Jardim sonhado por causa de bardos delirantes escrita por MT


Capítulo 2
Quis ao menos uma vez na vida, ter o controle dela - Parte 2 (fim do conto)


Notas iniciais do capítulo

Demorou, mas terminei! Vamo sentar o olho na tela e ler!



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''Casarão no final da rua'' o nome do orfanato. Tinha doze anos de funcionamento. Era administrado por um velho rico, José, que perdera a família em um naufrágio e o construira... de acordo com Marlene. Que perdera uma aposta, diz Jeremaiah. Que ficara impotente aos vinte, se ouvir a oni.

Não era um lar, soube com certeza. Não há lares para monstros.

''Não é, Laís?''. Pedro saíra da cama antes do toque do anão nos beliches ou do amarelo matinal no cômodo. Foi de encontro a Ana, o rubro o recebeu já despido do manto da pálpebra.

Roncos e murmúrios inconscientes soavam na orquestra do sono. Marocas chamava seu tio Jaiminho. Lisbela ressoava trechos de músicas. Chavier soltava frases de efeito, ''Meus... friamente calculados... bá... movimento...''.

Cruzaram o assoalho com passos leves. Pedro abriu a porta e a madeira piou contra o chão. Agudo, pondo cabelos a erguerem-se nos irmãos. As íris a lançar fitares as costas deles.

A última vez que andaram sorrateiramente fazia sete semanas. Fora uma madrugada quieta, Adolface saíra para copular com adultos. Voltara aos tropeços, macacão amarelo e nada mais. Caíra sobre a cama e lá ficou. Uma doce notícia.

Pedro e Ana despertaram ao som da porta, como de costume na época. E um borbulhar de excitação os tomou ao vê-lo quieto.

Adolface encontrava e usava os irmãos rotineiramente. Gritava por seu ''aluguel'', ''paguem com os corpos''. Também os fazia beber de seu sangue, uma ''coleira invisível para demoniozinhos como vocês, o vício''. Era bom, direto das veias do licantropo.

Mas impedia que o ódio crescesse mais alto que o medo. Ou que o desejo por aquela recompensa.

Mas daquela vez, enquanto dormia e sem por o terror de sua voz ou olhar para contê-los, eles secaram-no.

Depois daquilo...? Os dedos da agonia a cada rato, gato e cachorro. Houve o sujeito enforcando Ana. Tinham achado-o apagado na calçada, mas não estava tão apagado.

No momento que as presas o tocaram abriu os olhos. E lutou e gritou e marcou-os com roxos. Se não fosse Jeremaiah, poderiam ter morrido. Se Jeremaiah demorasse um pouco mais, Ana poderia ter morrido.

As crianças do orfanato, as mais novas, não lutavam. Não gritavam, não os davam hematomas. E acreditavam nas mais estúpidas desculpas para ter o sangue drenado.

Na terceira semana, sob uma chuva breve, e no galpão à esquerda da escadaria. Primeiro andar, esconde esconde acontecendo com origem no térreo, Pedro e Ana e Danubia esconderam-se no escuro aposento. Dividindo-o com caixotes, cadeiras e livros marcados por poeira. As gotas batiam contra o teto tênues e regulares. Ventos assobiavam contra a janela redonda na borda e alto do cômodo.

Os três haviam atravessado até a parede na qual a janela se encontrava.

E sugado a vida vermelha veias de Danubia a fora. A criança gemeu sob a camisa rosa longa demais e os braços subiram a cabeça de Ana com punhos frouxos. Depois deslizaram sobre a de Pedro.

Pálida.

O vampiro parou, pousou a mão nos olhos da irmã e empurrou-a. Meio segundo de resistência, então Ana largou a omoplata da menina.

Danubia, trêmula e encurvada, não disse uma palavra.

Ela caiu, não muito depois, ao tocar o primeiro degrau da escadaria. E rolou para a morte.

O demônio já andava por ali. Olhou o corpo da menina morta como os demais adultos.

Pedro e Ana suaram frio, uma mochila com moedas preparada, ouvidos a espreita da conversa no escritório de José naquele dia horas após o corpo ser coberto com pano negro.

''Só palavras sobre o preparo de um funeral''. Soltaram o ar pela boca e caíram de bunda no piso de madeira.

Mas duas semanas depois...

— Não vai continuar com isso, sim? Eu ficaria realmente triste com o que aconteceria se manter esse hábito - ela, o demônio, em tom calmo e melodioso. O observando do corredor, dois passos de alcançá-lo.

Pedro engolira em seco. Terminara de fechar a porta. A mente imediatamente indo aos órfãos que sugara na última semana. Com cuidado para o evento Danubia não se repetir.

— Hum? - murmurou. Pondo-se devagar de frente a ela. Ombros sem um milímetro de movimento sob o movimento e frio dançando na barriga.

