Millennium Odyssey: Réquiem do Último Solstício escrita por Aquele cara lá


Capítulo 15
Requiem per le stelle




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Galadriell e Andreina estão se encarando, com suas espadas em mãos. Em um rápido movimento, as duas se aproximam uma da outra. Elas colidem suas espadas, fazendo uma forte ventania que balança as gaiolas em que o grupo está.

"C-Cacete !" - Kaito diz, assustado. "O quão forte essas duas são !?"

"Moça ruiva é muito forte !" - Luna diz, impressionada.

"E isso é o de menos !" - Stella diz. "Desse jeito, NÓS é que vamos morrer !"

"Eu nunca vi a senhorita Galadriell demonstrar tanta força assim em campo de batalha…" - Èris diz, surpresa.

"Digo o mesmo sobre Andreina. Eu jamais a vi lutar com tanta ferocidade." - Marco diz.

"É porque por causa de Fiore..." - Cirius diz.

"Como assim ?" - Luna pergunta.

"Galadriell está lutando para libertar Fiore e defender a honra dos indefesos, enquanto Andreina está lutando pelos ideais que Milena colocou na cabeça dela, que são proteger a cidade e derrotar Galadriell." - Mira diz.

"Basicamente é uma luta pra ver quem consegue defender mais o povo e sua própria honra, como cavaleira." - Cirius diz.

"Isso é impressionante..." - Marco diz.

"Sabe o que é mais impressionante ? Sairmos daqui !" - Kaito diz, bravo.

"Heh, eu tenho uma ideia." - Stella diz, confiante. "O plano é o seguinte…"

Andreina força mais sua espada e joga Galadriell para trás. Ela começa a correr na direção dela, arrastando sua pesada espada pelo chão. Galadriell rapidamente se recupera e põe Nebro na frente de seu corpo, se defendendo do ataque. Andreina força novamente, mas Galadriell consegue se segurar. Agora ela é quem força, levantando a espada de Andreina e a jogando para trás. Galadriell desfere outro golpe, mas Andreina pula para trás, desviando e se aproximando de sua espada.

"Ótimos reflexos !" - Galadriell diz.

"Sua resistência também não é a pior." - Andreina diz. Ela pega sua espada de volta. "Mas duvido que consiga me superar !" - Andreina fecha seu punho e soca o chão.

De repente, uma barreira de luz circula a arena. O chão inteiro é coberto por listras azuis e outras vermelhas.

Uma listra azul se forma debaixo de Galadriell. "Mas o que é-" - Ela é interrompida por um espinho de gelo, que se forma no chão. Galadriell consegue desviar desse espinho, se jogando em uma listra vermelha.

Andreina dá um sorriso confiante. "Péssima escolha !"

Uma explosão acontece na listra vermelha em que Galadriell está, a jogando contra a barreira de luz. Galadriell bate nessa barreira e é jogada contra o chão, caindo em uma listra azul. Essa listra forma um bloco de gelo, que cai nela e se quebra.

"Galadriell !" - Cirius diz, preocupado.

Com esforço, Galadriell se levanta. "Sequer foi… um arranhão…"

"Se abaixar sua espada agora, eu lhe darei um fim rápido e indolor. Irá degradar menos sua honra." - Andreina diz.

Galadriell dá um leve sorriso. "Heh, você acha que isso é só sobre honra ? Está enganada. Eu não levanto minha espada para proteger minha honra, mas sim, para proteger aqueles que não conseguem." - Ela aponta Nebro para Andreina. "E isso inclui você ! Eu sei como é ser enganado e sentir confuso e incerto sobre o que fazer. Por isso, não irei abaixar minha espada até que recobre seus verdadeiros valores e ideais !"

Andreina põe a mão em sua cabeça, como se sentisse dor. "Ugh ! Você não sabe do que está falando ! Meu propósito é servir a madame Milena e proteger o povo de Fiore de pessoas como você !" - Ela aponta sua espada para Galadriell.

Galadriell sorri. "Ainda não se perdeu completamente. Isso é bom." - Ela põe Nebro na frente de seu corpo, preparando um ataque. "Vamos ! Hoje será o dia em que colocaremos um fim a tudo isso !"

"Tirou as palavras de minha boca !" - Andreina diz. Ela corre na direção de Galadriell, que faz o mesmo.

Quando chega perto, Galadriell e Andreina começam a colidir suas espadas em cima de uma listra vermelha. Uma bola de fogo se forma em cima da listra e começa a inchar. As duas pulam para trás. A bola explode, causando uma cortina de chamas. Andreina passa pelas chamas e tenta atacar Galadriell, que graciosamente desvia. Ela tenta atacá-la novamente, mas Galadriell se inclina, novamente desviando. Galadriell joga Nebro para cima e dá uma cambalhota para trás, chutando a espada de Andreina para cima também. As espadas caem. Galadriell pega a espada de Andreina, que pega Nebro. As duas começam a colidir suas armas novamente.

"O que ela tá fazendo ? Parece até que tá... dançando ?" - Kaito pergunta, confuso.

"Então ela conseguiu mesmo o que queria, huh." - Cirius diz.

"Perdão, mas o que quis dizer com isso ?" - Marco pergunta.

"É uma coisa boba que o meu pai sempre dizia, quando eu era criança. Ele falava que, desde pequena, a Galadriell sempre gostou de dançar. Tanto, que preferia mais fazer isso do que treinar com a espada." - Cirius diz.

"Essa é nova. Cavaleira que consegue vencer guerras sozinha, e dançarina em horas vagas ? Tem como ser mais aleatório ?" - Kaito pergunta.

"A técnica que ela usa se parece um pouco com meu Zenpaku. Ambas dependem de agilidade e precisão com movimentos corporais, mas a dela é mais voltada a desviar do que contra-atacar. Sem contar que ela inventou sozinha. É bem impressionante, na verdade." - Èris diz.

Luna e Stella estão tentando se alcançar.

"Quase lá, Luna... !" - Stella diz.

"Luna também tá quase alcançando Stella… !" - Luna diz.

"Então ela arranjou um jeito de combinar as duas coisas que ela gostava, huh. Legal." - Mira diz.

