A Mais Vitoriosa escrita por Landgraf Hulse


Capítulo 24
Capítulo XXIII.




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... não sei realmente o que fazer, já tenho Sophia, Ludwig, Friedrich, Anna e Wilhelmine, são cinco filhos. Gosto muito de Ferdinand e Katharina, mas isso já é ridículo. Eu farei meu melhor, mas não sei se será o suficiente. Que Deus me ajude. 

E em casa, como está tudo? Me foi informado sobre a aliança prussiana, que belo presente nos foi dado esse ano. Pelo menos aqui não precisamos nos preocupar com isso, somos aliados dos franceses, que agora são dos austríacos... mas seja forte, e fale com Maria Theresa.

Sua irmã

Alice de Bristol.

08|09|1756 Palácio de Hampton Court

Apesar de os anos que passaram terem sido de paz na Europa, eles certamente não foram calmos. Em 1751 o calendário britânico foi reorganizado, no ano seguinte foi adotado o calendário gregoriano, uma alegria considerando que agora os dias seriam como no resto do continente, mas a confusão ainda foi presente. Em Niedersieg a renovação urbana continuava, e durante um tempo gerou alguns problemas para Frederik. E a Áustria caminhava muito bem para a recuperação da guerra, mesmo com alguns problemas

Os seis primeiros anos depois da guerra foram certamente os melhores, mas a partir de 1754, tudo se caminhava visivelmente para um novo desastre.

No começo do ano o primeiro ministro, Henry Pelham, o irmão mais novo do duque de Newcastle, morreu. Alguns meses depois, Catherine, também morreu, depois de um aborto. Duas crianças ficaram agora órfãs de mãe e Anne e Alice perderam uma irmã. Mas o desastre não acabou, no mesmo ano se iniciou nas colônias na América um conflito entre as forças britânicas e francesas, um conflito que se estendia até o momento. E no ano seguinte, foi a vez da mãe de Frederik se juntar a morte, outra grande tristeza; e no final do ano o maior e mais poderoso aliado de Anne na casa dos Lords, morreu também.

Esses dois anos foram horrivelmente marcados pela morte. E foram apenas em dois. Mas também se poderia dizer que nesses oito anos de paz, certamente aconteceram outras tristezas menores. Como a duquesa de Newcastle que renunciou ao cargo seu cargo quando o duque se tornou primeiro-ministro. Mas no final, Anne poderia dizer com toda certeza, que 1756 era o pior dos anos, o mais triste.

No começo do ano, a Grã-Bretanha e a Prússia fizeram uma aliança e a Áustria se sentindo traída, fez o mesmo com a França, seu maior inimigo desde o século 16. Esse foi o maior desastre da vida de Anne, se uma guerra se iniciasse entre a Prússia e a Áustria, era uma total certeza que a Grã-Bretanha iria se juntar a Prússia contra a Áustria. E como ficaria Anne nisso tudo?

Uma guerra algo que Anne não desejava, e ela até mesmo tentou implorar ao rei que não permitisse isso. Mas o duque de Newcastle, convenceu Anne de que a Prússia não seria louca o suficiente para tentar uma guerra com a Áustria. E por fim a Inglaterra perdeu uma ilha importante no mediterrâneo depois de um conflito com a França, uma perda que se mostrou horrívelmente sentida pelos britânicos.

  – E como um príncipe Tudor-Habsburg deve ser?- Mas a maior preocupação de Anne não era com uma insignificante ilha no mediterrâneo, mas sim com uma possível guerra com a Áustria, mas se Newcastle falava que não havia possibilidade de uma, Anne iria voltar sua atenção para outra coisas: Os seus filhos.

  – Ele deve ser honrado. Deve agir sempre com honra, orgulho e cumprir seu dever. Um perfeito cavalheiro ele deve ser.

  – Muito bem meu Alfred. Sempre se lembre disso, honra e orgulho são as coisas mais importantes que devemos ter.- O conde de Rivers apenas assentiu. Anne estava começando a ver que seu bebê já tinha muito conhecimento de sua posição e lugar, quinze anos as vezes poderia fazer muita coisa.– Agora é a vez de vocês Henry e Anne. Como um príncipe e uma príncesa Tudor-Habsburg deve agir?

