Millennium Odyssey: Réquiem do Último Solstício escrita por Aquele cara lá


Capítulo 11
O plano




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O grupo está caído em um corredor de pedra, iluminado por tochas e com um pouco de água no chão. Eles se levantam.

"Ugh… Qual é... A gente não errou o código..." - Mira diz. "Errou... ?"

"Não. Eu lembro perfeitamente do código." - Èris diz.

"Jura que isso é mais uma das maneiras daquele maluco se esconder ?" - Kaito pergunta. "Realmente querem matar ele, huh."

"Precisamos achar alguma saída desse local." - Stella diz.

"Alguma coisa, Luna ?" - Cirius pergunta.

Luna nega com sua cabeça. "Luna não sente cheiro de nada."

"Ótimo..." - Cirius diz, decepcionado.

"Bom, se isso for um labirinto, é molezinha." - Kaito diz. "Não é como se eu já não tivesse feito um."

"Então tire a gente daqui." - Èris diz.

Kaito vai embora. O grupo segue ele. Eles chegam em uma bifurcação. Há um baú no meio dessa bifurcação.

"E agora ?" - Stella pergunta.

"Bom, se isso for realmente um teste, a pista deve estar no baú." - Kaito diz. Ele abre o baú e pega um pedaço de papel. "Hmm… Caligrafia horrível."

"Deixa comigo." - Cirius diz. Ele pega a folha das mãos de Kaito. "Ter caligrafia ruim é de família." - Cirius começa a ler. "Se quiser passar, onde vive o melhor companheiro terá de adivinhar."

"Esquerda." - Kaito diz.

"Uh… Como tem certeza disso-" - Mira diz, sendo interrompida por Kaito.

"Esquerda." - Kaito diz. Ele vai pelo caminho da esquerda.

O grupo se olha, confusos, e segue Kaito. Eles chegam em outra bifurcação, com mais um baú.

"Ok, como sabia disso ?" - Stella pergunta.

"Simples. O melhor companheiro nesse mundo inteiro é um Makai. E os Makai vivem no lado esquerdo de Uniloth." - Kato diz.

"Uh… Então tá..." - Stella diz.

Luna começa a cheirar o ar. "Estranho…"

"E também senti." - Stella diz.

Cirius abre o baú e pega mais uma folha. "Algumas vezes grandes, algumas vezes pequenos. Muitas vezes mais, muitas vezes menos. Mas, no final, fermentados seremos."

"É claro que eu não ia fazer a mínima ideia do que isso significa." - Kaito diz.

"Nada me vem à mente." - Èris diz.

Cirius põe a mão em seu queixo, pensativo.

"Pensou em algo ?" - Mira pergunta.

"Fermentados sempre seremos..." - Cirius diz. "Fermentados sempre seremos… ?" - Ele tem uma ideia. "Já sei !"

"O quê ?" - Stella pergunta.

"São uvas." - Cirius diz. "Muitas vezes, uma safra vem com mais. E, muitas vezes, vem com menos. Mas sempre dá pra fermentar elas e transformar em vinho."

"Uva ! É isso !" - Luna diz. "O cheio estranho que Luna está sentindo é de uva !"

"De onde vem o cheiro ?" - Mira pergunta.

"Daquele lado." - Luna diz, apontando para o caminho da direita.

O grupo segue pelo caminho da direita. Eles chegam em um local com cinco caminhos, também com um baú.

"Como sabia disso ?" - Èris pergunta.

"Pode não parecer, mas meu irmão era o responsável por fazer as bebidas da taverna." - Mira diz. "E eram bebidas das boas, hein."

"Heh, essa é nova." - Kaito diz.

"Sabe como é, né. Eu tinha de ajudar em alguma coisa que não fosse só limpeza." - Cirius diz. Ele pega a próxima folha.

"E agora ? Como é que vamos sair daqui ?" - Kaito pergunta.

"Luna não sente cheiro nenhum." - Luna diz.

"Eu também não." - Stella diz.

"O que está escrito ?" - Èris pergunta.

"Eu brilho não cintila, mas é o suficiente para guiar aqueles que se perderam da trilha." - Cirius diz.

"Isso é palhaçada !" - Kaito diz, bravo. "Que droga isso significa ?! Tudo aqui brilha !"

"Vamos pelo caminho do meio." - Stella diz. "Eu não tenho certeza, mas preciso que confiem em mim."

"Luna confia." - Luna diz. Ela entra no caminho do meio. Nada acontece.

O grupo segue Luna. Eles chegam em mais uma bifurcação. Desta vez, não há nenhum baú.

"Como sabia ?" - Èris pergunta.

"Existe uma estrela que guia os perdidos. Ela sempre aponta para o norte." - Stella diz.

"Huh, e não é que esse conhecimento é útil." - Kaito diz.

"Todo meu conhecimento é útil !" - Stella diz, brava.

"Ok, então usa suas cartas pra ver o que precisamos fazer, porque baú não tem." - Kaito diz.

"Não funciona assim." - Stella diz.

"O que vamos fazer agora ?" - Luna pergunta. "Pistas acabaram..."

"Pisar em qualquer um, eu acho." - Cirius diz.

"Não sei… Isso me parece suspeito." - Stella diz.

"E que opções temos ?" - Èris pergunta.

"Bom, você tem razão…" - Stella diz.

"O jeito é ir em qualquer um." - Luna diz.

Kaito chega perto de um caminho, mas é parado por Luna. "Espera, Kaito !"

"O que foi ?" - Kaito diz.

"Luna sente cheiro de sangue." - Luna diz.

"Então alguma coisa morreu ali." - Kaito diz.

