Tudo estava bem... escrita por Wizard Apprentice


Capítulo 21
Capítulo 21 - 2o ano.


Notas iniciais do capítulo

Mais um! Os próximos vão ser épicos!



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Harry deixou que Gina descansasse bastante no dia seguinte, mas quando ela acordou, ele ainda estava ao seu lado, na ala hospitalar.

A aparência da menina continuava péssima, mas seu rosto já estava um pouco mais corado e ela parecia muito mais viva do que no dia anterior.

Eles tinham combinado que ela passaria o natal com a família, na Toca, bem longe de Hogwarts, e de tudo o que acontecera. Faria bem pra ela, para a sua recuperação, mudar de ares.

Dumbledore foi ao encontro dos garotos, e perguntou se estavam preparados para uma caminhada até o banheiro feminino do segundo andar.

Gina pareceu bastante nervosa, paralisada pelo medo de se aproximar do diário novamente. Se agarrou na manga das vestes do amigo, e balançou a cabeça, lentamente. 

— A senhorita não precisa nos acompanhar se não se sentir confortável, naturalmente. - Disse o professor.

Ela estava enfrentando um duro dilema: não sabia do que tinha mais medo, se de se aproximar do diário novamente, e possivelmente ficar sob sua influência, ou se era de ficar ali sozinha, sem Dumbledore e principalmente, sem Harry.

Decidiu acompanhá-los.

Ali, naquele banheiro encharcado, Dumbledore cumprimentou Murta, gentil como sempre, e perguntou se a fantasma havia presenciado algo esquisito ultimamente. Se vira algum homem ou fantasma estranho andando por ali.

—Ha! Eu só sou visitada quando querem alguma coisa de mim. - Lamentou ela. - Ou quando querem JOGAR livros em mim! 

A fantasma apontou para Gina, que cobriu a boca com as mãos, muito infeliz. Sussurrou um inaudível pedido de perdão, e abaixou a cabeça. Se cabelo ressecado e muito fino caiu sobre seu rosto. Era possível ver muitas falhas, como se vários chumaços tivessem caído em um período muito curto de tempo. 

Dumbledore insistiu na pergunta.

— Só tenho visto ela. Sussurrando coisas estranhas e lamuriosas. Doidinha ela. Vocês deveriam cuidar melhor dos alunos de vocês nessa escola, diretor. Ah, e claro, aquela sabe tudo e o amigo do Harry também andam por aqui com uma certa frequência...

Dumbledore olhou para Harry, curioso. Harry deu de ombros, como quem diz "não faço ideia do que eles estão fazendo".

Uma leva gigantesca de ratos e aranhas saíram pelos encanamentos e ralos das pias, e desapareceram pelas paredes, fugindo do basilisco. Nojento. 

Gina caminhou até o espelho, e se encarou. Era a primeira vez que olhava o próprio reflexo desde que saíra do estado de transe, e não fazia ideia do quão doente parecia. 

—Eu... Eu acho que enlouqueci mesmo, afinal. - Ela começou, tocando delicadamente nas cobrinhas que estavam talhadas na pia que levava à Câmara Secreta - Professor... Eu estava pensando... Será que eu não sou mesmo ruim? Será que eu não deveria ter sido selecionada para a Sonserina, ao invés da Grifinória? 

—O que te faria pensar algo assim, senhorita? - Perguntou Dumbledore. 

Harry achou a pergunta extremamente nostálgica. Ele também já se tinha se questionado sobre isso, um dia. Mas aquilo não era bem verdade, nem todos os maus pertenciam à Sonserina.

—Eu... Eu fiz coisas más. Atiçei o basilisco contra os nascidos trouxa, e continuei deixando Riddle me dar ordens, mesmo sabendo que havia algo errado... E foi como eu disse, eu comecei a gostar de conviver com a dor... Eu acho que sou uma bruxa má.