  – Um príncipe menor deve também ser honroso, ter orgulho mas deve ser obediente ao seu marquês.- Henry estava aprendendo muito bem, nem era mais metódico.

  – Uma príncesa deve ter honra, castidade, obediência, orgulho e sabedoria. Ela não deve ser sentimental, mas sim razoável.- Anne estava também certa, principalmente com a sabedoria, já que príncesas Tudor-Habsburg não tinham muito a oferecer, então a sabedoria seria o maior dote.

  – Muito bem meus filhos, todos estão certos. Sempre se lembrem desses valores, são eles formam nossa família. Nossa beleza não irá durar para sempre, uma grande fortuna um dia acaba, os valores não, eles podem ser eternos.

Novamente os três assentiram, eles sabiam realmente de seus lugares, e sabiam os deveres que lhes foi dado. Quando Anne os ouvia falar de dever, nem mesmo pareciam ter 15, 14 e 12 anos. Anne esperava que Amélia de quase 10 também mostrasse esse interesse.

  – Podemos nos retirar agora mamãe? Eu tenho minha aula de montaria, Anne tem seu francês e o príncipe de Gales chamou Alfred para acompanhar sua aula de astronomia.

Anne apenas concordou com a cabeça. O pensamento de que Alfred, tinha uma amizade com o novo príncipe de Gales, George, era tão bom. Realmente foi uma tristeza quando Frederick morreu em 1751, mas um novo príncipe de Gales, com quase a mesma idade de Alfred, era muito melhor que um muito mais velho que Anne. Foi uma tristeza, mas uma que trouxe oportunidades.

  – Anne venha aqui. O que você acha do projeto de Sir Holland?- A atenção de Anne logo então se voltou para Frederik, que estava com Sir Holland Brocket 2° Baronete, o arquiteto.

Os dois estavam em uma mesa mais afastada, e nela se poderia ver muitos projetos, alguns Anne reconhecia, outros não.

  – Certamente será uma casa muito bela, e grande também.- E certamente seria. A modesta Tudor House, praticamente dobraria de tamanho, ganharia duas asas laterais e deixaria de ser uma casa em estilo jacobino e seria uma casa em estilo palladiano.

  – Eu agradeço minha marquesa. Eu irei garantir que essa casa seja construída conforme o desejado.

Embora isso não fosse algo da atenção de Anne, ela assentiu de forma obediente.

  – Nunca irei me cansar de dizer que é uma beleza. Uma beleza que só eu posso tocar.- E certamente só ele poderia, a propriedade veio junto com o dote de Anne. Mas era impressionante Frederik só agora ganhar interesse por ela.

  – Certamente, Frederik. Quase me faz também ter um grande desejo de reformar uma das minhas propriedades.

Anne estranhamente pode ver os olhos de Sir Holland brilhar com esse comentário. Era provável que ele tenha pensado sobre isso antes? Será que Sir Holland precisava tanto assim de trabalho?

  – Se minha senhora permitir. Eu acho também que uma nova propriedade seria muito bom.- O Sir então pegou outro projeto.– Esse é o projeto que meu senhor, o príncipe, não se agradou muito, mas como minha senhora pode ver é uma linda casa e grande também.

Logo Anne descobriu o motivo para Frederik recusar. Era uma casa imensa, não iria encaixar na propriedade de Tudor House.

  – Sir Holland, onde o senhor acha que eu construiria isso? É imensa.

  – É de conhecimento geral que minha senhora e seu pai adquiriram terras em Bristol, terras que poderia muito bem se tornarem uma bela propriedade.

  – Sir Holland, eu não moro em casas mas em palácios, e meu senhor sabe que eu não posso ter palácios.

  – Não pode Anne? Mas você é você.- Agora Frederik também entrou na conversa e logo brincando. Não, Anne não poderia ter um palácio, não na Inglaterra pelo menos– E por que não?

  – Na Inglaterra apenas a família do rei e os bispos tem palácios. O único caso especial é o do duque de Marlborough, mas ele era um herói.- E também sua esposa tinha muita influência sobre a rainha Anne.

  – Mas você também não é um caso especial, Anne? O que a impede de ter um palácio?