"Mas se formos seguir por essa lógica, o outro caminho também é inválido. Também sinto cheiro e sangue nele." - Stella diz.

"Ah, qual é ! O Marco só pode estar de brincadeira !" - Kaito diz, bravo.

"Confiamos no Marco e sabemos que ele confia na gente. Não nos enganaria assim, do nada." - Èris diz.

"Tomara que ele chegue logo pra ajudar a gente." - Cirius diz.

"Eu ouvi o suficiente." - A mulher de antes diz.

Uma parede começa a se abrir. Dela, sai uma mulher de cabelo preto, com uma longa trança com as mesmas flores roxas e verdes que estão no restaurante de Bianca, olhos também pretos, vestindo um vestido e sapatilhas azuis.

"Uh… Quem… ?" - Kaito pergunta, confuso.

A mulher nota Galadriell. "Essa não ! Tragam a senhorita Galadriell para dentro, rápido !" - Ela sobe uma escada de pedra.

O grupo vai atrás da mulher. Eles chegam em uma casa aconchegante.

"Você." - A mulher diz.

"Luna ?" - Luna pergunta.

A mulher concorda com sua cabeça. "Me acompanhe com ela, por favor. Os outros devem ficar aqui, por favor." - Ela vai embora.

Luna acompanha a mulher.

"Ok… Ela conhece a Galadriell, o que é estranho." - Kaito diz.

"A Galadriell conhece muita gente." - Mira diz.

"Tenho certeza de que tudo vai ser respondido em seu tempo." - Èris diz.

"E o que vamos fazer, enquanto isso ?" - Stella pergunta.

"Isso é uma boa ideia." - Cirius diz.

Silêncio toma o local.

"Então…" - Cirius diz.

As orelhas de Stella se mexem. Rapidamente, ela pega uma de suas cartas e a joga em uma parede. Um pano igual a parede cai. Atrás desse pano, está uma garotinha de cabelo curto preto, com orelhas e rabo de tigre brancos com listras também pretas, olhos azuis, vestindo um vestido branco e um colete e botas marrons.

"É só uma criança. Pensei que fosse um inimigo." - Stella diz.

"Eu sou o inimigo !" - A garotinha diz, brava. Ela rapidamente pula em Cirius e começa a morder o pescoço dele.

Cirius se desespera e começa a se contorcer para tirar a criança dele. "Ugh ! T-Tira de mim !"

Èris, Kaito e Mira pegam a garotinha e começam a puxá-la. Com muito esforço, eles conseguem tirá-la de Cirius. Uma marca fica no pescoço dele.

Cirius passa a mão em seu pescoço. "Isso doeu pra caramba !"

Kaito segura a garotinha pela gola do vestido. "O que pensa que tá fazendo, pestinha ?"

"Expulsando as pessoas do mal !" - A garotinha diz, brava.

"E é por isso que eu odeio crianças." - Kaito diz.

"Não seja por isso." - A garotinha diz. Ela chuta as partes íntimas de Kaito, que a solta e cai no chão.

"Ugh… ! Isso é golpe baixo…" - Kaito diz.

"Ahahaha ! Agora você não vai mais ter nenhuma criança !" - A garotinha diz, zombando de Kaito.

"Isso é falta de educação !" - Èris diz.

"Ser feia assim é falta de educação !" - A garotinha diz.

"C-Como é !?" - Èris pergunta, surpresa.

"Escuta aqui, sua malcriada ! Você acha isso engraçado ?!" - Mira pergunta, brava.

"Desculpa, senhor." - A garotinha diz. "Ah, espera ! É uma senhora ! Ahahaha !"

"Senhora é a tua mãe, sua-" - Mira diz, brava. Ela é interrompida por Stella.

"Não vale a pena discutir com uma criança." - Stella diz.

"Tem certeza de que eu sou a criança aqui ? Porque pelo que eu tô vendo, meu corpo é muuuito mais bonito que o seu." - A garotinha diz.

As cartas de Stella aparecem entre os dedos dela.

"Mas que confusão é essa ?" - Uma voz familiar diz. Marco chega no local.

A garotinha corre até Marco e o abraça. "Não é nada, papai. A gente só tava conversando."

"Sua criança é a encarnação de tudo que é ruim em toda Bastion Spei !" - Èris diz, brava.

Marco solta um suspiro. "Violetta…"

"Mas papai, eu não fiz nada de errado ! Só estava espantando as pessoas ruins !" - Violetta diz.

"Eu sei que quer lutar contra os guardas de Milena, mas, por favor, pare com essa besteira." - Marco diz.

"Mas o senhor é forte e luta contra o mal !" - Violetta diz.

"Isso não significa que você tem de fazer o mesmo." - Marco diz. "Além disso, aqueles são meus amigos. Se não fosse por eles, eu não estaria aqui. Então, peça desculpas a eles."

"…Tá bem…" - Violetta diz. Ela se solta de Marco e se aproxima do grupo. "Desculpa por tudo…"

"Você quase me matou !" - Kaito diz.

"Merecido." - Violetta sussurra.

"Como é que é ?!" - Kaito pergunta, bravo.

"Violetta !" - Marco diz, bravo.

"T-Tá bem…" - Violetta diz.

Marco solta outro suspiro. "Eles NÃO são pessoas ruins. O garoto de cabelo ruivo tem um Makai."

Os olhos de Violetta se iluminam e ela se anima. "Não acredito ! Você tem mesmo um Makai ? Qual o nome dele ? Ele é fofinho ? Ele tá aqui ? Eu posso fazer carinho nele ? Eu posso andar com ele ? Ele tá aqui ? Ele tá aqui ?"