"A pergunta que deve ser feita aqui é: o quão eficiente esse estilo de luta é." - Èris diz. "Não me parece ser tão eficiente, mas a senhorita Galadriell é bem forte, o que compensa em defesa e força."

Galadriell e Andreina colidem suas lâminas e causam uma ventania que mexe as gaiolas mais uma vez. Luna e Stella se alcançam e seguram as mãos uma da outra.

"Luna conseguiu !" - Luna diz, animada.

"Agora, eu só preciso me concentrar." - Stella diz.

Galadriell é jogada para uma listra azul. Ela se joga para trás. Andreina cai, enfiando Nebro no chão, onde Galadriell estava. Vários estilhaços de gelo se formam em volta dela e acabam a atingindo. Galadriell está em uma listra vermelha. Um furacão de fogo se forma nessa listra. Ela tenta desviar, mas acaba sendo puxada para dentro e é violentamente jogada no chão, perto de Nebro. A espada de Andreina cai perto de sua dona. As duas se levantam e pegam suas respectivas espadas.

"Hah… Hah… Preparada para desistir… ?" - Andreina pergunta, ofegante.

"…N… Nunca… ! Hah… Hah…" - Galadriell diz, também ofegante.

As duas põe suas lâminas na frente do corpo e preparam um ataque.

"...Esse... é meu golpe final… !" - Andreina diz.

"…Digo… Digo o mesmo…" - Galadriell diz. Ela segura o cabo de Nebro com mais força. "…É por isso que… eu vou colocar… toda minha força nele… !"

Andreina corre na direção de Galadriell. "Não vou deixar que continuem aterrorizando Fiore !"

Galadriell corre na direção de Andreina. "E eu não vou deixar que ela continue te usando e maltratando o povo !" - Ela começa a se concentrar. "Kekkai... !"

As duas se aproximam uma da outra.

Galadriell segura o cabo de Nebro ainda mais forte. "Lâmina Fantasma !"

Andreina e Galadriell passam uma pela outra. Silêncio toma o local.

"Quem será que venceu ?" - Marco pergunta.

De repente, as listras desaparecem do chão.

A máscara de Andreina se quebra ao meio, revelando seus olhos escuros, como o céu noturno, e uma pinta em sua bochecha esquerda. Ela se ajoelha e cai no chão. "…Eu não fui… forte o suficiente…"

O grupo começa a comemorar.

"Aí sim, cavaleira ! Mandou bem !" - Kaito diz.

Cirius solta um suspiro, aliviado. "Ainda bem…"

"Boa, Galadriell ! Gostei de ver !" - Mira diz.

Marco está com uma mistura de surpresa e felicidade. "Impressionante… Isso é simplesmente impressionante ! Ela derrotou Andreina, nossa cavaleira mais forte !"

"Esse é o poder da quarta Deidade de Mako e filha de Kurono, Galadriell Lunaguard." - Èris diz. "Sempre foi, e sempre será uma honra ter trabalhado junto dela."

De repente, metade da arena também é cortada ao meio.

"Eeekkk ! Tá querendo matar a gente também, sua idiota ?!" - Kaito pergunta, bravo.

"Pra onde aquela gratidão toda foi ?" - Èris pergunta.

Um pedaço cai na direção de Andreina.

Galadriell rapidamente o corta o pedaço. Ela estende sua mão para Andreina. "...Você… está bem... ? Eu não exagerei… não foi... ?"

"...Por que… me salvou… ?" - Andreina pergunta. "…Você mal consegue… se levantar…"

Galadriell sorri. "Tem razão… Ehe… he… he…" - Ela cai no chão, ao lado de Andreina. "…Eu tô... legal…"

"…O que diz… é realmente verdade… ?" - Andreina pergunta. "…Realmente… apenas levanta… sua espada… para defender… ?"

"…Nem sempre… foi assim… Mas agora é…" - Galadriell diz.

Andreina permanece em silêncio. Ela fecha seus olhos é dá um leve sorriso.

"…Você sabe que… eu consigo ver isso… né... ?" - Galadriell pergunta.

"…Eu sei…" - Andreina diz.

"...Sabe… poderíamos ser… boas amigas…" - Galadriell diz.

"…Se abandonar… seus atos criminosos… talvez possamos…" - Andreina diz. Ela nota algo. De repente, Andreina cria uma gaiola em volta de Galadriell e a levanta junto aos outros.

Algo cai no coliseu. A onda de choque é tão forte, que joga Andreina para fora.

"Andreina… !" - Galadriell diz, vendo Andreina cair para fora do local.

A poeira do local se abaixa. No coliseu, está uma grande criatura negra humanoide, parecida com um elefante, de olhos vermelhos, com uma tromba cheia de espinhos e dois marfins pontiagudos.

"Mas o que é aquilo !?" - Èris pergunta, surpresa.

Marco encara a criatura com medo. "O ser que ajudou Milena a dominar Fiore. Goliath, A Montanha Imortal."

"Então você conhece essa coisa." - Cirius diz.

"Eu também..." - Galadriell diz. "Caso Milena esteja com tédio, ela põe os combatentes contra aquilo. Lanças, espadas, rifles, canhões… Enfie o que quiser, essa criatura não cai."

"Muito resistente, huh ? A gente dá conta." - Kaito diz.

"Não é resistência." - Marco diz. "Goliath é, em todos os sentidos da palavra, imortal."

"O quê !?" - Kaito pergunta, espantado. "Qual é ! Imortalidade não existe !"

"Existe. E é essa coisa." - Marco diz. "Essa criatura foi dada à Milena por uma estranha viajante, que chegou em Fiore e desapareceu com o vento. É um Wrath que, não importa o quanto você tente, não consegue o matar."

"Só pode ser brincadeira mesmo…" - Cirius diz.

"E por que um idiota daria uma coisa dessas pra essa maluca ?" - Mira pergunta.

"É estranho porque na época, Milena não era como ela é. Foi depois da visita dessa misteriosa mulher, que ela começou a ganhar toda a força e perversidade que tem." - Marco diz.

Lentas palmas podem ser ouvidas. Milena é quem está as batendo. "Devo admitir, essa é uma das peças mais interessantes que tivemos em muito tempo. Mas, como toda obra prima, ela deve chegar a um fim."

"E termina com você morta !" - Cirius diz, bravo.