Frederik com toda a certeza estava brincando agora, sua expressão zombeteira o denunciava. Mas essa brincadeira realmente fez Anne pensar em algo, algo que ela poderia sim conseguir, mas isso era para outro momento.

  – Sir Holland, o seu trabalho é muito bom. Acho então que o Sir é a pessoa perfeita para reformar minha propriedade de inverno, Amelian House em Cheschire.

  – Minhas senhora eu ficaria também muito honrado.

Não demorou muito e o baronete acabou seus assuntos com Frederik e foi embora. E não demorou muito e um mensageiro do duque de Newcastle trouxe uma mensagem do duque. Uma que quando Anne leu, nunca desejou ter feito isso.

O que fez com que Anne chamasse Frederik novamente, eles tinham um novo assunto a tratar, ou melhor um lugar para ir.

  – Frederik eu vou me trocar. Mande então um de seus cavalheiros ordenar que seja preparada nossa carruagem.- Era muito importante no momento Anne ser rápida.

  – Vamos ver alguém?- E como era de se esperar Frederik não sabia o que estava acontecendo.– Você está agitada e pálida. Aconteceu algo?

  – Eu logo irei explicar. Mas no momento saiba que vamos visitar o rei.- E com isso Anne saiu para seus aposentos, deixando para trás um Frederik confuso e com um expressão nada paciente e feliz no rosto.

                         *****

Frederik estava muito irritado no momento, e embora isso não fosse digno de nota, isso era algo muito raro nesses anos.

Frederik claro teve muitas discussões com Anne, mas ele nunca esteve realmente irritado, era sempre uma questão de ser ouvido, e ser levando em conta, mas Frederik realmente estava irritado no momento.

Já faziam algum tempo que Anne e Frederik estavam a caminho de Saint James, segundo Anne, para discutir algo com o rei. Mas Anne ainda não havia dado nenhuma explicação. Na verdade ela estava calada, com uma expressão também muito transtornada no rosto.

Ele apenas poderia imaginar que não era algo bom e agradável, também poderia ser compreensível que Anne estivesse com outras preocupações no momento, mas não dizer ao marido, que vivia com ela a dezesseis anos, o que a preocupava, isso para Frederik era um insulto. Ele não gostava que Anne escondesse o que acontecia, ele não gostava da aparente falta de confiança que ela tinha para com ele, estava se tornando cansativo.

  – Será que ainda falta muito?- Essa foi a primeira vez que Anne falou algo.– Frederik, sinalize ao condutor que ande mais rápido. Temos pressa.

  – Eu faria isso com prazer, minha Anne. Mas eu não tenho pressa, afinal não sei o motivo dessa viagem.- Frederik se recusava a cumprir a ordem de Anne, até pelo menos ter uma explicação.

  – Faça agora, Frederik.- Frederik se recusava, e ele sabia que Anne nunca iria falar com o condutor ou dar uma ordem.– Eu irei falar. Mas não agora, estou pensando no que falar ao rei.

Agora toda a paciência de Frederik estava por um fio.

  – Me diga agora, eu ordeno! Se não como seu marido, ordeno como príncipe, um superior a você!

O olhar de Anne estava muito surpreso, ou ofendido, era difícil de diferenciar. Mas ela não parecia estar a reagir bem a esse ordem.

  – Você gritou comigo Frederik? Não, ainda melhor, você me deu uma ordem? Você não dá ordens!

  – Você está enganada Anne. Dou sim ordens, nunca a você realmente, mas sempre deve haver uma exceção.- O olhar de Anne apenas ficava pior a cada palavra.– Agora Anne, irei repetir novamente. O que aconteceu? Me diga ou não vamos a Saint James!

Anne ficou calada, olhando ainda para Frederik. Era uma batalha, uma batalha de poder, e Frederik sabia que Anne estava muito acostumada a ganhar. Mas agora ela deveria ceder, e cedeu.

  – A maldita Prússia invadiu a Saxônia, uma nação neutra mas amiga da Áustria. Feliz!

Era isso então, uma invasão, uma futura guerra. Não parece ter sido difícil a Anne dizer, mas Frederik seria mais agradável.

