Por favor, meu amor escrita por Dani Tsubasa


Capítulo 3
Capítulo 3 – Esclarecimentos


Notas iniciais do capítulo

Esse conjunto de fanarts são da autoria de "Boom da Funk", e são as mais incrivelmente lindas que eu já vi de Peter e Gwen, eu tinha que compartilhar! Super parabéns pra quem as fez, e, em nome de todos os fãs desse casal, muito, muito obrigada!!! ♥ ♥ ♥



E falando sobre algo que sempre me deixa com receio, uma vez eu compartilhei uma fanart e no momento não encontrei o nome de quem a fez. Enquanto eu procurava, recebi ameaçadas da autora e de amigos dela, me mandando retirar a fanart do meu perfil no instagram porque eles recebiam valor financeiro por cada compartilhamento, e que tomariam as providências necessárias se eu não retirasse. Eu acrecsentei o nome da autora no meu post, pedi desculpas, e mesmo assim a situação não se resolveu de forma clara, então removi o post e nunca mais compartilhei fanarts por lá. Inclusive, o própri James Gunn tinha compartilhado, por isso achei super legal compartilhar e dizer isso pra outros fãs. Mas enfim, se você é o autor e não gostou de eu ter compartilhado sua arte aqui, por favor, simplesmente me diga e eu irei remover. Ameaças não são necessárias, ok?

Se mais uma vez o Nyah tiver engolido a fanart pra algum dimensão paralela e vocês quiserem ver, pesquisem no Google imagens "Peter Gwen fanart Boom da Funk". São as mais lindas que já vi!" *-----------*



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Capítulo 3 – Esclarecimentos

 

            Eu disparei para casa ao receber as notícias, e depois de passar metade do meu turno no hospital cuidando de pessoas machucadas ou em choque pela bagunça que o Electro e o Duende Verde tinham causado na cidade. O Homem Aranha tinha desaparecido após o incidente, deixando para trás apenas manchas de sangue que ninguém sabia se pertenciam a ele ou ao Duende Verde. Os Stacy não tinham notícias de Gwen, e acreditavam que ela realmente estava no avião para a Inglaterra agora. Deixei que acreditassem nisso, mesmo porque também não tinha certeza de nada. E tanto temia quanto ansiava pelo que eu poderia ou não encontrar em casa.

                Larguei minhas coisas na mesa da cozinha e procurei por sinais de Peter ou Gwen no ambiente, mas nada parecia fora do lugar. Subi as escadas para o quarto de Peter, enfim achando evidências de que algo tinha acontecido. Tudo parecia impecavelmente limpo, a não ser por uma toalha úmida e ensanguentada, cuidadosamente dobrada na pia do banheiro, e itens a menos no kit de primeiros socorros. Meu coração disparou e me senti gelar por dentro, correndo para o quarto de meu sobrinho e batendo na porta. O sol começava a raiar lá fora e tudo que eu queria era não encontrar o corpo dele sem vida. Lágrimas se formaram em meus olhos ao pensar nessa possibilidade.

                Levou alguns minutos e batidas mais desesperadas da minha parte para as fechaduras serem abertas. A porta abriu devagar e vi Gwen olhando para mim. Descalça e com as roupas manchadas de sangue seco. Ela parecia ter acabado de despertar e piscou os olhos antes de dizer alguma coisa.

                - Tia May...

                - Gwen... O que aconteceu?! Sua família acha que você está a caminho da Inglaterra.

                Ela se afastou para que eu visse Peter na cama, dormindo ou inconsciente, várias gazes cobrindo alguns pontos em seu corpo. Entrei no quarto para chegar até ele. Pela posição em que ele estava e as marcas no lençol, Gwen estivera dormindo ao seu lado, e só então algo me ocorreu.

                - Gwen, você se feriu?

                - Não... Longa história.

                Eu assenti, e a vi se sentar na beirada da cama, observar Peter com apreensão e pressionar um ponto em seu pescoço com os dedos, soltando um suspiro ao perceber que ele estava respirando e seu coração batendo.

                - Eu não tive coragem de contar pra ele. Chegamos aqui com ele ferido e frágil. Eu queria que ele descansasse. Minha casa fica muito no alto pra o esforço que ele aguentava fazer.

                Refleti para ter certeza do que Gwen estava falando, e segui o olhar dela para um canto no chão do quarto, onde estavam um casaco feminino e o uniforme do Homem Aranha, tingidos de sangue.

                - Eu não tinha certeza de onde ou como vocês lavam as roupas, e eu não queria que ele se preocupasse com isso.