"Eu, uh…" - Cirius diz, confuso.

"Pare de atormentá-lo e volte para seu quarto. Papai precisa conversar com os amigos." - Marco diz.

"Mas eu quero ver um Makai !" - Violetta diz, triste.

"O Makai dele não está aqui. Ficou no meu refúgio." - Marco diz.

"Aw... Tudo bem…" - Violetta diz, mais triste ainda. Ela vai embora, cabisbaixa.

Marco limpa sua garganta. "Me perdoem por isso. Violetta pode ser um pouco… impulsiva demais."

"Eu quero 'impulsionar' ela de um penhasco !" - Kaito diz, bravo. "Graças a ela, uma das minhas preciosas jóias foi parar em um lugar do meu corpo que eu nem sabia que ela podia ir !"

"Eu peço perdão por isso." - Marco diz.

Cirius cutuca o peito de Kaito, que se contorce, em dor. "F-Foi parar bem aí…"

"Que bom que chegou em segurança, Marco. Por onde passou ?" - Èris pergunta.

"Pelo mesmo caminho que vocês." - Marco diz. "Eu sei cada resposta certa de cor, afinal, todas foram feitas baseadas nos gostos da minha doce filha."

Kaito cruza seus braços e murmura. "Tá mais pra azeda."

"Como foi a chegada de vocês em Fiore ?" - Marco pergunta.

"Foi bem… peculiar." - Mira diz.

"Foi mal pela demora. A gente tava explorando a cidade." - Cirius diz.

"Falando em explorar a cidade…" - Èris diz. "Sem querer, nós acabamos interrompendo uma das 'peças' e… agora… nós somos… procurados…"

Marco franze uma sobrancelha. "Vocês o quê ?!"

"Ehehehe... Foi mal aí, grandão." - Stella diz, passando a mão em sua nuca.

"Todo meu plano girava em torno do fato de vocês não estarem sobre o olhar de Milena !" - Marco diz. Ele respira fundo. "Eu tenho certeza de que tiveram um bom motivo para isso."

"Nossa amiga estava sendo torturada !" - Mira diz.

Marco fecha seus punhos. "Eu… sinto muito por terem de ver isso. Não é assim que quero que lembrem de Fiore…"

"Tranquilo. A cidade ainda é bem legal." - Cirius diz.

"Eu não me arrependo nem um pouco de vir para cá." - Stella diz.

Marco se relaxa. Ele dá um leve sorriso, aliviado. "Isso é gratificante de ouvir."

Luna chega no local. "Galadriell acordou !"

"Foi rápido, huh." - Kaito diz.

Luna vai embora. "Luna vai trazer amiga !"

Alguns minutos se passam. Galadriell chega, com seus braços, pernas e testa enfaixados, vestindo metade de uma camiseta azul, com detalhes dourados e mostrando sua barriga, uma saia também azul, com um corte do lado, sandálias e usando um cachecol branco.

"Que bom que já acordou." - Mira diz, aliviada.

Galadriell olha para todos. Ela para seu olhar em Kaito e caminha na direção dele.

"Ah, qual é ! Ainda com essa coisa-" - Kaito diz, sendo interrompido por um abraço de Galadriell.

"Fico tão feliz que esteja bem. Não sabe o quanto me preocupei." - Galadriell diz, triste.

Todos se espantam com a situação. "EEEHHH !?"

Kaito empurra Galadriell de si. "D-Destruíram seu cérebro naquele lugar !?"

Galadriell desesperadamente se agarra na perna de Kaito. "Não se vá ! Eu imploro ! Usarei até meu corpo, se for preciso !"

Kaito se solta de Galadriell novamente. "Tá ficando maluca !?"

"Você tem razão, ninguém sentiria qualquer tipo de atração ou prazer ao olhar essa casca nojenta e desprezível." - Galadriell diz. "Por favor, nomeie qualquer atividade e eu a farei ! Eu suplico !"

"Uh… Cavaleira, controla sua chefe !" - Kaito diz.

Èris ajuda Galadriell a se levantar. "S-Senhorita Galadriell, o que está acontecendo !? Por que está agindo dessa maneira ?"

"Peço que me perdoe também, senhorita Èris !" - Galadriell diz. "Por favor, todos me perdoem !"

Cirius nota o cachecol no pescoço de Galadriell. "Só um segundinho aí... Eu já vi esse cachecol em algum lugar…"

Galadriell põe a mão em seu cachecol. "É porque é o cachecol se seu irmão, senhor Claude."

"Cachecol do Claude !?" - Stella pergunta, surpresa.

"Joga ela no coliseu de novo ! É uma cópia ! A Galadriell de verdade nunca ia encostar nisso !" - Kaito diz.

"Não se preocupem, eu voltarei para lá, assim que me perdoarem." - Galadriell diz.

Cirius põe suas mãos nos ombros de Galadriell. "O que tá acontecendo com você ? Conta o que tá rolando, por favor. Por que você quer que a gente te perdoe ?"

"Você é tão misericordioso, senhor Cirius. E pensar que eu tentei degradar sua presença ao te comparar a um irmão menor meu." - Galadriell diz.

"Moça forte tá esquisita demais…" - Luna diz.

"Galadriell, respira fundo e conta o que aconteceu." - Mira diz.

"Todo esse tempo, eu fui enganada." - Galadriell diz.

"Como assim ?" - Stella pergunta.

