Pesadelos escrita por ThekaTsukishiro


Capítulo 1
Capítulo único




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Desafio 100 temas: Tema 44 – Sobre pesadelos

Beta: Slplima querida amiga, não sei como agradecer todo o carinho, paciência em me ajudar. Obrigado, obrigado de coração! Minha amizade e lealdade forever and ever!

Notas da Beta: Oi minha amiga!!!

Estou completamente emocionada.
Foi como vislumbrar um flash inédito da vida do Ash. Vê-lo ainda uma criança, tão fragilizada pela tragédia, encontrando seu porto seguro em meio aos livros, foi de aquecer o coração.

E sob esse lindo ponto de vista, imaginei aqui, suspirando, que a sina tão cruel dele seria mesmo mudada por uma graça do destino.

Perfeito!!!

Como sempre, Telma, sua escrita elegante nos transmite infinitas emoções. É impossível ler e não cair de amores por seus textos. Mais uma pérola para os fãs de Banana Fish!

Parabéns, amada! Para uma primeira vez, já arrasou.

Obrigada pela confiança e pelo carinho de sempre.
Minha amizade e lealdade, forever and ever.

Fique bem.
Bjocas.


Notas da Coelha: Eu sempre quis escrever algo com esse anime, e nunca tinha tido coragem, mas tem sempre uma primeira vez, e essa tinha de ser com uma weefic, ou melhor, com Ash e Eiji chibis. E minha inspiração partir da imagem que ilustra essa fanfic. Vocês vão notar que Ash troca muito algumas palavras principalmente o R, mas para o nome do irmão ele fala certinho, eu meio que me inspirei em mim mesma, pois quando tinha a mesma idade, por vezes não conseguia falar algumas palavras, e outras sim... >

Espero que peguem leve comigo, pois como dito, é a primeira vez que me aventuro fora de minha zona de conforto!

Fanart: Todos os direitos reservados ao fanartista.

O céu estava esbranquiçado!

Fazia tanto frio que, se bobeasse, seria melhor ficar em casa se aquecendo embaixo das cobertas do que ter que pular da cama e pegar o metrô para seguir para empresa a qual o jovem de exatos vinte e dois anos havia conseguido seu novo emprego. Todavia, estava na cozinha, ordenando as coisas tendo um menininho que mal havia despertado tentando tomar o café.

Bem, mas como diz o dito popular: 'Deus ajuda a quem cedo madruga!'.

Mesmo a contra gosto lá estava o pequenino, sentado em uma das cadeiras da mesa de quatro lugares na cozinha; coçando os olhinhos e parecendo, ainda, estar dormindo.

O loirinho evitava falar mais do que o necessário, e suas respostas monossilábicas não agradavam em nada o mais velho.

Ao, finamente, deixarem a casa, o frio parecia ser até razoável aquela hora da manhã. Ainda não eram dias típicos de inverno, mas já era necessário que agasalhos fossem usados.

Puxando o capuz de sua jaqueta de moletom amarela, o pequeno deixou que seu irmão quase o arrastasse pelas ruas. O vento gelado batendo no rosto o fazia fechar os olhos e desejar desesperadamente voltar para trás e correr para sua cama, que ainda poderia estar quentinha. Mas tinha que ir para a escola!

Por mais que Griffin brincasse ou, mesmo, tentasse interagir com o irmão menor, nada parecia ajudar.

— Você vai me contar o porquê de todo esse mau humor, logo cedo? – perguntou só para ser ignorado pelo menino, que parecia estar em outro mundo. Griffin o cutucou com a ponta do dedo, empurrando delicadamente o ombro do outro, mas este apenas rosnou palavras inelegíveis sem nem se dar ao trabalho de voltar seu olhar para o homem ao seu lado.

Aslan, ou melhor, Ash, como gostava de ser chamado, era um garotinho esperto, curioso, arteiro como toda criança na idade de quatro anos, e que sempre estava com um sorriso a iluminar-lhe as feições angelicais. No entanto, após o acidente que os deixara órfãos, tudo tinha mudado.

A priori, tudo parecia muito assustador! Callenreese não podia nem pensar em abandonar seu irmão em um orfanato, ou seja lá como se chamava o local destinado a jovens sem família.

Não! Aquilo estava fora de cogitação.

Havia batalhado muito para cuidá-lo, e poder ficar com a guarda de seu precioso irmãozinho de apenas quatro anos.