— Você, má? - Murta soltou uma risada longa e cheia de desprezo. Todos se voltaram para ela. - Você não se lembra de nada mesmo, não é? Você vinha aqui e ficava gemendo por horas, falando sozinha, que não poderia fazer isso, aquilo, que não podia deixar que ninguém se machucasse, e blá blá blá. Ou você acha mesmo que sou eu quem anda inundando o banheiro e o andar inteiro? Por algum motivo você achou que isso salvaria os alunos dos ataques.

Parecia que alguém tinha acendido um sol dentro da garota. Ela sabia que o basilisco só mataria se alguém olhasse diretamente nos seus olhos. Se alguém visse seu reflexo, seria petrificado.

Dumbledore sorriu. 

— Percebe, a senhorita estava sob controle de um bruxo das trevas, e não ter controlado suas emoções a partir daí é algo muito compreensível, se me permite dizer. Mas veja, ainda assim, a senhorita lutou como pode, e isso denota muita coragem. O que define quem somos, senhorita Wesley, são as nossas escolhas. 

— E o que poderia ser mais tipicamente Grifinório do que a coragem? - Riu Harry. 

Mas a alegria durou pouco. O diário de Tom Riddle não estava lá no banheiro. Sumiu. 

 

Harry passou o restante do dia muito preocupado. Sem o diário, não havia plano algum para encontrar Voldemort e lutar contra o basilisco.

Quando começou a escurecer, Ron e Hermione levaram Harry até o banheiro, novamente, e o garoto testemunhou os amigos tomando as poções Polissuco e de transformando, respectivamente, em. Crabbe e Goyle. 

Talvez fosse até bom que eles entrassem no salão comunal da Sonserina, quem sabe conseguiriam alguma informação? 

— Eca, então é com isso que se parece ser um garoto - comentou Hermione enojada. 

— Ei! Você se transformou em Goyle, não tem nada de padrão nisso - disse Ron ofendido. 

— Vão logo, vocês estão perdendo tempo! 

Os garotos saíram, e Harry ficou sozinho naquele banheiro soturno, iluminado pelos archotes e por alguns últimos raios de sol fraquinhos que entravam pela janela. "Que lugar horrível para se morrer", pensou ele.

Depois pensou em quantas vezes Ginny deveria ter chorado ali, sozinha, naquele chão frio e mofado. Confusa, triste. 

Sentiu muito ódio. Voldemort devia pagar por isso. 

Pouco tempo depois, os amigos voltaram, e contaram para Harry tudo o que aconteceu.

— Malfoy não sabe de nada, aquele cachorro. - disse Ron. - Se minha varinha funcionasse, eu teria azarado ele. 

— O que houve? 

— Como ele pode ser tão mau? - Perguntou Hermione. Seus olhos lacrimejando.

— Aquele cretino disse que uma nascida trouxa morreu da última vez. Que espera que dessa vez seja a Mione. Eu quero matá-lo. 

Harry deveria ter previsto que algo assim poderia acontecer, e ter alertado os amigos, mas era realmente ridículo que Draco pensasse nele e nos amigos com tanta frequência.

Ninguém havia visto os amigos, e nenhuma nova informação fora obtida, então a história da poção Polissuco terminava por ali.

Voltou ao dormitório com os amigos, um pouco mais desesperançoso do que antes, e avisou que estava cansado, e que iria dormir.

Quando se deitou, percebeu que algo duro estava embaixo do travesseiro. 

O diário, velho, de capa preta, com páginas amareladas, mas estranhamente conservado estava ali, esperando por ele. 

Como?

Imediatamente correu para o Corujal e enviou duas corujas. Uma para o diretor, contando que estava com o diário, e a Hedwiges para Sirius, contando tudo o que acontecera.

Não queria dormir do lado daquele objeto tão abjeto, mas não tinha saída. No dia seguinte, conforme era o plano inicial, começaria alguns preparativos para marcar um encontro com Tom Riddle na Câmara Secreta. "Muito romântico", pensou. 

Em seguida, foi tomado pela dúvida. Como faria isso?

 

"Olá, Tom". Escreveu Harry, enquanto Dumbledore tomava um chá. 

Harry não se lembrava do que dissera da primeira vez e, para Dumbledore, aquilo era um sinal claro de que eles começava, lentamente, a se esquecer do futuro. 

