A Suprema Arte da Guerra escrita por MT


Capítulo 1
Capítulo 1 - O incomparável encontra um cão louco


Notas iniciais do capítulo

Já dizia Sun Tzun, vença sem lutar e terá realizado a suprema arte da guerra.
Agora um poema:
Olhos rubros do outro lado da mesa
Fitados por azul
Mundo numa mesa
Apenas o pedaço que interessa
Olhando o preparo das íris carmesins
Pregar sua peça



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Erwin Smith era incomparável sob os céus. Um homem de um país medíocre qualquer, abençoado. Genética, deus. Não teve uma resposta conclusiva sobre o responsável e isto pouco importava.

Matara bestas selvagens antes de aprender a andar. Conhecia todos os caminhos das ilhas do país de Gales antes de saber ler. Media distâncias tão precisamente quanto uma máquina até na época em que não aprendera mais que somar e subtrair.

Transformara seu pequeno país subdesenvolvido em uma economia emergente com previsão de ser potência em sete anos.

Agora os encarava. 

Do meio dos céus, eles no mar abaixo. Pontilhavam a água com embarcações. Porta aviões, navios de guerra. Trinta e a sete quilômetros de cruzar a fronteira marítima de Gales.

Ventos frio balançavam-lhe as roupas. O sol brilhava só no azul de cima. Odor salgado.

Desceu. Uma fagulha divina sobre o navio na ponta dianteira da formação. O som dos calçados contra metal foi suave. Mas o ar dissipou um ruído cortante pela atmosfera do veículo.  

Uma belonave com dez canhões a esquerda e direita de sua longa estrutura.  Revestida com matriz escura, único material capaz de resistir a duas ogivas nucleares em sequência. De suportar a temperatura de dezesseis milhões de graus celsius. Erwin sorriu. 

Testou pressionar a estrutura com sua habilidade. O metal cedeu o ´´zero vírgula três milímetros`` como pretendeu que fizesse. Enquanto vinham.

A embarcação era tripulada por milhares de pés. Soldados armados, treinados e testados em batalha. 

O som das botas contra metal anunciou a marcha.

Vieram recebê-lo em uniformes de placas negras sobre tecido vermelho. A logo do país de Marte, uma auréola com asas e olhos, no centro do traje. Rifles pretos pairavam-lhes com os cabos rubros ligados ao braço e lateral esquerda do peito.

A comandante da frota, irmã do rei Antares, era responsável pela liderança militar. Apelidada de ´´demônio fora da ilha``. Grandemente abordada nas mídias por ações polêmicas antes e depois de tomar o cargo atual. 

Vanguarda, o local onde estaria, nada que ouvira dela apontava outra posição. 

Iria falar com Ars Olins. 

Os fitou. Altos, baixos, com barba curta ou nenhuma. Mulheres, homens. 

Fechou os olhos atrás do óculos escuro de lente redonda. Ergueu as mãos em sinal de rendição. 

— Vim conversar com Ars. Sou Erwin Smith do país a leste daqui, Gales. Um conjunto de ilhas cheias de montanhas e cabras - disse amigavelmente, o dedo apontando para trás de si. Um sorriso curto na boca. - Tenho uma criação de cem delas e faço dez quilômetros de corrida toda manhã. Meu vizinho diz que sou praticamente uma cabra.

Riu. Sozinho sob bocas e olhares duros de soldados armados. Parou rapidamente. 

As palavras de Evaristo bateram a porta. ´´Como comediante é um maravilhoso exemplo de humildade``. 

Nunca fora humilde.  

— Se retire do barco e esqueceremos sua impertinência - o homem à frente avisou. Quatro pairavam à esquerda e cinco à direita dele, um passo atrás. Encarando sérios, peitos subindo e descendo tenuamente. Dois do canto direito suavam. A imediatamente a esquerda deslizava o dedo pelo gatilho da arma. 

Baixo e musculoso, bigode loiro e íris castanhas. O da dianteira. Tinha voz grave. 

Energia mágica fluiu pelos tubos até as armas e estas foram apontadas a Erwin.

Magro, cabelos negros, curto nas laterais, com tranças rentes em cima que desciam a traseira da nuca. Sob camisa preta de gola e mangas altas. Broche no canto esquerdo da gola com o símbolo do redemoinho de ilhas. Símbolo de Gales.

Orelhas longas e pele escura. Íris azuis atrás dos óculos.

Erwin Smith.