— Suas pequenas desventuras travessas, sei tudo que há para saber sobre - apontou-o com o indicador, palma voltada para cima. Sorriso com canino à mostra, o dedo dobrou-se e esticou-se em um ''chegue mais perto''.

Pedro deu um passo. Dois. Duros, o vermelho forçado contra as íris púrpuras da criatura. Subitamente apenas perigosa, a oni.

Não a Laís que deitava e sentava espalhafatosamente nos sofás e cadeiras. Que contava histórias se a dessem uma massagem nos ombros ou pés. Que arbitrava partidas e aceitava subornos, serviços como limpar seus calçados ou pentear os cabelos, para favorecer um lado.

— É tão travesso. Uma boa qualidade, uma pessoa contida não vive o melhor que pode... - riu. - Embora geralmente vivam mais e tenham momentos extras que balanceiam a perda de experiências excêntricas.

A mão caiu de súbito na testa de Pedro.

— Por agora, pirralho, seja alguém contido, certo? Não teremos problemas... contanto que entenda.

E foi ali que começara. A história onde se perguntava como mandar o demônio embora. Como manter aquele jardim sonhado por causa de músicas de bardos delirantes.

Pedro, no agora, desceu as escadas. Ana seguiu ao andar de baixo, atrás do cachorro que dormia no pátio.

Precisava terminá-la com um final feliz. E seguir para uma história sobre a vida em um lar tomado por brincadeiras e risos.

Parou. Gélido arrepio subindo da espinha ao cérebro.

Jeremaiah passava a frente do último degrau. Com pernas curtas de um anão. Careca, barba crescendo ruiva nas laterais do rosto e debaixo do queixo. Um macacão sobre camisa amarela sem mangas.

Pedro, no meio da escadaria, esperou. O olhar observando os braços proeminentes do pequeno homem. Músculos definidos no antigo emprego em forja.

''É essa peça que o senhor queria?'' o nome do estabelecimento. Faliu após um ano, seis dos dez ferreiros passavam a maior parte do expediente relaxando e tomando suco de laranja. Eram todos sócios e quatro não foram suficientes para cobrir trabalhos aceitos que requeriam dez.

Jeremaiah foi contratado por José depois de meia dúzia de empregos. Tinham se encontrado em frente a uma loja de artesanato. Bebidas em mãos, sol no meio dos céus.

''Se dá bem com crianças?'' a pergunta ergueu-se. ''Sim'' respondera o anão.

E ali estava. No saguão da propriedade ''Casarão no final da rua''. O olhar subindo ao rubro do vampiro. O rosto rude soltando um sorriso.

— Já de pé? - ele perguntou.

O garoto acenou positivamente. A face com os músculos tensos em um fraco mimicar de neutralidade.

— Tá tudo bem? - Jeremaiah, cabeça inclinando de leve.

''Eu vou raptar um cachorro, fazer uma ameaça e...'' tremeu tenuamente.

''E morrer, não é?''

— S-sim... só... sonolento - respondeu. Coçou o olho esquerdo e abriu a boca como se a bocejar.

O anão assentiu.

— Bom, volte a dormir. Tem algum tempo ainda e o dia vai ser atarefado.

Acenou positivamente e esperou-o sumir na curva à esquerda.

Então desceu. Então buscou se enveredar pela cozinha, olhar indo para os espaços entre armários na parede esquerda e fogão na direita.

Seguiu a porta no final do cômodo. Atravessando o espaço de sete passadas entre uma parede tomada por armários e mesas e outra por fogão e larga tábua.

Lá, em cima da mesa, ele estava. Na sala de jantar, todo caramelo. Com uma orelha roída e a barriga virada ao lustre no teto.

O cachorro abriu um olho. E fitou o vampiro diminuir a distância uma e duas e três vezes... antes de virar-se. A cauda a abanar.

A postura de Pedro abaixou. As mãos esticaram-se adiante e abertas.

Avançou ao animal. Pulando, punhos começando a fechar.

E agarrando ar. E batendo dolorosamente a barriga contra a borda da longa mesa. As íris rubras seguiram o cachorro. Do salto mesa a fora, do correr a saída do cômodo.

Praguejou. Acertou a madeira escura do móvel.

Então começou a persegui-lo.

 

 

                ☾ ~~~~☾ ☀ ☽~~~~ ☽

 

— Querem mesmo fazer isso? Comigo? Agora? - perguntou. Olhando de esguelha sobre o ombro. O lilás da íris quase brilhava, a face mantinha um silêncio gélido.

Estava suja. Parte de si em êxtase, outra em... ''por que?''. ''Não iria esperar três dias?''. ''Com quem iria ter uma boa conversa agora?''.

''Eu gostava dela''.

Eram cinco, dez passos as costas da oni. Vestiam aço. Pesada e completa armadura de aço. O do meio a tinha vermelha e elmo a mimicar feições reptilianas e trazia uma longa espada com metro e oitenta de lâmina.

Seis. Havia um palhaço usando terno no calor de Semiramis pouco depois do início do ano. Bem ali, atrás do vestido em metal rubro.

