Uma fagulha de esperança escrita por AndyWBlackstorn
Selina se deu ao luxo de afundar na cadeira mais próxima, sem pensar em muita coisa e muito menos no ambiente ao seu redor. A única coisa que estava em sua mente era o fato de ter acabado de ser pedida em casamento. Parando para pensar, ela nunca imaginou se casar com alguém, não estava nos seus planos se apaixonar. Sua vida se resumia a sobreviver e, se ela conseguisse sair dessa situação precária um dia, já estava bom. Agora. haviam lhe oferecido muito mais do que ela esperava ou imaginava.
Gostaria de passar o resto da vida com Bruce? A resposta era sim, apesar dos contras, apesar da vida que levavam, apesar dos traumas. Ele era um bom homem, um homem disposto a cuidar dela e do filho dela, deles, como ele fez questão de enfatizar. Parando para pensar, Selina teria, por um lado, conforto e segurança, um lar, uma família, coisas que nunca teve. E não seria bom finalmente tê-las?
Era quase surreal demais para se acreditar completamente. Ela só precisava de mais um momento e um pouco de ar. Imaginou que toda aquela tensão não seria nada boa para o bebê. Sorriu com o pensamento, estava genuinamente preocupada com o filho. Ela ficaria feliz em vê-lo crescendo com tudo do bom e do melhor do que de maneira miserável..
Ainda sozinha e refletindo, Alfred se aproximou de mansinho, sem ter consciência do que estava acontecendo.
—A senhorita está se sentindo melhor? - ele fez questão de checar - posso fazer alguma coisa por você?
—Não Alfred, quer dizer, obrigada - ela se corrigiu - talvez um dos seus chás seria bom.
—Claro, eu já volto - ele saiu lentamente, alegre em poder ajudar.
Quando ele retornou com o chá e Selina tomou um gole dele, sua decisão já estava tomada.
—Está bem melhor, se me permite dizer - Alfred comentou depois de um tempo.
—Ah eu estou aliviada de ter me recuperado de um choque - ela replicou, num tom mais descontraído - culpe o seu patrão por isso.
—E o que ele teria feito? - o mordomo estreitou os olhos, intrigado.
—Ele quis se casar comigo porque estou grávida, quer dizer, ele deixou claro que não é só por isso, mas enfim,, foi o que o motivou - ela explicou a situação.
—Oh, eu... devo lhe dar os parabéns, senhorita? - o mordomo ficou em dúvida genuína por um momento.
—Claro, acho que sim, é o que as pessoas normais escutam quanto estão na minha situação - ela comentou - é que não somos tão normais assim.
—Se me permite a franqueza, um pouco de normalidade era o que vocês precisavam - Alfred disse em resposta - eu desejo que sejam felizes, mesmo não abandonando a missão de vocês.
—Bom, você nos conhece bem - ela se permitiu dar um sorrisinho de lado - vamos ver como as coisas vão ficar agora.
Alfred diria mais alguma coisa se não tivessem sido interrompidos pela presença soturna de Bruce. Selina percebeu isso depois de um segundo e se virou pra ele. Parecia abatido e hesitante, completamente na expectativa. Como sempre, o olhar dele a comoveu.
—Cedo demais para pedir sua resposta? - ele tentou obter o que queria.
—Não - ela deu um sorrisinho rápido e balançou a cabeça - tá, eu me caso com você.
—Mesmo? - ele murmurou, surpreso.
—Era isso que queria, não era? - ela se aproximou, o abraçando e olhando para ele.
Bruce se deu ao luxo de retribuir o carinho, a envolvendo em seus braços também.
—Só não esperava que fosse tão rápido - ele respondeu, olhando fixamente para ela.
Selina percebeu que os cantos da boca dele tremeram um pouco, um esboço de um sorriso. Ela tocou o rosto dele, de um jeito terno, que sempre o deixava aliviado.
—Não dói sorrir - ela disse suavemente, entendendo a dor dele - ainda mais quando se tem um motivo genuíno pra isso.
Bruce então cedeu e sorriu da forma mais feliz e genuína que conseguiu, olhando para o motivo de sua fidelidade. Ele a beijou a seguir, ternamente, agradecido, por Selina e sua criança fazerem parte de sua vida.
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