Depois Daquele Amanhecer... escrita por UchiHaruAkasum


Capítulo 1
A Melhor Visão


Notas iniciais do capítulo

Comecei a escrever essa fic faz algum tempo sem pretensão alguma de posta - lá, mas a vontade de saber como ela esta chegou e por isso a estou colocando aqui. Espero que gostem!



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A extensa área da tradicional casa de Pemberley sempre fora uma visão e tanto para quem por acaso tivesse a sorte de contempla – lá. Porem para os que ali residiam e a tinham diariamente aquele cenário a muito perdera a graça, ou pelo menos era o que o seu atual proprietário sempre achara...

— O que captura tanto a sua atenção Sr. Darcy? – A pergunta feita em um tom no mínimo provocativo o distraiu de sua admiração a Elisabeth com a sua casa ao fundo, era uma visão e tanto, a melhor que já havia testemunhado.

— Suspeito que já desconfie da resposta. – Ele devolveu abrindo um sorriso pequeno ao ver Elisabeth rir tão relaxada ao seu lado. Ela estava linda com aquele vestido esmeralda sentada ao seu lado desfrutando da vista e da comida da cesta de vime próxima.

— Bem... – Ela começou pensativa depois de comer uma uva do farto cacho em seu prato. – Acredito que apesar de esse lugar ser lindo, depois de tantos anos morando aqui ele não lhe pareça tão deslumbrante quanto para um espectador de fora.

— Sim. De certa forma. – O Sr. Darcy confirmou ainda lhe sorrindo, algo que nunca fora de seu feitio, mas que vinha fazendo com cada vez mais frequência, principalmente na presença daquela dama.

— Então só posso deduzir que algo diferente na paisagem lhe atraiu. – Elisabeth continuou divertida e não mais surpresa com as respostas curtas dele, pois os olhos azuis a fitando lhe diziam tudo o que precisava saber. – Esclareça para mim Sr. Darcy o que pode ser tão interessante?

Ele estendeu a mão para tocar no rosto sorridente dela, a pele macia e quente o saudou e a futura senhora Darcy recostou – se em seu toque sem requerer mais nenhum tipo de resposta. Os dedos grandes deslizaram pela bochecha corada devagar como se saboreando ao máximo o momento, pois o senhor de Pemberley sabia que não duraria muito. E ele não estava errado.

  Um risinho abafado chegou aos seus ouvidos e o fez suspirar resignado, segundos depois tentou se afastar, mas para a sua surpresa as mãos pequenas de Elisabeth o mantiveram ali perigosamente próximo. A olhou interrogativamente recebendo um sorriso maroto da parte dela.

— Não se incomode com Kitty e Mary. – A mulher pediu plantando um pequeno beijo na palma, antes de enfim solta – lá.

— Não me incomodo. – Afirmou voltando a sorrir, diante do carinho inerente daqueles olhos negros que tanto o cativavam. – Mas a presença desse público é difícil de ignorar.

  Elisabeth riu e concordou com a cabeça, lançando um olhar de aviso para as irmãs sentadas juntas há alguns metros desfrutando de seu próprio piquenique. Kitty ria envergonhada enquanto Mary tentava esconder o rosto rubro atrás do livro que pegara na biblioteca e no qual não conseguira ler nem duas palavras.

   E quem poderia culpa – las? Quem imaginaria que Elisabeth Bennet estaria em um piquenique com o Sr. Darcy (que ela jurara veemente odiar desde o primeiro contato) trocando sorrisos, risadas e pequenos toques? A família dela decerto não. Por isso fora uma grande surpresa quando a segunda filha dos Bennet’s anunciara a todos que estava noiva de ninguém menos do que o dono de Pemberley, o tão ‘detestável’ senhor Darcy e grande estava sendo o espanto de vê – lo daquele jeito mais receptivo e caloroso, muito diferente da máscara fria e arrogante com que ele se apresentara desde o início.

—_

— Ainda é difícil de acreditar. – Murmurou Jane observando a cena a poucos metros de distância das irmãs e do casal recém - formado. – Sempre achei que ela o abomina – se.

— Eu também. – Charles afirmou sorrindo contente tanto por sua futura esposa estar ao seu lado quanto por seu amigo ter conseguido conquistar a mulher por quem se apaixonara perdidamente. – Desde aquele primeiro baile havia certa tensão entre os dois. Mas jamais imaginei que era amor disfarçado de implicância.

 Jane riu diante das palavras do noivo e começou a rever as diversas interações entre a sua irmã mais querida e o referido cavalheiro, de fato sob aquela nova perspectiva era mais do que obvio que havia algum sentimento escondido e não era ódio puro.

