Um Príncipe, Um Desejo e Uma Forca escrita por Niars


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Pouco mais de 1000 palavras pra treinar minha narrativa em 3° pessoa.

Espero que gostem...



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Em meio à multidão que se formou, Annelise encarou com medo a figura morta do homem na forca. Fora uma cena para todos se recordarem e jamais duvidarem do que acontece aos que se impõem ao poder supremo. 

Annelise, uma jovem camponesa, sem muita perspectiva de vida, carregava em suas mãos um balde de água que trazia do poço quando a lamentável captura e espetáculo aconteceu. Como uma mensagem para todos que duvidassem das regras impostas. 

Naquela noite, antes de ir para sua casa, a qual dividia com mais outras oito pessoas, ela se encontrou com aquele que era o único a conseguir tirar-lhe dessa maldição. 

Príncipe Pierre passara a manhã toda em busca de motivos que levaram seu pai a fazer tal brutalidade em meio a praça pública, mas ainda sem respostas, foi obrigado a passar sua tarde com a noiva, Maria, a futura rainha.

Ao ter sua amada em seus braços, toda falsidade do dia se transformou em cinzas, pois ali com seu maior desejo, ele tinha certeza que o mundo poderia ser melhor, apenas com o sorriso de Anne. 

Senti tanto sua falta, Annelise. – Pierre disse ainda em meio ao forte abraço que se davam.

Em silêncio, Annelise permaneceu, tinha medo de contar o que viu. Seu maior e mais belo amor, detrás dos homens a puxar a corda. Percebendo o silêncio de sua amada, Pierre se afastou apenas o bastante para visualizar seus olhos azuis esverdeados. 

O que houve, minha doce Anne? Por que nada sai de seus lábios? Não sente minha falta? – Perguntou agoniado, pois não saberia viver sem o único amor que considerava relevante.

Annelise, retirando coragem dos céus, suspirou e se afastou o bastante para cruzar os braços e encarar o amado. Fechou os olhos por meio segundo e quando os abriu disse de uma única e áspera vez.

Vi o que fez hoje Pierre. Pode não ter puxado a corda, mas apoiou a decisão de seu pai. – Imediatamente Pierre, sem saber o que fazer, começou a negar com a cabeça, as palavras se recusavam a sair de sua boca. – Por que estava ali? Achei que fosse diferente.

Lágrimas ameaçavam cair dos olhos de Annelise, era difícil acreditar que o amor de sua vida, fosse capaz de tirar a vida de alguém, mas com uma decisão importante, decidiu ignorar a possibilidade de isso acontecer, fazendo com que, não uma, ou duas, mas uma cachoeira de lágrimas escorresse. 

Eu não fiz nada! – Apenas isso saía da boca de Pierre, que apesar de ser inocente, não conseguia se defender, fazer sua razão de viver chorar, era o bastante para desejar a própria morte. – Anne, entenda, eu não sabia para onde estavam me levando, e assim que percebi... – Ele não era capaz de deferir aquelas palavras, eram assustadoras demais para serem ouvidas novamente. – O Rei sabe sobre nós. Vossa Majestade não concorda com minhas escapadas e ameaçou sua vida. Ele diz que Maria será uma aquisição importante para nosso reino, e que um desejo infeliz de um príncipe, não pode arruinar acordos de toda uma vida.

Annelise ouviu cada uma de suas palavras, e sua única ação fora ir de encontro a boca de Pierre. O beijo não durou muito, estavam em meio a uma rua deserta, porém se fossem pegos, possivelmente Anne seria apedrejada, ou queimada na fogueira, a acusariam de bruxaria se necessário, para esconder o real motivo. O Príncipe Herdeiro Pierre a amava, e não suportaria viver sem ela.

Quando parei naquele palco mortal, e percebi do que se tratava, o conselheiro do Rei, estava a atrás de mim, disse que haviam homens prontos para te pegar... Deixarei mil homens traidores morrer, se isso significa sua proteção, Anne. – Com as mãos pôr em volta de seu rosto, Pierre continuou a falar. – Sei que é difícil, porém, eu te amo, e ninguém irá te ferir. Sinto muito por Joseph, havíamos conversado algumas vezes quando vinha ao vilarejo, ele era uma ótima pessoa.

Annelise afastou o homem que amava com dor no coração e então negou algumas vezes. Ela jamais deixaria mil homens morrerem por sua causa, por mais que amasse o príncipe. Limpou as últimas lágrimas que escorriam e então suspirou longamente, limpando todo cheiro de seu amado de seus pulmões. 

Eu sinto muito Pierre, mas eu não posso deixar tantos se ferirem por minha felici...

Antes que terminasse suas desculpas, Pierre lhe dava beijos e mais beijos em todas as partes de seu rosto, enquanto murmurava aclamações de desespero, não poderia deixar sua única paixão ir embora. 

Não por favor, não faça isso, não saberei viver sem você, meu amor. – Disse enquanto agora, lágrimas escorriam tanto de seus olhos quanto dos dela. – Meu amor, por favor, não faça isso conosco, me virarei contra meu pai, se necessário, apenas não... Não desista de mim.

A expressão fria de Anne continuou enquanto em sua mente os diversos momentos que esteve ao lado do Príncipe, que a fizeram sorrir e desejar mais momentos assim, fossem aos poucos substituídas por cenas onde a dor e destruição implantada por um rei egoísta, se mostravam ainda mais presentes. 

Com dificuldade, afastou o rosto de Pierre e deu um devagar beijo em sua bochecha, na mísera tentativa de o acalmar, completamente em vão, já que, no mesmo instante, lágrimas continuavam a escorrer de seus olhos. 

— Pierre, eu sinto muito, isso significaria a destruição de todo um vilarejo e não apenas uma morte. – Anne sabia que tal morte seria a própria, a única forma de tirar-lhe da vida do príncipe, senão por vontade própria. – Eu te amo, meu maior desejo é estar com você e apenas com você...- Ela sorriu para o amado. – Se fizéssemos nosso desejo ser real, significaria a morte de muito; não posso ficar com você. – Acariciou o rosto de seu fiel uma última vez, aproximou os lábios de sua bochecha uma última vez, e então se afastou, uma última vez. 

Pierre, um pouco aéreo, permaneceu ali, no meio de uma viela em um beco escuro, por tempo suficiente para que todos percebessem sua ausência. E quando voltou, ele não era o mesmo que antes. 

Annelise ao se afastar do único amor de sua vida, também traçou um caminho que a mudaria para todo o sempre.


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Notas finais do capítulo

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