"Não é o que me parece." - Milena diz. "Como podem ver, vocês estão aí, trancados como os pássaros barulhentos que são, enquanto eu ainda possuo minha liberdade. E não só isso, como também tenho a vida de todos na palma de minhas delicadas e graciosas mãos."

"Deixa só a gente sair daqui ! Vamos acabar com a sua raça, sua megalomaníaca otária !" - Mira diz.

"Olhe a língua, senhorita. Você não quer magoar aquela responsável pela sua existência, não é ?" - Milena pergunta. "As coisas vão ser assim: vocês vão continuar aqui, no coliseu, e serão meus novos atores e atrizes. Tenho tantas ideias para peças. Mal posso esperar para começar~ Mas, claro, começarão arrumando toda a bagunça que fizeram."

"A gente não vai fazer nada pra você, esquisitona !" - Kaito diz.

Milena dá um sorriso presunçoso. "Não vão ?" - Ela estala os dedos.

Goliath pisa forte no chão, tremendo o local.

"Ainda têm certeza disso ? Goliath não costuma ter tanta paciência assim." - Milena diz.

"Deixa eu esclarecer uma coisa para você…" - Cirius diz. Ele dá um olhar sério para Milena. "…Preferimos morrer do que fazer qualquer coisa que você pedir, sua coisa nojenta."

Milena franze uma sobrancelha e range os dentes. "Vocês… ! VOCÊS... ! EU FAREI TODOS PAGAREM !" - Ela estala os dedos. "Goliath ! Esmague cada osso e rasgue toda a carne dos corpos desses miseráveis !"

Goliath começa a bufar. A criatura solta um grito ensurdecedor, que balança as gaiolas.

"Ugh ! D-Droga ! O que a gente faz agora ?" - Kaito pergunta, amedrontado.

"Consegui !" - Stella diz.

De repente, as gaiolas de Stella e Luna se desfazem. As duas caem no chão.

"Stella conseguiu mesmo ! Stella é incrível !" - Luna diz, animada.

"Mas como ?! A maia divina daquela Colombina é muito mais forte do que qualquer outra !" - Milena diz, brava.

"Fato divertido sobre Astrólogos: Nossas cartas absorvem magia. Qualquer magia." - Stella diz. "E advinha só quem são as duas garotas sortudas com catas ?"

"Ok, eu admito, ela É mais esperta do que pensei." - Kaito diz. "Mas não deixa de ser sequelada e meio irritante."

"Mandou bem, Stella !" - Cirius diz.

"Agora nos tire daqui !" - Marco diz.

"…Não dá..." - Stella diz. "Eu já gastei muita magia, hoje. Mas podem ficar tranquilos !" - As cartas aparecem no meio dos dedos dela. "A gente se livra daquilo ali rápidinho, né, Luna ?"

Luna pega suas manoplas. "Luna concorda com Stella."

"Vocês não passam de meras moscas, para Goliath. Acham mesmo que conseguem vencê-lo ?" - Milena pergunta. "Que seja, irão primeiro ! Goliath, faça uma peça sangrenta com essas duas !"

Goliath põe suas mãos no chão, ficando de quatro, e começa a correr ferozmente na direção de Luna e Stella. As duas pulam para lados opostos, desviando da criatura, que passa correndo por elas e acerta uma parede, a derrubando em cima de si.

"Já vi que cérebro não é o forte dessa coisa." - Stella diz.

"Mas ele compensa em força." - Milena diz.

Goliath sai da pilha de destroços, os jogando para todos os lados. Stella forma uma barreira em sua frente, enquanto Luna enfia sua mão no chão e puxa uma pedra. As duas conseguem se defender. Luna soca a pedra que pegou do chão, a jogando na direção de Goliath. A criatura pega a pedra e facilmente a quebra com sua mão. Luna e Stella aparecem dos lados de Goliath. A criatura pega Stella, mas Luna soca o braço do gigante, o fazendo soltá-la. Stella pula no braço de Goliath e corre na direção da cabeça, arranhando o membro com suas garras pelo caminho. Goliath levanta sua mão.

"Luna !" - Stella diz. Ela pula, desviando de um golpe de Goliath, que acerta seu próprio braço, e joga uma carta em uma pedra.

A carta explode e joga a pedra na direção de Goliath. Luna rapidamente pula, pega impulso nessa pedra e pula novamente, se aproximando da cabeça da criatura. A pedra acerta a cabeça de Goliath, que se inclina para a frente. Luna chuta a cabeça da criatura, que cai com seu rosto no chão.

"Levante-se, sua coisa inútil !" - Milena diz, brava.

Goliath tenta se levantar, mas seus marfins estão o prendendo ao chão.

"Heh, essa coisa nem é tudo isso." - Stella diz.

"Luna e Stella são bem mais fortes !" - Luna diz.

Goliath força mais. O chão começa a tremer, fazendo Luna e Stella se desequilibrarem. A criatura começa a se levantar, puxando um pedaço do chão grudado em seus marfins. Goliath joga esse pedaço nas duas, que não conseguem desviar e são acertadas em cheio.

Luna quebra esse pedaço do chão e ajuda Stella a se levantar. "Stella está bem ?"

"Ugh… ! Eu tô legal, Luna. Isso não ia me derrubar tão fácil." - Stella diz. "Temos de conseguir, Luna. E eu só tenho mais um pouco de magia sobrando..."

"Luna e Stella conseguem. Luna e Stella conseguem qualquer coisa !" - Luna diz.

Stella dá um leve sorriso. "Heh, eu não sei nem por quê estava preocupada. Vamos !"

Goliath corre na direção das duas. Quando chega perto, a criatura junta suas mãos e ataca, mas Luna consegue defende. Os dois começam a competir.

"Ugh... ! Luna... não vai deixar… moça ruim… controlar todos… !" - Luna diz.

Goliath força mais. Luna também. Ela começa a ganhar. Luna começa a levantar a criatura e a joga em uma parede.

"Essa é nossa última chance ! Depois disso, minha magia já era !" - Stella diz. Ela joga várias cartas, que se grudam no chão em volta de Goliath. Stella estala os dedos.

As cartas formam escudos. Esses escudo arrancam os braços e pernas de Goliath. A criatura solta um grito de dor.

"D-Deu certo !? Legal !" - Cirius diz, animado.

