Concha Mamushi." - Byakko diz. "Não tenho total certeza, pois não pude ouvir o som com clareza, mas pareciam… gritos…"

Um olhar de seriedade cobre o rosto dos Bainha Carmesim.

"Tem mesmo certeza disso ?" - Genbu pergunta.

"Como já disse, o som estava muito ruim, não pude ouvir direito. Mas tenho quase certeza de que eram os gritos deles…" - Byakko diz.

"O que é uma Concha... Concha…" - Luna diz, não conseguindo terminar sua frase.

"Concha Mamushi." - Rosaria diz. "Mamushis são criaturas marítimas que se comunicam enviando ondas vibratórias entre si, por suas conchas. Pegando essas conchas e falando nelas, podemos nos comunicar à distância. Mas não vai muito longe. Eu diria que, no máximo, a distância de comunicação é de uma ilha para outra."

"Conveniente." - Kaito diz.

"Não recebemos nenhum sinal de ninguém faz muuuito tempo." - Suzaku diz, preocupada. "Eu não sei, vovô... E se alguma coisa aconteceu ?"

"Temo que não posso dizer que está errada…" - Genbu diz. "Talvez devêssemos voltar para nossos santuários. Não fará nenhum mal garantirmos que tudo está realmente bem."

"Podemos ajudar." - Èris diz.

"Não podem." - Byakko diz. "Vocês já estão encarregados com a tarefa de averiguar o paradeiro de nossos aliados."

"Além disso, isso é uma coisa nossa." - Suzaku diz.

"Certo. Não iremos atrapalhá-los em seus afazeres." - Galadriell diz.

"Eu gostaria de ficar para trás." - Rosaria diz. "Alguém precisa ficar e cuidar da doutora Vega."

"Eu posso ficar." - Mira diz.

"Honestamente, eu não sei se estou muito confortável em sair e lutar, no momento." - Rosaria diz.

"Está muito preocupada com Claude, não é ?" - Byakko pergunta.

Rosaria concorda com sua cabeça. "Sinto muito por não poder ajudar tanto quanto eu queria…"

"Tá tudo bem." - Galadriell diz. "O campo de batalha não é lugar para a mente preocupada."

"Como a gente chega nesses seus amigos desaparecidos ?" - Mira pergunta.

"Não é tão difícil achar o local quanto parece." - Genbu diz. "Quando saírem deste santuário, caminharão pela floresta e chegarão em um vilarejo destruído. Na última vez que tivemos contato, Momotarō e Seiryu disseram que estavam acampando lá."

"Certo. Muito obrigado." - Decker diz.

"Mas tomem cuidado ao cruzarem a floresta ! Há um habitante nela que odeia visitas." - Genbu diz. Ele vai embora.

Byakko segue Genbu.

"Como assim ?" - Èris pergunta.

Genbu ignora Èris.

"Do que aquele idoso tá falando ?" - Kaito pergunta.

"Ahahaha ! Não liguem pro vovô. Ele gosta muito de adivinhações e charadas." - Suzaku diz.

"E o que está charada significa ?" - Decker pergunta.

"Se vira." - Suzaku diz. Ela desaparece em uma chama.

Kaito solta um suspiro. "Só pode ser brincadeira..."

Cirius acorda. Ele olha em volta e vê que está em uma floresta com uma neblina bem densa. "Ugh… Ótimo... Primeiro, aquela desgraçada me apaga. Agora, ela me deixa em uma floresta. Tch. Deixa só eu descobrir onde aquela otária se meteu."

A voz de Huli Jing ecoa por todos os lados. "Demorou demais para acordar."

"Onde você tá ?! Mostra a cara, otária !" - Cirius diz, bravo.

"Seu objetivo é simples: terá de sair desta floresta. Há apenas uma saída, e eu estarei lhe esperando nela. Assim que sair, terá todo o direito de me desafiar novamente." - Huli Jing diz.

"Espera só até eu achar você ! Vou acabar com a sua raça, sua criatura !" - Cirius diz.

