A Mais Vitoriosa escrita por Landgraf Hulse


Capítulo 9
Capítulo VIII.




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Alfred? Alfred. Que tipo de nome é esse Frederik? Esse não é um nome de um Orange-Nassau, nunca houve, e espero eu, nunca haverá alguém com esse nome na nossa família. O nome dele deve ser Henry, assim como seu pai é, sua irmã Henriette, e como seu avô era. Estou horrorizada! Faça pelo menos com que a criança tenha algum nome Orange.

Mas Frederik meu filho, seja homem, não seja governado por sua mulher, ela é apenas uma mulher! Não seja como seu pai, um homem tolo.

... E também dê um jeito de vir logo, estou me cansando de esperar...

E um aviso pequeno, o nome da filha de Albertine, será Charlotte. E nossa jovem magravina também logo será mãe...


De sua mãe.

28|05|1741 Palácio de Saint James 

Olhando para Alfred ser batizado nesse momento, Frederik, Anne, o marquês, a marquesa, as irmãs de Anne e todos os que estavam presentes, poderiam dizer que a vida não seria fácil para essa criança.

No século IX, o rei Alfred, o Grande, expulsou os vikings da Inglaterra, se mostrando um vitorioso rei. Mas era muito irônico que um de seus descendentes tenha nascido no mesmo dia em que uma batalha foi perdida.

Mais especificamente o Príncipe Alfred de Orange-Nassau, nasceu no mesmo dia em que os austríacos perderam uma importante batalha contra a Prússia. Frederik teria rido muito disso se a família de Anne quando soube tivesse reagido de forma tão devastada. Frederik poderia concordar que era sim algo com se preocupar. Alfred, o herdeiro de uma família austriaca, ficaria conhecido como o que nasceu no dia em que a Áustria perdeu.

Depois disso Anne pediu que Maria Theresa fosse uma das madrinhas de Alfred, ela aceitou, mas iria demorar muito para ela saber em que dia ele nasceu.

  – Eu o batizado Alfred William Frederick Ernest, em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo, Amém.- O bispo de Londres acabou com a cerimônia o mais rápido possível. Quanto mais rápido acabasse, mais rápido todos iriam esquecer do nascimento de Alfred.

O que logo aconteceu e todos foram embora, uma alegria verdadeira.

  – Fico muito feliz que isso tenha acabado, odeio ficar nessas capelas horríveis.‐ Eram todas pequenas e apertadas. Frederik não tinha nada contra ir a igreja, contanto que ela não estivesse cheia.

  – Pensei que os calvinistas eram muito zelosos na fé.- E eram sim.– Ou será que meu marido não gosta de ideia de Alfred ser criado como anglicano?

  – Você sabe muito bem Anne que não é isso.- Anne deu um pequeno riso em resposta. Era melhor Frederik nunca mais tocar nesse assunto.

  – É tão bom brincar com você Frederik.- Frederik não iria se irritar com isso. Mas talvez fosse o momento de falar sobre outro assunto.– Você está me olhando como se desejasse algo. O que seria?

  – Não desejo algo de você?- Era até mesmo um insulto perguntar isso.– Eu apenas não gosto como o príncipe de Gales olha para você.

O sorriso de Anne desapareceu, morreu por alguns segundos, e logo um falso foi colocado no lugar. Frederik já poderia conhecer todos os sorrisos de Anne.

  – Ele é só um amigo. Ele sempre gostou muito de todos nós. Meu irmão mais velho o chamava de tio Fred.- A última parte parecia ter sido dita com muita dor, Frederik já havia percebido isso quando Anne falava sobre seu irmão mais velho, Ernest.– Não acho que ele deseje algo de mim.

  – Eu discordo. Você é uma mulher bonita Anne, e quando um homem olha bem, ele pode ficar muito atraído. Eu não confio no príncipe de Gales.‐ Frederik se surpreendeu um pouco por falar assim, não era o normal dele.– Só saiba que a reputação dele chegou em muitos lugares, assim como a preferência dele por mulheres bonitas.

  – O príncipe Frederick nunca iria fazer nada contra mim.‐ O orgulho sempre vinha antes da queda, Anne parecia se esquecer.– Não se preocupe Frederik, no final você vai estar sempre a meu lado para me proteger.