"Isso foram esforços inúteis, Goliath é imortal." - Marco diz.

"Mas não vai conseguir fazer nada sem braços e pernas." - Mira diz.

"Estranho… Eu não lembro de ver um Wrath sangrar, antes." - Èris diz.

"Quem liga, cavaleira ? O que importa é que aquela mulher já era !" - Kaito diz.

"Essa não…" - Galadriell diz.

"O que foi ?" - Cirius pergunta.

"Olhe ali. Milena não me parece nem um pouco triste com isso." - Galadriell diz, apontando para Milena, que não está nem um pouco abalada com a situação. "Na verdade, me parece bem calma."

"Hah… Hah… Eu disse que Stella conseguia…" - Luna diz, sorrindo.

"Heh, eu não sou a melhor Astróloga do mundo à toa, sou ?" - Stella diz. Ela estende sua mão. "Toca aqui, parceira !"

"…Luna adoraria… mas Luna… não consegue mais… se mexer… Goliath… é muito forte…" - Luna diz.

"Você merece um descanso, Luna. E nós vamos descansar." - Stella diz. Ela se vira para Milena. "Depois que você morrer !"

Milena dá um sorriso presunçoso. "Se chama de 'melhor Astróloga', mas vira suas costas para o inimigo no exato instante que acha que venceu."

"Eh ?" - Stella diz, confusa.

Os membros decepados de Goliath começam a forçar, até que as barreiras se quebram. A criatura enfia cada um dos membros no lugar sem nenhum problema e se levanta.

"O-O quê !?" - Mira pergunta, surpresa.

"Foi o que eu disse, Goliath é imortal. A criatura pode colocar qualquer membro perdido de volta sem nenhum problema." - Marco diz.

Goliath pega um destroço da parede em que foi jogado. A criatura arremessa esse destroço em Luna, que não tem forças para desviar. De repente, Stella se joga com força em Luna e acaba recebendo o golpe por ela. Todos ficam em choque, ao verem a situação. Luna se arrasta até o destroço, com o máximo de forças que tem, e força, até que o tira de cima de sua amiga. Há muito sangue no chão e no corpo de Stella. Goliath pega outro destroço.

Milena estala seus dedos, fazendo Goliath imediatamente parar. "Não interrompa. Eu gosto quando sofrem. Aumenta o valor emocional da peça~"

Luna começa a chorar e balança o corpo de Stella. "Stella... ! Stella... !"

Stella começa a se mexer, fraca. "…V… Você é... barulhenta demais…"

"Por que… salvou Luna... ? Luna… não quer isso... !" - Luna diz.

"…S… Sua… mal… agradecida… Somos… amigas… não somos… ?" - Stella pergunta. Ela começa a desmaiar.

Luna balança Stella com mais força. "Não vai embora… ! Luna… não quer que… Stella vá… !"

Com o pouco de forças que ainda tem, Stella estala os dedos. A carta com o trevo aparece. "…Você… tinha… deixado… isso… cair…"

"Agora não é… hora pra isso... ! Luna precisa... te ajudar... !" - Luna diz.

Stella começa a chorar. "…Para de… ser uma... bebê… chorona…"

"Stella também... está chorando…" - Luna diz.

"…Eu tô... ?" - Stella pergunta. "…Eu acho... que também... não gosto… de ver… você chorar…"

"Por favor… fica com Luna… Stella... !" - Luna diz.

Stella levanta sua mão trêmula e fecha seu punho com o pouco de força que ainda lhe resta. "…Arrebenta… aquela coisa… por mim… Luna…"

"…Stella…" - Luna diz.

"…Me promete… que vai parar… de chorar… e crescer um pouco… ? Luna… você é forte… só precisa… amadurecer um pouco... Abrir mais… os olhos… para o mundo… em que vive…" - Stella diz.

Luna fecha seu punho e dá um leve soco no punho de Stella.

"…Eu vou… lembrar… disso… hein... Se ver… você chorando… vou te… assombrar... até pedir… arrego..." - Stella diz. Mesmo com suas lágrimas, ela abre um sorriso. "…Espero que… nos encontremos… novamente… querida amiga…" - Ela lentamente fecha seus olhos e vira sua cabeça, mas permanece com o sorriso em seu rosto.

Luna balança Stella, mas é como se ela estivesse balançando uma boneca. "…Stella… ?"

Nenhuma resposta. Apenas o silêncio.

"STELLA !" - Luna grita. Seu grito ecoa por todo coliseu. Apenas para ser respondido por mais silêncio.

O silêncio é quebrado pela maléfica risada de Milena. "Ooohohohoho ! Mas que bela peça. Uma amiga se sacrifica pela outra, sem pensar nas consequências de seus atos. Mas mal sabia ela que seu sacrifício foi em vão. Afinal, sua amiga…" - Ela estala os dedos. Um sorriso maléfico cobre o rosto de Milena. "…ainda assim morrerá."

Goliath pega mais um destroço. Novamente, a criatura joga o pedaço em Luna.

Luna fecha seu punho. O ar em volta dela começa a ficar distorcido, como se estivesse esquentando. "…Imperdoável…"

"Espera aí..." - Cirius diz, encarando Luna. "Ela não vai… Ela vai ?"

O destroço acerta Luna. Ele estoura, fazendo uma cortina de poeira.

"Ooohohohoho ! Se foram tão cedo. É uma pena. Elas seriam magníficas atrizes." - Milena diz. Ela se vira para o grupo. "Entenderam agora, não é ? Esse será o destino de vocês, caso não me obedeçam !"

De repente, algo sai da poeira e acerta Milena. Uma forte ventania sopra. Na frente da mulher, está Goliath. A criatura está segurando as mãos de Luna, que está sem suas manoplas. Suas unhas estão mais afiadas, como garras, seus dentes estão mais pontiagudos, como presas, seus olhos estão vermelhos, mas ainda com suas pupilas verdes e animalescas, e as veias em seus braços e algumas em volta de seus olhos estão saltadas e também levemente vermelhas.

O grupo se espanta, quando vê Luna.

"A-Aquilo ali é a Luna !?" - Kaito pergunta.

"O que aconteceu com ela !?" - Galadriell pergunta.