Foram dias terríveis, em que Griffin tivera de ser forte e não demonstrar a Aslan como estava quebrado; quase chegando às vias de fato de cometer uma loucura e, quem sabe, sumir com o garoto por esse mundo afora!

Ah! E ele faria isso, se fosse necessário!

O que ele não contava era que o perspicaz garotinho iria conseguir entender tudo o que estava acontecendo e, com isso, ter seu temperamento prejudicado. E era muito terrível ver como se abatia mais rápido do que ele próprio.

Mas como dizem; sempre há uma luz no fim do túnel!

Tinha que ter!

Fecham-se as portas, mas uma janela sempre se abre onde você menos espera! Foram oito meses de muita tensão, loucura e que a paciência quase havia sido perdida entre uma visita ao fórum e outra da assistente social.

E era horrível ver que Aslan definhava a olhos vistos. Terrível perceber que não era bom em tentar acalmá-lo quando o ouvia chorar. Um sentimento de impotência que calava fundo na alma de Griffin.

Tentara, sim, consolá-lo, muitas e muitas vezes, mas aprendera a duras penas que Aslan era mais teimoso que uma mula empacada.

Talvez teimosia fosse um requisito extra e hereditário em toda a família!

Seria engraçado, se não fosse tão trágico, ver Ash enfrentar o irmão com olhares que se fossem dardos, ou mesmo facas, poderiam matar a Griffin. Aslan era mesmo um Callenreese!

Recordar disso, poderia ser masoquista, mas para Griffin era como lembrar que poderia acreditar em coisas boas. Afinal, se não fosse por Max os documentos necessários para que Aslan ficasse consigo nunca teriam saído, e uma semana após, um novo rumo, um caminho quiçá melhor para eles surgindo em meio a escuridão

Um novo emprego para Griffin!

Podia parecer que não fora nada, mas sim, foram dias desgastantes que nunca mais seriam esquecidos. O bom de tudo é que estavam morando na casa herdada dos pais, e poderiam continuar com alguns luxos que tinham na época que o senhor e a senhora Callenreese estavam entre eles.

Aslan iria para uma nova escolinha, visto que essa seria mais próxima ao escritório do jornal que Griffin estava trabalhando. Assim, de uma hora para outra, a rotina dos irmãos havia sido regrada.

Tudo para buscar o melhor para ambos.

Piscando algumas vezes e deixando aqueles dias um pouco para lá, o loiro mais alto tornou a encarar seu carrancudo irmãozinho.

— Aslan... – chamou, sem grande sucesso. – Ash! – Griffin preferiu usar o seu apelido e, com isso, finalmente, o viu mirá-lo com interesse. – Você vai se comportar, não é? – perguntou. Ainda não havia se esquecido que tivera de ir às pressas para a escolinha, pois o menor havia se envolvido em uma briga boba de crianças.

— Eu num vo briga, Griff! – irritado, o loirinho respondeu fazendo careta. E emburrado, armara um bico que poderia ganhar de uma chaleira.

— As outras crianças ainda judiam de você? – Griffin quis saber, estava preocupado. Ele tinha ciência que Ash, por ser mais fechado e gostar de ser muito independente, não aceitava muito bem o “grude” dos outros coleguinhas. Ele próprio já havia presenciado algo parecido quando o esperava a frente da escola. Uma das crianças quis lhe abraçar e o loirinho desviou, não aceitando tal gesto.

Surpreendentemente arredio!

— Não mais! – respondeu muito a contragosto. – Tenho evitado o páquinho! – murmurou esperando que o irmão não o tivesse escutado.

— E você acha que isso é o melhor a se fazer? – questionou sabendo que não era uma boa solução para os problemas do infante. Ao ver o mais novo dar de ombros, Griffin não pôde conter o bufar exasperado que fez sua franja levantar um pouco. – Você sabe que posso ir conversar com sua professora. – sugeriu e, ao vê-lo negar com um movimento rápido de cabeça, preferiu deixar quieto, ou poderia desencadear um maior desconforto e descontentamento para o menor. Revirando os olhos, desviou sua atenção para a marcação eletrônica das estações do metrô.

Estavam quase chegando a estação que deveriam descer.

Assim que a composição parou, segurando firmemente na mão de Griffin, Aslan pulou o vão entre o trem e a plataforma, e o seguiu para fora da estação. Pelo caminho ia chutando pedrinhas, até chegarem à frente da escolinha.

