Uma fagulha de esperança escrita por AndyWBlackstorn


Capítulo 11
Capítulo 11




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O que parecia ser desagradável, doloroso e desconfortável se tornou uma coisa muito mais fácil de lidar do que Bruce e Selina conseguiram imaginar, tanto separados, como  juntos. Perceberam que, exatamente pelo fato de estarem dividindo o fardo de se expor, ele tinha se tornado muito mais leve. 

Algumas pessoas ainda vieram conversar com eles antes que o evento acabasse, basicamente era para parabenizar Bruce pelo discurso e perguntar quem era Selina. Acabou que todos ali sabiam que ela era esposa dele e no fim das contas, não precisaram de uma apresentação formal. Selina tinha se livrado de uma exposição terrível pela qual ela não queria passar, o que era um grande alívio.

No caminho de volta para casa, enquanto Bruce dirigia, a notou sonolenta ao lado dele, no banco do passageiro, tinha sido uma noite e tanto, sugando as energias sociais de ambos.

—Espero que não esteja arrependida de vir, você está super cansada e isso pode ser ruim para o bebê - ele contou a ela suas preocupações.

—Agradeço por você pensar tanto em nós, mas estamos bem - ela bocejou logo em seguida, olhando de relance para Bruce, sem distraí-lo muito enquanto ele dirigia - estou pensando que as coisas se saíram melhor do que o esperado.

—Sim, é como se um peso enorme tivesse caído das minhas costas - ele respirou profundamente - eu te disse que conseguiria se você fosse comigo, obrigado de verdade por ter vindo.

—Não tem de que, Bru, nós somos um time afinal de contas, em mais de um sentido - ela afirmou.

—Nosso casamento é uma parceria? - ele demonstrou que compreendeu o que ela queria dizer.

—Com certeza - ela concordou com todas as letras - nos damos bem mais do que a maioria dos casais, então é um feito e tanto pra nós.

—Aham - ele concordou quietamente, fazendo aquela velha expressão de estar com muitas coisas flutuando em sua cabeça. 

Selina resolveu deixá-lo com seus próprios pensamentos. Chegando à torre, eles foram diretamente para o quarto, finalmente indo dormir. Sentir o peso um do outro ao seu lado era algo reconfortante. Selina se aconchegou ao lado dele e antes de desejar boa noite, fez questão de dizer a Bruce o que estava sentindo.

—É muito bom poder dormir sabendo que você está aqui - ela disse baixinho - me dá a certeza de que você está bem.

—Eu sei, obrigado por sentir me falta, de um jeito estranho, isso me deixa feliz, saber que faço falta a alguém - ele confessou.

—Você faz falta, e muita falta Bruce, porque eu amo você, mas sabe de uma coisa? - ela sugeriu uma resposta incompleta.

—Sim? - ele esperava alguma artimanha dela, a conhecendo bem.

—Vou te amar mais se me deixar ir dormir e ir dormir - ela completou, um tanto cansada.

—Claro, não seja por isso - ele respondeu e fechou os olhos, fazendo como ela tinha pedido.

Com a mão em seu peito, Selina sentiu Bruce rindo quietamente, o peito dele se mexendo num ritmo frequente. Com certeza, era maravilhoso tê-lo ali.

Eles puderam desfrutar dos primeiros momentos da manhã juntos. Selina notou que uma boa noite de sono fez maravilhas à aparência de Bruce e ele notou que ela estava bem mais disposta. Tudo isso porque eles tinham saído juntos, o que tinha sido ótimo. Bruce fez uma nota mental de que, sair com sua esposa de vez em quando não fosse uma ideia tão ruim assim.

Na mesa do café da manhã, tanto ele como Selina estavam tentando acompanhar a repercussão de sua saída na noite anterior

—Olha só, todo mundo já sabe quem sou eu - ela comentou sobre as notícias em polvorosa que falavam sobre quem era a sra. Wayne - bem, não exatamente.

—Como assim? - Bruce deixou as próprias leituras para se atentar a ela.

—Basicamente, todos estão dizendo que Bruce Wayne foi visto na reinauguração do orfanato acompanhado de uma mulher misteriosa, a qual foi apresentada como a esposa dele, a sra. Selina Wayne - ela disse numa voz falsa e pomposa de propósito.

—Mais nada específico então? - ele estreitou os olhos, esperando algo mais.

—Não, nada - ela confirmou - só sabem o meu nome, não tem muito o que se especular além disso, o que é bom, continuo anônima de certa forma.

—Como concordamos, é só uma persona que usamos lá fora - Bruce deu de ombros, despreocupado.

—Sei - ela respondeu mais quietamente, com uma ideia começando a se formar em sua mente.

—No que está pensando? - ele percebeu que tinha tido uma ideia no mínimo intrigante.

—É que... o orfanato começa a funcionar hoje, não é? As crianças que vão ser atendidas devem estar se relocando e se ajustando agora mesmo - ela começou a considerar, ele apenas assentiu, ouvindo com atenção - eu pensei que poderia visitar e ajudar com o que eles precisassem, isso ocuparia meu tempo, ajudaria na nossa imagem social, mas... quero ver se tudo está sendo feito de verdade, bem de perto.

—Claro, sei exatamente o que quer dizer - ele considerou tudo que ouviu - acho uma excelente ideia, Selina, mas pode ser que com essa visita descubram que você está grávida, algo que eu não acho que você queira que descubram.

—Acho que eu fui bem sucedida ontem à noite ao esconder, sabe? Nenhum artigo ou comentário mencionou um rumor sobre isso - Selina se gabou um pouco por isso acontecer - mas por outro lado, eu não sei, ousar sair por aí e deixar que eles descubram por si só o que querem me parece muito mais confortável do que anunciar à cidade que o legado Wayne em breve terá um novo herdeiro.

—Ninguém precisa saber da nossa vida pessoal, só precisamos causar uma boa imagem, conseguir promover coisas boas pra cidade com a influência da família, é o que penso - Bruce comentou sobre o assunto - deixe eles pensarem o que quiserem.

—Está certo, então - ela assentiu, focando em outros planos - se me dá licença, preciso me aprontar.

—Selina? - Bruce a chamou antes que ela fosse embora, já que ela já estava de pé, ansiosa pelo dia que estava por vir.

—Sim? - ela esperou para ver o que ele diria.

—Tenha um bom dia e tome cuidado - ele desejou - me ligue se precisar de alguma coisa.

—Pode deixar - ela assentiu, mas antes que a pressa a tomasse, seu instinto a aconselhou a ficar mais um tempinho ali. 

Observou Bruce se levantar com passos apressados e desajeitados na direção dela, um pouco hesitante ao ficar mais perto. Ele tocou o rosto dela e então a beijou delicadamente, tomando um tempo maior do que os dois esperavam.

—Se cuida você também - Selina acabou dizendo, enquanto ele ainda a olhava completamente fascinado - eu te amo, tá?

—Eu te amo - ele fez questão de responder e beijá-la mais uma vez, dessa vez mais rapidamente.

O dia com certeza seria melhor por poderem passar tempo juntos antes que os desafios surgissem.


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