"Céus ! O que aconteceu com aquela jovem !? Parece até uma besta…" - Marco diz.

"Você sabe o que é aquilo, não sabe, maninho ?" - Mira pergunta.

Cirius concorda com sua cabeça. "Aconteceu quando fomos para Noguri. Lembram que eu disse que o local sofreu uma invasão de Wrath e Leona morreu tirando todos do local, mas os Wrath continuaram perseguindo os Wahsh ?"

"Lembro. Mas o que isso tem haver ?" - Èris pergunta.

"Eu e Luna conseguimos chegar à tempo pra ajudar os Wahsh a fugirem. Mas tem uma coisa que eu nunca contei pra vocês." - Cirius diz. "Na verdade, quem matou a horda inteira de Wrath foi a Luna, sozinha."

"E-Ela !? Ela acabou com uma horda inteira daquelas coisas !?" - Kaito pergunta.

"Eu não sei como isso funciona direito, mas ela ficou daquele mesmo jeito, quando enfrentou a horda." - Cirius diz. "Aparentemente, isso acontece todas as vezes que a Luna fica extremamente brava. Eu lembro de ter sido gravemente ferido por aquela coisas. Tipo, bem feio mesmo. Daí, ela ficou muito brava, ficou desse jeito e, a última coisa que lembro antes de desmaiar, é de ver a Luna acabando com a raça de uma horda inteira de Wrath em poucos minutos."

"Mas que habilidade é essa ? Eu nunca vi a Luna usá-la antes." - Èris diz.

"É a mesma que a Leona tinha. Se chama Antim Sansaadhan." - Cirius diz. "Eu perguntei pra um Wahsh e ele me disse que é meio que uma habilidade de sangue, ou alguma coisa assim. Aparentemente, ela fica tão brava, que o coração bombeia o máximo de sangue possível, melhorando todas as habilidades dela. Claro, depois que tudo passa, a Luna não tem forças pra mais nada por um dia inteiro e esquece das coisas que aconteceram."

"Então é uma habilidade bem poderosa, mas que só deve ser usadas em momentos extremos. E se acabar sendo utilizada de forma errada, pode resultar na morte do usuário…" - Galadriell diz.

"Tem mais coisa aí..." - Mira diz, desconfiada. "Ela tá viva, mas você não parece nem um pouco contente."

"Confesso que não tô." - Cirius diz. "Luna não sabe como ativar isso, o que significa que ela nunca treinou essa habilidade. O que também significa que ela entra em 'modo predador'. Até eu tenho medo dela, quando isso acontece."

"O que, EXATAMENTE, 'modo predador' significa ?" - Marco pergunta.

"Vocês vão ver. Infelizmente." - Cirius diz.

"Ainda tem forças para lutar ?!" - Milena pergunta, brava e surpresa.

"O que você fez é imperdoável ! Milena ! Você vai pagar !" - Luna diz, brava. "Eu não vou permitir que você faça mal a mais ninguém !"

Milena se acalma. Ela solta um suspiro. "E como é que pretende passar pelo meu querido Goliath ? Caso ainda não tenha entendido, além de ser imortal, a pele dele é mais forte que aço."

Luna força, jogando Goliath para trás com força. "Com meu ódio, aço irá sangrar. Farei você pagar por cada voz que silenciou... Cada família que destruiu… Cada vida que amaldiçoou à escuridão…"

Milena dá um passo para trás, assustada. "E-Eu não tenho medo de você, sua criatura nojenta ! Goliath ! Transforme cada osso no corpo dela em poeira !"

Goliath põe suas mãos no chão, prepara um ataque com seus marfins e avança na direção de Luna. Quando chega perto, a criatura ataca.

Luna pega os marfins sem nenhum esforço. "Você é uma besta que atormentou essas pessoas por tempo demais, e chegou a hora de ser caçada." - Ela dá um olhar sério para Milena. "Que a caçada comece." - Luna força, levantando Goliath. Ela joga a criatura na direção de Milena.

Milena sai do local, correndo. "Você vai se ver comigo ! Isso não ficará assim !"

Goliath acerta uma parede, que se quebra em cima dele novamente.

Luna se vira para Milena. "Reze para que um dos Dez te dê forças para correr até outro continente, porque quando terminar aqui, minha próxima presa será você."

Goliath se levanta, saindo dos destroços.

Luna deixa seus braços moles e abaixa sua cabeça. Um pouco de fumaça começa a sair da boca dela. "Vamos ver o quão 'imortal' você é." - Ela corre na direção de Goliath.

Goliath pega um dos destroços e o joga em Luna, que põe a mão na frente do corpo, pega o destroço e o quebra em pedacinhos. Ela chega perto de Goliath, que põe os braços na frente do corpo para se defender. Luna pula e chuta a cabeça da criatura, a enfiando no chão. Ela cai em cima da cabeça, a afundando mais ainda. Goliath se levanta com força, jogando Luna para cima. Luna desce, dando uma cabeçada na criatura. Uma forte ventania sopra, balançando as gaiolas em que o grupo está. Goliath força, conseguindo fazer Luna fraquejar. A criatura pega a perna dela e começa a batê-la no chão. Goliath levanta Luna, a gira e joga ela em uma parede com força.

Luna cospe sangue, mas, apesar de seus machucados e hematomas, ela dá um sorriso macabro. Ela se solta da parede membro por membro. Luna estrala seu pescoço e punhos. Ela põe a mão na frente da boca e cospe bastante sangue nela. Luna analisa sua mão. "Só isso ? Você acha que consegue me matar só com isso ? Aqui vai uma dica: só pare de atacar quando sua presa não tiver mais nenhum órgão funcionando. Eu vou demonstrar em você como isso funciona."

Goliath prepara um ataque com seu corpo todo e corre na direção de Luna. Quando chega perto, a criatura a ataca. Luna da uma forte cabeçada em Goliath, o jogando para trás. A criatura se recupera e revida, socando ela. Luna aguenta o soco e também soca Goliath. Os dois começam a se socar. Mais uma ventania acontece. Luna soca com mais força, fazendo Goliath fraquejar. Ela rapidamente pula no joelho da criatura. Do joelho, ela pula para o braço. Luna corre pelo braço e pula para a cabeça. Ela junta suas mãos e soca a cabeça de Goliath, que cai no chão. Luna pega uma das pernas da criatura e começa a torce-la, até que arranca o membro. A criatura dá um grito de dor.