O sorriso morreu. As mãos baixaram e foram aos bolsos das calças. Viera ter certeza das intenções da chegada desse poderio militar tão próximo de Gales. 

E se necessário, eliminá-lo.

— E então, Ars? - falou alto e andou. Da proa para o piso prateado do barco. As ondas soando ao fundo em conjunto com o vento. Peixe, água e sal para onde quer que cheirasse.  

Tiro. Súbito agitar, comprimir, lançar.

Rasgando o ar. Gritando. Na direção da cabeça nua do elfo negro. Projétil capaz de perfurar tanques com blindagem de titânio com vinte centímetros de espessura. 

Menos que um piscar. Bala a uma mão da bochecha dele. De fazer voar carne, ossos e sangue.

 Uma esfera escura, coberta de faíscas alvas, do tamanho de uma unha. Alcançando seis centimetros da face do elfo negro era possivel vê-la. 

Morte. Vida lançada para cima sem ninguém para pegá-la. Súbita demais para protestos, silencioso chegar do silêncio eterno.

E aos cinco centímetros de terminá-lo... era impossível detectar qualquer movimento. 

O projétil parara no ar a frente da face do elfo negro.

— Um desperdício de munição - os olhos azuis encontraram o atirador. Um robusto rapaz sem barba. Com metade da cabeça coberta por um elmo atado por tiras a garganta e queixo. No canto da formação do lado direito.

O baixo que tinha a dianteira pousou a mão no aparelho do ouvido.

— Entendido. Enzo escolte-o até a cabine - ordenou. Ainda fitando as lentes redondas do óculos de Erwin. - A comandante Ars Olins o espera.

Aquele imediatamente à esquerda dele deu um passo à frente. O pomo de adão subiu e desceu. 

— Siga-me, s-senhor - disse a Erwin. Os demais abriram caminho. 

Cinco caças estavam estacionados na pista de pouso. Duas trilhas amarelas com lâmpadas de mana vermelha embutidas faziam o perímetro da área. 

Atravessou por uma delas com Enzo a dianteira. Técnicos averiguavam a aeronave no final da trilha. Um grupo de militares treinava no espaço entre esta e a penúltima. Passou por sete carregando equipamentos de limpeza.

Até chegar a estrutura sobre o convés. Negra como a blindagem da embarcação. Alta, com janelas carmesins o fitando de cima. Traço vermelho horizontal próximo a borda inferior. O brasão de Marte, círculo branco com asas e olhos vermelhos, grande na frente.

Enzo abriu a porta e Erwin entrou. 

Ela estava sentada. Cabelos longos e negros, íris escarlates como os mutantes das histórias. Vampiros. Usava uma boina preta de curta aba vermelha, com um círculo dourado no centro do qual longas asas despontavam. Olhos no interior. 

Cheirava a fogo. Calor. 

Arrepios subiram pela espinha. Os olhares encontraram-se. Por um momento a sala pareceu prestes a entrar em combustão.  

Diante dela uma mesa com tela digital contendo o mapa da área. Com hologramas da frota de Marte indo em direção às forças militares de Gales. Um punhado com dez unidades terrestres e três embarcações muito inferiores a do país de Marte dispostos ao redor das ilhas. 

A terra vermelha da guerra dominava um terço do mundo. E recente e subitamente os responsáveis por mais um terço morrera. Plantas, animais, pessoas, bactérias. Sem ninguém assumir a autoria. Ou ter uma resposta de como.

Estudiosos de geopolítica em todo lugar falavam sobre a chegada de uma nova guerra mundial. Religiosos falavam que a ilha das lendas, Inferno, ascendera do submundo com seus onis, vampiros e licantropos.

Um senhor em um terno de mordomo o saudou inclinando o tronco. Movimentos fluídos, passos inaudíveis. E puxou-lhe uma cadeira. Acolchoada e marrom. O velho usava monóculo e bigode branco.

Seu núcleo de mana era maior que o coração e as fagulhas se moviam rapidamente. Já Ars… era esquisita. As partículas pareciam perfeitamente paradas e cobriam do peitoral até toda a cabeça. Com sua herança genética, ´´olhos superiores`` que o permitiam ver a energia mágica circulando no interior das pessoas, nunca enxergara nada como ela.

Sentou.

— Quais suas intenções com Gales? - Erwin, descontraído.

Os olhos rubros não cederam um milímetro do encarar. O canto direito da boca subiu. ´´He`` escapou.