"Oh, antes que me esqueça. Isso não é neblina, mas sim, uma fumaça feita para bagunçar seus sentidos." - Huli Jing diz. "Então, não se preocupe, caso sinta tontura ou enjôo. Não está doente, é apenas a fumaça. E, mais uma coisa, tente não demorar muito. Tendo a me tediar fácil."

"Você o quê ?!" - Cirius pergunta, furioso.

Sem resposta.

"Eu vou matar essa desgraçada !" - Cirius diz.

A voz de Cirius ecoa pela floresta.

"…Quando eu sair daqui…" - Cirius diz. Ele começa a caminhar. "Beleza, eu tô perdido em uma floresta e não consigo enxergar um palmo na minha frente. Como é que eu saio daqui ?" - Cirius pondera por um tempo, até que tem uma ideia. "Já sei ! A Luna viveu a vida inteira em uma floresta ! Hmm… Se ela estivesse aqui, o que faria ?" - Ele começa imaginar.

Luna agarrá o braço de Cirius. "Marido~♥"

Cirius rapidamente volta a realidade. "Ugh ! Deixa quieto !" - Ele para e põe a mão em sua cabeça, como se sentisse dor. "Droga, eu já tô começando a sentir o efeito dessa coisa…" - Cirius se recompõe e volta a andar. "Não vai ser isso que vai me derrubar. Eu preciso achar a saída desse lugar, pelo Claude e por todos." - Ele nota algo e se vira. Uma pedra acerta a testa de Cirius. "Ugh ! Que droga foi essa ?! Vai jogar coisas em mim agora ?!"

Sem resposta.

"Tch. Cuzona." - Cirius diz, bravo. Ele pega a pedra. "Huh, que esquisito... É uma pedra, mas não é exatamente… uma pedra… ? Eu meio que sei que é uma pedra, mas não sinto que isso é uma pedra. Parece mais… com aquela aberração…" - Cirius tem uma ideia. "É isso !"

Enquanto isso. O grupo chega em uma floresta de árvores negras, com folhas roxas. Há um riacho e alguns cogumelos de diversas cores que emitem um fraco brilho na ponta.

"Bom, creio que aqui seja a floresta que Genbu mencionou." - Decker diz.

"A vegetação começa a tomar outra aparência aqui. Então, presumo que seja o local." - Galadriell diz.

Luna começa a cheirar o ar.

Mira nota isso a ação de Luna. "Sentiu o cheiro de alguma coisa, Luna ?"

"Luna sente cheiro de algo, mas não é ruim." - Luna diz. "Até que é… perfumado…"

Kaito dá de ombros. "Um perfuminho não mata ninguém. Eu ando por aí todo perfumado e nunca matei ninguém." - Ele limpa sua garganta. "Por causa do perfume, é claro."

O grupo adentra a floresta.

"Decker, pode me responder uma pergunta ?" - Mira pergunta.

"Mas é claro." - Decker diz.

"Você e a Rosaria disseram que esse lugar tava cheio de Wrath. Mas até agora, os únicos que vimos são os Bainhas Carmesim." - Mira diz.

"Também notei isso." - Decker diz. "Mas nosso relato é verdadeiro, realmente havia uma grande quantidade de Wrath por todos os lados."

Mira põe a mão em seu queixo, pensativa. "Pode ser…"

"No que Mira pensou ?" - Luna pergunta.

"Também pensei a mesma coisa." - Èris diz.

"Moça do escudo também !?" - Luna pergunta, surpresa.

"Talvez a quantidade de Wrath nunca tenha diminuído, mas sim, mudado de área." - Èris diz.

"O que significa que eles não desapareceram, só foram para outro local…" - Kaito diz.

"Mas pra onde coisas feias iriam ?" - Luna pergunta.

"Junte os pontos, Luna. Dois colegas dos Bainhas Carmesim vão para a base do inimigo. De repente, o próprio muda sua concentração para outro local." - Galadriell diz.

