Shingeki No Kyojin - Kasaki Monterea escrita por Ennni


Capítulo 1
Capítulo 1 - Ataque à muralha




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Foi tudo tão rápido, tão horrível, assustador. Eu tinha apenas doze anos e já estava passando por aquilo. Desorientada, meus passos descalços pelas ruas revelavam o quanto estava atordoada. O caos e o pânico dominavam tudo. Pessoas corriam desesperadamente para todos os lados, os gritos eram ensurdecedores, pisavam uns nos outros, tomados pelo pânico. Virei uma esquina vi Hannes correndo com Mikasa e Eren; Eren gritava tanto que pude jurar que ele estivesse machucado, e olhava fixamente aterrorizado em direção ao fim da rua, acompanhei seu olhar, levando minha atenção para o mesmo local que a dele, e para o meu espanto,  vi sua mãe sendo estraçalhada por um titã. Aquela cena que pareceu durar uma eternidade, na verdade durou apenas segundos.

Quando finalmente voltei a mim lembrei o motivo de eu estar ali. Eu estava procurando o doutor Jeager, porque minha mãe estava sangrando debaixo dos escombros da nossa mercearia.

— Ajuda! Alguém por favor!!! Minha mãe está machucada! - Gritei retomando a corrida desesperadamente pelo que restava da cidade.

Minhas passadas eram rápidas e eu estava tão eufórica e desatenta. Minha visão turva e minhas pernas fracas sequer me deixaram perceber para onde eu estava correndo. Até que, quando me dei por conta estava sozinha, sozinha em uma área da cidade que já havia sido evacuada. Senti o ar faltar em meus pulmões, me sentei sobre o degrau, frente a porta de uma casa e desabei em lágrimas, encolhi minhas pernas e abracei meus joelhos. "Meu Deus, minha mãe vai morrer porque eu não achei ninguém para..." Meus pensamentos foram interrompidos pelo estrondo de outra residência sendo demolida por um titã, que agora me encarava e se aproximava de mim, eu nunca tinha ficado tão perto de um em toda minha vida. Meu corpo congelou, não consegui mover um músculo sequer. Aqueles olhos esbugalhados e gigantes me encarando me deixaram aterrorizada.

— Corra! - gritou uma voz que parecia vir de cima da casa.

— O que?

— Você não ouviu? Corra!

Eu entendi as palavras, e subconscientemente eu sabia que deveria fazer isso. Mas não conseguia, o ato de movimentar qualquer parte do meu corpo que fosse, parecia impossível.

— Por Deus!

Uma pessoa saltou do telhado da construção onde eu estava, e avançou em direção ao titã que se aproximava tão rápido que eu sequer entendi o que estava acontecendo, por fim o gigante caiu, fazendo um barulho abafado. Quando finalmente pude ver seu rosto, constatei que era Rico Brsenska, o líder da primeira divisão da guarda estacionária, e assim que matou o titã, correu em minha direção e me puxou pelo braço.

— Você quer morrer? – perguntou em quanto me puxava cada vez mais rápido pelas ruas.

—  Não, eu... Minha mãe!

— O que?

— Minha mãe precisa de ajuda! O teto da mercearia caiu em cima dela! Vamos é por aqui! – Falei com urgência, agarrei seu pulso e tentei puxá-lo para mostrar o caminho.

Ele resistiu.

— Quem é sua mãe?

— Akimi Monterea. Ela trabalha na mercearia Ral. 

— Assim que eu te colocar no navio eu volto pra buscá-la. Agora vamos!

— Não! Ela vai morrer se ficar lá em baixo mais tempo. Estava sangrando muito! – Minha voz soava embargada apesar da urgência.

— Rico! Leve-a para o navio antes que ele parta. - Uma mulher gritou correndo em nossa direção.

— Minha mãe está presa!

— Quem é a mãe dela? - Perguntou a moça alta e de cabelos loiros e curtos na altura do queixo.

—  Ela está na mercearia! A mercearia Ral!

A mulher olhou para o comandante Rico, e fez que não com a cabeça com um olhar de desapontamento.

— O que aconteceu? - Uma onda de adrenalina invadiu meu corpo, fazendo meu coração acelerar ainda mais.