— Seu último aviso, demônio! Se afaste de Jéssica e do meu tio imediatamente! - o palhaço, sobrinho de Al Calvone.

Laís puxou a camisa. Fitou a pele sob ela e depois sob o short. Sem roupas íntimas, manchada com sangue agora seco.

''Devo tirar logo tudo?''. Ficar nua, matar e talvez comer.

''Não estou com fome''. Jéssica era quinze centímetros mais alta e dez quilos mais pesada. Manteria o estômago cheio por mais umas horas.

''E misturá-la com esse lixo não soa adequado''.

— Não querem só foder um pouco? Não estou com fome no momento.

Os vestidos em prata riram. O palhaço engoliu em seco e tensionou o semblante. O de vermelho a observou em silêncio, íris cor de sangue visíveis pela viseira do capacete.

— Só saia da Sétima área, praga! - o palhaço, sobrinho de Al Calvone.

— Vamos - a oni virou de frente ao grupo, sorriu. Indicador erguido rumo ao palhaço. - Depois de me experimentar sequer lembrará de alguma prostitutazinha barata, seu tio é testemunha da verdade disso.

— Ela não era nada barata! Cem ex de prata, tanto quanto uma cortesã de nobres!

O encarou em silêncio por três segundos. Piscou duas vezes.

— Espera, você pagava? - comentou. Ele manteve-se sem palavras. Um segundo e ela riu. - Não, sério?

Riu mais, agarrando a barriga e tronco inclinando a frente. Um dos de armadura prata soltou duas gargalhadas. Rapidamente mortas sob o fitar do palhaço e do de vermelho.

— Eu só trazia umas bebidas - Laís continuou. Riu. - Pobrezinho. Não sabe dar prazer a uma mulher, sabe?

Ela endireitou a postura. Ereta, curvas modestas marcadas pelo pano úmido. A mão subiu e desceu em um seio sob camisa preta de botões.

— Posso te ensinar uma coisa ou duas se quiser - ofereceu, piscou o olho esquerdo. - De graça.

— Deem uma surra nela - o palhaço ao de vermelho, veia saltando na têmpora. Depois fitou o púrpura brilhando na face do demônio. Era noite e as brisas frias traziam balançar a fios e tecido. Arredores entoavam uma orquestra de silêncios. Janelas a pouco de fechar tinham as brechas pintadas com olhares curiosos. - Depois a tragam pra mim.

— Sério? Acaba de perder uma graaaande chance de ficar popular com as mulheres - abriu os braços e baixou as pálpebras. Sob aquele luar, acima daquela noite. Pairava alta demais para as pequenas ameaças dos homens. Indiferente demais após comer alguém tão...

Abriu os olhos, sorriso descendeu a quase retidão.

''Vai continuar remoendo isso? Jéssica foi uma boa refeição e é só o que há sobre o assunto''

Os de prata espalharam-se. Dois para larga via à esquerda, que dividia duas calçadas cobertas com lojas de lembranças e restaurantes. Dois para o Cocobambu a direita. Um alto motel, entrada flanqueada por coqueiros e um jardim longo cobrindo a dianteira.

O de vermelho se aproximou. Rápido, com pisadas de metal contra pavimento de pedra. Uma arma maior que Laís erguida por um punho. A lâmina negra refletia o alaranjado do fogo, fagulhas que saltavam no aço e tornavam-no o equivalente de um sol para pássaros de passagem.

A musculatura da oni enrijeceu de súbito. Ar parou de entrar pelo nariz e estômago contorceu-se como se em um sonho de queda. Punhos fecharam e pés puseram-na a deixar a posição.

Porque, em menos de meio momento, ele estava diante de si. O mercenário do palhaço, do alto de seus dois metros, baixando a espada na figura mirrada com longos chifres.

E concreto voou. E chamas picharam a escuridão com um grito estridente de luz. A espada caíra como a iluminação de uma tocha preenche um cômodo e explodira como bomba no assoalho da rua.

Quase acertando a pequena figura demoníaca.

Cuja pele queimou e de onde xingamentos nasceram. Destroços arranharam-lhe o traje. Suor caiu em cascata. O sujeito tinha a espada enterrada no concreto que ficara para trás quando Laís recuara. A íris fitando-a de dentro do elmo. O solo afundando sob os pés, fumaça fedendo borda do corte na rua a fora.

''Não era para ser uma surra?'' Laís fitou a lateral do homem. Afastada sete passos dele.

''Não é que é um pouco rápido?''. Os quatro restantes avançavam mais devagar. Estavam nas pontas e tinham círculos com inscritos flutuando à frente das mãos.

''Talvez eu esteja em perigo dessa vez...'' riu, arrancada de sua sensação de divina invencibilidade.

''O reino dos mortais realmente cheira diferente. Carne e lento apodrecer, hahaha haha''.

O mercenário avançou.