"Ah !" - Luna diz, entendendo a situação. "Então isso é bom. Se coisas feias não estão por perto, significa que amigos dos amigos ainda estão vivos."

"E é por isso que eu adoro você. É sempre tão otimista." - Mira diz, sorrindo.

"Huh, que estranho…" - Kaito diz, um pouco confuso.

"O que foi ?" - Èris pergunta.

"Não é nada." - Kaito diz. "É que faz tempo que eu não sinto uma dorzinha leve de cabeça. Eu devo ser alérgico a alguma coisa aqui ou sei lá."

"Você tá bem ?" - Èris pergunta.

"Tô. É só meio esquisito mesmo. Isso quase nunca acontece." - Kaito diz. Ele dá de ombros. "Bom, não posso ser perfeito o tempo inteiro, né ?"

"Mas agora que Kaito diz, Luna sente que o cheiro está mais perto." - Luna diz.

"E a vegetação fica mais densa por aquele lado." - Galadriell diz.

"Não temos outra escolha, não é ? Temos de passar por lá de um jeito ou de outro." - Èris diz.

O grupo segue pelo caminho.

"Ok, a gente não pode mais ignorar esse cheiro." - Kaito diz.

"Também estou sentindo." - Galadriell diz. "É uma fragrância adocicada e agradável, a ponto de fazer meus músculos relaxarem."

"É bem gostosa mesmo." - Mira diz.

"Provavelmente vem das flores locais." - Èris diz.

"Eu não teria tanta certeza." - Decker diz.

"Por que acha isso ?" - Galadriell pergunta.

"Olhem em volta, o que vêem ?" - Decker pergunta.

"Árvores... Árvores... E mais árvores... ?" - Luna pergunta, confusa.

Decker concorda com sua cabeça. "Exatamente. O único sinal de vegetação, fora essas árvores, que vimos até agora são cogumelos. Não existem flores aqui."

Kaito solta um suspiro. "Nunca vai existir a droga de um lugar normal nesse planeta..."

"Parando para pensar, Genbu não mencionou que havia um habitante que não gostava de visitantes ?" - Èris pergunta.

"Homem velho disse…" - Luna diz.

"Não pode ser tão ruim assim. Se for alguma coisa racional, dá pra resolver na conversa." - Mira diz.

"E quando foi que encontramos alguma coisa racional, ou resolvemos algum problema na conversa ?" - Kaito pergunta.

Mira tenta dizer algo, mas não consegue.

"Vamos continuar." - Galadriell diz. "Só estejam preparados, caso algo aconteça."

O grupo continua andando. Èris usa suas espadas para começar a cortar a vegetação à frente.

"Tá perto..." - Luna diz.

Èris corta uma moita. Há uma clareira. Nela, está uma grande flor com pétalas brancas e vermelhas.

"É esse troço aí que tá fazendo esse cheiro !" - Kaito diz.

"Hmm… Aparenta ser apenas uma flor grande." - Decker diz. "Pensei que seria uma criatura horrenda, ou alguma coisa assim."

De repente, a vegetação que Èris acabou de cortar cresce novamente, tampando o local. A flor junta suas pétalas e cospe algo na direção do grupo. Todos se jogam para um lado, desviando do projétil. Alguns cogumelos começam a crescer e ganhar vida.

"Bom trabalho, capitão !" - Kaito diz, bravo.

"C-Como é que isso é minha culpa !?" - Decker pergunta, surpreso.

"Você gorou a gente !" - Kaito diz, bravo.

"Briga depois. Temos coisas mais importante para fazer agora." - Èris diz, pegando suas espadas.

Todos pegam suas armas. Os cogumelos começam a saltitar na direção do grupo.

Mira atira em um cogumelo, o matando facilmente. "Huh, isso foi fácil demais…"

De repente, de onde o cogumelo morreu, saem mais dois do chão.

"Dá pra calarem a boca ?!" - Kaito pergunta, bravo. Ele põe uma pedra em sua luva e cria uma explosão. "Pronto. Quero ver alguma coisa crescer nisso."

Um dos cogumelos começa a absorver as chamas e inchar.

