Tudo estava bem... escrita por Wizard Apprentice


Capítulo 14
Capítulo 14 - 2o ano


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo quentinho!
Espero que gostem, me contem o que estão achando!



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Dobby não voltou a perturbar Harry na casa de seus tios, mas também não devolveu suas cartas. Desta forma, seus amigos não sabiam como ele estava e a recíproca também era verdadeira.

Apesar de não ter grades na sua janela, aqueles meses se pareciam muito com uma longa estadia numa prisão. Hedwiges não podia sair, e estava muito brava, e apesar de Sirius ter prometido que se comunicaria com o sobrinho, até agora não tinha recebido nada, nem pelo correio bruxo, nem pelo correio trouxa.

Com o tempo, Harry começou a se questionar se os amigos realmente gostavam dele, ou se talvez realmente achavam que ele era mau. Talvez não tivessem enviado carta alguma.

Mas suas suspeitas estavam erradas, e naquela madrugada, um lindo Ford Anglia Azul estacionou ao lado de sua janela. Nele estavam Fred, Jorge e um Ron muito sorridente.

Harry recolheu suas coisas, livros, malas e a gaiola de Hedwiges e passou para o porta malas do carro. Sem grades para serem arrancadas, o processo todo ocorreu em considerável silêncio, e os Dursleys nunca desconfiaram de nada.

O garoto rabiscou uma nota, e deixou em cima da mesa, explicando que iria passar o resto das férias com os amigos, para que não o esperassem até o ano seguinte, entrou no carro e foi embora.

Voaram algumas horas, até amanhecer, quando finalmente pousaram na toca.

A casa estava igualzinha a sempre, com aquele mesmo jeitinho acolhedor, bagunçado, que denunciava que viviam pessoas muito felizes lá dentro.

Harry precisava demonstrar grande surpresa em relação a tudo, como se fosse a primeira vez dele ali, e seu primeiro contato com uma casa bruxa. Ron queria mostrar seu quarto, mas os garotos foram interrompidos quando iam subir as escadas, por uma Molly muito mais jovem do que Harry conseguia se lembrar, e furiosa.

Após a bronca, a senhora Weasley cumprimentou Harry, e lhe deu um abraço apertado. Era impressionante como aquela mulher tinha um ar tao maternal, tão cuidadoso com ele, desde sempre. 

A admiração que sentia pela sogra ia muito além do carinho que sempre recebera. Molly era uma bruxa poderosa, e literalmente mataria para proteger seus filhos. Harry sabia muito bem disso. Bellatrix também.

E então, uma pequena e tímida Gina apareceu na sala, de pijamas, parando imediatamente ao notar a presença da visita ali na casa. Seu rosto se tornou imediatamente vermelho, e ela subiu correndo para seu quarto.

"Ela falou de você o verão inteiro". Disse Fred.

"Ela fala de você o tempo inteiro". Complementou Jorge.

Harry se sentiu bastante desanimado, suspirou e mudou de assunto. Aquela coisinha fofa não era nem de perto a sua Gina. 

Ele queria que ela tivesse viajado no tempo junto com ele. Que ela soubesse toda a verdade também, para que eles pudessem reviver tudo juntos, apoiando um ao outro. 

Mas agora ele estava ali, sozinho, com uma Gina que sequer tinha coragem de cumprimentá-lo.

Arthur Weasley chegou do trabalho, cansado. Parecia que muitos objetos mágicos perigosos haviam sido apreendidos. Ele e a família se sentaram na mesa, para o café da manhã.

Durante a semana, chegaram cartas de Hermione, convidando a todos para se encontrarem no Beco Diagonal, e de Hogwarts, com a lista de materiais.

Naquele momento, Harry se lembrou da figura idiota do professor de defesa contra as artes das trevas daquele ano, e do quanto desprezava aquele covarde. Comentou que tinha certeza de que ele seria o novo professor.

"Mas esse cara é um idiota!" Murmurou Ron, sob o olhar aborrecido da sra. Weasley.

"Se Dumbledore o contratou, é porque é de confiança!" Esbravejou ela.

"Eu ouvi dizer que esse cargo é amaldiçoado". Começou Harry, com um ar distante, como se não soubesse que estava dizendo a verdade. "Nenhum professor dura mais do que um ano ou dois, talvez ninguém tenha aceitado o cargo".

"Ora não seja tolo!". Percy exclamou.

Naquele momento, Hedwiges pousou delicadamente sobre o prato de Harry, deixou uma carta, pegou um pedaço de bacon e saiu voando pela janela, para descansar. 

Era de Sirius. Dizia que ele estaria coletando mais informações sobre a estranha viagem de Harry, e voltaria quando tivesse encontrado alguma coisa. 

"Vocês ouviram falar alguma coisa de Sirius Black?". Perguntou Harry. "Parece que o ministério está muito tranquilo ultimamente".

"É porque parece que ele foi visto no Brasil, há algumas semanas. Toda a comunidade bruxa da região está em alerta, mas ninguém sabe o porquê ele está por lá, e nem se vai voltar". Arthur informou preocupado. 

Após muitos dias jogando Quadribol no gramado, arrancando gnomos de jardim, sendo evitado por Gina e provocando Percy com os gêmeos, chegou o dia de encontrarem Hermione.

Usando pó de fluo, todos viajariam para o Beco Diagonal. Harry queria dar um pulinho na Travessa do Tranco, mas não conseguia se lembrar do que tinha dito para errar a lareira e ir parar na Borgin & Burkes. 