"Você sempre vai estar a meu lado para me proteger" Com essa frase Anne tocou o coração de Frederik. Foi sincero e sem nenhum sarcasmo, Anne confiava em Frederik e isso o alegrava, a confiança para ele era essencial.

  – Eu sei que não vai acontecer.- Isso não passou de um sussurro, Anne nem pareceu ouvir.– Mas é realmente necessário o deixar próximo de nós? Você o fez padrinho de Alfred.

  – É necessário, é de meu desejo que o pequeno Georgie seja amigo de nosso Alfred. Afastando o príncipe afastaremos Georgie, afinal a príncesa de Gales não parece gostar muito de mim. Acho que a ofendi, só não me lembro quando.

Alguns diziam que os homens eram os seres mais ambiciosos e sedentos de poder, e que as mulheres eram frágeis, cheias de doçura e bondade. Mas Frederik poderia muito bem contestar isso. Sua vida parecia ser cheia de mulheres ambiciosas, sua mãe tinha a ambição de fazer grande a linhagem de Hendrik de Orange-Nassau, e parecia que sua esposa tinha a ambição de fazer sua família ser muito influente e poderosa.

Em contra partida Frederik poderia dizer que ele não tinha grandes ambições, antes de se casar era apenas continuar no exército e fazer um bom nome, ser talvez como o duque de Marlborough e só. E depois de se casar, era apenas ter uma família, viver bem, confortávelmente e de preferência no campo.

Mas não seria assim. Frederik logo aprendeu que sua vida não era governada por ele, mas pelas outras pessoas. E no momento ele estava indeciso se era sua mãe ou sua Anne.

  – Apenas tenha cuidado Anne.- Depois de um longo período Frederik finalmente falou algo. E depois disso saiu da sala, os pensamentos que ele teve no momento não o fizeram bem.

Depois do batismo passaram cinco dias. E foram dias muito bons para Frederik pensar. Era o momento de ter novos objetivos, e o convite que Frederik recebeu para caçar poderia o ajudar.

Frederik sempre gostou muito de caçar, era um esporte que ele achava muito divertido. Era como se eles voltassem ao seu passado mais primitivo. O convite do novo conde de Berland era muito bem vindo então.

  – Como vai você e Anne?- Era uma surpresa o marquês estar presente, mas não era ele fazer essa pergunta.

  – Estamos muito bem...‐ Era uma verdade, e Frederik poderia permanecer calado, mas algo o fazia querer falar mais.– Embora eu ache que não tenho um lugar.

  – Não entendo. Como assim um lugar?

  – Geralmente os casados tem um lugar, o marido é o chefe, o líder da casa, ele provem tudo, e a esposa cuida de tudo, ela tem os filhos.- Pelo menos era assim que o mundo dizia, haviam exceções.– Mas o lugar de Anne é de a futura marquesa. Na verdade, é como se fossemos William e Mary, ambos com muito poder, mas Anne é William e eu sou Mary.

O marquês continuava com sua expressão calma de sempre, com uma pontada de cansaço e tédio. Todos sabiam que o marquês não desejava estar aqui, ele não gostava de caçar.

  – Entendo. Você deseja um lugar. Você quer uma trabalho, uma missão, uma posição.- Em suma sim.– Então lhe darei uma. Embora seja sua faz muito tempo.

Isso não era esperado, Frederik imaginava que o marquês iria continuar calado, não o dar um lugar na vida, o marquês não parecia ser o tipo de pessoa com esse poder.

  – Você pode isso.- O marquês assentiu.

  – Você Frederik irá proteger Anne, você vai cuidar dela. Será o seu mais firme bastião, o lugar de segurança dela. Você terá muitas responsabilidades, deverá ser um marido, um pai e um príncipe. Mas a sua principal tarefa será cuidar de Anne, não deixar que nada lhe aconteça.

Cuidar de Anne. Proteger Anne. Isso Frederik já sabia que deveria fazer, foi um voto de casamento, depois uma promessa. Mas era a primeira vez que Frederik via isso com sua missão, seu trabalho, seu lugar.

  – Eu a protegerei.

                         *****

Que os homens caçem, mas você bela dama, converse. Era sempre isso que Anne ouvia sua mãe falar para Catherine, ou para outras damas que também desejavam caçar.