A espada voou na noite como um imenso archote. Então voou e voou de novo. Clarões quentes atingindo ar e calçamento e raspando o branco lua da pele da oni. Observada por um teto estrelado e negro. Por casas e um imenso edifício para atos carnais e apresentações. Labaredas cada vez maiores. Indo e vindo. Assobiando, pondo fragmentos do calçamento a voar a cada passagem. Os cabelos negros de Laís a balançarem violentamente e a cor a transmutar para vermelho de queimaduras.

Pedaços da roupa dela desapareceram até findar-se por completo.

''O ar fica mais escasso, isso é mesmo perigoso. Pare de achar engraçado, eu'' riu. E se agachou com fogo e aço a passar a pouco de arrancar-lhe os chifres. Um minuto.

Em um minuto as drogas pra suprimir a dor ficariam inúteis por cinco.

A lâmina tornou do movimento lateral para outro indo a direita. E ela se dirigiu no mesmo rumo. Impulsionando-se até a calçada diante o jardim do Cocobambu. Os dois de armadura prateada a fitaram, quietos. Estavam ali, na trilha dourada cortando o gramado.

Seguiu até eles, seguida pelo sujeito com aço, fogo e morte para ela.

''Mas é engraçado, não é? Ser assassinada após matar e me arrepe...'' não riu. Não iria completar a sentença. ''Arrepender? Depois do quão bom foi? Do quão alto as pontas da minha boca subiram?''.

Corpo chocou-se. Rude, súbito. O nada. O ar marcado pela luz dos archotes. Fitou a calçada. ''Block, surround, circle'' escritas em leve tom de azul.

''Oh, magia. Detesto magia... a partir de agora''. E girou sob o cair de aço. Que atingiu o chão que pisava. Que fez fagulhas quentes e pedaços da calçada mordiscarem-lhe a pele.

Estava presa em uma redoma invisível.

O fogo era um pesadelo aos olhos. O dava apenas alguns fitares de esguelha. Se fosse uma criaturazinha menos educada em combate, não teria concentrado energia mágica mais intensamente nas íris ao ver o fogo na espada. E teria a lançado olhares retos. E ficado cega.

''Acho que pode entender isso como um obrigada, mamãe. Não que algum dia eu vá o dizer para você, morra por favor... e diga a papai que ele era basicamente uma porta quando vivo''.

Os desníveis no metal, cobrindo o mercenário, davam-lhe ar de escamas. E círculos mágicos percorriam-na das bordas ao centro. Um sistema complexo que mantinha o calor em parte convertido a mana e outra irradiada para fora.

Lançou um breve olhar a viseira dele, suor escorria e toques de rubor pairavam na pele escura ao redor das íris do sujeito.

''Não muito eficiente''.

Se moveu em círculo ao redor do seu algoz. Deixando veneno em gás escapar.

''O fogo consumirá isso? Apagará? O normal seria apagar com isto interpondo-se no caminho do oxigênio, certo?''

A espada flamejante balançou e a cortina de veneno dissipou-se.

''Oh, esse veneno custa um dracma de ouro o frasco, sabia? Não que eu tenha algum custo ao produzir, mas... ah, esquece''

Laís deu passos para trás. Tronco e pisares a mantendo longe do toque direto da arma.

Avançar? Poderia romper aquela armadura. Enfrentar o mar de chamas, sem ser tocada, requeria observar mais vigorosamente. E ficar cega e ter a carne carbonizada logo a seguir.

''Um avanço tudo ou nada?''. Riu. ''Que precipitada ideia... mais trinta segundos, se esse cara não cair eu o mato ''.

Afastou-se mais. Ele a perseguiu e perseguiu. Entre o caos de chamas deixadas no piso de golpes anteriores. Da fumaça formando uma redoma. Fagulhas das silhuetas a única vista um do outro.

Laís mantinha um reabastecimento de película de água sobre a pele. E meia dúzia de substâncias químicas de criaturas capazes de se curar na corrente sanguínea.

Não fortes o bastante.

Já estava com as primeiras bolhas a nascer. Carne viva se mostrava acima e abaixo pelo corpo.

Um segurança pairava ao lado da entrada do largo prédio Cocobambu. A fileira de residências eram tomadas por pedras de mana acesas ao começo da noite. Embora outras estivessem apenas ligeiramente iluminadas pela luz da vizinha.

Nenhuma silhueta fez menção a mais que olhar. Guardas não irromperam para parar o conflito.

''Onde está a segurança pública quando se precisa dela? Hahaha''.

A labareda rugia e transformava o solo em um líquido pegajoso. Cada balançar da arma pondo o espaço a tremeluzir com calor. O ar... a dois minutos Laís não o punha para dentro.

''Não que eu precise, produzindo meu próprio oxigênio aqui, amigo''.

Então ele parou. A lâmina tocou o chão de terra e migalhas do calçamento. Do qual fumaça subia aqui e ali. Rodeada por um círculo mágico. Habitado por dois seres em um duelo.