"Dói, não é ?" - Luna pergunta. Ela fica brava. "Como acha que a Stella se sentiu ?! Pois eu digo que foi pior ! E com você vai ser pior ainda !" - Luna bate a perna de Goliath na própria criatura.

Goliath pega sua perna, antes de acertá-lo, e a solta de Luna. A criatura encaixa o membro no lugar e se levanta, como se nada tivesse acontecido. Goliath pega Luna e começa a apertá-la. Ela força, mas não consegue se soltar da criatura. Goliath pega a outra parte de Luna com sua outra mão e começa a esticá-la.

"Ugh- GAH !" - Luna grita, em agonia. Ela força mais, até que consegue se soltar e acaba caindo no chão. Luna limpa um pouco de sangue em sua boca. "Lutar contra algo que não morre é um saco. Mas eu já sei o que vou fazer com você." - Ela corre na direção de Goliath, arrastando uma de suas garras pelo caminho.

Goliath tenta socar Luna, mas ela desvia e sobe no braço da criatura novamente. Luna pula e chuta a cabeça de Goliath, o jogando para trás. A criatura tenta se recuperar, mas Luna enfia a mão na perna dela e arranca o osso. Ela enfia o osso no peito de Goliath, o prendendo na parede. Luna também usa esse osso para se jogar para o ombro da criatura. Ela morde o pescoço de Goliath e arranca um pedaço. Luna enfia suas duas mãos no buraco que fez e começa a forçar, até que rasga mais. Ela entra por esse buraco. Goliath começa a agonizar. No estômago da criatura, pode-se ver Luna se mexendo. Goliath agoniza mais. Luna arrebenta a barriga da criatura, derramando muito sangue e tripas no chão. Ela sobe até o rosto de Goliath novamente e segura a cabeça da criatura. Goliath tenta impedi-la, mas Luna pega a mão da criatura, quebra todos os dedos, torce o braço, até arrancá-lo e o joga fora. Goliath arranca o osso de seu peito, se soltando da parede, e joga Luna no chão. A criatura tenta pegar seu braço de volta, mas Luna pega seu outro braço e também o arranca.

Luna arranca uma das pernas de Goliath. "Ainda bem que você é imortal. Isso deixa a experiência mais prazerosa." - Ela arranca a outra perna.

Goliath tenta fazer algo, mas não possui mais membros para nada. Luna pega a cabeça da criatura, começa a torce-la e a arranca junta à espinha de Goliath, que continua se mexendo. Ela sai do corpo da criatura e começa a socar o chão com força, fazendo uma cratera. Luna dá um último soco, afundando ainda mais. Ela sai da profunda cratera com um pulo, pega uma perna e esmaga o osso. Ela joga o membro dentro da cratera. Luna faz isso com os outros membros. Só resta a cabeça e o corpo. Luna pega o corpo, o envolve com as tripas e joga na cratera.

Luna pega a cabeça. "Se eu ver seu rosto novamente, as coisas não vão ser tão calmas." - Ela pega a coluna e enfia em um dos olhos, saindo pela cabeça. Luna pega o pedaço que saiu e enfia no outro olho. Ela enrola a cabeça com a coluna e a joga dentro da cratera.

O grupo está boquiaberto com a situação.

"É sempre assim, na primeira vez que você vê ela fazer isso." - Cirius diz.

"Não estava brincando, quando disse 'modo predador'..." - Mira diz, ainda não acreditando no que acabou de presenciar.

Luna se aproxima das jaulas. Ela põe as mãos nas barras e começa a ser queimada.

"Espera-" - Cirius diz, se interrompendo, quando Luna abre a jaula. "Uh… Ok..."

Luna abre a jaula do resto do grupo.

"Uh… Você, uh… Somos amigos, né ?" - Kaito pergunta, incerto.

"Do que está falando ? Sou eu, Luna. Nunca machucaria meus amigos." - Luna diz.

"S-Só pra garantir mesmo. Ehehehe..." - Kaito diz. Ele começa a se afastar de Luna e ir para trás de Èris.

"Medroso." - Èris diz.

"Vocês precisam sair daqui." - Luna diz.

"Vocês ?" - Galadriell pergunta. "Você também virá conosco."

Luna nega com sua cabeça. "Tem uma coisa que preciso fazer."

O grupo começa a ir embora.

Luna para Cirius. "Pode levar a Stella, por favor ?"

"C-Certo." - Cirius diz, com medo. Ele pega o corpo de Stella e o leva embora.

Luna espera todos saírem do coliseu. Ela respira fundo. Luna começa a socar tudo, fazendo o local desabar e tampar a cratera. Ela sai dos destroços e começa a socar mais. "Pronto. Assim, ninguém mais vai vir aqui. E, se vir, não vão restaurar seu corpo."

Algum tempo depois. O grupo está na floresta. Luna continua com sua habilidade ativada. Todos estão cabisbaixos. Há uma lápide na frente deles, com o nome da Stella e algumas flores nela.

"Finalmente acabou, huh." - Mira diz.

"A neblina que eu fiz deve limpar todo mundo. E os guardas especiais estão se recuperando bem." - Cirius diz.

"Tudo isso graças ao 'intelecto superior' daquela convencida." - Kaito diz.

"Eu não sei o que dizer… Por um lado, estou tão grato que finalmente poderei ver meu povo livre. Mas, por outro, uma das melhores patriotas que Fiore já teve infelizmente teve sua vida ceifada pelas mãos da perversidade…" - Marco diz, triste.

"Stella nunca iria querer que lembrássemos de como ela morreu, mas sim, em como ela viveu." - Luna diz.

"Você tem razão. Ela era muito feliz para querer que derramassemos lágrimas assim." - Èris diz.

"No fim, ela fez o que prometeu. Stella sempre disse que lutaria até o último dia de sua vida para libertar a cidade que amava. E assim ela fez. Isso é um ato que muitos dizem, mas poucos fazem. Ela era uma das mais corajosas soldadas que eu conheci." - Galadriell diz.

"E isso é uma verdade que ninguém jamais poderá refutar." - Marco diz.