"S-Só pode ser brincadeira…" - Kaito diz, incrédulo.

O cogumelo explode, jogando todos para trás.

"Amigos estão bem ?" - Luna pergunta.

Decker se joga em Luna. A planta tira uma de suas raízes do chão e a bate onde os dois estavam.

"Você está bem ?" - Decker pergunta.

"Obrigada~" - Luna diz, sorrindo.

"Ótimo. Agora temos que lidar com o grandão ali também." - Mira diz.

"Não deduza a sexualidade de uma planta. É altamente ofensivo e desrespeitoso." - Kaito diz.

"E desde quando plantas têm sexualidade ou sentimentos ?" - Mira pergunta.

"Viu só ? Você está sendo desrespeitosa e homofóbica. Isso não é legal, Miranda Seaglass." - Kaito diz.

"Cala essa boca, Kaito." - Èris diz.

Galadriell está pensativa.

"Moça forte pensou em alguma coisa ?" - Luna pergunta.

Galadriell tem uma ideia. "Na verdade, pensei. Minha mãe era uma fazendeira, e ela me ensinou várias coisas sobre cultivo. Se bem me lembro, um dos componentes mais importantes para a proliferação de cogumelos é a umidade do solo. Sem um solo devidamente úmido, não conseguem crescer."

"Então precisamos apenas secar o solo. O problema está em como vamos fazer isso." - Èris diz.

"Nem olha pra mim. Sou alqui-mago, não uma divindade. Não faço milagres." - Kaito diz.

"Tudo bem. Eu não esperava muito de você mesmo." - Mira diz.

"A audácia dessa atiradora de segunda mão !" - Kaito diz, bravo.

"Eu consigo !" - Decker diz.

"Jura !?" - Luna pergunta, surpresa.

Decker concorda com sua cabeça. "Scalderion consegue controlar água, desde que esteja diretamente em contato com ela." - Ele enfia sua espada no chão. As plantas em volta começam a secar.

"Boa, capitão ! Agora vai !" - Kaito diz.

Galadriell pega Nebro. "Kekkai: Lâmina Fantasma !" - Ela balança sua espada. Todos os cogumelos, e algumas árvores, em sua frente são completamente cortados ao meio.

"Uh… Graças aos Dez, ela decidiu ser minha amiga…" - Kaito diz, amedrontado.

A planta levanta mais raízes e começa a batê-las no chão. O grupo desvia dessas raízes. A criatura tenta bater em Mira, mas Luna entra na frente e segura a raiz. As duas começam a forçar. Luna força mais e começa a puxar a raiz, até que a arranca da planta. Ela segura a raiz com força e a bate na criatura, que, com a forte pancada, acaba sendo arrancada do chão.

"Aí sim, Luna !" - Mira diz, sorrindo. "Valeu aí !"

"…Luna… jamais deixaria… um amigo… se machucar..." - Luna diz, ofegante.

Kaito se aproxima da planta e chuta ela. "Ô plantinha difícil de morrer, hein. A gente quase foi pro beleléu por causa disso." - Ele se vira para o grupo. "Bom, vamos volta pro que interessa."

Sorrateiramente, a planta levanta uma de suas pétalas e ataca Kaito.

Cirius cai de um morro, rolando. Ele se recupera e se limpa. "Droga de lugar idiota."

"Você conseguiu sair." - Huli Jing diz.

Cirius olha para a frente e vê Huli Jing, em forma de raposa, deitada de costas para ele, ao lado de uma fogueira com um peixe assando em um galho nela. "Então é aí que você tava, desgraçada !"

"Diga-me, como conseguiu sair ?" - Huli Jing pergunta.

Cirius joga a pedra perto de Huli Jing. "Graças a sua brincadeira idiota. Fui seguindo a magia que tava nessa pedra que você jogou na minha cabeça."

"Passou no teste." - Huli Jing diz.

"Agora me aponta o caminho de volta, antes que eu descubra à força. Tô cansado de lidar com a sua laia." - Cirius diz.