"Se lembram de quando disse que servia à Mako porque meu pai e Arthur eram amigos ? A verdade é que estive sendo enganada por todo esse tempo." - Galadriell diz. "Eu servia à Mako porque Arthur tinha uma carta que meu pai escreveu, dizendo que meu lugar era ao lado do rei. Tudo isso não passava de uma mentira."

"Eu não ficaria surpreso." - Kaito diz.

"Quando nos separamos, decidi voltar para o vilarejo onde meus pais morreram, para relembrar algumas memórias e limpar um pouco minha cabeça. Como alguns destroços ainda existiam, pensei em visitar onde era minha casa." - Galadriell diz. "Lembra do porão que o papai tinha, Cirius ?"

"Lembro. Mamãe sempre batia no papai, toda vez que ele cavava mais um pouco daquele porão, porque ele sempre voltava sujo." - Cirius diz.

"Boas memórias, não ?" - Galadriell pergunta. "Havia um baú dentro dele. Tinha coisas que papai escondeu, para não se queimarem. Brinquedos que eu e você brincamos… Cartas da mamãe… Diversas coisas. Dentre essas coisas, tinha uma carta selada. Decidi abri-la. Era idêntica à carta que Arthur tinha, mas algumas palavras estavam diferentes. Dizia as mesmas coisas, só que invertido. Em vez de 'nunca se aproxime de Ignis' e 'proteja Mako com toda sua vontade', estava escrito para eu proteger Ignis e nunca me aproximar de Arthur."

"Rei Arthur realmente era uma pessoa desprezível e manipuladora. Uma pena termos percebido tarde demais." - Èris diz.

"Tudo que eu fiz… Todas as batalhas que venci e perdi… Todas as vidas que tirei… Foi tudo em vão. Tudo para satisfazer os desejos de um monstro." - Galadriell diz. "Nesse momento em diante, me despedi de Silver e comecei a vagar por Bastion Spei. Uma andarilha sem motivo, é isso que sou. Foi quando me encontrei com o príncipe Claude e as senhoritas Vega e Rosaria."

"Você se encontrou com o meu príncipe ? Onde ele está ? Ele está bem ?" - Stella pergunta.

"Infelizmente, não posso te dizer ao certo. Me perdoe." - Galadriell diz. "Eles estavam se direcionando à Jyūshima, a mando do príncipe Claude. Eu jamais esquecerei aquele dia. Príncipe Claude me agasalhou com seu cachecol, olhou firmemente nos meus olhos e me disse 'O lugar dele é no pescoço de um herói.'" - Ela põe sua mão no cachecol e dá um leve sorriso. "Depois ele deu o mais caloroso sorriso que vi e foi embora. A pessoa que dediquei minha vida a matar me perdoou e sorriu para mim. Aquela foi a melhor sensação que senti na minha vida. Então, sai vagando, até chegar em Fiore."

A mulher de antes chega. "E foi quando ela enfrentou os guardas, fugiu e eu a ajudei."

"Essa é minha esposa, Valentina." - Marco diz.

"Não tivemos tempo de nos apresentar, não foi ? É um prazer conhecê-los." - Valentina diz, sorrindo.

"Quando a senhorita Valentina me contou sobre as coisas que Milena fez, decidi que era minha hora de agir, pagar pelos meus pecados." - Galadriell diz. "Então, fiz um acordo com Andreina: as peças continuariam, mas eu seria a única que participaria delas, até que morresse."

"Contra a minha vontade, eu devo dizer." - Valentina diz.

"Galadriell…" - Luna diz.

"Você não precisava fazer isso…" - Mira diz.

"Eu devo." - Galadriell diz. "Essa é minha chance de me redimir pelos pecados que cometi. Tirei muitas vidas inocentes, por isso, devo pagar com a minha."

Cirius solta um suspiro. "Inteligência nunca foi o forte da família."

"Você tem razão…" - Galadriell diz, triste.

Cirius põe a mão na cabeça de Galadriell. "Você não acha que é muita idiotice fazer isso ? Claro, a vida é sua, você faz o que quiser dela. Mas já parou para penar em como as pessoas em volta de você são afetadas pelas suas decisões ? Acha que se simplesmente morrer vai tudo acabar ? Causar mais sofrimento não acaba com o sofrimento já causado. Como você acha que nós nos sentiríamos se você morresse ? Como acha que EU me sentiria em saber que minha irmãzona morreu ?"

Galadriell abraça Cirius e começa a chorar. "Eu não sei mais o que fazer ! Tudo é muito confuso ! Por favor, me ajuda !"

Cirius abraça Galadriell de volta. "Tá tudo bem. Eu sei como você se sente, e não é fácil. Mas nós estamos aqui por você, e sempre vamos estar. Você precisa erguer a sua cabeça e se lembrar de quem realmente é. Você não é uma assassina cruel, é uma cavaleira que luta pela justiça e o bem estar daqueles que não podem lutar por si. ESSA é a Galadriell que eu conheço. ESSA é a minha irmã mais velha que eu sempre admirei e sempre quis ser, quando crescesse. E ainda quero, falando nisso."

Galadriell abraça Cirius com mais força e começa a chorar mais. Alguns minutos se passam. Todos estão sentados no chão.

"Já passou ?" - Cirius pergunta.

Galadriell concorda com sua cabeça.

"Heh, bebê chorona." - Kaito diz.

Èris belisca a bochecha de Kaito. "Você é muito insensível !"

"D-Desculpa ! É só uma brincadeira !" - Kaito diz, em dor.

Mira solta um suspiro. "Sinceramente, o que deu na sua cabeça ?"

"Moça forte esqueceu que tem amigo ?" - Luna pergunta. "Isso não é legal."