Kaito puxa Cirius para perto e sussurra. "Eu sei que as coisas tão tristes e tudo mais, mas quando é que sua namorada vai voltar ao normal ? Meio que ela tá me assustando."

"Não deve demorar muito." - Cirius diz.

"Bom, acho melhor irmos procurar a Milena e resolvermos como vamos achar os outros." - Mira diz.

"Não precisa." - Luna diz. "Ela não vai ter a coragem de dar as caras aqui novamente."

"Mesmo assim, ainda acho que deveríamos garantir." - Mira diz. Ela olha para o grupo e pisca. "Não é, pessoal ?"

"Ah ! Saquei~" - Kaito diz. "Simbora, rapaziada."

"Nos reuniremos em casa. Tudo bem, Cirius ?" - Marco pergunta.

Cirius concorda com sua cabeça. "A gente vai pra lá assim que terminarmos aqui."

O grupo vai embora.

Cirius solta um suspiro. "Você tá melhor ?"

"Sim e não." - Luna diz.

"É sempre complicado perder um amigo. Eu sei. Eu sei muito bem." - Cirius diz. Ele encosta em uma árvore, se senta no chão e dá alguns tapas no colo. "Põe a cabeça aqui. Eu vou fazer carinho em você pra te acalmar mais rápido."

Luna se deita no chão e põe a cabeça no colo de Cirius, que começa a fazer carinho na cabeça dela. "Você não costuma fazer isso. Eu devo me preocupar ?" - Ela dá uma leve risada.

"Você não costuma pirar desse jeito." - Cirius diz. "Quanto mais rápido você se acalmar, mais rápido volta ao normal. E mais rápido eu paro de fazer isso."

"Talvez eu nunca volte ao normal. Daí, você vai ter de fazer carinho em mim para sempre~" - Luna diz.

Cirius puxa um fio de cabelo de Luna. "Se fizer isso, vai se encontrar com a Stella mais rápido do que imagina !"

"Ugh ! D-Desculpa ! É uma brincadeira !" - Luna diz, em dor.

"Foi o que eu pensei." - Cirius diz.

"Obrigada." - Luna diz.

"Pra que fique bem claro, eu tô fazendo isso por mim." - Cirius diz.

"Eu não tô falando sobre isso- Bom, isso também ! O que eu quero dizer é obrigada por me aguentar por todo esse tempo." - Luna diz. "Stella tinha razão, eu preciso amadurecer mais um pouco. O mundo não é só brincadeiras e diversão, mesmo que eu só queira que todo mundo ria um pouco mais."

"Isso não é tão ruim assim." - Cirius diz. "Ter alguma coisa que te lembra que diversão ainda existe é importante, se não, você fica vazio e sem graça."

"Isso é um bom ponto." - Luna diz. Ela se aconchega mais no colo de Cirius. "Como você acha que vai ser o futuro ?"

"Eu não faço a mínima ideia de como vão ser os próximos dez segundos, imagina o futuro !" - Cirius diz. "Mas… tomara que seja com você."

"Isso é uma promessa ? Eu sei muito bem que meu querido marido não quebra promessas." - Luna diz.

Cirius solta um suspiro e rola seus olhos. "Tá, é uma promessa. Não que isso importe. Você não vai lembrar mesmo."

"Heh, eu duvido." - Luna diz.

Silêncio toma o local.

"Sabe, até que seu cabelo é macio." - Cirius diz. "Eu queria poder dizer que é cheiroso também, mas você tá fedendo pra caramba. Sem ofensa."

Sem resposta.

Cirius olha para Luna. Ela voltou ao normal. "Bom, eu podia acordar ela agora pra irmos embora..." - Ele solta outro suspiro. "Nah. Ela merece um descanso." - Cirius dá um leve sorriso. "Descanse bem, Luna. Eu vou estar do seu lado, até acordar. Pra sempre..."

Milena está descendo algumas escadas, ofegante. Pisando no último degrau, o salto de sua sapatilha acaba quebrando e Milena cai em uma poça. Seu cabelo e vestido acabam se sujando. Ela tira suas sapatilhas, se levanta e volta a correr. Milena avista um beco e entra nele. Ela se encosta em uma parede, para recuperar o fôlego. "Hah… Hah... Eu consegui… !" - Ela dá um sorriso maléfico. "Ooohohohoho ! Eu consegui escapar mais uma vez ! Todos aqueles desgraçados irão sofrer nas minhas mãos ! Eu vou ter minha vingança ! Farei com que cada um pereça lentamente, enquanto ouvem minha angelical voz os amaldiçoando pela eternidade !"

Um osso é jogado, perto de Milena. Ela olha para o lado e vem um Korgen pantera revirando uma pilha de lixo.

"Está longe de ser um soldado, mas esse lixo já é algo." - Milena diz. Ela bate algumas palmas. "Você, besta deplorável. Escolte-me até meu palácio e me prepare um banho."

A pantera tira o rosto do lixo. Ela está com o rosto sujo.

Milena nota que um pouco de sua neblina ainda está no chão. "Não me ouviu falar com você ?! É um de meus escravos, me obedeça !"

"…Fome…" - A pantera murmura.

"Eu não me importo com qualquer coisa que esteja sentindo ! Se sua rainha te dá uma ordem, você obedece !" - Milena diz, brava. Ela se aproxima da pantera. "Escolte-me até meu palácio e me prepare um banho !" - Milena começa a dar tapas na pantera.

A pantera pega o braço de Milena com força e o torce, quebrando ele. "…Comida…"

Nesse momento, a expressão de ódio em Milena desaparece. Não há nenhuma expressão no rosto da Pantalone. Ela nunca havia sentido tal agonia em toda sua vida. Por um breve momento, Milena ouve seus batimentos cardíacos. Os sentidos voltam a madame e ela grita, em uma mistura de extrema agonia e desespero. O grito de Milena é rapidamente silenciado por uma erosão de vômito, que sai de sua boca. Ela começa a se engasgar com seu vômito. A dor excruciante toma o corpo inteiro da rainha, que começa a se debater e acaba caindo para trás. A pantera começa a se aproximar dela. Milena começa a se arrastar para trás lentamente com seu braço funcional. "…P… Por favor... ! Eu… imploro… ! Não... faça isso… !"