A armadura brilhava em incandescente carmesim sob os fiapos cinza.

— Ei, não ia me matar? - a oni perguntou. Timbre tranquilo, expressão austera. Uma silhueta de pele avermelhada com dois longos chifres. Ainda de pé em meio a noite e pedras borbulhantes. - Vamos, vamos. Juro que você tem chance.

́ ́Mentira, evidentemente. Talvez se fosse capaz de durar mais que uns minutos... isso soa estranhamente como algo que pensei de alguns caras na cama... na verdade, até parafraseei. Três não levaram bem a crítica construtiva. Um tentou me agredir, o franzino ficou em silêncio sepulcral e o gordo negou com vigor''. Andou no solo ardente. Apontando o dedo para o sujeito tossindo, a tentar desesperadamente remover o elmo.

''Não vingou Jéssica, os deuses não a vingaram ou quem quer esteja de olho... é um pouco deprimente''.

Passos de um dos de prata na esquerda e outro da direita soaram. Vindo até a oni. Abafando quase que por inteiro gemidos enquanto as botas buscavam os pontos ainda sólidos no chão. Tossidos e pragas escapando em meio a isso.

— Se tirar o capacete eu te mato - ela contou para o sujeito em metal rubro, indiferente aos que se aproximavam. O da direita a alcançou, espada subindo e logo descendo junto um passo à frente.

Uma bola de ácido o recebeu a face. A espada caiu rumo ao pescoço de Laís. Que pisou para o lado, que observou de relance o corpo e arma despencaram. O crânio e elmo do sujeito se desfazendo sob o líquido que lançara.

O outro vinha pela frente. Gritava e mantinha a espada ereta, segurada com as duas mãos.

''Sério...? Bom, não que a fumaça fosse me impedir de te perceber... mas acho que seria educado da sua parte ao menos tentar''.

Pisou adiante. Rápido. O pé do sujeito sequer chegou a tocar o solo após a última passada.

E lá ela estava.

Segurando a guarda da lâmina dele. O púrpura do demônio encarou o azul das íris sob a escotilha do elmo do sujeito.

Ele piscou. Um movimento tão lento que Laís quase cochilou antes de lembrar de reduzir a quantia de mana no cérebro.

Os braços do homem empurraram a arma para frente um segundo depois. Ainda gritando e tossindo sob fumaça. Os membros tremiam sob a tensão da musculatura. Sem resultado. O homem parou o ''ahhhmorrra!'' e pôs passos a ir adiante. Sem resultado. O olhar dele umedeceu, o som do engolir em seco soou. Boca expeliu mais saliva.

''Oh, ele notou, não notou?'', o demônio sorriu.

E pegou o coração do mercenário, atravessando metal, carne e ossos.

Era um tanto maior que o punho de Laís.

E pulsou e expeliu sangue por três segundos, então parou.

— Oh, esqueci de perguntar, não se importa se eu ficar com isso, certo?

O soltou e saiu-lhe da frente. A espada caiu em um som oco na terra queimada.

O homem deu um passo. Bambo, liquido vazando peito a fora. A mão subiu aberta à frente. ''Ma..coff...blergh'' murmurou e foi de encontro ao solo.

''Um passo, hum? Não chegou ao recorde de três, mas foi melhor que a maioria''.

Jogou o coração em cima do corpo. O órgão bateu nas costas da placa de peito e escorregou de encontro ao ombro. De lá deslizou a mão do homem.

''Uou, com essa ele conseguiu abrir uma nova categoria''.

— Agora, você - virou para o de vermelho. Ele tirara o elmo. Tinha pele escura e olhos escarlates. Era careca. - Como quer fazer isso? Estou sempre aberta a sugestões.

— Pato, Chorume, fujam! - ele berrou.

''Que droga de nomes são esses?'', Laís gargalhou.

O mercenário apoiou uma mão no joelho, a outra manteve-se na espada. As pernas tremeram e cederam contra o chão. A arma servindo de muleta impediu-lhe o tronco de encontrar calçamento fumegante.

— Rápido, não pensem! Obedeçam, porra!

Laís esperou, o grito agudo da dor percorrendo-a. A química imitada de monstros tirando de si as marcas do conflito. Ouvidos atentos a discussão via berros dos mercenários. O de vermelho chamava-se Valdeci, a conversa revelou. Soltava alguns tossidos e xingamentos rudes.

Os dois magos foram. Juraram ficar mais fortes, juraram vingá-lo.

''Quantas vezes já não ouvi essa merda? Quantos vingadores não já matei?'' Suspirou.

— Quer se vingar por si só, Valdeci? - perguntou. O mestiço de oni a fitou. A expressão feroz, sangue escorria por entre os lábios secos. - Olha, eu deixo que vá. Depois marcamos um jantar, trocamos uma ideia e decidimos um dia para que tente me matar. Ou podemos só foder depois do jantar e dar o assunto por encerrado que, se me permite, seria-lhe bem mais agradável.