— Não é tão impressionante quanto dizem - a mulher de íris rubras.

Sem desnecessárias etiquetas. Agradeceu mentalmente por isso e respondeu. 

— Ainda assim, se suas intenções não me agradarem, terá toda a sua frota mandada para casa ou pior.

Ela gargalhou. O tronco encontrou o apoio da cadeira. A face inclinando para cima. As sobrancelhas de Erwin subiram num salto súbito. Tensionaram. Relaxaram e observaram-na quietamente. 

´´Senhorita`` o idoso disse e tossiu com o punho fechado à frente da boca. 

Ars respirou fundo por um momento. Então tornou o rosto a altura do elfo negro.

— Minhas intenções não poderiam ser mais óbvias - o sorriso morto, tom escurecido. O olhar tornado o de uma fera fitando a presa. - Há cinco anos um meteoro de matéria escura afundou a ilha de Birmingham em Gales. Com a pressão das outras potências mundiais ficou decidido que ninguém iria pegá-lo. Bom, agora há um número mirrado de potências e Marte é a maior delas. 

— Pode comprá-lo. Não é como se nós de Gales tivéssemos como manusear aquela coisa - Erwin, um ligeiro toque de tensão tomando os músculos ao final. Não se trás tantos navios de guerra para uma compra amigável.

O canto esquerdo da boca de Ars subiu. 

´´Poderia ter notado o ligeiro tensionar?`` a ideia fez o estômago do elfo balançar de leve. A sala estava quente. Suor começava a descer pela pele.

— Gales será parte de Marte - ela afirmou. O fitou em silêncio, o ruído das ondas e do vento não os alcançava. A sala fechada, prateada e adornada com duas mesas laterais além da central com o mapa. - Não tem porque comprar algo que já é nosso. 

Erwin soltou o ar pela boca.

Óculos desceram até a metade do nariz. A deixando encarar-lhe o azul de suas íris. Pousou ambos os braços na mesa, cobrindo parte do mapa digital. Rápido, fluído. A imagem da região de Gales tremeu e o som do baque preencheu o cômodo. Energia mágica expandindo-se para fora do corpo e ocupando o aposento.

Destruiria cada pessoa ali se isto significasse manter o povo de Gales seguro. E não vira nada capaz de dissuadi-lo de ser capaz disto.

Ars tamborilhou os braços da poltrona. As partículas de energia mágica dela começavam a se mover. Lentamente. Liberava ondas de calor ao fazê-lo.

O velho afrouxou a gravata. Suor descia-lhe a face. 

Erwin conteve o impulso de enxugar a própria transpiração.

— Converse com a câmara de parlamentares e o primeiro-ministro. Se eles docilmente aceitarem ser parte de Marte, não irei dizer nada. Caso contrário… tenha certeza que eles terão todo o meu apoio na resistência a qualquer ataque - sugeriu, ameaçou, a observou manter o sorriso e o tranquilo encostar na poltrona. O fitar duro de uma fera caçando destoando disso.

— A aceitação é irrelevante - Ars, fechando os olhos e dando de ombros. - Eu falei ´´será``, mas isso foi só uma ligeira modéstia. No momento que decidi que Gales é nosso, ele é - o deixou voltar a vislumbrar o carmesim das íris.  - Trouxe seus novos governantes comigo. Serão bons para vocês que vivem aqui tão perto da terra árida de Ozymandias. Irá impedir que aquele povo vil ponha seus olhos no meteoro de matéria escura.

— Dê meia volta - Erwin. Tom frio e alto.

Ars inclinou-se sobre a mesa. Rápido, fluído. As mãos de Erwin se puseram a meio caminho de fechar.

Não piscou ou fez qualquer outro movimento.

— Eu estava esperando você dizer - ´´he`` soltou e continuou. - Mas é medíocre do início ao fim - lábios tonaram a dureza de uma linha. Tirando da face qualquer tom amigável. - Você já perdeu. Abaixe sua cabeça, maldito vira-lata. Já estamos em Gales. Cinquenta militares de grau S divididos em grupos de cinco chegaram como turistas naquelas ilhas na última semana. Não erga essa cabeça tão alto.

Por um momento foi como se os músculos, assim como a bala mais cedo, precisassem percorrer uma distância infinitamente maior do que tinham para chegar no resultado.

Uma solitária gota de suor frio deslizou-lhe pelas costas do pescoço.

Considerando que grau S eram seres com poder explosivo capaz de arrasar bairros e alguma habilidade incomum… misturados a população…  cerrou os dentes. Respirou e recostou-se na cadeira.