                - Tudo bem, querida. Eu vou lavar tudo. Há quanto tempo ele dorme?

                - Não tenho certeza. Que horas são?

                - Pouco mais de seis da manhã.

                - Devemos ter chegado umas nove ou dez da noite. Acho que levei uma hora pra cuidar dele e arrumar tudo.

                - O quão grave isso foi? – Perguntei sem conseguir conter a emoção na minha voz, e Gwen me olhou com empatia, claramente tendo chorado também horas atrás – E, por favor, não esconda nada. Eu sei que não é a primeira vez que isso acontece.

                Gwen respirou fundo e me encarou por um instante antes de decidir falar.

                - O Duende tentou me jogar de cima da torre do relógio, mas eu corri. Ele quebrou as janelas e a parede e me perseguiu por dentro do prédio. Peter o segurou e lutou com ele pra que eu pudesse fugir pelo elevador. Eu não sei se foram vinte, trinta minutos, ou mais... Eu decidi entrar de novo pra procurá-lo e ele saiu sangrando do elevador. Disse que o planador do Duende o atingiu. Também havia bombas e eles até trocaram socos e rolaram no chão lutando.

                Eu assenti, não querendo falar agora de como isso me abalava, e sentindo minha admiração por Gwen crescer. Ela já era notavelmente uma jovem incrível, e ainda se dispunha a cuidar do meu filho adotivo, tratar suas feridas pós batalha e continuar zelando por ele nas horas seguintes. Alguém assim só podia amá-lo tão desesperadamente quanto ele a ela.

                - Como isso está agora?

                - Ainda não sei, mas provavelmente bem melhor. O fator de cura acelerada dele faz maravilhas – ela respondeu, cuidadosamente removendo uma gaze menor no lado esquerdo da testa de Peter, onde já não havia mais nada, apesar do sangue manchando a gaze.

                Gwen me olhou, avaliando minha reação surpresa.

                - A senhora quer me ajudar a verificar o restante? Acho que é mais qualificada do que eu pra isso – Gwen sugeriu com um sorriso, ao qual retribuí antes de sentar ao seu lado.

                Gwen puxou o lençol de cima dele, revelando outra gaze cobrindo algum ferimento em sua coxa esquerda. Removemos as gazes restantes juntas, vendo que apenas esse ferimento e o que ia do ombro para o peito ainda não estavam curados, mas com uma aparência tranquilizadora.

                - Bem melhor do que ontem. Devem sumir até amanhã – Gwen disse.

                - Então você já tem a dinâmica de como o organismo dele funciona agora?

                Gwen assentiu.

                - Fique com ele, eu vou lavar as roupas.  Acho que ele mesmo prefere me contar o restante. Vamos improvisar roupas pra você poder lavar as suas. Terá que ir em casa em algum momento e encontrar uma explicação pra não estar na Inglaterra, não pode chegar assim.

                Gwen concordou outra vez.

                - Muito obrigada por estar aqui pra ele, Gwen. Peter já suportou muito desde pequeno, e você é a luz da vida dele.

                A loirinha abriu um sorriso radiante.

                - Ele é uma pessoa difícil de não amar.

                Eu ri e concordei enquanto pegava as roupas no chão e saía do quarto.

******

            Peter acordou duas horas depois. May estava dormindo, e tudo que havíamos sujado de sangue estava secando no varal, incluindo minha blusa e saia. May me emprestara uma calça e uma de suas camisetas casuais enquanto isso.

                Meu garoto aranha começou a se mexer na cama, empurrando o lençol para longe sem querer, e abriu os olhos parecendo confuso.

                - Gwen...?

                - Aqui – me sentei ao seu lado, me inclinando para beijá-lo nos lábios.

                - Nós estamos bem...

                - Sim, estamos.

                - Eu tive um sonho.

                Imediatamente pensei na minha viagem ao futuro ao ouvi-lo dizer isso.

                - Que sonho?

                - Nós dois. Mais velhos eu acho... Estávamos tão felizes – ele sorriu – Estávamos passeando no Central Park de mãos dadas. Estávamos casados. E você parecia um anjo. Você sempre parece.

                Eu sorri, sentindo que agora tinha a resposta que eu desejava, esperando com todo o coração que isso fosse realmente uma resposta.

                - E... Nossa... – ele sorriu.

                - O que?

                - Sua barriga... Parecia que... Você tava grávida.

                Isso fisgou meu coração e eu sorri junto com ele enquanto meus olhos se enchiam de lágrimas.