Ele cuspiu... tentou. Apenas o ruído saiu.

— Ei, isso foi rude - disse e abaixou a frente dele, pele já tornada a branquitude habitual por água e medicamentos que mimicou. - Me encontre na praça dos pantomineiros pela tarde em cinco dias. Ah, irei levar sua mão, certo?

— O qu...AhUhOhaahhFilhadaPu...!

Pôs-se de pé e partiu a buscar outras roupas no Cocobambu. A mão de Valdeci pingando vermelho entre os dedos.

''Talvez ele morra de perda de sangue... não calculei bem isso... bom, tanto faz''.

       

 

                ☾ ~~~~☾ ☀ ☽~~~~ ☽

 

— Aconteceu o quê...?! - Ana em um sussurro tenso, com a coleira vermelha entre os dedos.

Pedro baixou o olhar. O pequeno rombo no amarelo do cabelo visível. Até tornar a erguer.

— Não temos tempo. Vá, encontre o cachorro e me espere atrás do muro do casebre das trocas - lugar no qual roubos eram convertidos em dinheiro. Fora descoberto pelos guardas da cidade há meio ano. Agora os pontos se diversificaram para outras das vinte e três regiões de Semiramis. - Vai dar tudo certo.

Ana foi atrás de Magrelinho que irrompera para as ruas quando a governanta abrira a porta para entrar. Marlene, a governanta, havia ido paquerar o vizinho da esquerda. E no início da tarde iria ao vizinho da direita. No retorno do primeiro evento, o cachorro escapou.

Escutou os tapas na madeira dos beliches. No andar acima. Então subiu.

Jeremaiah o deu um leve no ombro. ''Pode ficar na frente''.

Pedro aceitou a oferta.

Com passos trôpegos e outros firmes, com vozes sonolentas aqui e ativas ali, a fila de despidos de pais se fez. Um emaranhado de histórias.

Maria Francisca morava junto ao pai. Homem desempregado de quarenta e três anos vivendo de sonegar aluguel, de recolher restos da feira e do que sobrava da casa de amigos de bar.

Até passar tempo demais no mesmo cômodo alugado. Não pagou o senhorio quatorze vezes, na décima quinta perdeu a cabeça para uma espada enferrujada.

''Sete golpes'' Maria Francisca dissera, ''Plack, plack, splish, plack'' com olhos arregalados fitando algo que não os órfãos ao redor. Ou qualquer coisa no quarto.

Frederico era filho de um capitão do próprio barco de transporte. Depois de uma década como pescador o pai de Frederico comprara um maior com financiamento. Dos irmãos Hans, anões filantropos e pouco pacientes para a falta de empregadores de seu cliente.

''Vinham homens enormes com espadas enormes. Uma vez a cada sete dias''. Então, uma manhã com nuvens cinzentas e escassas aparições do sol, o pai saíra com o barco. ''Nunca mais voltou... e mamãe...''

Ele não falou, mas ouvira da governanta. ''Pulou no mar trinta noites depois''.

Chavier... talvez o mais desafortunado. Talvez o exato oposto. Nunca conhecera os pais, nunca conhecera um lar. Sua lembrança mais antiga era de andar entre as pilhas de lixo na área três de Semiramis.

As demais crianças tinham contos de serem passados de mãos a mãos. De responsáveis mortos por doenças ou monstros. De fuga de pessoas violentas.

E enquanto desciam em fila aos banheiros, apenas trocavam palavras. Riam e bocejavam.

Pedro só esperava continuar ali. Resolver a questão da vigilância do demônio e continuar ali.

Banho, roupas e brincadeiras.

— Hoje, crianças, limparemos a bagunça feita pelos adultos - José comentara, andando com mãos atrás das costas. Rodeando a mesa devagar. Os pratos e taças despidos de quantias consideráveis de comida. Pirralhos ordenados a manter a bunda nas cadeiras e assim fazendo. - Por um pouco de disciplina e habilidade manual. Para contribuir com a sociedade e melhorar a visão que ela tem de crianças sem pais. Acredito que as regras não precisem ser ditas novamente, então darei apenas um rápido lembrete. Não se afastem da rua central. Não desrespeitem nem mesmo a formiga passando ao lado de seus pés. Não sigam ninguém para espaços fechados e, se abertos e não distantes, avisem a mim ou a Jeremaiah ou Marlene. Entendido?

''Sim'' responderam. Alguns com pés movendo-se abaixo das mesas ou troncos pendendo a esquerda e direita. Outros com dedos acertando a mesa ao lado dos talheres de madeira.

— Muito bem, tem dez minutos antes de partirmos - e o inferno se fez com o arrastar de cadeiras. Com o erguer-se e percorrer do salão de refeições. Com os sons de frases eufóricas seguradas por tempo demais.

— Pedro - José, alto e de algum modo contendo ''Onde está sua irmã?''.