— Aslan... – chamou, e ao ver o pequeno puxar a mão bruscamente, tentando escapar, o Callenreese mais velho o puxou um pouco para si. – Ash, eu sei que não tem sido fácil para você, porque para mim também não está, mas devemos agradecer por ainda podermos estarmos juntos e não separados, e você com uma família de estranhos! – e sustentando as íris cor de jade, o puxou para um abraço. – Comporte-se, sim? – fora uma ordem, pois Griffin sabia que não adiantaria pedir. Ao soltá-lo, viu como este o deixou sozinho em questão de um piscar de olhos. – Venho te buscar a tarde! – bradou, sorrindo, mesmo sem esperar que o pequeno lhe respondesse.

Sem olhar para trás, Aslan levantou a mão direita, acenando para se despedir.

— Parece que a cada geração, eles querem mais é que os deixemos em paz! Mais longe, sem demonstrações de carinho ou afeto! – uma voz conhecida lhe chamou a atenção.

— Ibe-sam! – Griffin saudou o japonês que havia conhecido em seu trabalho. Ele era um dos melhores fotógrafos da revista. Talvez o melhor fosse, dizer que Shunichi Ibe era um fotógrafo muito prestigiado! – Não sabia que tinha filhos!

— E não tenho! – sorriu ao coçar a nuca. – Vim apenas trazer meu sobrinho, filho da minha irmã, para a escola. E ele também não aprecia muito que eu o acompanhe até a entrada e o abrace para se despedir. Exatamente igual ao seu...

— Irmão! – o loiro completou. – Aslan é temperamental, mas teve uma piora desde que nossos pais faleceram.

— É mais complicado para eles, não? – questionou ao começar a caminhar e ter o amigo ao seu lado.

— Sim, e como! Mas eu tenho fé que muito em breve isso possa melhorar! – e deixando a conversa morrer, apreciou o silêncio que se instaurou entre eles.

oOoOoOo

O barulho característico dos pequenos alunos no intervalo parecia não o incomodar.

Não mais!

De alguma forma, não estar brincando, não o deixava mais entristecido. Havia buscado refúgio na biblioteca, em um corredor que ninguém nunca iria achar, e os livros eram seus novos amigos, mesmo que por vezes ainda se confundia com o que estava lendo.

Ainda estava sendo alfabetizado!

Preferia ficar sozinho, a ser chamado de esquisito apenas por saber fazer as coisas e responder tudo certo aos professores.

Não poderia se deixar abater por nada! Havia ouvido o que Griffin sempre repetida para si mesmo quando achava que ele não estava ouvindo!

Balançando a cabeça para espantar aqueles pensamentos, seguiu pelo corredor em sentido contrário ao que muitas crianças faziam, e ao chegar as portas da pequena biblioteca, acenou para a moça do balcão, e seguiu para os fundos, onde virando a esquerda, e depois a direita, estaria em um corredor sem saída, e que ele apreciava para poder ficar sozinho.

Retirando de dentro de sua pequena lancheira um pedaço de pão de forma com frios, o mordeu com gosto! Se acomodando melhor de encontro à parede, pescou também sua garrafinha de suco.

O silêncio era maravilhoso, e já em tenra idade de quatro anos, sabia muito bem apreciar esses momentos.

Tomando o devido cuidado para não derramar tudo, terminou seu lanche guardando o que era preciso novamente na bolsa. Não gostava muito de sua lancheira, assim preferia levá-la sempre dentro de sua mochila.

Olhando para dentro do compartimento aberto, esperou encontrar seu mini game, mas ao não localizá-lo, acabou por lembrar que Griffin, como forma de puni-lo pela última traquinagem, o havia confiscado.

Bufando contrariado, Aslan engatinhou até uma das estantes mais próximas. Ao se achegar, sentou-se, e com as mãozinhas ágeis unindo forças a seus olhos curiosos, em pouco tempo localizou o exemplar de um dos livros de literatura infantil o qual estava lendo.

Se arrastando em retorno, usou sua mochila como travesseiro, e deitando naquele local, não soube dizer quanto tempo ficou lendo, até passar para um sono gostoso e, por hora, sem sonhos ou pesadelos.

Mas tudo que é bom dura muito, mas muito pouco.

oOo

— Você vai se comportar bem, não é, Aslan? – a voz grossa de barítono do pai do loirinho soava séria. Seus olhos castanhos esverdeados miravam o pequeno com severidade.

— Mas é claro que ele vai, meu bem! - agora era a voz suave e melodiosa da mulher tão loira e de olhos cor de jade, de quem ele havia herdado as chamativas características.