Enquanto os homens saiam pelo parque correndo, atirando e se sujando. Era melhor para as mulheres ficarem na residência da propriedade. Conversando, lendo, comendo ou fazendo outras coisas. Embora elas tivessem permissão para caçar.

Algumas, como Catherine, poderiam dizer que isso não era divertido, até mesmo injusto. Mas Anne não pensava assim, esses momentos eram na verdade um meio de ganhar informações, e quem sabe, influência. Havia muitas mulheres na sala, Caroline Percy, a nova condessa de Berland, e amiga de Anne, tinha muitos conhecidos, ela era uma Lancaster por nascimento afinal, e isso fazia com que sua sala de pintura estivesse cheia de esposas de homens poderosos.

  – Lady Emily eu sugiro que a milady não pense se irão conseguir algo. Acho que os cavalheiros não acertam nem um coelho.

 – É um ótimo livro. O escritor escreve tão bem que consegui me sentir no lugar de Pamela, mas o Sr. B me deixou fascinada.

  – Eu ouvi dizer que a luxuosa residência de Sir Robert Walpole logo estará pronta, eu me pergunto como ele conseguiu financiar aquilo.

Catherine estava fazendo o de sempre, Alice estava conversando com amigas sobre um novo livro, e a marquesa estava conversando com as esposas dos mais importantes nobres, todas elas falavam muito por sinal.

Todas estavam fazendo com que o intrincado sistema de poder e influência dos Tudor-Habsburg continuasse a funcionar. As amigas de Catherine eram todas filhas de homens importantes no parlamento, que se casariam com homens importantes e que talvez, teriam muita influência sobre eles. Com Alice estavam as jovens que seriam úteis no futuro, e que com a amizade abririam as portas de suas futuras residências para a influência.

E com a marquesa estava não o futuro, mas o presente, Anne sabia que sua mãe não estava apenas fofocando, mas ela estava ganhando informações sobre o governo, e essas informações eram úteis. O rei não falava de tudo.

Um intrincado sistema, onde se preparava o futuro, onde se recebia informações no presente, e se fazia amizades onde se ganharia algo, era muito importante.

  – Estou muito feliz de poder conversar com Sua Graça hoje.‐ E Anne naturalmente também tinham sua posição, ela escolheu ser amiga de Harriet Pelham-Holles, a duquesa de Newcastle, e esposa do maior apoiador da Áustria na Inglaterra.

  – É sempre uma alegria minha princesa. Sou uma boa amiga de sua mãe, e vi você crescer, se casar e se tornar mãe. Posso dizer que você minha querida Anne é a filha que nunca pode ter.‐ Uma honra, Anne teria que pensar, era uma pena a duquesa e o duque não terem filhos.

Mas eles nem era tão próximos assim.

  – Eu agradeço. Mas por que mamãe não poderia ser essa filha?- Essa não era uma dúvida importante, mas Anne desejava saber.

  – Não conte para ninguém, nem fale isso alto na frente de sua mãe, mas nós temos a mesma idade.- Que surpresa, por isso ela não esperava.– Também não pode parecer, mas meu Thomas é mais novo que o marquês, seu pai.

Isso sim era uma surpresa, o duque não poderia ser considerado um homem muito velho, mas ele se comparado com seu pai parecia sim velho. Anne só desejava que a aparência mais jovem do que a realidade fosse algo hereditário.

  – Não imaginava isso... O duque claro é um homem...

  – Não tenha medo de falar Anne. A política é algo cansativa ela envelhece muito.‐ A duquesa parecia muito sombria ao falar assim. Anne não iria duvidar que fosse verdade.– Mas você não deseja falar de política, nem mesmo de velhice.

  – Sua Graça está certa. Eu me lembro que quando a duquesa e o duque eram mais jovens. Sua graça fazia ótimas festas em Newcastle House.- Eram as melhores festas, onde até mesmo os opositores do duque estavam presentes.– Eu gostaria que a duquesa me ensinasse a também fazer ótimas festas. Não sou muito boa em organizar... eventos.

  – Mas como seria Anne? Mamãe nunca foi conhecida por fazer festas famosas.‐ Talvez fosse melhor falar mais baixo, até mesmo Catherine que estavam passando ouviu. E fez um comentário, como sempre.

A duquesa sorriu, um sinal de que ela iria concordar. Mas no momento de falar, a muito honorável condessa de Berland chamou a atenção de todos. Era o momento do lanche de verdade.