"Eu, uh... Eu não faço a mínima ideia do que dizer pra você, já que não te conheço a tanto tempo assim." - Stella diz, confusa. "Então… meus parabéns, ou é uma pena isso ter acontecido."

"Eu me sinto muito melhor agora que desabafei um pouco." - Galadriell diz. "Muito obrigada pelas palavras, Cirius. Eu realmente não sei o que faria sem você."

Cirius passa a mão na sua nuca. "Sabe como é, né. Ehehehe."

"Estão com fome ?" - Valentina pergunta.

"Sempre." - Kaito diz. Èris tenta beliscar a bochecha dele, mas Kaito consegue desviar. "Hoje não !"

Valentina se levanta. "Vou preparar algo parar comerem. Ninguém consegue salvar uma cidade de estômago vazio, não é ?"

"Quer que eu ajude ?" - Galadriell pergunta.

"Nem pense nisso ! Você precisa descansar, me ouviu ?" - Valentina diz. Ela vai embora, cantarolando.

"Heh." - Kaito diz.

"Qual a graça ?" - Stella pergunta.

"Esse cara marrento aí tem uma esposa que nem ela." - Kaito diz.

"Eu tive sorte de encontrar Valentina. Não foi fácil conquistá-la." - Marco diz.

Valentina aparece atrás de Marco e dá um tapa na cabeça dele. "Nem pense em mentir !"

"Ugh ! Mas eu ainda não disse nada !" - Marco diz, passando a mão em sua cabeça.

"Mas ia dizer ! Ia contar aquela história mentirosa sobre como você 'me conquistou', sendo que foi eu quem tive de fazer todo o trabalho !" - Valentina diz.

"Como foi que moça legal conheceu Marco ?" - Luna pergunta.

"Esse grandalhão aqui escorregou na minha frente, e eu ri da cara dele por várias horas." - Valentina diz. "Depois, ajudei ele. E isso aconteceu mais de uma vez. Até que eu decidi que ele era desajeitado demais para deixá-lo andando por aí. Alguma coisa ruim podia acontecer. Além disso Marco é um fofo. Em todos os sentidos. Já viram ele com o pelo todo bagunçado ? É uma fofura~"

"C-Chega, mulher ! Está me envergonhando na frente de meus amigos !" - Marco diz, envergonhado.

"Aw~ Viram só ? Uma fofura~" - Valentina diz.

Marco empurra Valentina para fora da sala. "Estamos discutindo táticas e coisas sérias ! Não temos tempo para assuntos frívolos como esses !" - Ele volta e se senta. Marco limpa sua garganta. "Sem comentários."

Kaito está tentando segurar sua risada o máximo que consegue.

Marco mostra uma de suas garras. "Sem. Comentários."

Kaito concorda com sua cabeça.

"Então... Qual o plano ?" - Stella pergunta.

"Eu já havia planejado algo. Claro, envolvia o fato de que vocês não eram conhecidos. Mas ainda podemos executar o plano mesmo assim. Apenas será mais difícil." - Marco diz.

"É minha culpa..." - Galadriell diz, triste.

"Não precisa se culpar por isso. Na verdade, é uma boa oportunidade." - Marco diz.

"Huh, essa é nova." - Kaito diz.

"Eu posso te ajudar com o plano." - Galadriell diz. "Fui uma general por boa parte da minha vida."

"Isso me deixa mais aliviado." - Marco diz. "O plano que fiz se consiste em destruirmos os recursos de Milena, pouco a pouco, até que ela não tenha mais nada para usar contra nós."

"E como faríamos isso ?" - Èris pergunta.

"Existem vários recursos que Milena pode usar contra nós. Dentre eles, os guardas, Goliath e os soldados especiais de seu solar." - Marco diz.

"Ok, isso é um problema." - Mira diz. "O quão 'especiais' são esses soldados ?"

"São meus…" - Marco diz, hesitante. Ele se concentra. "Eram meus antigos colegas de trabalho."

"Quer conversar sobre isso depois ? Você não parece legal…" - Stella diz, preocupada.

"Não, está tudo bem. O que aconteceu no passado já se foi." - Marco diz.

"Quantos colegas Marco tinha ?" - Luna pergunta.

"No total, éramos sete. Com a minha saída, sobraram seis." - Marco diz. "Uma delas, vocês já conheceram."

"…Colombina…" - Galadriell diz.

"Sobram o Brighella, a Zanni, a Dottore e os Innamorati." - Marco diz.

"É gente pra caramba !" - Cirius diz.

"Quanto mais informações sobre eles nós tivermos, melhor será nosso desempenho no campo de batalha." - Galadriell diz. "Poderia nos dizer mais sobre eles ?"

"Eu sei bastante informações sobre todos, afinal, trabalhamos em conjunto, um dia." - Marco diz. "O Brighella, Guido, é misterioso e calculista. Nunca se sabe qual seu próximo movimento será, e, possivelmente, você sequer chegará a ver algo, antes de morrer. A Zanni, Rita, é astuta e trapaceira. Ela pode fazer qualquer coisa para conseguir sua vitória, até sacrificar a si mesma, se for necessário. A Dottore, Kara, é uma das mais perigosas. Ela foi responsável por ajudar Milena a criar a névoa e possui um conhecimento químico imensurável. E por último, os Innamorati, Fiama e Nero. Eles lutam em conjunto, cobrindo as falhas um do outro, os tornando uma força incomparável."

"Ótimo. O esquadrão esquisito dela não podia ficar maior ?" - Kaito pergunta, revirando seus olhos.

"A gente consegue ganhar deles fácil, fácil." - Cirius diz.