— Minha irmã volta logo, foi buscar Magrelinho. Eu espero por ela e depois vamos. Laís chega já já, não ficaremos sem supervisão.

O olhar do velho era duro, mas assentiu e deixou o cômodo.

Mais tarde, com crianças e cuidadores casarão a fora, o arrastar da porta soou. O odor amargo de demônio misturou-se a corrente de ar. Passos sobre madeira, dois, no térreo.

Silêncio. Coração martelando no peito, suor a molhar as mãos. Um andar acima e na borda da escadaria, escondido atrás da parede ao lado dela. Respiração subindo dois tons, Pedro fitou esticando a cabeça.

A oni aguardava. Semblante frio, púrpura indo a esquerda e direita. Então assobio. ''Magrelinho, oi!'' Laís chamou.

Palmas a seguir. Pondo os pelos de Pedro a arrepiar.

O cheiro estava pior. O frescor de energia mágica... suco de puro limão derramado em seu nariz seria um doce sonho comparativamente.

— Ei, pirralho, onde meu cachorro está? - a voz subiu, alta e gélida. A íris lilás do demônio o encontrou. Faminta. Marcada pela infinidade de coisas que devorara, fitando indefinidamente as coisas que devoraria.

Pedro parado. Respiração, membros, voz e pensamentos.

Tinha imaginado que poderia ao menos abrir a boca. Lutar e correr, descartados. Abandonar aquele paraíso, descartado. Parar de beber sangue daqueles órfãos, descartado.

Mas falar... precisava ao menos disso.

Os lábios separaram-se, a língua começou a mover e a oni estava de pé a sua direita. Trinta e sete passos de onde estava meio instante atrás. Sob longa camisa preta que descia até o fim das coxas e era estampada por lírios brancos. Chifres subindo testa a fora e tocados por rubro sangue. Postura ereta e queixo levemente erguido.

Morte, fim e uma queda em breu invernal.

— Oh, sim, hoje era dia de feira - ela comentou, tom distante. - Não deveria ter ido também?

A oni se agachou e girou até ficar de frente a Pedro.

O garoto pálido e imovel e boquiaberto.

— Qual o problema? - perguntou e colocou as costas do punho direito na testa do vampiro. - Ei, pirralho.

Dois tapinhas. A írís vermelha se moveu ao rosto dela. A austeridade na expressão trocara de lugar com suave curiosidade na oni.

— Frio? Quer que eu traga alguma coisa...? - Laís levantou, pousou uma unha no próprio pulso e pressionou. O olho do vampiro umedeceu e fitou a gota rubra, a boca abriu e encheu de saliva. Os dedos, pernas e braços tornaram a responder.

''Vá!'' o pensamento subiu à frente de qualquer outro na mente.

Girou, ''tenho seu cachorro como refém, suma do orfanato ou o matarei'' sobre ponta de língua.

— Hmmmm...! - o pulso com sangue encontrou-lhe os lábios. Quente, amargo e abundante. Bebeu. E bebeu e relaxou.

Laís o guiou para o quarto e para a cama no final do corredor. O observou em silêncio, a ferida no pulso desaparecida e os lábios do vampiro manchados por seu sangue

Quando as pálpebras de Pedro desceram e subiram. Quando tensão tornou a abrir caminho ao cérebro dele, o momento da ameaça passará quilômetros além de suas mãos.

E Laís sentou ao seu lado no colchão de baixo do beliche.

— Melhor? - a oni, quase como se não para o garoto. O fitar do demônio perdia-se janela a fora. Uma miríade de telhados manchados por dia, gato negro caminhava sobre casa vermelha no lado oposto da via. Só e com dois ratos entre os dentes.

— Sim... - respondeu, pés balançando. Precisava falar para o demônio ir embora. - Vo...

A voz secou e morreu. A íris purpura caira de esguelha sobre si. O odor relaxado que delineava a força dela era oco agora. Sem alegria ou ódio. Nem nada daquilo entre ambos.

Uma sobrancelha da oni ergueu-se.

Era pesado, aquela absoluta certeza de que seria morto. Pedro engoliu em seco, fechou os olhos com força por um longo momento.

''Vá!''.

— Quero que...

''Au, au!'' o latido, o odor e as patas contra assoalho seguraram-lhe a fala.

O cheiro de Ana também. Piscou, voltou a face rumo ao piso.

Acabou. Sem o cachorro, sem poder de barganha. Suspirou, pontas da boca apontaram para cima. Não precisaria fazer isso naquele dia.

Magrelinho atravessou o batente quinze segundos depois de ser notado e se colocou à frente de Laís. Língua para fora, cauda abanando. A mão da oni afagou sua nuca.

Ana surgiu à porta, devagar. Suor sobre pele dois tons mais pálida.

O demônio sorriu para a vampira. Um aceno depois, Ana se aproximou e sentou ao lado de Pedro. Silêncio observado pelas sete beliches.