A pantera põe suas presas para fora e avança na direção de Milena.

"…Minha… senhora… eu… falhei…" - Milena diz, sendo silenciada pelas presas da pantera perfurando sua garganta.

A pantera afunda mais suas presas. Com o resto de forças que tem, Milena levanta sua mão ao céu. Uma lágrima escorre pela sua máscara. Sangue e jorrado em uma parede. A sombra da mão de Milena cai.

O grupo está dentro de um barco, nas docas. Os guardas especiais e Marco estão no local. Cirius está com Luna em suas costas. Ela está dormindo confortavelmente e com um leve sorriso em seu rosto.

"Tem mesmo certeza de que precisam ir embora agora ? Esse lugar vai ficar mais chato sem vocês !" - Nero diz.

"Quer que eu desça aí e arrebente a sua cara de novo ?" - Kaito pergunta.

"Cai dentro !" - Nero diz.

Fiamma põe sua mão na cabeça de Nero.

"Tch. Tá bom, eu paro." - Nero diz.

"Nero tem razão. Não ficaram tempo o suficiente para apreciarem a verdadeira hospitalidade que Fiore tem a oferecer." - Marco diz.

"Nós também adoraríamos ficar, mas infelizmente temos assuntos muito urgentes para tratarmos !" - Èris diz.

"Mas pode relaxar aí, tigrão ! Assim que a gente terminar, vamos dar uma passada aqui !" - Kaito diz.

"Isso aí ! É uma promessa, hein !" - Cirius diz.

"Vocês têm medicina o suficiente para essa viagem ?" - Kara pergunta.

"Muito obrigada pela sua generosidade, Kara ! Sua medicina foi de grande ajuda !" - Galadriell diz, sorrindo. Ela nota que Andreina está cabisbaixa. "Qual o problema, Andreina ?"

"Eu causei tanto mal desnecessário e machuquei tantos inocentes…" - Andreina diz. "Como poderei olhar no rosto das pessoas, agora ?"

"Tô no mesmo barco." - Rita diz. "Foi mal por tudo que eu te fiz, carinha !"

"Que nada ! Eu nem lembro mais !" - Cirius diz.

"Volta aqui e a gente toma um vinho dos bons !" - Rita diz.

"Só se for por sua conta !" - Cirius diz.

"Não força a barra !" - Rita diz.

"Eu também sinto muito por todo sofrimento que causei. Falhei em honrar meu código de conduta e servi às trevas." - Guido diz.

"Muito pelo contrário ! Você só estava protegendo o povo que tanto gosta !" - Èris diz. "Nós é que nós sentimos mal por termos machucado vocês !"

"Vocês também não saíram ilesos !" - Andreina diz.

"Ei, Marco ! Como é que as coisas vão ficar agora ? Já que não tem mais Pantalone, quem vai comandar o lugar ?" - Mira pergunta.

"Até que um devido Pantalone tome o posto, nós, a Guarda dos Sete Amanheceres, iremos tomar cota de tudo !" - Marco diz.

Todos parecem decepcionados, menos Cirius, que está com um brilho de animação em seus olhos.

"Só pode ser brincadeira..." - Kaito diz.

"Uhu ! Finalmente ! Os Vigilantes dos Sete Amanheceres só estão crescendo !" - Cirius diz, extremamente animado.

"Cirius-" - Mira diz, se interrompendo e soltando um suspiro. "Quer saber ? Tanto faz."

"Essa embarcação realmente nos levará até Jyūshima ?" - Galadriell pergunta.

"Jyūshima ? Saiba que os navios de Fiore podem levá-la até os mais distantes mares de toda Bastion Spei !" - Marco diz, orgulhoso.

"Então beleza ! Tamo confiando na sua palavra, hein tigrão !" - Kaito diz.

As velas do barco descem, o levando embora. Todos se despedem e acenam.

Cirius dá um leve sorriso. Mira nota seu irmão. "Tá felizinho porque tá segurando sua namorada ?"

"C-Claro que não !" - Cirius diz, bravo. "Finalmente nós vamos ver nossos amigos… Heh, eu ia mentir, se dissesse que não sinto saudade deles."

"O mesmo, carinha." - Kaito diz.

"Bom, como será uma viajem de alguns dias, eu começarei a preparar uma refeição." - Èris diz. Ela vai embora.

"É melhor a gente descansar mesmo. Eu tô um caco." - Kaito diz.

"Existe um momento que você não pensa em dormir ?" - Mira pergunta.

"Mas é claro que tem ! Quando eu tô dormindo, duh !" - Kaito diz. Ele vai embora. "Tô vazando. Cê vem, carinha ?"

"É melhor eu ir também. Segurar essa garota não é fácil." - Cirius diz. Ele segue Kaito.

Galadriell respira fundo. "Hah... É tão... estranho…"

"O que é estranho ?" - Mira pergunta.

"Liberdade é algo estranho. Passei tanto tempo trancafiada no coliseu, que pensei que nunca mais veria rostos familiares ou sentiria a brisa fresca dos campos. Mas, mesmo que agora eu não esteja mais acorrentada, ainda não me sinto satisfeita." - Galadriell diz, um pouco confusa.

"Nenhum de nós se sente realmente feliz ou satisfeito com alguma coisa, ultimamente. Não até nos reunirmos e terminarmos com tudo isso." - Mira diz.

"Tem razão." - Galadriell diz. Ela põe a mão em seu cachecol. "Até nos reunirmos e pormos um fim aos planos de Demiurges, nenhum de nós descansará. Todos os seres em Bastion Spei dependem de nós, e não vamos decepcioná-los. Não podemos."

"Isso aí !" - Mira diz, confiante. "Agora, vamos ajudar a Èris a cozinhar."

"Ótima ideia~ Não ponho meus dotes culinários em prática há algum tempo." - Galadriell diz.

As duas seguem em direções opostas.

Mira para e encara Galadriell, confusa. "Uh… Você sabe que ela veio por aqui, não é ?"

Galadriell para, limpa sua garganta e segue pela mesma direção que Mira. "Estava testando suas habilidades de percepção, e, meus parabéns, você está muito bem nesses quesitos."

Mira levanta uma sobrancelha, com ironia. "Jura ?" - Ela solta um suspiro, dá de ombros e segue Galadriell.


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