"Qual o resto do plano ? Ou só vamos derrotar eles e partir direto pra malvadona ?" - Stella pergunta.

"Eu ainda não revisei cada passo, mas pretendo fazer o seguinte." - Marco diz. "Se impedirmos os reforços de chegarem, quando lutarmos contra o grupo, teremos uma boa vantagem."

"E como faremos isso ?" - Èris pergunta.

"Eu ainda não pensei nisso." - Marco diz.

Mira põe a mão em seu queixo, pensativa. "Um jeito de eliminar uma boa parte dos guardas de uma só vez…"

Luna levanta sua mão. "Luna sabe."

Todos olham para Luna, surpresos.

"V-Você !?" - Cirius pergunta.

"Luna também é inteligente !" - Luna diz, brava.

"Luna… Uh… Como dizer isso sem machucar seus sentimentos… ?" - Kaito pergunta.

"Você é estúpida." - Stella diz.

"Whoa ! Na cara !" - Cirius diz.

Stella dá de ombros. "Amigos têm de ser honestos uns com os outros."

"Amigos podem pelo menos ouvir o que Luna tem pra dizer ?!" - Luna pergunta.

"Não custa tentar, né…" - Mira diz.

"E se amigos juntarem os guardas maus em um desses rios pela cidade e inundar ele ?" - Luna pergunta.

"Isso… Isso não é uma má ideia, na verdade." - Marco diz, pensativo. "Se juntarmos o máximo de guardas que conseguirmos perto de um canal, podemos inunda-lo. Assim, a água carregará todos para longe. Se dermos sorte, até o porto. É distante o suficiente do solar, o que nos dará tempo para o ataque."

"Então tá decidido." - Cirius diz.

"Mas há um problema." - Marco diz. "A cidade inteira estará sobre vigia. Como chegaremos na represa que há na montanha sem nos encontrarmos com nenhum guarda ?"

"Dá pra chegar lá de gôndola ?" - Mira pergunta.

Marco concorda com sua cabeça. "Mas ainda nos veriam."

"Heh, chacomigo, chefia." - Kaito diz. "Passar despercebido é minha área."

"E nós conhecemos um condutor gente fina." - Cirius diz. "Assim, as coisas ficam mais fáceis."

"Isso é maravilhoso !" - Marco diz, mais animado.

"E o que fazemos depois ?" - Mira pergunta.

"Na verdade, não planejei em fazer isso primeiro." - Marco diz. "A primeira coisa que pensei em fazer foi sequestrar Kara."

"Sequestrar ela ? Para quê ?" - Galadriell pergunta.

Marco se entristece um pouco e fecha seus punhos. "…Não é culpa deles… Todos estão sendo controlados sem mesmo terem noção disso…"

"Não quer machucar seus amigos, não é ?" - Stella pergunta.

Marco nega com sua cabeça. "…Eu falhei como Capitano de Fiore... Todos dependiam de mim... Colocaram seus sonhos, suas vidas, suas famílias em minhas constas… Acreditaram em minhas promessas de que estariam sempre seguros… E o que eu fiz quando mais precisavam ? Fugi… Fugi como o covarde que sou... Como o covarde que sempre fui…"

"Mas você voltou, não voltou ?" - Galadriell pergunta.

"E voltei com o que, falsa esperança e planos que sequer tive coragem de bolar direito ?" - Marco pergunta.

"A única coisa falsa que trouxe consigo foram suas mentiras." - Galadriell diz. "Não está com medo de falhar consigo mesmo, está com medo de falhar com seu povo. Está com medo de nunca mais poder ver o reino que tanto ama brilhar novamente. Confie em mim, eu já senti essa sensação antes. Quando lutei a segunda Guerra dos Titãs, minha mente estava completamente coberta por uma neblina de dúvidas. Pelo que eu lutava ? Qual meu valor ? Eu tenho algum significado ?"

"E o que Galadriell pensou ?" - Luna pergunta.

"Pensei no que eu sempre estive pensando e vou continuar a pensar, pelo resto da minha vida: os inocentes." - Galadriell diz. "Sempre lutei e sempre vou lutar pelo povo inocente, que não pode lutar por si só. Esse é meu propósito: ser uma ferramenta da justiça para proteger os incapazes. Marco, se fechar os olhos e prestar atenção, você vai ouvir. Vai ouvir o pedido de socorro de seu povo."

"Fritaram o cérebro de todo mundo, esqueceu ?" - Kaito pergunta.

"Não estou falando das palavras que saem de sua boca." - Galadriell diz. Ela junta as mãos em seu peito. "Estou falando das palavras que vêm daqui. Palavras que jamais podem ser oprimidas. Sempre que preciso de forças, fecho meus olhos e escuto as palavras de encorajamento que o povo de Mako me dizia. Nunca falhou em me ajudar, em momento de necessidade."

"…O pedido de socorro do meu meu povo…" - Marco diz. Ele fecha seus olhos. Por um breve momento, Marco escuta algo. Ele abre seus olhos rapidamente, surpreso. "Eu… Eu ouvi algo !"

"Ótimo. Isso é uma coisa que verdadeiros líderes sempre são capazes de fazer, não obrigar o povo a dizer o que querem ouvir." - Galadriell diz.

"Luna acha que Marco devia ser o próximo Pan... Panta…" - Luna diz, não sabendo terminar.

"Pantaleone, Luna." - Cirius diz.

"Canelone ! Isso !" - Luna diz, sorrindo.

"Uh… Não foi o que eu-" - Cirius diz, se interrompendo e soltando um suspiro. "Deixa quieto."

