Solidão: sf.: 1 Condição, estado de quem está ou vive só. 2 Lugar ermo e distante.

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“Kuso!”

Tarde demais. Chegara atrasado mais uma vez. Não havia servido de nada ter saído às pressas da maldita enfermaria, pois mais uma vez encontrava-se só. Contudo, já tinha se acostumado com isso mesmo, não lhe fazia diferença alguma... Não, dessa vez ele realmente se importava. Havia protagonizado uma vida inteira de solidão, e agora que realmente tinha encontrado uma pessoa que, literalmente, não o deixava só por um único instante, pela qual guardava uma certa “afeição” e iria finalmente falar o que sentia para ela, ela tinha que sair naquela estúpida missão!

“Aquele desgraçado!”

“Yuu?”

“Usagi...?!”

“O velho panda me mandou voltar pra buscar uma coisa...” – Ele deu uma pausa na fala e olhou para o Exorcista que estava em sua frente. – “O que faz parado em frente ao meu quarto?” – Arqueou uma sobrancelha meio confuso, os batimentos levemente acelerados.

“Tsc, queria falar uma coisa com você.”

“O quê?”

“É que...”

“Vamos, Junior, já estamos atrasados!” – Gritou o Bookman de longe para seu pupilo.

“Gomen, Yuu! Você me fala na volta, certo?”

O ruivo sorriu singelamente e saiu, deixando o espadachim para trás. E, mais uma vez, a solidão abraçava o pobre garoto frustrado com a vida, com as pessoas que o rodeavam. Mas ele decidiu esperar. E então ele esperou. Por dias, semanas, meses. Até que, um dia, a jovem irmã do Supervisor veio lhe entregar uma carta meio amassada. Seu rosto aparentava estar um pouco inchado e suas mãos tremiam um pouco ao entregar o envelope aberto nas mãos do samurai e sair logo em seguida.

Kanda caminhou até seu quarto e fechou a porta, escorando-se nela em seguida. Deixou a franja cobrir-lhe os olhos ao ler que seu amado Coelho Idiota não voltaria mais para atazanar sua paciência, e afastar a tão terrível solidão que lhe rondava a todo o instante. Algo úmido e quente rolou contornando sua face, até o fim do queixo, pingando em seguida no uniforme preto que vestia. Finalmente podia enxergar que não tinha passado os últimos quatro anos na Ordem – desde que conhecera Lavi – sozinho. O ruivo sempre estava lá, do seu lado, torrando sua paciência. Mas, agora, ela havia partido. E Yuu Kanda, além de não ter conseguido reunir coragem para confessar ao Coelho ruivo seus sentimentos, tinha caído novamente na completa solidão. E, dessa vez, ele não tinha mais como voltar atrás.