"Não se precipite. Este foi apenas um teste para saber se estava qualificado para poder começar os outros testes, para então poder começar seu treino." - Huli Jing diz.

"Teste uma ova ! Me aponta o caminho logo, ou vai se arrepender !" - Cirius diz, bravo.

Huli Jing solta um bocejo. Ela come o peixe que estava assando. "Seus próximos testes serão cortar lenha para abastecer a fogueira e arranjar comida. E demore menos. Agilidade é um dos requisitos para o treinamento."

"Os segundos estão passando." - Huli Jing diz.

"Até parece que eu ou fazer alguma coisa pra você." - Cirius diz. "Se vira, desgraçada." - Ele vai embora.

"Eu prefiro peixes mais carnudos." - Huli Jing diz.

Algum tempo depois.

Cirius está caminhando pela floresta, cortando a vegetação com o máximo de forças que ainda tem. O estômago dele ronca. "Calma lá, amigão. Eu sei que você tá com fome, mas não faço milagres."

O barulho de água correndo, e algo caindo nela, pode ser ouvido.

"Opa ! Isso é o que eu tô pensando ?" - Cirius se pergunta. Ele corre até o barulho. Cirius chega até um rio, com uma cachoeira.

Há alguns peixes vermelhos e brancos nadando contra a cachoeira, a subindo com dificuldade.

"Boa ! Consegui uma refeição !" - Cirius diz, animado. Ele pega Yaldabaoth, se ajoelha no leito do rio e prepara um ataque. Cirius enfia sua espada na água, mas acaba não acertado nenhum peixe.

Os peixes fogem.

Cirius se encara na água do rio. "Tch. Depois de gastar tanta energia andando pela floresta, misturado com essa fome que eu tô, não vai dar pra caçar nada direito. E é tudo culpa daquela desgraçada ! Grr ! Na próxima vez que eu ver ela, vou fazer questão de arrancar o coração dela fora. Heh, quem eu tô enganado ? Essas aberrações provavelmente nem tem coração." - Ele se levanta. "Bom, não tenho nenhuma comida, mas ainda dá pra fazer fogo." - Cirius volta para a floresta. Ele começa a pegar alguns galhos no chão e os junta em um espaço mais aberto. "Aqui parece ser um bom lugar pra passar à noite. Agora, eu só preciso acender o fogo." - Cirius aproxima sua mão dos galhos.

Nada acontece.

Cirius inclina sua cabeça, confuso. "Eh ? Eu… não consigo usar magia…" - Ele fecha seus punhos e serra seus dentes. "Grr ! SUA ABERRAÇÃO DESGRAÇADA !!! VOCÊ ME PAGA POR ISSO !!!" - Seus berros ecoam pela floresta, assustando os animais.

A planta ataca.

"D-Droga !" - Kaito diz, pondo os braços na frente para se defender.

De repente, algo cai na planta, criando uma cortina de poeira. Kaito é jogado para trás.

"Bem feito." - Mira diz.

"Você está bem !?" - Èris pergunta, desesperada.

Kaito se olha, confuso. "Eu tô... legal ?"

A cortina de poeira se abaixa. A planta está caída, cortada ao meio. Na frente dela, está um homem meio musculoso, com cicatrizes espalhadas por seu corpo, de cabelo preto, com um rabo de cavalo, olhos verdes, com uma grande cicatriz de corte em seu olho direito, barba e cavanhaque, usando um kimono azul-esverdeado, com detalhe de escamas, amarrado em sua cintura, calças brancas, chinelos de madeira, com uma bainha vermelha também em sua cintura e segurando uma espada de madeira.

"Tendo em mente que não vimos ninguém até agora, podemos assumir que ele é uma das pessoas que estamos procurando, certo ?" - Èris pergunta.

Decker concorda com sua cabeça. "Esse é o mestre Seiryu. Ele é um lobo solitário, mas também é uma pessoa de ótimo coração."

Seiryu se aproxima do grupo. "Creio que esses sejam os amigos de que tanto mencionou, Decker. Além disso, você me parece um pouco diferente."