Nesse mesmo instante, Rico tirou sua jaqueta e a colocou sobre minha cabeça, me ergueu pela cintura e fui jogada sobre seu ombro. Assim, começou a correr. Eu não enxergava nada, e não conseguia mover meus braços direito. Comecei a me debater, e quando finalmente consegui mexer meu braço esquerdo, puxei o tecido e o couro que cobriam ofuscavam minha visão, livrando meus olhos. Posso dizer que essa foi uma das piores decisões que tomei em minha vida. Tudo o que eu vi foram pedaços de pessoas, pernas, restos de carne, partes de roupas ensanguentadas, e ao percorrer o olhar sobre a rua avistei a mercearia, ou o que sobrou dela. Minha mãe que antes estava apenas com uma perna e um braço presos, já não estava mais lá. Enxerguei apenas um pedaço de sua blusa cinza, e quando cerrei os olhos para enxergar melhor, vi que o chão estava cheio de sangue, e pedacinhos de carne. Eu me recusava a aceitar que aqueles podiam ser os restos da minha mãe, mas foi apenas o que eu consegui pensar naquele momento.

Comecei a me espernear, gritar e chorar. Afinal, o que havia acontecido ali?

Chegamos então ao aglomerado de pessoas esperando para embarcar, o navio estava prestes a partir. Todos gritavam e choravam, aterrorizados pelos estragos que os titãs estavam fazendo em nossa cidade, vários corpos pisoteados no chão. Os humanos se matando por medo, e por ânsia de sobrevivência.

— O comandante! Ele chegou! Podem partir! – Gritou um homem assim que passamos por ele e entramos no navio.

Procurei alguém que eu conhecia. Procurei minha mãe, meu pai, qualquer pessoa para qual eu pudesse correr e finalmente me sentir um pouco segura e menos apavorada. Ninguém. Eu não tinha ninguém. Estava sozinha, em meio a tantas pessoas desesperadas e aliviadas por conseguirem sair dali vivas. Muitos dos que ficaram tentavam pular para dentro do navio, alguns conseguiam, outros caiam na água. Vários pais jogavam seus filhos como mercadorias, para pessoas que já estavam no navio pegá-los.

De repente o caos se torna ainda maior. "O titã encouraçado!" Gritavam os guardas, em quanto todos corriam de um lado para o outro. Eu não conseguia assimilar o que estava acontecendo. Homens gritavam de dentro do navio "acelera!!" "Fechem o portão da muralha Rose!". E assim que passamos para dentro da muralha o portão enorme se fechou. Fiquei imaginando o quão desesperador estava sendo para aqueles que ficaram. 

As solas de meus pés ardiam por conta do atrito entre a pele e as pedras que eu havia pisado. Andei até um canto próximo a cabine e me sentei, coloquei minhas pernas contra meu peito e as segurei com os braços.

— Você tem uma irmã que é recruta não tem?

— Anh? – Ergui a cabeça devagar tentando ver o rosto da pessoa que falava comigo.

— Sou Jean Kirsten. – Disse o menino estendendo a mão. – Ouvi dizer que você é irmã da Petra Ral, uma das melhores recrutas desse ano.

— S-sou sim.- respondi.

— Por que vocês não tem o mesmo sobrenome?

— O meu pai já tinha ela quando casou com a minha mãe, ela tinha uns dois ou três anos. Ela ficou com o sobrenome da mãe dela.

— E o que aconteceu com a mãe dela? –  O menino de franziu o cenho. 

— Morreu quando ela nasceu ou algo assim. –  Dei de ombros. 

— Entendi... Bom te conhecer!!!

Ele saiu em direção a multidão de gente aglomerada e desapareceu rapidamente em meio as pessoas.

Assim que desembarcamos, alguns soldados fizeram um grupo de crianças que estavam sozinhas. Alguns foram mandados para casas com famílias novas, mas a maior parte foi mandada para um abrigo, assim como eu. Nos dias que seguiram era uma luta constante em busca de comida, brigas para dormir nas únicas três camas disponíveis em um quarto com quinze crianças. Todos famintos, com medo e ansiosos por notícias de suas antigas famílias, mas a cada dia que passava as esperanças de que pudéssemos reencontrar nossos pais vivos, se esvaía. 

— Menina!

— Eu tenho nome... – Respondi erguendo a cesta com minha única blusa de frio que precisava ser lavada.