Não houve resposta.

"Meu nome é Harry Potter".

"Olá, Harry Potter. Me chamo Tom Riddle".

Harry perguntou algo genérico sobre a Câmara Secreta. Disse o que diário havia sido posto em sua cama, e perguntou se Riddle sabia o motivo. 

"Tom, Hagrid é meu amigo. Eu sei que ele é inocente".

"Então você acha que estou mentindo?" 

"Eu acho que você se enganou".

— Professor, como faremos para que ele me leve até a Câmara Secreta? Sem a parte da alma da Ginny que ele precisa, ele nunca vai se materializar pra fora do diário para comandar o basilisco. Eu não tinha pensado nisso ainda.

— Tem razão, e essa é uma questão que tenho há semanas. Estou pensando a respeito, Harry. Pelo menos agora o temos em nossas mãos, e ninguém mais será atacado. Agora, como fazer para que ele saia do diário e comande o basilisco, sem um hospedeiro?

 

Quando Gina voltou das férias de natal, Harry contou que estava com o diário, e que ele tinha simplesmente aparecido em sua cama. 

A garota parecia significativamente melhor, mais saudável mais feliz... Mas estava muito brava. Muito aborrecida com tudo o que acontecera. Perguntou se Harry sabia como usar o diário, e ele explicou que sim. 

Ela perguntou se Tom Riddle dissera alguma coisa sobre ela, mas Harry explicou que, para Voldemort, ela era apenas um meio para que ele atingisse os fins. Ele não diria nada sobre ela, porque não importava.

Gina tinha contado para Riddle tudo o que sabia sobre Harry, porque ele insistiu. Contou que Harry era muito poderoso para a idade, e que todos achavam que Voldemort teria tentado matá-lo quando era bebê porque tinha medo de seus poderes. Riddle fazia muitas perguntas.

Contou até mesmo que o garoto vivia na sala do diretor, na biblioteca, duelando.

 

O mês de janeiro se passou rápido, sem ataques, e os corredores de Hogwarts estavam cheios de corações vermelhos, archotes queimando com luz rosa, pompons e brilhos por todos os cantos. Era dia dos namorados, e Lockhart fizera questão de decorar tudo muito bem, e deixar tudo temático. 

Dessa vez, Harry achou muito engraçado, e não se incomodou nem um pouco cada vez que um duende vestido de cupido o parou para entregar alguma cartinha. Até o meio da tarde já havia recebido três, de duas primeiro anistas que ele não conhecia pessoalmente, apenas de vista, inclusive de uma sonserina bem assustadora, e uma de Fred e George. 

Mais tarde, no final do dia, Harry foi perseguido e alcançado por um último cupido, que pigarreou e disse:

"Teus olhos são verdes como sapinhos cozidos, teus cabelos negros como um quadro de aula. Queria que fosses meu, garoto divino. Herói que venceu o malvado Lorde das Trevas".

Gina se aproximou, enquanto todos riam da mensagem. 

Desculpa, Harry, eu escrevi Voldemort na cartinha, mas o duende não quis ler direito. 

— Não tem problema, Ginny, obrigado. - Harry riu. Ela estava progressivamente agindo de forma mais e mais normal perto dele. 

— Que coisa ridícula, Potter. Você devia ter vergonha de ter uma namorada dessas, ainda por cima sem cabelo.  - Começou Draco. 

Antes que Harry pudesse se virar, antes que se desse conta do que estava acontecendo, Gina puxou a varinha e lançou um estupefaça tão violento em Draco, que até quem estava próximo cambaleou. O sonserino caiu desmaiado no chão, e os grifinórios que estavam ali perto, incluindo Ron e os irmãos aplaudiram. 

Harry conjurou pétalas de rosas e fez com que caíssem sobre a garota, emputecida, até que Minerva apareceu, muito séria, e levou a garota consigo para receber uma detenção, deixando um rastro de rosas pelo caminho.

Ele não sabia se a professora tinha acompanhado todo o desenrolar da história ou não, mas achava que ela devia era se orgulhar do feitiço lançado pela aluna.


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Notas finais do capítulo

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