Uma fagulha de esperança escrita por AndyWBlackstorn


Capítulo 13
Capítulo 13




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Havia uma similaridade nos sentimentos que enchiam o peito de Selina e Bruce ao se reencontrarem naquela tarde. Estavam felizes, aliviados por verem que estavam bem. Ele conseguiu ser o primeiro a beijá-la dessa vez, a cumprimentando depois de um longo dia de trabalho.

—Oi, meu amor - ela disse primeiro, com uma certa animação contida que não passou desapercebida por Bruce.

—Oi pra você também - ele respondeu - o que te deixou tão feliz assim?

—Ah eu quero muito te contar, aposto que meu dia foi muito melhor que o seu - ela apostou com toda certeza nisso.

—É, acho que tem razão, não vou te chatear contando sobre contas e reuniões de negócio - ele se sentou ao lado dela, pendurando o paletó sobre a cadeira e dobrando as mangas despretenciosamente - eu quero mais é ouvir você, como foi a visita ao orfanato?

—Então, foi simplesmente incrível, foi bem melhor do que eu esperava - ela foi contando entusiasmada, o que fez Bruce sorrir - eu cheguei meio sem saber o que fazer, mas fui ajudando as crianças a se ajeitarem e organizarem suas coisas e acabei até fazendo uma amiga.

—Amiga? Sério? - ele questionou, curioso.

—Sim, uma garotinha de 6 anos, o nome dela é Joan, um amorzinho - Selina sorriu ao se lembrar dela - nós conversamos um pouco e ela acabou querendo te conhecer.

—Me conhecer? Mas como é que eu surgi no assunto? - pelo tom da resposta de Bruce, estava claro que ele não queria nada disso.

—Bem, acho que isso não é tão importante assim, mas me fez pensar que ela teve uma boa ideia - Selina ponderou e o que ela obteve de resposta essa vez foi mais caretas - Bruce, não seja assim, eu sei que é difícil você ser sociável, mas essas crianças, elas são como nós... você sabe do que estou falando, ir visitá-las não é só os Wayne fazendo caridade, eu nem quero que seja isso para nós, mas nós ajudando e ouvindo e estando presentes por elas porque nós sabemos como é o sentimento.

Bruce parou por um tempo, sem dizer mais nada, claramente pensativo. Selina estava se acostumando àquilo, decidiu esperar pacientemente por algo mais.

—Por que você sempre usa os melhores argumentos comigo? - ele admitiu, um pouco relutante, mas tentado a seguir o conselho dela, ela acabou rindo.

—Porque é isso que as esposas fazem, persuadem os maridos até conseguirem o que querem - ela disse numa voz misteriosa de propósito, terminando a frase com um beijo no rosto dele, se esticando para cima como uma verdadeira gata,

Esse tipo de encantamento só servia para deixar Bruce ainda mais atraído e convencido por ela. Não achava isso ruim, amava Selina. Assim, em breve eles visitariam o novo Orfanato Wayne.

Havia um certo aperto no coração de Bruce ao caminhar pelo lugar, mas ele conseguia alívio por sentir Selina ao seu lado, segurando a mão dela. A visita dessa vez tinha sido avisada previamente, sem mais surpresas da equipe. Eles caminharam pelo local, inspecionando tudo, vendo se estava tudo dentro dos conformes mais uma vez. Por fim, encontraram as crianças em momento de recreação, distraídas com diversas brincadeiras no pátio. Era o máximo de felicidade que o local podia oferecer, não era o ideal, mas era um avanço.

—Está vendo sua pequena amiga em algum lugar? - Bruce perguntou à esposa.

—Ainda não, mas posso procurá-la - a sra. Wayne olhou ao redor, conseguindo encontrá-la, sentada em uma roda com mais três meninas, sorriu ao vê-la em boa companhia.

—Vamos lá, então - o marido a convidou.

Andaram juntos até lá, sem precisar dizer muito, Joan a reconheceu rapidamente.

—Oi Selina, que bom que você voltou! - Joan se levantou e a cumprimentou.

—Eu disse que voltaria, como você está? - Selina quis saber.

—Estou bem, as coisas estão mais fáceis agora, acho que já me acostumei com esse lugar, ele é bom e bonito - ela foi contando.

—Fico muito feliz de ouvir isso - respondeu a sra. Wayne alegremente, sentindo alívio genuíno - você se lembra da nossa última conversa? Eu te disse que te apresentaria ao Bruce, bem esse é ele.

—Oi - disse Joan um pouco tímida, observando o homem de cima abaixo, espantada por imensa figura, tão alta.

—Oi - Bruce deixou escapar em um sussurro ainda mais tímido e contido.

Selina apertou o braço dele de leve, um sinal que seria bom se ele continuasse falando alguma coisa.

—É... Joan... - ele pigarreou um pouco - Selina contou sobre você, disse que você era um amorzinho.

—Mesmo? Bem, obrigada - o elogio pegou a menina desprevenida - vocês são muito gentis por achar que eu sou assim.

—Achamos porque é verdade - Selina respondeu, decidindo ajudar o marido que não tinha conseguido ter um começo muito promissor naquela conversa - o que fez de mais legal hoje até agora?

—Ah eu tive aulas de piano, é bem legal, mas um pouco difícil, meus dedos doeram um pouco - Joan contou.

—Eu entendo - Bruce respondeu quietamente e Selina ficou em um ligeiro nível de alerta para ver que tipo de coisa ele diria a seguir - eu tentei aprender tocar guitarra quando era mais novo, também achei difícil e desisti.

—Talvez seria melhor eu desistir? - Joam ficou um pouco confusa.

—Não, não, se você não desistir vai acabar sendo mais corajosa do que eu - ele admitiu.

A esposa dele sorriu discretamente ao ouvir isso, essa frase podia ter vários significados dependendo do contexto.

—Ah... - a declaração fez Joan refletir um pouco - você gosta de música, Bruce?

—Gosto - ele foi sucinto a princípio, mas um tempo depois, começou a descrever suas músicas favoritas, mas de um jeito mais leve, que não seria traumático para uma criança ouvir.

O gesto surpreendeu Selina e no fim das contas, ela viu que Bruce tinha conseguido lidar melhor com a situação do que ela esperava.
 


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