— Mas eu não sei qual é.

— É Kasaki. – Revirei os olhos virando em direção a voz rouca e um pouco fanha, me deparei com o garoto que havia falado comigo no navio. 

— Lembra de mim? – Ele sorriu orgulhoso. 

— Lembro.

— Então... Qual é o meu nome? – Por algum motivo ele parecia muito animado.

— Jean.

— Você vai se alistar? – Ele juntou as mãos em frente ao corpo, enlaçando seus dedos uns aos outros.

— Me alistar?

— Sim.

— Eu... Eu não sei. – Um arrepio percorreu minha espinha, ao considerar a ideia de encarar titãs novamente. 

— Vamos! Você vai ser tão boa quanto a sua irmã!

Ele segurou minha mão e tentou me puxar, surpresa com o ato, me sobressaltei e deixei cair o que segurava.

— Eu nem te conheço! – Reclamei me esquivando, agachei para pegar meu moletom e fiz uma careta para o garoto. 

— É sua chance. Você pode matar titãs, proteger pessoas. Salva-las!

Jean tinha um brilho genuíno em seu olhar, ele parecia estar disposto a se colocar em qualquer que fosse o risco em prol das suas palavras. "Proteger pessoas". Mordi meu lábio inferior, e minha mente foi inundada por diversas memórias de minha mãe, e meu pai, e o quanto ambos ficaram orgulhosos quando Petra se alistou. Num mundo perigoso como o nosso, enquanto a maioria das pessoas tinha como prioridade salvar a si mesmos, alguns sacrificavam suas vidas para proteger e cuidar de desconhecidos. Foi como se uma chama de esperança se acendesse dentro de mim, e pela primeira vez em vários dias, um sorriso se formou em meus lábios.

— Meu nome é Sargento Shadis. Eu vou treiná-los para serem exímios matadores de titãs. Ao final desse treinamento. Vocês escolherão se ficarão com os medrosos da polícia militar, se vão arriscar suas vidas nas tropas de reconhecimento. Ou se faram as manutenções das muralhas nas tropas imóveis. Sejam bem vindos ao esquadrão 104 de recrutas!

O silêncio tomou conta de todos nós, nenhum se atreveu a abrir a boca para dizer nada. Naquele dia e nos outros dois dias seguintes, treinamos luta corporal, utilização das lâminas, tivemos a introdução de como usar os equipamentos, entra várias outras coisas.

Eu estava caminhando pelo pátio durante o jantar, meu olhar vagava pelo chão de terra e pedrinhas. Todos os recrutas temiam a morte em certo ponto, ouvi várias conversas sobre como deve ser doloroso morrer nas mãos de um titã, muitos se arrependeram de terem se alistado. Mas eu, eu não conseguia me arrepender. Cinco anos se passaram desde o acontecido em minha cidade, e durante todo esse tempo, a ideia do alistamento estava fixa em minha mente.

"Droga! Como é que eu vim parar aqui?" pensei. "Eu só vi aquele menino duas vezes na minha vida. E suas palavras foram o estopim para mim realmente me alistar..." Eu murmurava as palavras em baixo tom. De fato, todas as vezes em que parei para pensar sobre isso, não fazia muito sentido em minha mente.. 

— Está falando sozinha moça?

— Não, na verdade estou invocando o capiroto, quer participar do ritual? – Cruzei os braços ao encarar o rapaz. 

— Olha só, parece que alguém está de mau humor.

— Quem é você? – Questionei.

— Sou Marco Bodt é um prazer. – Ele se curvou.

— O que está fazendo? Por que está curvado?

— Perdão, é um costume. – Respondeu sorrindo.

— Tudo bem.

— Ah, vejo que ja se conheceram! – Reconheci de longe a voz de Jean.

— Em? – falei confusa.

— Jean! – gritou Marco.

O loiro surgiu em meio ao breu que antes o escondia.

— Eu ia te apresentar para ela, mas vejo que já se conheceram.

— Como me apresentar? Mal conheço você! – Respondi.

— Considerando que foi eu quem te arrastou até aqui, temos um nível elevado de intimidade. -disse Jean abrindo um largo sorriso.

— Acho que não em. – Disse Marco caindo na gargalhada.

Jean o encarou por alguns segundos com a cara enfezada e novamente se voltou para mim.