"Obrigado por suas palavras. Realmente precisava de um pouco de coragem. E desculpem pela repentina mudança de humor." - Marco diz.

"Relaxa, tigrão. Ninguém é de ferro." - Kaito diz.

"Que bom que ganhou a coragem que precisava. Agora, continua com o plano." - Stella diz.

"Meu plano para sequestrar Kara é simples. Primeiro, precisamos arranjar um jeito de fazê-la sair do solar." - Marco diz.

"Que horas ela sai para caminhar ?" - Èris pergunta.

"Nunca." - Marco diz. "Kara é extremamente dedicada a seus estudos, e raramente sai de seu laboratório. E, não podemos invadir o lugar, já que fica dentro do solar."

Mira solta um suspiro, desapontada. "Maravilhoso… E agora ?"

"Hmm… Ela tem alguma coisa que gosta muito ? Podemos usar como isca." - Stella diz.

"Bens materiais e nada equivalem o mesmo, para Kara." - Marco diz.

"Aí você também não ajuda, né !" - Kaito diz.

"Alguma coisa faz ela sair de lá ?" - Galadriell pergunta.

"Eu já sei !" - Cirius diz. "Se ela faz poções e essas coisas, vai ficar irritada pra caramba quando alguma coisa dela falhar !"

"Baseado em que, você tirou essa conclusão ? Nem faz sentido." - Stella diz.

"Eu gostava de ficar perto da Vega, enquanto ela fazia poções. Ela sempre queria arrancar fora a cabeça da primeira coisa que via, quando um experimento dava errado." - Cirius diz.

"Isso é injusto ! Marido nunca quer passar tempo perto de Luna !" - Luna diz.

"Bom, você é completamente irritante." - Cirius diz. "Além disso, ela se envolveu nisso tudo por minha culpa. Eu ia ficar mal comigo mesmo, se não desse nenhum apoio moral pra ela."

"Eu não posso dizer que ele tá completamente errado." - Kaito diz. "Eu fico meio frustrado também, quando uma coisa que me esforcei pra caramba não sai certa."

Stella fica pensativa. "Hmm… Se eu fosse uma alquimista maluca que controlou um reino inteiro com fumaça esquisita, o que me deixaria completamente irritada ?"

"É isso ! A neblina pode fazer ela ficar brava." - Èris diz.

"E como pretende usar a neblina contra ela ?" - Galadriell pergunta.

"Se acharmos um defeito na neblina 'perfeita' dela, Kara definitivamente ficará furiosa." - Èris diz.

"Belo plano, cavaleira. É uma pena que, tipo assim…" - Kaito diz. Ele limpa sua garganta. "…NÃO EXISTE DEFEITO NA NEBLINA !"

"…Bom ponto…" - Èris diz.

"De fato, achar uma falha na neblina seria uma ótima coisa. Mas, até agora, todos foram afetados com êxito." - Marco diz.

"Mas e a mulher e a esposa de Marco ?" - Luna pergunta.

"Não foram afetadas porque fazem uma desintoxicação diária e não expõe seus corpos à neblina por mais de um dia." - Marco diz.

"Nossa…" - Mira diz. "Deve ser difícil, ter de ficar o dia inteiro dentro de casa."

"Falando nisso, quanto tempo demora pra esse negócio aí afetar as pessoas ?" - Cirius pergunta.

"Uma semana, eu diria." - Marco diz. "Tiveram casos que demoraram um mês, mas são muito raros."

"Então, de volta a estaca zero." - Sella diz. Ela solta um suspiro. "Libertar meu reino tá cada vez mais difícil…"

Galadriell começa a encarar suas mãos.

"Tudo legal aí ?" - Kaito pergunta.

"…Talvez… Não, com toda certeza…" - Galadriell diz, pensativa.

"Uh… Tá tudo inteiro aí dentro ?" - Stella pergunta.

"Há um tempo atrás, eu ouvi uma coisa, dentro do coliseu." - Galadriell diz. "Na época, não pensei muito no assunto, porque não tive tempo para pensar. Mas, agora que refleti sobre isso, talvez eu saiba uma falha na neblina."

"Jura ?" - Luna pergunta, animada. "Galadriell é a melhor !"

"Qual seria ?" - Marco pergunta.

"Estava na nossa frente o tempo todo. Na frente de vocês, na verdade." - Galadriell diz. Ela aponta para si mesma. "Eu. Eu sou a falha da neblina."

"Você o quê !?" - Stella pergunta, espantada.

"Espera… Agora que disse isso..." - Èris diz, pensativa.

"Você tá aqui há quase um ano, não é ?" - Mira pergunta. "Se isso come o cérebro das pessoas em menos de um mês, você já devia ser uma escrava há muuuito tempo."

"Mas sequer foi afetada." - Marco diz.

"Deve ser por isso que trancaram você naquele lugar." - Kaito diz. "Deviam estar te estudando."

"Isso, e também porque eu prometi que ficaria lá." - Galadriell diz.

"Incrível. E pensar que alguém que resiste à terrível neblina existe." - Marco diz. "O que faz você ser tão especial ? Se desvendarmos isso, poderemos até achar uma cura."

"Eu não sei o que me faz tão especial assim." - Galadriell diz.

Cirius levanta sua mão.

"O que foi, marido ?" - Luna pergunta.

Cirius respira fundo. "Eu me ofereço como isca."

"Por que acha que aquela mulher quer você ?" - Stella pergunta.

"A única coisa que vão fazer com a gente é nos matar, irmãozinho." - Mira diz.

"Ou nos colocar no coliseu." - Èris diz.

"A diferença entre a Galadriell e vocês é bem óbvia, não ?" - Cirius pergunta. "Esqueceram que ela é descendente direta dos Ascendentes ?"