Todas as vezes em que ela testemunhara um encontro entre eles as farpas trocadas não eram nada comparadas aos olhares (vezes esperançosos, vezes temerosos) que o orgulhoso Senhor de Pemberley lançava para Elisabeth e embora na época ela não parece – se interessada nele, depois daquela viagem com os tios e toda a confusão com Lydia. Jane não pode deixar de notar como a sua irmã ficara mais pensativa e distante como se ponderasse sobre algo que todos ignoravam, sem contar o incrível abalo dela diante da presença do Sr. Darcy naquele dia magico em que ele acompanhara o Sr. Bingley até a propriedade dos Bennet’s.

— Implicância é realmente a palavra certa para definir o que acontecia quando os dois estavam no mesmo ambiente. – A mais velha das irmãs Bennet respondeu desfrutando ela mesma da companhia de seu amado. – Mas tudo isso esta cobrando o seu preço agora.

— A que se refere? – Questionou Bingley divertido enquanto colocava um pedaço de queijo na boca dela que precisou de alguns segundos para responder apropriadamente.

— A surpresa foi tamanha que Kitty e Mary que deviam estar vigiando eles e nós se concentraram apenas em um dos alvos.

 Charles riu baixo não querendo atrair a atenção para si agora que notava aquilo. De fato, as duas irmãs estavam tão entretidas em observar o seu melhor amigo e a noiva deste que nem ao menos lançavam um olhar na direção oposta.

— Isso me deu uma ideia. – Formulou sorrindo jovialmente para a noiva que o olhava curiosa. – Vamos aproveitar essa distração ao máximo.

  Dito isso ele levantou – se devagar e estendeu a mão para Jane que a pegou rapidamente. Ela já entendera o seu plano e estava mais do que disposta em coloca – lo em pratica. Sem que as suas vigias notassem o casal foi se afastando aos poucos e quando chegaram ao jardim mais distante enfim relaxaram e rindo deram as mãos podendo desfrutar de um passeio pela grande propriedade sem nenhuma irmã abelhuda xeretando.

“Pobre Darcy...” Esse foi o último pensamento de Bingley direcionado ao amigo antes de enfim permitir – se focar completamente a sua atenção a noiva e na grande fuga que haviam empreendido.

—__

  Ao contrário do que Jane e Charles pensavam a sua saída fora notada sim, pelo menos por uma pessoa que aparentemente não estava tão distraída quanto aparentava.

“Aproveite Jane. ” Desejou, voltando a atenção ao noivo que no momento observava a própria irmã cruzar o gramado em direção a eles depois de ter terminado a aula de piano.

— Georgiana. – Exclamou Elisabeth feliz enquanto se levantava da toalha junto do Sr. Darcy. – Finalmente acabou.

— Oh, querida irmã. Nunca antes essas horas pareceram tão longas. – A doce senhorita Darcy exclamou contente hesitando diante da mão estendida do irmão a convidando a juntar – se as eles. – Vou ficar a Srta. Kitty e Srta. Mary se não houver problema. Apenas me aproximei para felicita – los mais uma vez pelo casamento.

— Obrigado Georgiana. – Agradeceram os dois ao passo que Darcy reforçou o convite a ela ao segurar a sua mão.

— Fique conosco. – Pediu a trazendo para a toalha. – Logo teremos que voltar para dentro, então nos permita desfrutar desses momentos.

Envergonhada a jovem enfim cedeu e juntou – se a eles que partilharam com ela a comida que ainda havia na cesta de vime. De início Georgiana ficou quieta se sentindo quase uma intrusa ali no meio daquele casal que descaradamente se amava e precisava de um tempo a sós, mas aos poucos com a atitude espirituosa de sua futura cunhada ela começou a relaxar e se convencer que sua presença ali era bem vinda. Logo estava rindo das provocações que partiam dos dois lados, ver Elisabeth alfinetar o imperturbável Sr. Darcy e ele devolver o favor com um sorriso no rosto era algo que nunca imaginaria testemunhar na vida.

Quando começou a escurecer todos se aprontaram para entrar em Pemberley e enfim a ausência de Bingley e Jane foi notada por Kitty e Mary. De início elas surtaram, depois começaram a culpar uma a outra pelo descuido e ficaram apreensivas com o que a mãe falaria quando soubesse que haviam deixado o jovem casal longe de suas vistas.

Os dois grupos chegaram juntos as portas da grande residência, o Sr. Darcy e sua irmã pediram licença para verificar se tudo estava pronto para recebe – lás e entraram primeiro. Enquanto as irmãs Bennet esperavam na grande antessala da entrada da casa.

— Fiquem tranquilas. – Disse Elisabeth rindo internamente da agitação das duas. – Jane e o Sr. Bingley já voltaram.