"Sim, mestre Seiryu." - Decker diz. "Sobre minha aparência..."

"Muita coisa aconteceu com capitão." - Luna diz.

Seiryu vai embora. "Conte-me, enquanto caminhamos até o esconderijo."

"Esse cara funciona à base das regras dele, e só dele, huh." - Kaito diz.

O grupo começa a seguir Seiryu. Eles chegam em um lugar cheio de casas de madeira frágeis, tomadas pela natureza, abandonadas. Seiryu entra em uma casa. O grupo também. Nela, há uma fogueira. Sentada perto dessa fogueira, está uma mulher de cabelo longo verde escuro, olhos vermelhos, com um olhar doce e calmo, vestindo um yukata verde, com desenhos de flores roxas nele, chinelos de madeira e com uma bainha branca em sua cintura.

"Estou de volta." - Seiryu diz.

"Que bom que voltou." - A mulher diz, dando um leve sorriso. "Achou algo para comermos ?"

Seiryu permanece em silêncio. Ele limpa sua garganta. "Voltou em alguns minutos." - Seiryu vai embora.

A mulher solta um suspiro. "Foi uma ordem básica, e você conseguiu esquecer…"

Decker limpa sua garganta.

A mulher nota o grupo e os cumprimenta com um sorriso. "Oh ! Olá a todos."

Decker se curva. "É bom vê-la novamente, imperatriz Momotarō."

"Ora, sabe que não precisa me chamar assim, Decker." - Momotarō diz.

"P-Perai ! Imperatriz !?" - Kaito pergunta, surpreso. "Ela manda nisso aqui tudo !?"

"Exatamente. Toda Jyūshima está sobre o controle da imperatriz Momotarō." - Decker diz.

"Ou estava…" - Momotarō diz, triste.

"Imperatriz, sabe que não é sua culpa…" - Decker diz.

"Meu país sofre uma invasão, meu povo é obrigado a se esconder, temendo por sua vida, e qual é a única coisa que eu sou capaz de fazer ? Me esconder, bolar planos e planos, mas nunca agir…" - Momotarō diz.

"Um ótimo líder também sabe quando recuar e se recompor." - Galadriell diz.

"Isso é verdade, mas eu nunca fui uma líder. Nunca nem quis ser, mas o povo me escolheu, e eu preciso salvar aqueles que depositaram suas confianças em mim." - Momotarō diz.

"Melhor ainda. Se confiam tanto em você, é porque sabem que vai fazer o certo." - Mira diz.

"Obrigada…" - Momotarō diz.

Luna levanta sua mão. "Luna tem uma pergunta."

"Não segure sua curiosidade. Me pergunte o que quiser." - Momotarō diz.

"Wrath esquisitos têm espadas vermelhas, mas moça tem espada branca. Por quê ?" - Luna pergunta.

"Na verdade, eu ia perguntar a mesma coisa." - Èris diz. "Já vi várias armas e bainhas na minha vida, mas a sua é... especial. É como se... Não sei… É como se eu me sentisse mais calma, só de estar perto dela."

"Isso é porque minha espada não é uma das Tenka-Goken." - Momotarō diz.

"Tenka-Goken... ?" - Galadriell diz, confusa. "Nunca ouvi falar de tais armas."

"É normal, afinal, a história de Jyūshima era um mistério para todos até alguns anos atrás." - Momotarō diz. "Tenka-Goken é um grupo de cinco espadas especiais, criadas por um lendário ferreiro. Elas são: Onimaru, Dōjigiri, Mikazuki Munechika, Ōdenta e Juzumaru. Além delas, existem outras duas espadas extremamente especiais, Masamune e Muramasa."

"Legal." - Kaito diz.

"A espada em sua frente é Masamune. Ela foi forjada com os mais calmos e pacíficos pensamentos que o ferreiro tinha. O que deu à ela a estranha aura calmante envolta de si." - Momotarō diz. "Enquanto, Muramasa foi forjada com todo o ódio que o ferreiro tinha, dando à ela uma terrível maldição que faz com que quem a toque ganhe um desejo de sangue insaciável."