A surpresa nesse lanche foi um bolo branco com frutas por cima, algo novo. A condessa disse que era da Dinamarca. O conde havia em seu Grand Tuor visitado Copenhagen, e conhecido muitas coisas doces, como esse incluso. E era maravilhoso! Em essência apenas um bolo com frutas, mas mesmo assim era divino.

Mas uma coisa chamou a atenção de Anne enquanto as damas comiam, por uma das vastas e grandes janelas da residência de Parton Park Anne pode ver um homem cavalgando para a casa com grande rapidez.

Logo a outras damas curiosas se juntaram a Anne. E ela pode ver que era nada mais, nada menos que seu marido que vinham.

  – Há algo errado.- Anne se assustou um pouco com as palavras da duquesa de Newcastle. Não uma pergunta, mas uma afirmação.

  – E por que haveria algo errado? Apenas vejo meu marido fazer o que sempre faz. Cavalgar em grande velocidade, é por isso que não me junto nunca a ele.- Frederik parecia não saber fazer um simples passeio a cavalo, Anne suspeitava que ele aprendeu a cavalgar apenas para guerras. Certamente era assim que Anne se sentia, em um campo de batalha.

  – Ele está sem chapéu, e sua arma. Seu modo de cavalgar mostra que algo não esta certo.‐ Impressionante como apenas isso era um sinal de coisas ruins.

Nesse meio tempo Frederik pode chegar na casa, e logo ele entrou na sala assustando a maioria das presentes. Quando Anne viu o rosto de Frederik ela pode concordar com a duquesa, algo horrível havia acontecido.

  – Frederik aconteceu algo?- Como ninguém falava nada, era Anne que deveria falar.

  – Estávamos caçando... ouve um tiro acidental... os cavalos se assustaram e... o marquês... ele.- Frederik não poderia mais falar, o horror parecia ter tomado conta. Não só dele, mas quando a palavra marquês foi ouvida, Anne sentiu como se algo muito afiado estivesse prestes a entrar em sua alma.

  – O que aconteceu com William? Diga Frederik !?- Não era só Anne que se sentia assim, mas sua mãe também.

  – Eu não tenho coragem e forças para dizer isso. Apenas digo que Deus dê uma vida longa a Anne Tudor-Habsburg, a 2° marquesa de Bristol.- A marquesa de Bristol, Anne era a 2° marquesa de Bristol. Isso significava apenas uma coisa, o marquês havia morrido, seu pai havia...

Anne estava paralisada, ela não conseguia falar nada, havia em seu coração uma horrível mistura de medo, tristeza e sofrimento. A única coisa que Anne fez foi olhar para a sua mãe, a agora marquesa viúva, e agora também a mais miserável das mulheres da terra.

  – Não!! Me diga que isso não é verdade!! Me diga que você está fazendo uma brincadeira. Me diga por favor.- A marquesa logo foi tomada por lágrimas e gritos, uma visão horrível.

Sua irmãs, Catherine e Alice também estavam com lágrimas descendo, mas com ainda forças para algo, elas se aproximaram de sua mãe para a consolar e controlar.

  – Anne sei que não é um bom momento, mas você é agora a marquesa, você deve tomar as rédeas da situação.- Anne só agora percebeu as lágrimas descendo por seu rosto, assim como todos a olhando.– Anne.

  – Frederik somos agora quatro mulheres. Uma viúva e três órfãs de pai. Não temos condições no momento para fazer algo, você tem agora a responsabilidade de cuidar de nós.- Anne no momento não tinha forças para cuidar de avisar o rei da morte de seu pai, era seu pai, ela deveria ficar de luto com sua mãe.– Peço que no momento você cuide de tudo. Lady Berland por favor mande preparar um lugar para a marquesa... viúva descansar.

A condessa fez uma mesura e saiu em busca de um criado. Agora era um momento de luto.

  – Anne eu farei assim como você me pediu. Não se preocupe.‐ Anne tentou sorrir, ela confiava em Frederik. E quando Frederik se aproximou mais e a abraçou, Anne sabia que nada iria acontecer de errado.– Cuide de sua mãe.

Anne assentiu e seguiu sua irmãs e sua mãe. Não seria nada fácil.


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Notas finais do capítulo

As coisas parecem que mudaram agora. O marquês morreu, vinda longa a marquesa...



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