— Está blefa… -  um holograma saltou no espaço à frente das mãos de Ars. Erwin fitou.

Vestindo uma camisa branca de mangas e uma calça amarela. Gordo, moitas de cabelo branco apenas nas laterais, olhar baixo. A igreja de Le Fay as costas dele. Garfield Pico.

Acompanhado de um sujeito alto e robusto. Cuja mão pesava-lhe sobre o ombro. 

— E-eles estão a-aqui… Ci-cinquenta e-e espalhados nas a-áreas mais cheias… - disse o primeiro ministro ao lado do homem alto no holograma. A ́ ́língua escolhida``, dialeto usado para relações internacionais, ainda não era seu forte.

Choque. Nascendo na barriga, voando-lhe pelo corpo.

Erwin manteve o corpo sem um milímetro de movimento.

Ars fechou os olhos, de volta a encostar-se na poltrona.  

— Como está o jardim? - o elfo negro perguntou. Semblante quieto.

— C-cheio daquelas f-flores… ´´marcadores de bode``... e  uma ou outra margarida - Garfield. 

Era real. Ou o apertaram a ponto de descobrirem o código. De todo modo… sabia que Marte estava em posse do primeiro ministro.

— Entendeu? - Ars apertou um botão. Ligação encerrada . Ela sorriu, estendeu a mão com palma para cima e pôs uma perna sobre a outra. - Café? Nosso duelo foi breve, não há razão para guardarmos mágoas.

Mechas negras caiam sobre a testa e a frente das orelhas. Vestia negro blazer sobre um quase cinza sueter. Um manto vermelho cobria o apoio de costas da cadeira.

— Posso matar você aqui e agora. Não teria nem tempo de tentar fazer algo - Erwin, friamente. Estudou o sorriso no rosto dela, o quase fechar de olhos. Vermelho como o sol no crepúsculo.

— Mas fará, me pergunto. Depois de todo o trabalho que teve impedindo ataques piratas, abrindo áreas aptas à agricultura, organizando aquele escarcéu de líderes, expulsando terroristas, correndo atrás de parcerias comerciais… lidando noite após noite com o estranho surto de monstros praticamente sozinho. E então meus homens em questão de minutos reduziriam a população para um terço. As terras a frangalhos… só porque acha que dou aquele grande de um valor a esta cabeça. Não se preocupe, eu garanti um meio seguro de que minha morte será imediatamente conhecida e o ataque iniciado - o dedo indicador dela deslizou pelo pescoço até pairar na borda da garganta. Queixo erguido. - Vá em frente. 

Erwin usou sua habilidade. Lentamente pressionando o pescoço branco de Ars além da gola cinzenta. O sorriso dela morreu para uma linha reta.

Os olhos fecharam.

Vinte e um anos. Participara da guerra pelo ninho de escorpiões ´´Morte Amarela``. No conflito entre os Lazarenos e Arrozes. Mapeara um terço da floresta dos sem rosto. Matara dez mil traficantes espalhados pelo continente Vermelho onde Marte tornara-se o único país.

Fora gravada chorando no casamento do irmão e ameaçando matar a família da esposa dele. Fora expulsa de três das cinco melhores escolas do mundo. O diretor do colégio militar ´´Atenas`` foi preso ao ter um caso com Ars exposto.

Sua imagem para o público era de um cachorro louco. ́ ́Demônio fora da ilha``.  E sua resposta quando questionada ´´he``.

— Obrigado por tudo, Alfred. Diga ao idiota do meu irmão que o perdoo, que o amo. E… Alfred, você foi um ótimo pai.  Tive uma boa vida - ela disse. Sem pesar.

— Infelizmente não poderei dizer uma palavra ao rei Antares. Logo me unirei à senhorita para onde quer que a morte leve. Seus homens e mulheres nessa frota também o farão com prazer, aposto minha alma nisso - o senhor respondeu, também fechando os olhos. - Peço milhões de desculpas por minha incompetência.

´´Hehe`` ela murmurou. 

— Não precisa pedir desculpas por isso, velhote - Ars, sorrindo. - Você foi a melhor pessoa que já conheci. Me salvou mais do que qualquer um que morreu por mim, obrigada.

Suor descia pela tempora do elfo negro. A carne da mulher sendo esmagada centimetro a centimetro. Os ossos começando a tremer.