"Não é legal…" - Kaito diz.

"De volta às Tenka-Goken." - Momotarō diz. Ela limpa sua garganta. "Mikazuki Munechika, a Espada da Lua Crescente, está com Huli Jing. Ōdenta, a Espada Curandeira, está nas mãos de Suzaku. Dōjigiri, a Lâmina da Perfeição, está com Seiryu. Onimaru, a Espada Matadora de Demônios, está com Byakko. Juzumaru, o Rosário, está com Genbu. Masamune, a Espada Jubilosa, está comigo. E, finalmente, Muramasa, a Devoradora de Paz, que… finalmente voltou para seu devido lugar…"

"Parecem ser espadas realmente poderosas. O que me leva a perguntar, como é que ainda não venceram o inimigo ?" - Èris pergunta.

"Do que adianta se temos recursos ? O inimigo tem quantidade. Uma hora, nossos recursos acabarão. Já o inimigo não para de vir." - Momotarō diz.

"Justo. Você tem um ponto." - Kaito diz.

"Agora sou eu que tenho uma pergunta." - Momotarō diz. "Como vão todos lá no santuário ?"

"Boa ideia." - Mira diz.

"Wrath esquisitos saíram. Foram para as ilhas deles, ou alguma coisa assim." - Luna diz.

"Hmm… Então possivelmente se espalhou… Agora faz sentido ! Estive tão preocupada com meu povo, que esqueci dos Portões !" - Momotarō diz.

"O que se espalhou ?" - Galadriell pergunta.

"A Infestação." - Momotarō diz. "Cada uma das cinco ilhas que cercam Jyūshima possuem um santuário, conhecidos como os Cinco Portões Celestiais. Em cada portão há um selo que serve para impedir que fendas para o Éden se abram, impedindo a entrada dos Wrath. Por isso, os cinco shoguns dos Bainhas Carmesim também são conhecidos como os Cinco Guardiões do Paraíso. Se os selos foram quebrados, então, se os selos foram quebrados, significa que Onigashima foi completamente dominada..."

"Eu não faço a mínima ideia do que é Onigashima, mas a situação parece ser ruim." - Kaito diz.

"Bem ruim." - Momotarō diz. "Onigashima possui um castelo, meu castelo. E lá é o lugar com a maior fenda para o Éden conhecida até agora."

"Oh…" - Kaito diz.

"Isso mesmo." - Momotarō diz.

"Não podemos deixar que o inimigo quebre os Portões !" - Galadriell diz. "Caso isso aconteça, resultaria em uma catástrofe inimaginável !"

O grupo vai embora.

"MAS !" - Momotarō diz.

Todos param e olham para Momotarō.

"O que foi ?" - Decker pergunta.

"Estão em Jyūshima, logo, seu bem estar é minha obrigação. E, como imperatriz de Jyūshima, garantir que meus cidadãos estejam bem é minha prioridade." - Momotarō diz.

"Uh… Meio que o mundo tá correndo perigo." - Kaito diz.

"E o que pretendem fazer ? Lutar até que se cansem e sejam derrotados ?" - Momotarō pergunta. "Seu cansaço é visível. Por isso, precisam se sentar aqui ao meu lado e aproveitar do pouco de conforto que consigo lhes prover."

"Luna está um pouco cansada…" - Luna diz.

"Descansar é uma ótima opção, na verdade." - Galadriell diz.

Todos se sentam em volta da fogueira.

Cirius solta um bocejo, acordando. Ele se espreguiça. "Hah… Pior noite de sono da minha vida…" - Cirius esfrega seus olhos. "Que barulho esquisito é esse-" - Ele diz, se interrompendo, quando vê que está em uma jangada de bambu, em um rio, indo diretamente para uma cachoeira. "EU ODEIO VOCÊ…" - Cirius cai na cachoeira. "…ABERRAÇÃO DESGRAÇADA !!!"


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