                - Ei... O que foi? – Peter questionou, estendendo a mão para acariciar minha bochecha.

                Cobri a mão dele com a minha e entrelacei nossos dedos.

                - Como você tá? Precisamos conversar sobre algumas coisas.

                - Ruins? – Ele perguntou, me fazendo sentir pena de sua expressão apreensiva.

                - Não. Pelo contrário. Algo aconteceu enquanto magnetizávamos seu traje, mas ninguém além de mim parece ciente disso.

                Vi mil expressões diferentes passarem pelo rosto dele quando lhe contei como havia conhecido seus irmãos aranha, e o que tínhamos conseguido evitar na noite anterior. E quase uma hora depois, quando finalizei todo o meu relato, Peter estava sentado na cama, me abraçando fortemente e afagando meus cabelos, como se pudesse me perder caso não me segurasse. Temi que isso estivesse forçando seus ferimentos restantes, mas ele não parecia incomodado com dor.

                - Eu ia perder você ontem?

                - Mas não perdeu – falei com firmeza e suavidade ao mesmo tempo – Estamos aqui vivos e juntos, e vai ser assim pra sempre se depender de mim. Eu preciso aprender a te ouvir mais. E você a lidar com o medo do que pode acontecer comigo. Eu vou morrer se ficar longe de você de novo, os dois caminhos são difíceis, então vamos ficar juntos! – Lhe disse com a voz um pouco alterada pelo choro que eu tentava conter.

                Peter assentiu e me abraçou mais forte, beijando meus cabelos e se recusando a me soltar, e eu também não queria sair de seu abraço.

                - Eu queria conhecê-los. Será que ainda vou até eles quando esse dia chegar agora que tenho você de volta? Eu não sei porque, mas já gosto tanto deles.

                - E eles de você. Talvez você vá... Mas não sei como vou ficar nessa história. Acho que só podemos esperar. E se você for sozinho, volte vivo de novo.

                Peter assentiu.

                - Como eu sou no futuro? Mudei muito?

                Eu sorri.

                - Continua lindo. E tão carinhoso quanto é agora. E tão preocupado com minha segurança e meu bem estar como sempre.

                Dessa vez o senti sorrir contra meu cabelo.

                - Acho que tô com ciúmes de mim mesmo, que estranho.

                Não consegui evitar gargalhar com isso.

                - Você continua tendo os melhores beijos e abraços do mundo – falei curiosa para ver sua reação.

                A forma como Peter me olhou me fez rir ainda mais de sua expressão, mas ele não parecia zangado, só surpreso e divertido.

                - Você me traiu comigo mesmo?

                Eu ri novamente, vendo-o sorrir.

                - Ele... Você... Quebrou quando me viu. Não parava de chorar, até me contar o que aconteceu. Eu não podia ficar só olhando. Ainda era você.

                - Eu sei – ele respondeu, beijando o topo de minha cabeça – Obrigado, querida, por sempre cuidar de mim.

                Eu ri com emoção, e Peter me olhou com curiosidade.

                - O que? – Ele perguntou suavemente.

                - É que... Ele me chamou assim quando questionei se ele realmente era você, quando percebi que era mais velho. E você nunca tinha me chamado assim. Eu até disse isso pra ele, e ele perguntou se eu gostava.

                - Você gosta?

                - Bastante – repeti minha resposta, agora no meu momento do tempo.

                - Que bom, porque pretendo te chamar assim pro resto da vida – Peter respondeu, me abraçando mais forte quando uniu nossos lábios.

                - Sabe...? Assim parece que já somos casados – eu lhe disse quando nos afastamos.

                - E não já parecia assim? – Ele sorriu.

                - Sim. E estamos abraçados na sua cama com você vestindo apenas roupa íntima e eu usando uma roupa casual que tia May me emprestou, mas bem que eu podia ter pegado as suas.

                Peter riu, me beijando novamente.

                - Vamos devagar, por mais que eu fosse adorar casar com você hoje mesmo. Gwen Stacy é uma dama, e eu quero impressionar sua mãe pra ela não ficar com raiva de mim, isso nos atrapalharia.

                Eu sorri.

                - O que você pretende fazer?

                - Consertar tudo. Do jeito certo. Você precisa reagendar sua viagem, resolver suas questões com Oxford, e voltar pra casa pra se explicar e tranquilizar sua família. Eu vou te levar mais tarde, e vou falar com sua mãe. E eu quero que tia May vá junto porque isso vai ser importante. A propósito... Ela tá em casa? O que aconteceu depois que eu apaguei?