Logo os primeiros tossidos. As mãos dela pressionando os braços da cadeira.

O velho não movia-se. 

Ars ficava com o rosto roxo. E nenhum sinal de que o ataque seria cancelado. 

Ela morreria e Gales a seguir. 

Os punhos do elfo negro abrindo e fechando tensos.

Parou.

— Vou querer o café - Erwin avisou e cruzou as pernas. O rosto desviado ao canto esquerdo da mesa.

— Como desejar, senhor - Alfred sem qualquer tensão na voz. E virou-se a bancada atrás de si.

Ars esfregava o pescoço. Arfava após tossir vigorosamente. Até a boca parar com o canto direito esticado para cima, saliva descida até o queixo. O tronco dobrado para frente, dali o vermelho o fitou.

— Que droga, estragou toda minha emotiva despedida de três linhas - ela, em tom leviano. 

— Ah, sério? - desinteressado. Passeando a visão pelos quadros na parede direita, nos livros e caixas sobre a bancada. Imagens de pessoas. De Ars, do rei Antares, de outros vestindo uniformes militares de Marte. 

Tornou a fitar a mulher de semelhança com as lendas sobre a ilha Inferno.  Um e sessenta de altura. Atlética. Um rosto de traços harmônicos tocado pela franja. 

O derrotara. 

Sorriu. Calor indo da barriga para cima e para baixo. Vampira de histórias sobre um exílio a mutantes ou não… a queria.

— Quais suas verdadeiras intenções? - Erwin. 

A xícara foi servida pelo mordomo. Primeiro a irmã do rei que recebeu também um lenço para a baba. O liquido na caneca era negro ébano. Fumaça subia e o odor do café o imitava.

Ars o encarou, então bebeu. O elfo negro pôs a mão a pegar a xícara logo após a receber. Quente. Recuou, os dentes pressionando-se de leve por um momento.

Enquanto ela bebia e Alfred pedia desculpa por desconsiderá-lo ao entregar o mesmo tipo que dera a Ars.

— Já falei - teve a resposta da comandante da frota de Marte após dizer ao mordomo que estava tudo bem. - Não há mais nada.

A viu sorrir.

— Exceto que queira trabalhar para mim. Sou uma fã dos seus feitos e a ideia do que posso fazer com suas habilidades… - Ars gargalhou. Pôs a bebida na borda da mesa. O recipiente com apenas vestígios de preto. - Me dá arrepios! Não estou certa, Alfred?

— Acredito que a senhorita avançaria muito mais rapidamente com a capacidade do senhor Smith de alterar distâncias.

— Pode apostar que sim - um largo sorriso mostrando todos os dentes. Então apontou ao elfo. - He. Estou feliz, Erwin. Deixarei que diga seu preço. 

— Não pretendo trabalhar para você.

— Então eu decido matar todos os galeses.

Voltou a pressionar o pescoço dela. Com expressão sombria.

— Tente.

´´He`` ela soltou. Erwin parou.

— Quando estivermos atracados naquele arquipélago… O que acha que vai acontecer? - Ars, séria. Parando para puxar a gola do suéter e respirar mais profundamente. -  Todos estarão ainda mais ao meu alcance. Trabalhe para mim por riqueza e fama… ou para simplesmente impedir que civis morram em grupos de dez a cada ato de desobediência sua. 

Punhos fechando e abrindo. Músculos tensos a ponto de veias saltarem. Puxando e soltando ar pesadamente. Erwin.

Fechou os olhos.

Explodir em milhões de pedaços. Raiva parecia prestes a fazê-lo a Erwin enquanto ele a continha. 

— Estou satisfeita com minha vitória, te deixarei pensar nisso - ergueu a xícara na direção de Alfred. - Mais, por favor.

— Acredito que a senhorita tenha concordado em reduzir sua dose diária de cafeína.

Repôs a bebida de Ars enquanto ela falava sobre o quanto era uma ocasião especial e que se permitiria alguns excessos.

Erwin Smith, incomparável sob os céus, fora derrotado duas vezes seguidas em um minúsculo espaço de tempo.

A conquista do mundo pelo país de Marte começava.





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Notas finais do capítulo

É, a gente as veiz reclama do Batman... mas quem se prepara para peitar a porra dum super, pode conseguir mesmo sem ser um

Deixam aí suas opiniões. O que acharam? Eu gostei da Ars(é, aparentemente personagens femininas capazes são do meu agrado). E o Erwin levou uma bela de uma porrada no saco.



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