— Já conversamos três vezes nos últimos dois dias, acho que já nos conhecemos sim!

— "Hoje é um belo dia" não conta como conversa. – Retruquei.

Marco novamente começou a rir.

— Que seja! Estamos no mesmo esquadrão. Teremos tempo suficiente para nos conhecer. – resmungou Jean

— Isso se um titã não te matar antes. – Provoquei fazendo um biquinho. 

— Você é muito engraçadinha.

— Sei disso. – Dei de ombros. 

— Mas isso não vai te ajudar a estraçalhar titãs e a sobreviver. – Jean cerrou o punho e fez uma pose de vitória, levantando a mão para cima. 

— Não mas eu posso irritar pessoas como você...

— Já chega! Chega, não aguento mais rir! - gritou Marcos batendo no joelho.

Jean começou a ficar vermelho, e eu revirei os olhos. 

Desse dia em diante, ficamos cada vez mais próximos. Eu, Jean e Marco. Passamos por muitas coisas juntos, o treinamento era intenso e difícil, mas eu aparentava ter mais facilidade com o equipamento de locomoção do que os dois, já nos treinos de luta, Jean se destacava por sua agilidade. Quase três anos juntos, até o dia de nossa primeira missão.  

Os titãs dominavam Trost e precisávamos agir. O comandante nos separou em equipes, passando as coordenadas e o plano, por fim Jean foi escolhido como Líder do nosso grupo. Avançamos juntos em direção ao caos. Me senti ansiosa para colocar em prática tudo o que havíamos aprendido, apesar de ainda não estarmos cem por cento preparados, tínhamos sede pela vitória e êxito da missão, tínhamos coragem e força de vontade. Ao menos alguns de nós, já os demais encontravam-se em total desespero e angústia. 

Estávamos todos parados em cima do telhado de uma construção, nosso objetivo era chegar na sede, onde vários recrutas estavam presos. O lugar estava cercado de titãs, parte do grupo avançou pelo leste, outra parte pelo oeste. Nós iriamos pelo Sul. Haviam muitos titãs de quatro metros, no máximo chegava a oito.

— Evitem ao máximo usar os DMT's! Lembrem-se que a sede está cercada e não estamos com o gás completamente cheio! – gritou Jean.

Todos nós avançávamos, quando de repente ouvi o grito desesperado de alguém. Quebrei a formação e segui por cima de várias construções. Vi algumas pessoas do grupo dois correndo em direção a um titã, que andava rápido e descontroladamente atrás de uma pessoa. Rapidamente tentei alcançá-los. Quando finalmente consegui.

— O que está havendo? – Perguntei esperando que qualquer pessoa me respondesse.

— Ele está perseguindo a Jane!– Gritou uma menina que corria a minha frente.

— Minha irmã! – Outra moça berrou pouco mais a frente.

— Dane-se! – Disse um menino ao se atirar do prédio e começar a usar o DMT.

Todos começaram a segui-lo.

— Parem! Vocês estão usando muito gás! – Gritei ainda correndo por cima do telhado. 

Segui freneticamente atrás do grupo usando meu DMT. Eu não ia deixar ninguém morrer por desespero. Morrer por fazer algo impulsionado pelo medo me parecia pior do que ser comido por um titã. A menina correu em direção a um prédio e se jogou pela janela. 

— Que droga! Você vai morrer ai! – Gritei. Minhas palavras serviram apenas para deixar o grupo ainda mais desesperado.

Eles seguiram correndo até finalmente alcançar o titã, então quando consegui me aproximar deles,  todos estavam parados em cima de uma casa.

— O que estão fazendo? Não queriam salvá-la? – Agarrei minhas lâminas.

Todos olhavam fixamente para o titã, parecia que estavam em transe, ninguém tinha coragem de se mover. Estávamos a apenas alguns metros do prédio onde a menina estava se escondendo e o titã abaixado olhando pela janela, volta e meia ele enfiava seu braço gigante lá dentro tentando encontrar sua vítima as cegas.

— Vamos! Façam alguma coisa! – Gritei.

Esperei alguma resposta. Fez se um silêncio por alguns segundos, todos continuavam olhando fixamente para o titã, estáticos.

— Estamos em maior número, porque ele não tenta nos pegar? – Um rapaz baixo e de cabelos encaracolados questionou.