Três criaturas que se alimentam de pessoas. Sobre colchão e dentro de orfanato, cachorro entre eles. Era começo do dia e no telhado verde, do outro lado da rua, um felino partia carne e ossos de pequenos roedores.

— Eu vou embora para não voltar mais - o demônio quebrou o silêncio. Pedro e Ana tiveram as pálpebras erguidas ao limite, então piscaram. Respiração tornada lenta.

Encararam de esguelha o predador maior. Não, se comparados a ela, eram roedores escondidos nos buracos das paredes e saindo de sacos de lixo. Levando leptospirose e roubando migalhas.

Olhos umedeceram. ''Vencemos?'', fungaram.

Ana deitou as costas rudemente no colchão e o ruído encheu o cômodo. Era manhã de feira, ganhariam moedas por carregar caixas e arrumar tendas. Ouviriam o debater sobre a melhor forma de cultivar tomate e quantos dos filhos do Valdir eram de fato dele. Conversariam sobre o preço da carne, sobre a incompetência e competência da tríade de governantes atual.

Pedro sorriu largamente e lágrimas escorreram.

''E Laís vai embora... beberei sangue de qualidade! Chega de lixo das veias de animais!''.

— E vou matar vocês dois - a voz soou como um sino de uma igreja. O remo de um barco em rio assoprado por vento suave. Um infinito de breu e vazio.

''Quê?''

— Não tenho nada contra vocês, é só um presente de despedida para o orfanato - o demônio continuou, tom suave como o calor de um abraço. A cada letra parecendo mais apertado aos vampiros. Pondo juntas a estalarem e fibras da carne a partirem. - E...

O lilás caiu sobre Magrelinho. A boca da oni fechou, abriu, suspirou e as pálpebras desceram. Um fiapo fúnebre manchou seu odor por meio instante.

— E matarei meu cachorro. Era para ser um ''me infligirei dor como um pedido de desculpas aos pirralhos'', mas eu realmente não me importo. Não significa nada, como poupar um idiota aleatorio que tinha uma espada de fogo... mesmo tendo matado uma mulher que eu gostava pouco antes.

Silêncio. As pálpebras do demônio subiram.

— Esquece. Saco de pulgas, sai - para Magrelinho. A cabeça do cachorro lateralizou. Pelagem e olhos caramelo. Uma orelha ruída e focinho úmido, cauda a balançar agitadamente. O achara em frente a um bar, dentro de uma caixa de papelão. - Sai.

Roía um osso e os próprios eram marcados pelo couro no dia. O alimentara com um pão metade comido e molhado em algo... vinho? A oni não lembrava, estava bêbada e levara um susto ao acordar com o animal lambendo sua mão na manhã seguinte.

— Sai.

Magrelinho, no agora, continuou no quarto. Piscou e a língua deslizou sobre o punho de Laís.

Que atravessou seu crânio e mandou-lhe pedaços da cabeça para todo lado.

Ana e Pedro gritaram. Olhos esbugalharam e bocas travaram abertas. O coração comprimindo dolorosamente.

— Se conseguirem não morrer até o início da tarde, vivem - ela sorriu, sangue e carne canina marcando-lhe face. Vestia camisa folgada em excesso e o cabelo negro continha ligeiras ondulações e fios a meio caminho da eretidão. O tom era melodioso. - Boooa sorte.

Não fugiram até a orelha de Pedro ser arrancada.

Então correram e choraram e pedaço a pedaço sumiram estômago do demônio adentro. Acabara em três minutos.

Pedro queria ser como ela.

Mesmo enquanto rezava por uma lança que a perfure do olho a nuca. Por veneno que destitua-lhe da vida. Por um deus que decida-lhe o fim.

Enquanto gritava de agonia com as tripas caindo barriga a fora. Enquanto o olho da irmã era arrancado e comido. Enquanto ouvia Ana implorar por ajuda e tudo que pôde fazer foi implorar pela dela.

Quis ter a força da oni... e ao menos uma vez ter controle sobre a própria vida.

 

 

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Notas finais do capítulo

Caramba... eu achei tenso, triste e deprimente(num bom sentido, por estranho que soe).
A gente tenta entender a oni(usando o nome Laís nessa época do conto) e no fim começamos a perceber que nem ela entende suas razões por inteiro.
E Pedro? No final ele diz que queria ter a força dela para poder ter controle da própria vida, mas no decorrer do conto, apesar de todas as ações da oni serem impossiveis de serem detidas, ela não tem tudo que quer.
A oni não tem a vida no formato que queria e nessa parte final ela praticamente desistiu de tentar ter controle e só se moveu guiada por uma tentativa falha de preencher o vazio que sentia após matar Jéssica. Fazendo o que achava que devia fazer, sem sequer conseguir cogitar o que queria direito.
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Enfim, o que achou do conto? Bora trocar essa ideia. Ou marca presença nos comentários só pra dizer: curti ou creio que precisa melhorar.
Obrigado por ler até aqui! Muito obrigado!



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