  – Friedrich teve ser um louco! Assim ele vai escandalizar o continente, ninguém invade uma nação neutra.

 – Ele não é um louco, para alguns um gênio, um herói, um exemplo de soldado.- Talvez essa parte tenha sido para Frederik, que achava o rei da Prússia realmente um militar muito bom.– Mas para mim ele é um demônio, o representante do diabo na terra, um que vai me fazer entrar em guerra contra a Áustria. É por isso que irei fazer agora o que deveria ter feito antes, implorar ao rei que não ajude esse homem.

Com isso Anne se calou, e Frederik a imitou. Ambos agora tinham muito o que pensar até chegaram a Saint James. A primeira, como iria fazer sua suplica ao rei; e a segunda como isso tudo agora fazia sentido.

Logo a carruagem finalmente chegou ao Palácio de Saint James, e rapidamente Anne saiu para encontrar ao rei. E logo Frederik descobriu o porquê de Anne desejar que ele a acompanhasse. Ela estava usando sua presença, como um príncipe imperial, para poder ver o rei, ela já poderia fazer isso sem Frederik, mas não era garantido que o rei desejasse, mas agora sim.

Isso realmente não chateou Frederik. Mas o que o chateou, foi quando o rei soube o motivo da vinda de Anne. Ele realmente parecia disposto a ouvir ela, mas ele desejava conversar com Anne sozinho, quanto a Frederik, ele ficou em uma das salas de estado com as duas filhas do rei. Uma afronta e uma tristeza.

Mas novamente isso poderia ser compreensível, era uma futura guerra que envolvia a Grã-Bretanha, não a Holanda, e o rei talvez desejasse que todas as suas palavras fossem ouvidas apenas por seu povo, não estrangeiros, mesmo que entre um austríaco e Anne não houvesse muita diferença.

Depois de uma longa conversa com as príncesas Caroline e Amélia, assim como também cogitar sair do palácio mais de sete vezes, Anne finalmente saiu da sala.

E ela saiu muito diferente de quando entrou. Anne entrou quase que impaciente e um pouco agitada, e agora parecia calma e terrivelmente fria, como ela normalmente era. Mas o rosto pacífico e calmo de Anne geralmente não significava nada.

  – Como foi com o rei?

— Príncesa Caroline, príncesa Amélia. Que alegria as ver, saudáveis e bem.- Frederik estava achando um pouco irritante todo esse protocolo.– Vamos, meu príncipe.

Com mais duas mesuras de Anne e também de Frederik, os dois saíram. Mas Anne ainda não havia falado nada.

  – O que o rei disse?- Anne por um momento contínuo calada, mas depois de um suspiro, que não foi bem interpretado, ela falou.

  – Aquele velho idiota diz que é "dever da Grã-Bretanha ajudar a Prússia", não era também dever da Grã-Bretanha ajudar a Áustria? Newcastle me disse antes que tudo isso era apenas para manter a paz, mas a Prússia, nosso aliado desfez a paz, eu acho que seria então muito melhor fazer como a República holandesa e não ficar de lado algum.

  – Então o rei não quis ouvir, nem ajudar.

  – Ele ouviu, mas não vai fazer nada. Logo a Grã-Bretanha enviará ajuda a Prússia para continuar a cometer seu crime de invadir um neutro. Pelo menos ele me garantiu que não irá declarar guerra diretamente a Áustria.

  – Então não se preocupe Anne, você está segura.- Era então uma guerra onde a Grã-Bretanha fazia o mesmo quea de antes, apenas enviar ajuda.– Vamos voltar a Hampton Court?

Anne agora parou com essa pergunta, e ela também parecia estar pensando. O que eles teriam que fazer agora? Ver o primeiro-ministro?

  – Ainda não. Vamos fazer antes uma "visita" aos Carlisle.- Era isso então, Anne iria procurar a ajuda do único aliado poderoso oficial que ela tinha agora, o conde de Carlisle.– Acho que tenho um lugar na casa da marquesa para Lady Carlisle. Ela irá gostar?

Havia pessoas que não sabiam quando desistir e Anne era uma delas. Frederik apenas não sabia se isso era bom ou ruim. Talvez bom, e ocasionalmente ruim.


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