— Eu pometo, Ash é um bom menino! – e ao terminar de responder, se escorou na perna do irmão mais velho, que desalinhou seus cabelos.

— Podem ir tranquilos, posso tomar conta de tudo! – Griffin comentou ao estufar o peito com orgulho pela confiança que os velhos haviam depositado nele. – Tomem cuidado! – pediu, antes do carro sair do meio fio e começar a ganhar velocidade.

oOo

Agitado, mas ainda adormecido, Aslan, em seu subconsciente, estava sonhando, como sempre, com a última vez que vira os pais com vida, antes do caminhão desgovernado bater de frente com o carro deles.

E mesmo que o pequeno não tivesse conhecimento de como tudo se dera, sua mente fértil conseguia criar, na forma de sonhos, os piores pesadelos. Todavia, o pior deles era o que mais lhe deixava aterrorizado: ficar sozinho!

E era justamente isso o que estava sonhando naquele exato momento.

— Griffin... não vá! – ciciou em meio ao sono. – Não... Griffin! – a voz só um pouco mais alta.

oOoOoOo

Caminhando sem destino aparente, o japonesinho resolvera sair de perto de seus coleguinhas de classe, que não entendiam nada do esporte que ele mais gostava; o salto com vara. Também, o que se esperar de crianças como ele?

Eiji só conhecia vários esportes devido a paixão de seu pai pelo atletismo e de sua mãe pela patinação artística.

— São todos uns bocós! – murmurou irritado ao lembrar que fora alvo de brincadeiras de mal gosto, apenas porque estava brincando de virar estrela e, ao fazer isso, sua camiseta escorregara cobrindo-lhe a cabeça e o fazendo quase cair. Os risos e gracinhas ditas o deixaram com tanta raiva, que sentira vontade de ir ter com todos eles, mas havia prometido não se deixar levar pelas provocações de quem quer que fossem.

Não era medroso, mas preferira obedecer ao que havia lhe dito os pais, deixando todos para trás. Eiji não gostava de confusões, mesmo tendo um temperamento pacífico, por vezes, podia deixar-se envolver pela situação, e como a criança que era, perder a paciência seria muito fácil.

Suspirando, por fim, parou a frente da biblioteca e, sem muito pensar, entrou pelas portas, sendo recebido pela bibliotecária. Acenando para a mulher, seguiu até o fundo do local, seguindo para as prateleiras que continham muitos livros sobre esportes, buscando atentamente por um único em questão.

Ao puxar por alguns volumes, antes de localizar o que ele queria, um barulho que não esperava ouvir naquele lugar lhe chamou a atenção. Tentando enxergar o que havia do outro lado, não obteve sucesso. Coçando a cabeça, intrigado, começou a acompanhar a estante longa e grande.

Localizar a passagem para o outro corredor não fora demorado e, assim que o moreno entrara no estreito espaço, arregalara os olhos ao se deparar com um garotinho adormecido no chão. Arqueando uma sobrancelha, tentou entender o que estava fazendo ali, mas o que mais lhe chamou a atenção era que o mesmo parecia estar tendo um pesadelo, pois estava agitado, se debatendo e chamando por alguém. Um tal de Griffin.

Se aproximando mais, Eiji, por fim, acabou reconhecendo o loirinho que alguns meses atrás havia entrado na escolinha. Agora, o que ele deveria fazer? Pela fisionomia do rosto do menino, talvez, quem sabe, ele estivesse tendo um pesadelo?

Realmente, era o que parecia estar mesmo acontecendo!

Quando Eiji já estava quase para acordá-lo, com um gemido dolorido o garotinho por fim abriu seus olhos, parecendo não saber onde estava.

— Ei... você está bem? – perguntou ansioso, ao notar as lágrimas sentidas rolando pelo rosto bonito e infantil.

— Griffin... – ciciou choroso ao esconder o rosto entre os joelhos, que abraçou com força assim que havia sentado.

— Quem é ele? – questionou por não saber o que fazer para que o mais novo voltasse a olhar para ele. – Por favor, não fique assim, vai passar!

Aslan levantou um pouco a cabeça e, entre a franja, mirou o japonês. Piscando algumas vezes, voltou seus olhos para todos as direções e, ao notar que ainda estava na escolinha, se ajeitou melhor recostando as costas direito na parede. Fungando magoado, queria não precisar contar nada do que estava acontecendo, mas fora algo muito intenso.