— Acho que ele ainda não nos viu. – Respondeu uma garota morena.

— O que faremos? Ele vai matá-la! – Gritou a menina que dizia ser irmã da Jane, seus olhos cheios de lágrimas.

— Precisamos de um plano. – Me apressei. 

—   O que você sugere recruta Monterea? – Perguntou outro rapaz, esse era alto e tinha cabelos castanhos escuros e penteados para trás. Aparentemente todos ali sabiam os nomes uns dos outros até o meu. Mas eu mesma não lembrava o de ninguém.

— Você é... – Esperei que ele completasse com seu nome.

— Nack Teaz!

— Certo... Acho que podemos enviar dois recrutas para chamar atenção dos titãs, dois de nós tirarão a garota lá de dentro, e os dois que restarem darão cobertura para as distrações. – Sugeri.

— Certo! – Responderam todos em coro.

—  Nack, qual é seu ponto forte?

— Eu diria que sou rápido.

— Escolha mais um para chamar a atenção do titã com você. Eu os darei cobertura. 

— Eu também! – Outra recruta se aproximou. – Sou Kalli Brumetz.

— Eu e o Heitor vamos tirar minha irmã de lá! – Gritou a menina. – Sou Lana Davinsk

— Lembrem-se de usar o mínimo de gás possível. – Completei.

Nos posicionamos e partimos para o plano. Lana e Heitor acompanharam a mim e Kalli até o momento de agirem. Ficamos escondidos na torre de uma igreja, o titã estava em nossa frente de costa para nós, ainda enfiando seu braço para alcançar Jane. Torci para que ela não estivesse muito ferida.

Da onde estávamos conseguíamos ver Nack e seu companheiro correndo por cima dos telhados. Eles posicionaram se em cima do telhado do prédio onde Jane estava escondida. Ficaram cara a cara com o titã, e começaram e sinalizar. Assim que o titã se virou para os dois, começou a segui-los.

— Vão! – Gesticulei para Lana e Heitor entrarem em ação.

Os dois desceram as paredes da igreja usando seus DMT's, atravessaram a rua correndo E entraram no prédio. Assim, eu e Kalli ficamos na retaguarda das distrações. Eles finalmente conseguiram despistar o titã. De repente, o gigante abestalhado parou no meio da rua, ele havia perdido Nack de vista. O que o fez se voltar novamente para o prédio onde estavam Jane, Lana e Heitor.

Começou a caminhar novamenteGem direção ao prédio.

— Rápido! Temos que tirar eles de lá! – gritei. – Kalli e vocês dois tentem atrasa-lo. Vou tira-los de lá!

Eles partiram em direção ao titã, em quanto eu fui em direção ao prédio. Usei o DMT e subi, entrei pela janela que Jane havia quebrado. Caminhei pelos destroços da sala e finalmente encontrei as escadas.

— Eei! – Gritei esperando alguma resposta.

— Estamos aqui! – Fui respondida por uma voz feminina e embargada.

Desci as escadas o mais rápido que pude. Até encontra-los no primeiro andar do prédio.

Eles estavam sentados no chão, em quanto Jane estava deitada agonizando. Corri até eles.

— O houve? – Indaguei.

— Jane! Por favor! Não me deixe! Fica comigo! – Gritava Lana.

— Ela está muito ferida. – Respondeu Heitor.

— Jane! Abra os olhos! – Insistia a irmã.

Me aproximei, até que pude ver em que condições Jane estava. Seu rosto todo estava sangrando, sua roupa toda manchada de sangue indicava que haviam muitos outros ferimentos.

— Ela bateu a cabeça. – Disse Lana me olhando, seu olhar triste implorava por misericórdia.

— Parece haver um ferimento no abdome. – Heitor constatou.

— Abram a blusa dela. – Pedi.

Me aproximei, e comecei a avaliar o tórax de Jane.

— Meu Deus. – Deixei escapar.

— O que? O que houve? – Lana se desesperou.

— Na-Nada demais. Procurem, alguma caneta, algum tubo, qualquer coisa! – Pedi.

Lana obedeceu rapidamente, em quanto Heitor me encarou por alguns segundos e tomou coragem para perguntar.

— Tamponamento?

— Sim. Se não agirmos rápido ela não escapa. – Respondi.