— Como sabe? – Kitty questionou tentando em vão manter a calma.

— Os vi entrando faz uns 15 minutos. – Informou sorrindo ao ver o alivio de ambas com a notícia. – Que belas vigias vocês se saíram.

Mary se encolheu e escondeu o rosto atrás do livro que mal lera durante o piquenique enquanto Kitty se empertigou irritada e se colocando na defensiva devolveu a provocação da mais velha.

— Isso foi culpa sua. – Começou controlando – se para não ficar vermelha de vergonha. - Você e o Sr. Darcy estavam tão grudados que eu e Mary precisamos ficar em guarda o tempo todo.

— Oh, me desculpe, por estar conversando com o meu noivo e tirando a atenção das duas. – A futura senhora Darcy desdenhou vendo a irmã mais nova inflar de raiva ainda mais.

— Conversando? Vocês dois estavam perto demais para uma simples conversa. - Kitty contra - atacou lhe dando a língua, algo não muito maduro de sua parte.

Mary revirou os olhos diante daquilo e pareceu tão envergonhada do escândalo da outra que tudo o que mais queria era se enfiar em algum buraco escuro e sumir. Mas é claro aquela pequena rixa estava só começando.

—__

Após confirmar com a governanta que estava tudo pronto para receber os seus hospedes, Darcy agradeceu a senhora que parecia simplesmente encantada com a quantidade de vezes que o vira sorrir naquele curto espaço de tempo. Quando se viu sozinho com a irmã, ele lhe ofereceu o braço ao qual ela não demorou a aceitar e com calma os dois começaram a descer a longa escadaria.

— Posso saber o motivo de tanta alegria? – Perguntou após vencerem o primeiro lance de degraus e sorriu contagiado ao ve – lá rir docemente.

— Você, meu irmão. – Ela respondeu de maneira simples, mas resolveu formular melhor a sua resposta ao ver a sobrancelha arqueada diante de suas palavras. – Nunca o vi tão feliz.

 Darcy apenas meneou a cabeça e tentou encontrar palavras para expressar o quão realizado estava, mas não conseguiu. Talvez fosse por esse motivo que não conseguira parar de sorrir desde que Elisabeth chegara a Pemberley naquela manhã.

Ele havia enviado o convite a ela, insistindo para que trouxesse Jane como acompanhante, mas a Sra. Bennet prevendo que a filha mais velha ficaria entretida com Bingley enviara junto Kitty e Mary para vigiar as duas. Bem... apesar de tudo Fitzwilliam não podia reclamar do arranjo, pois de uma maneira ou outra conseguira ficar com a sua amada por perto.

— Ela lhe faz muito bem. – A jovem continuou apertando o braço dele com carinho. – E lhe tenho muito apreço. Mal posso esperar pelo casamento.

— Eu também. – Ele respondeu prontamente rindo junto da irmã. Outro lance de escada foi vencido e enfim ele conseguiu enxergar a noiva e os seus demais convidados.

Não ficou surpreso ao constatar que Kitty e Elisabeth se digladiavam, Mary estava mais afastada completamente alheia a briga enquanto Jane e Bingley (que ele notara a ausência naqueles últimos minutos ao ar livre) acompanhavam tudo em meio a risadas contidas. Sua casa nunca havia ficado tão cheia de sons e risos quanto naquele momento e o Sr. de Pemberley só podia imaginar o tamanho da confusão que seria quando o Sr. E a Sra. Bennet viessem no dia seguinte.

 Ao chegar no hall todas as atenções focaram – se nele, algo que geralmente detestava, mas aos poucos estava passando a apreciar, pois o silencio repentino fez a sua amada olha – lo diretamente e sorrir daquele jeito travesso e aquilo pareceu ser mais do que suficiente para acabar com a discussão visto que Kitty resmungou alguma coisa e deu de ombros.

— Está tudo pronto. – Informou oferecendo o braço livre para Elisabeth que não demorou a aceita – lo. – Vou guia – los para a sala de jogos. O jantar será servido em breve.

Acompanhado de duas mulheres que mais amava o Sr. Darcy começou o caminho conhecido para a referida sala onde passara muitas horas na companhia dos pais e da irmã durante a infância e onde ele esperava pudesse voltar a ser um ambiente de descontração e alegria assim como o restante daquela vasta propriedade que passara vários anos em meio a melancolia.

Afinal se Elisabeth fora capaz de tornar a visão de Pemberley melhor do que já era o que a impediria de devolver a vida ao local?


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Notas finais do capítulo

Por enquanto é isso. Se possivel deixe um comentario, vou adorar saber o que acharam desse capitulo inicial. Tentarei postar o proximo até o final do mês. Até lá!



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