                - Harry tá preso. Tudo do Duende foi apreendido pela polícia, segundo os noticiários, e estão numa negociação com a Oscorp, que quer os itens de volta pra poder destruí-los. O traje, o planador, as bombas... Aparentemente ninguém descobriu que você é o Homem Aranha, ou nos viu saindo do prédio. Tia May chegou hoje de manhã, preocupada com você despois das vítimas do Duende que chegaram no hospital.

                - Ela tá bem? Não se chateou por te encontrar aqui comigo quase despido?

                - Não – eu ri – Ela entendeu. E me agradeceu.

                - Mas... Gwen! Ela viu isso?! – Ele perguntou apontando os próprios ferimentos.

                Eu suspirei antes de falar.

                - Querido... – chamei, agora parecendo tão natural, e vi o olhar dele se derreter com isso, e um sorriso surgir em seus lábios, apesar de suas preocupações – Eu estava tentando chegar nisso. Não quis te contar ontem porque você chegou tão frágil.

                - Gwen, o que você quer dizer?

                - Quando eu vim aqui mais cedo procurar você, tia May me disse que você não estava. Que estava fazendo o que você sempre faz. E tive mais certeza ainda do que isso significava quando ela bateu desesperada na porta e não ficou surpresa ao ver você ferido.

                Seus olhos castanhos se arregalaram um pouco, e Peter ficou em silêncio, parecendo refletir e se lembrar de alguma coisa.

                - Eu desconfiei que ela sabia algumas vezes... Eu não fui bom em lidar com tudo que aconteceu no começo, devo ter sido muito óbvio.

                Acariciei seu cabelo castanho, deixando-o saber que estava ali para ele.

                - Ela ficou com raiva?

                - Não. E disse que sabia que não foi a primeira vez que você se feriu assim. Ela lavou todas as roupas que manchamos de sangue e até seu uniforme. Não se preocupe, ela teve cuidado. Quem de nós sabe melhor do serviço de uma casa do que ela?

                Peter sorriu, seu olhar se enchendo de carinho por sua tia.

                - Sim, ela é muito boa nisso. Ela tá acordada?

                - Acho que ainda não. Ela trabalhou a noite toda e ainda tomou tempo me ajudando com a limpeza e com você duas horas atrás. Mas você precisa conversar com ela mais tarde, e eu preciso ir pra casa. Minha mãe logo vai estranhar não ter notícias minhas.

                Peter assentiu.

                - Quando tia May acordar vamos conversar. E eu levo você pra casa.

                Concordei, puxando-o para um beijo.

                - Céus... – Peter murmurou sem fôlego quando nos afastamos – Eu posso acabar me perdendo com você aqui, e eu quero fazer as coisas direito. Você merece o meu melhor – disse, me beijando novamente, e terminando com um beijo cheio afeto na minha testa.

                - Você já o melhor, sempre coloca meu bem estar acima de tudo.

                Entrelaçamos nossos dedos e ficamos ali com as testas unidas e nossos olhares presos um ao outro, absorvendo a ideia de que um de nós podia estar chorando a morte do outro agora, mas estávamos aqui juntos, planejando um futuro juntos. E éramos tão jovens, mas tínhamos tanta certeza.

                - Eu te amo – Peter falou, com uma emoção que fez meu coração se consumir, e o abracei com força, fechando os olhos e me confortando com o coração dele batendo contra minha bochecha, com a sensação agradável da pele dele contra a minha.

                - Eu também te amo.

                Seus dedos se enredaram em meu cabelo e o senti beijar o topo de minha cabeça novamente, seu outro braço envolvendo minhas costas.

                - Eu vou tomar banho, e esperar tia May acordar. Você pode ficar aqui no meu quarto, ou assistir TV na sala, ou descobrir que tenho muito mais fotos suas no meu computador do que você pensa, ou fazer o que você quiser, a casa é sua, Gwen.

                Eu ri, tomada por alegria e paz, deixando-o me soltar e se levantar para buscar roupas limpas no armário, que pude ver que parecia um mini closet, com algumas caixas guardadas abaixo das peças de roupa, uma delas contento a maleta marrom de Richard Parker, que Peter já havia me mostrado, em outra pude ver o antigo traje do Homem Aranha, marcado pelas batalhas e cuidadosamente dobrado, como um tesouro de uma boa lembrança. Já com as peças em mãos, Peter me beijou e saiu do quarto.


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