"Verdade…" - Luna diz.

"Isso é uma coisa que realmente não guardo na memória." - Galadriell diz.

"MAS é só 30% Ascendente." - Cirius diz. "Agora, imagina o que essa mulher maluca não vai fazer pra colocar as mãos em mim, literalmente a penúltima pessoa com sangue realmente puro de Ascendente, príncipe de Ignis, tecnicamente rei dos Whash e, basicamente, filho de uma deusa."

"Você é o quê !?" - Marco diz, surpreso.

"Não vamos entrar em detalhes." - Cirius diz. "O que importa é que eu sou a isca perfeita."

Luna segura o braço de Cirius. "Luna não vai deixar marido ir embora !"

"Eu tô com ela nessa. Não vou deixar meu irmãozinho ser capturado por esses maníaco." - Mira diz.

"Cirius, as torturas que fazem com as pessoas naquele coliseu vão além da imaginação humana." - Galadriell diz. "Imagine o que vão fazer com você em um laboratório. Eu dei sorte por não saberem sobre minha descendência Ascendente."

"Qual é, carinha. Não dá pra deixar alguém que aprecia piadas boas-- As minhas piadas. --que nem você, simplesmente fazer uma coisa dessas." - Kaito diz.

"Não queremos ver você sofrer." - Èris diz.

"Eu literalmente não tenho ligação emocional com ninguém aqui. A não ser a Luna, mas nem tanto." - Stella diz. "Então, uh, eu meio que vou ficar quieta no meu canto."

"Olha, gente, eu sei que estão preocupados, mas vai ficar tudo bem." - Cirius diz. "Precisamos da Kara aqui

"Eu confio em você." - Marco diz. "Não aprendi muitas coisas, nesse tempo que passamos juntos. Mas admito que uma das coisas mais importantes que me ensinaram foi a confiança que sentem um com o outro. Não há um músculo em seus corpos que hesita, quando precisam ajudar uns aos outros. E isso é uma coisa realmente bela."

Cirius sorri. "Valeu, Marco. Pode ficar tranquilo. Eu vou trazer ela o mais rápido que conseguir"

"Eu confio que vai." - Marco diz.

"Pensa no que tá dizendo !" - Mira diz. "Isso é praticamente suicídio !"

"Como pretende escapar de um lugar que nem conhece ?" - Èris pergunta.

Cirius olha para todos, sério. "Eu preciso que confiem em mim."

Kaito solta um suspiro. "Claro que você quer bancar o herói numa hora dessas."

Valentina chega no local. "Ninguém aqui vai fazer nada precipitado !"

"Olá, meu bem." - Marco diz.

"Não antes de provarem uma bela comida caseira de Fiore~" - Valentina diz.

"O rango tá pronto ? Uhu !" - Cirius diz, indo embora.

"Espera Luna, marido ! Luna quer conversar melhor sobre isso !" - Luna diz, correndo atrás de Cirius.

"Meu apetite certamente abriu, depois dessa cansativa conversa. Uma deliciosa refeição local é o que eu preciso." - Stella diz. Ela vai embora.

"E lá vão eles." - Mira diz.

"Cada vez que vejo ele, o Cirius parece mais e mais maduro..." - Galadriell diz.

"Ignis realmente mudou ele, huh." - Kako diz. Ele dá de ombros. "É como diz o velho ditado: 'Rango na mesa, Kaito também.'" - Kaito vai embora.

Èris segue Kaito. Ela solta um suspiro, desapontada. "Típico."

"Bom, tô indo também." - Mira diz.

"Você achou pessoas, não acha ?" - Valentina pergunta, com um sorriso em seu rosto.

Marco concorda com sua cabeça. "Honestamente, eu estou começando a achar que foram eles que me acharam."

Algum tempo depois. Todos estão a mesa, menos Violetta.

"Onde tá a criança ?" - Kaito pergunta.

"Violetta costuma se animar demais com amigos. Tanto, que acaba gastando toda sua energia brincando e dorme cedo." - Marco diz.

"A propósito, não discutimos sobre uma parte vital do plano." - Èris diz.

"É ! Onde vamos colocar mulher malvada ?" - Luna pergunta.

"Outra parte que não pensei !" - Marco diz, bravo consigo mesmo. Ele põe um pouco de comida em sua boca.

Kaito dá de ombros. "Nah. A gente joga ela no porão extremamente seguro da irmã dele. Tenho certeza que ela não vai ter problema nenhum com isso."

Marco engasga com a comida. Valentina o ajuda.

"T-Tudo bem !?" - Stella pergunta, preocupada.

"V-Vocês conheceram Bianca !?" - Marco pergunta, surpreso.

"Uh… Sim… ?" - Cirius diz, confuso. "Qual o problema ?"

"E-Ela não disse nada sobre mim, não é ?" - Marco pergunta.

Valentia solta um suspiro. "Começou…"

"Ela disse muitas coisas…" - Èris pergunta.

"Tipo, muitas coisas MESMO. Não parava de falar." - Stella diz. "N-Não fala pra ela que eu disse isso."

"Qualquer coisa que ela tenha dito, saibam que é mentira !" - Marco diz, desesperado. "Eu sou o gêmeo mais forte e corajoso ! E ela é quem molhou a cama, até se tornar adulta !"

"Mas moça assustadora não disse-" - Luna diz, sendo interrompida por Marco.

"E eu sou o mais habilidoso em combate, agilidade, resistência…" - Marco diz. Ele começa a falar.

"E lá vamos nós…" - Valentina diz.


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