— Griffin é meu irmão! – murmurou, antes de olhar diretamente para o outro garotinho. – Todo mundo diz isso, mas os pesadelos continuam! – acusou, condoído.

—Eu entendo. – falou Eiji. Ele poderia ser novo ainda, mas sabia que ter pesadelos eram terríveis. – Como é seu nome? – perguntou. – Eu sou Eiji!

— Aslan... Ash! – respondeu o loiro sem pensar muito, limpando as lágrimas com as costas das mãos. Sem perceber, acabara por confundir o outro garoto ao seu lado.

— Aslan ou Ash? – Eiji perguntou com curiosidade.

— É Aslan, mas todos póximos me chamam de Ash! – respondeu ao passar a manga da blusa pelo rosto.

— Sendo assim te chamarei de Ash! – o moreno sorriu ao coçar a nuca. - O que aconteceu? Teve um sonho ruim? – tornou a perguntar. Eiji não iria sossegar enquanto não pudesse ajudar ou, mesmo, fazer alguma coisa para o outro. E ao vê-lo balançar a cabeça positivamente, piscou os olhos que lembravam a mais bela ônix polida. – Sabe, minha mãe sempre diz que se eu tiver sonhos ruins é para pensar em coisas boas.

— E lesolve? – Aslan perguntou interessado. – Quase todas as noites, Ash tem pesadelos e Griff desaparece! Num quelo ficá sozinho! – confessou o mais novo.

— Você não está sozinho, tem seu irmão, seu pais... – Eiji parou de falar ao ver o pequeno voltar a chorar. Arregalando os olhos percebera tarde demais que havia dito algo que não deveria. – Desculpe, Ash!

— Griffin e eu somos sozinhos... – ciciou entre as copiosas lágrimas.

— Ash, se quiser eu fico contigo até você se acalmar! Vamos nós dois pensarmos em coisas boas e doces! – sorrindo, o mais velho ficou em pé, para logo em seguida, ajudar ao mais novo amiguinho a se levantar. – Venha, de agora em diante podemos ser amigos, e você não terá só seu irmão!

— Vamos pla onde? – Aslan perguntou choroso.

— Vamos para a enfermaria, fico lá com você até se acalmar! E não vou deixar que nada de mal te aconteça! – prometeu solenemente.

— Mai... mais Ash num tá doente! – arregalando os olhos, tentou parar e se soltar.

— Ash... lá é mais seguro! E eu prometo que nada vai acontecer! Sei que não está doente! – pensativo tentou mudar o assunto para quem sabe distraí-lo. - Você gosta de gatos? – e ao ver o outro negar, pensou mais um pouco. – E cachorrinhos? – sorriu ao notar os olhos interessados sobre si. – Se o seu irmão deixar, um dia você pode ir na minha casa, nossa cachorra teve filhotinhos e eles são muito fofos! – e antes que o mais novo retrucasse algo, dizendo que o irmão não deixaria, tornou a começar a andar.

— Eiji, Ash num quê ficá sozinho! – reclamou, outra vez, ainda choroso.

Parando de caminhar, o moreno puxou algo de dentro do bolso de seu moletom e entregou para o mais novo. Dando-lhe uma piscadela, voltou a caminhar.

Ao ver o pirulito, Aslan sorriu em meio as lágrimas, e continuou o caminho atrás do japonês. E se ele dizia que pensar em coisas boas afastava as ruins, poderia começar agora, não?

— E-Eiji... – chamou a atenção do outro. – Obigadu! – e mostrou o pirulito que já estava fora do invólucro.

— De nada! – sorriu animado, ao voltar-se para vê-lo. Já estavam próximos da enfermaria. – Vou ficar com você até que venham te buscar, está bem? – e ao ver o movimento de cabeça afirmativo, abriu mais o sorriso. – Podemos brincar de pensamentos bons! – convidou ao passar pelo portal da enfermaria.

— Sim! Ash qué! – respondeu o loirinho ao recolocar o pirulito na boca.

— O que os mocinhos fazem aqui? – perguntou a enfermeira ao recebê-los.

— Senhorita Winston, Aslan está um pouco assustado, e eu vim junto para ficar com ele, deixa eu ficar com meu amigo? – pediu, ao mirá-la com olhinhos pidões. Ao sentir um aperto mais forte de sua mão, voltou os olhos para Ash.