Fingiu um acesso de tosse ao pegar o pó e entrar na lareira, alto o suficiente para cuspir algumas palavras roucas, e desaparecer dali.

Apareceu na Borgin & Burkes, no local exato onde queria ter chegado.

Muito diferente da primeira vez que estivera lá, não tinha medo daqueles objetos e nem de ser visto. Aproveitou para dar uma voltinha pela loja, e encontrar vários objetos muito bem conhecidos por ele, como o armário sumidouro e o colar amaldiçoado que quase matara sua amiga, Katia Bell.

O sininho da loja tocou, e entraram na loja um pai e um filho, muito loiros. Lucius e Draco Malfoy, que se dirigiram ao balcão, colocaram alguns objetos sobre ele, e estavam prestes a ser atendidos, quando a atenção de todos se voltou para Harry.

"Em que posso ajudá-lo?" Perguntou o homem no balcão.

"Potter". Cuspiu Draco.

"Harry Potter!". Exclamou Lucius, aproximando-se do menino, com um ar arrogante, curioso e até mesmo assustado. "Aqui não é um local para crianças. As pessoas podem pensar que você está tramando alguma coisa bem ruim, Potter".

"Interessantes estes objetos que o sr. trouxe para cá, sr. Malfoy. Fico imaginando com qual tipo de magia estão relacionados... Principalmente este bracelete, que parece que vai necrosar a mão de quem usá-lo. Seria um verdadeiro desastre se isso fosse vendido para um trouxa".

Lucius parecia muito bravo.

Harry fingiu ignorar isso.

"Não se preocupe, eu não vou te denunciar... Se o senhor se comportar. Não sei se o senhor está sabendo, mas parece que o ministério está apertando a fiscalização contra esses bruxos de merda que sacaneiam os trouxas... Com certeza o Draco já comentou que sou muito amigo do filho do Arthur Weasley... Que é justamente quem está por trás dessas novas leis de proteção, sabe. Seria horrível se precisarem fazer uma busca na sua mansão. Mas enfim... Aposto que se o senhor esta vendendo estes objetos, é porque não quer mais estar vinculado a eles, não é mesmo? E no final das contas, nós dois estamos aqui. Podem continuar, finjam que nunca estive aqui".

Virou-se e saiu da loja. Na Travessa do Tranco, muitos bruxos olhavam para ele com atenção. Cada vez mais ele sentia que estava criando uma certa fama entre os bruxos das trevas, a de que talvez ele fosse um deles.

Hagrid apareceu entre a multidão, e Harry foi a seu encontro. Cumprimentou o amigo, e ambos foram até a Floreios e Borrões, onde encontrariam os amigos do garoto.

O gigante perguntou como estava Hedwiges, Harry perguntou o que Hagrid estava fazendo na Travessa do Tranco, e convenientemente, ele estava comprando inseticida para mandrágoras. 

Aquilo lembrou a Harry de algo que ele estava tentando negligenciar.  

Ao entrar na Floreios e Borrões, onde estava acontecendo o evento de inauguração do livro de Lockhart, todos se viraram para a porta por onde ele acabara de passar, e fixaram seus olhares nele. 

Que gente chata. Pensou. 

Gilderoy Lockhart sorriu, foi até ele e o levou até o palco, para que tirassem uma foto juntos. Com certeza apareceriam na primeira página.

Após infinitas fotos, Harry ganhou uma coleção novinha de livros. O pior é que ele nem poderia dar o presente para Ron, e  comprar novos para ele, porque a Sra. Weasley jamais iria permitir.

Após esses minutos insuportáveis, Harry finalmente pode abraçar Hermione e conhecer novamente os pais da amiga.

"Não consegue nem entrar numa livraria sem sair na primeira página, não é mesmo, Potter. Aposto como você adora chamar toda essa atenção para si. O famoso Harry Potter".

"Cale a boca Malfoy, ele não procurou nada disso". Gritou Gina.

"Iiih, parece que você arranjou uma namorada".

Ginny corou, ficando tão vermelha como um tomate. Harry ia retrucar, mas então apareceu Ron.

Naquele momento, Harry vasculhou o ambiente, procurando por outro loiro. Ao ver que o sr. Malfoy se aproximava, após se despedir de um outro bruxo, foi ao seu encontro, nervoso, deixando os três para trás.

"Nem pense nisso, seu grande filho da puta. Se alguma coisa acontecer com qualquer um deles, incluindo Hermione e os pais, eu vou saber que foi você".

"Você está me ameaçando?".

"Eu estou de olho". Rosnou Harry.

"Lucius". Começou um sr. Weasley apreensivo.

"Arthur. Belos livros os da sua filha. Usados por todos os seus 10 filhos, imagino? E estas vestes, daqui a pouco serão só remendos!"

Quando Harry se deu conta, os dois adultos estavam atracados, socando um ao outro. O nariz de Malfoy sangrava, e Arthur certamente ficaria com um olho roxo por uns dias.

Foram expulsos da livraria, mas Harry estava aliviado. Nada de objetos amaldiçoados colocados de propósito no caldeirão de Gina.

O que Harry não sabia, porque estava atento demais aos movimentos de Lucius Malfoy, é que durante a briga outra pessoa mexeu no material escolar da garota, colocando um velho diário de capa preta entre seus livros.

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! O segundo livro é um dos meus preferidos.



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