— Achei uma caneta! – A irmã de Jane correu em nossa direção. – Ah Céus! Por que o peito dela está roxo?

— Me da aqui. – Peguei a caneta de sua mão. – Isso vai resolver por em quanto mas ela vai precisar de um médico o mais rápido possível. É melhor você não olhar Lana.

— Certo. – respondeu Lana.

Tirei o cartucho da caneta e a inseri no peito de Lana. " Deus por favor que seja o lugar certo. " pensei. Assim que a caneta entrou, o sangue coagulado foi expelido.

— Graças a Deus. – disse Heitor animado.

— Coloquem uma fita pra caneta não se mover e tirem ela daqui. Vou checar se não há titãs por perto. – me levantei e corri escada a cima.

Sai novamente pela janela. Assim que coloquei a cabeça para o lado de fora, vi três titãs se aproximando. Um deles estava muito próximo e me enxergou. Corri pela rua e finalmente consegui usar o DMT para subir em um prédio alto. Tentei localizar Kalli e os outros mas só enxerguei Nack, que estava sentado em uma torre. Corri em sua direção.

— Onde estão os outros? - perguntei.

Ele me olhou sem esperança.

— Um titã puxou o fio do DMT da Kalli, e o Luke tentou ajudar...

— Merda!

— Eu fiquei com medo e não pude fazer nada...

Me abaixei e segurei em seu ombro.

— Tudo bem, todos temos jeitos diferentes de lidar com o medo. Isso não é culpa sua certo? Mas agora é sua chance. Vingue os dois. Vamos matar esses três titãs e ninguém mais vai morrer hoje certo?

Ele demorou alguns segundos para responder.

— C-certo.

— Temos dois de quatro metros e um de oito. Pode ficar com os menores. Eu pego o maior. Temos que ser rápidos. A qualquer momento Lana e Heitor tiraram Jane do prédio e eles não terão condições de correr.

— Sim!

— Vamos! – gritei.

Cada um de nós foi por um lado. Tentei me aproximar do titã maior, usei o DMT para cruzar a rua em sua frente. O prendi na parede de um prédio e voltei para a costa do titã, assim que o alcancei cruzei minhas lâminas em sua nuca, o fazendo cair já morto. De repente outro titã se aproximou correndo, tentei fugir com o DMT, eu estava tão concentrada em preparar o terreno para matar aquele titã que não percebi outro se aproximando. Um titã veio pela minha esquerda e segurou o fio do meu DMT, tentei usar o outro lado para escapar mas não consegui o prender em nada. Cai no chão, eu estava com o corpo inteiro doendo, mas não podia desistir. Tentei pular mas tudo doía. " droga meu gás está acabando." pensei. Não tive escolha, usei tudo o que restava do meu gás para subir em um prédio.

Me sentei um pouco para respirar. Cada centímetro do meu corpo estava tomado por uma dor absurda. " O que é isso Kasaki? Você não pode se render por uma dorzinha." pensei.

Abaixei a cabeça para recuperar a concentração. Quando a levantei novamente, me deparei com um titã me encarando. Meu corpo travou. Como a cinco anos, como quando eu perdi tudo o que eu tinha, meu corpo travou. Eu não consegui mover um músculo.

"É isso? Eu mal comecei... Já vou morrer?" pensei.

Não! Eu não ia me entregar. Tentei me levantar, chequei se ainda tinha ao menos um pouco de gás, e quando me posicionei para atacar.

Outro gigante apareceu correndo e socou o que estava me encarando. " O que aconteceu aqui? Eles competem para comer? " me perguntei. O titã socador era diferente dos outros. Algo nele me parecia familiar. Assim que ele matou o titã que me encarava, endireitou o corpo e se virou para mim.

Eu estava pasma. Não sabia o que fazer. Será que ele vai me matar também?

O titã olhou em meus olhos. Ficamos ali nos encarando por alguns milésimos de segundo. Aquele olhar! Eu conhecia aquele olhar! De quem? De quem? Foi então que me lembrei.

— Eren?

O titã continuou me encarando. Seus olhos fixos no meu já não me deixavam dúvidas.

— Eren! É você? - gritei.

O titã me encarou por mais um segundo e em seguida soltou um grito, assim começou a correr novamente em direção a outros titãs. " O que acabou de acontecer? ".


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