— Não seria o correto, mas pode ficar! Vão se sentar ali. – indicou uma das camas e ao ver os dois pequenos se ajeitarem, se aproximou para saber melhor o que de fato estava acontecendo.

Com muito custo, os pequenos contaram o que havia acontecido para a enfermeira, que fazendo o loiro deitar, deixou que Eiji ficasse com este. Aslan não queria dormir.

— Eu não vou te deixar dormir, Ash! – Eiji murmurou para que a enfermeira, que havia se afastado para interfonar para a secretaria, não os escutasse. – Vamos pensar em coisas boas! Eu gosto muito de ver o céu noturno! As estrelas são tão brilhantes!

— Sim... mais Ash gosta de ficá vendo as nuvens! Já vi uma bola uma vez! – falou todo faceiro, se esquecendo de seus medos e do pesadelo.

— Verdade? – e ao vê-lo concordar, continuou. – Podemos ficar juntos no recreio, deitados no gramado lá da parte detrás para vermos juntos as nuvens, o que acha? – convidou com euforia.

— Vamo! – respondeu Aslan, quase se esquecendo de manter a voz baixinha. – Amanhã, né?

— Todos os dias que estivermos na escola! Afinal, amigos são para isso! – comenta e aperta, com força e carinho, a mão do mais novo amiguinho.

oOoOoOo

— Griff, Ash tem um amigo! – comentou todo feliz o loirinho assim que seu irmão o pegou no colo quando fora chamado até a escola.

— Ora, que bom, Ash! Fico feliz que tenha conseguido fazer um novo amiguinho! – Griffin sorriu ao ver o amigo fotógrafo com seu sobrinho a tira colo. Este acenando para eles.

— Tchau, Eiji! Amanhã vamo blincá juntos! – gritou para o outro, que já ia um tanto afastado!

— Vamos, Ash! Tchau! – gritou de volta o moreno.

— Griff, Eiji tem cacho’inhos em sua casa! Deixa o Ash visita? – pediu ao fazer um beicinho.

— Vamos conversar a esse respeito! E sobre os pesadelos... – começou, mas parou ao ver o irmãozinho negar com a cabeça.

— Num vai mais acontecê, Eiji ensinou como Ash se livlá deles! – com um sorriso sabido, mirou o irmão sustentando-lhe o olhar.

— E o que seria, Ash? – quis saber Griffin, achando encantador tanta felicidade e ânimo tomarem seu querido irmãozinho com inédita veemência.

— Pensá coisas boas! – e sem mais nada dizer, abraçou o irmão, não se importando de ainda estarem no meio da rua.

Chegaria o dia em que Ash descobriria, com a segunda melhor pessoa do mundo, que pesadelos nada podem com a benevolência do amor.

oOoOoOo

 

Momento Coelha Aquariana no Divã:

*ouvindo Player X, King Gnu enquanto arruma a fic para colocar ao ar.*

Kardia: Como assim ela resolveu escrever com outros que não nós? *ao ler o enunciado da fic e notar que é sobre um anime diferente.* Banana peixe???

Dégel: *revirando os olhos* Banana Fish, Kar! E eu deixaria ela escrever com quem ela quer escrever, antes que ela resolva nos colocar de vez no congelador, e nos esquecer pro resto dos tempos! *mirando o escorpiano por cima das lentes corretivas*

Kardia: Ah! Não! Lá vem você ficar do lado dela? Daqui a pouco ela desencanta a escrever com aquele Tigre e o Coelho de novo! *ralhando encolerizado*

Dégel: E ela pode, sabe disso, não? Então, se não quer que isso aconteça mais rápido, melhor falar baixo, ou ir embora. Advirto! A Coelha não está bem, e quando o gênio dela estoura, melhor deixar ela quietinha no canto dela!

Kardia: Estourou é? Melhor falar com ela depois! *puxando o aquariano consigo*

*rindo baixinho*

E ele pensa que não ouvi! Mas hoje deixa pra lá!
Bora pro que interessa!
Obrigado pra você que chegou até aqui, espero que tenha gostado, e me desculpe se algo passou, ou se não fiz jus a Ash e Eiji, mas é minha primeira vez escrevendo com eles, e confesso foi um desafio que eu espero ter passado com louvor! >< Assim, peço que se gostarem, deixe seus comentários, e quem sabe, novas fics UA deles surjam, afinal, ficwriter feliz escreve mais!

Sem mais, agradeço e até a próxima!
Bjs
Theka Tsukishiro

 

 

 

 

 

 

 


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