Alguma vez você já tentou medir a felicidade? Não a do mundo, mas a que você estava sentindo naquele exato momento? Sakura Haruno por muito tempo achou que era capaz de medir a felicidade que sentia, por muito tempo ela realmente acreditou que era capaz disso.

Foi assim quando ela foi aceita na faculdade de seus sonhos, quando fez o discurso de formatura, pegou seu canudo, fez sua primeira cirurgia de sucesso, pegou no colo pela primeira vez o sobrinho e afilhado.

Ela sempre acreditou que poderia mensurar suas felicidades, às vezes atingindo o nível máximo, em sua constatação, que era, 9.

Contudo, ela entendeu que não era assim que a vida funcionava quando o conheceu na emergência do hospital sangrando e enquanto tentava consolar o colega de trabalho, que estava mais desesperado do que ele, que fora atingido de raspão pela bala em sua perna.

Por um momento se perdeu no escuro de seus olhos e no pequeno sorriso que se formou em seu rosto quando pediu para que seu amigo fosse retirado do leito.

A conversa aconteceu de forma descontraída apesar da situação em que se encontravam, onde ele era o paciente e ela, a médica. Quando ele saiu do leito, jamais pensou que o veria novamente, até encontrá-lo no mesmo lugar, lhe encarando com um breve sorriso, por um momento pensou que tinha feito algo errado, mas quando ele a chamou para sair, ela não soube explicar o que sentiu, apenas que seu coração se agitou mais do que deveria.

Seu primeiro encontro com o detetive Uchiha não foi nada bom. O jantar estava ótimo, a conversa excelente e – por mais que fosse difícil de admitir – havia se atraído pelo humor ácido do homem de cabelos e olhos negros. Ela esperou que sua noite terminasse de maneira maravilhosa, mas o jantar foi interrompido.

Ela até brincou com “vida de cirurgiã” enquanto ele a levava de volta para o hospital.

Foi naquele dia que ela resolveu não deixar aquela oportunidade escapar. Enquanto Sasuke a encarava encostado na lataria do carro no mesmo momento em que ela entrava, Sakura voltou para trás e o beijou.

Foi aquele beijo que marcou o início do relacionamento entre Sakura Haruno e Sasuke Uchiha.

Naquele instante, Sakura começou a se questionar: Ela seria capaz de mensurar sua felicidade? 

Como todo e qualquer relacionamento, eles tiveram seus altos e baixos, onde muitas vezes as brigas se sobressaiam aos momentos bons, contudo, ambos sabiam que eram feitos um para o outro e que não amariam mais ninguém do que se amavam e logo se revolviam, porque, segundo os mais velhos, o amor era uma dádiva dada a poucos.

Apesar das dificuldades, eles mantiveram-se firmes e aprenderam a se entender e se amar ainda mais, porque, para eles, era isso o que importava, o amor entre eles.

Sakura não conseguia esquecer o dia que ele lhe pediu em casamento por que ela não sabia se ria, chorava ou se o matava, até porque, vê-lo chegar em uma maca não era algo que ela queria ainda mais para ser pedida em casamento. Mas, óbvio que a resposta foi positiva.

E outra vez, Sakura se questionou: Será que ela sabia realmente mensurar a felicidade?

Sakura teve a certeza que não era capaz disso quando não conseguia acalmar seu coração ao vê-lo no altar a sua espera, ela sentia uma alegria jamais conhecida antes, mesmo com as pernas tremendo e suas mãos suando de tanto nervosismo.

Enquanto caminhava em direção a Sasuke ela teve a convicção que nunca tinha experimentado tamanha felicidade. Sorriu abertamente quando ele pegou sua mão e beijou o dorso, puxando-a para mais perto.

Ele estava deslumbrante no uniforme de gala da polícia do mesmo jeito que ela estava magnífica em seu vestido de noiva estilo princesa. Nunca tinha visto Sasuke sorrir tão abertamente, isso fez seu corpo se agitar ainda mais, porque aquele sorriso ela para ela, unicamente para ela.

Sasuke Uchiha era o seu amado e não tinha como esconder ou negar isso para ninguém.

Os juramentos de ambos foram doces, descontraídos e leves.

— Eu, Sasuke Uchiha, prometo te amar, respeitar e desejá-la para o resto da minha vida... – Sasuke começou emocionado e com a voz embargada, por um momento, o nó na garganta de Sakura se intensificou e manteve-se firme para não chorar, coisa que não adiantou – Eu prometo também não sujar o fogão quando faço café da manhã, arrumar a cama quando for o último a levantar, recolher minhas roupas espalhadas no chão, a toalha molhada e com certeza, não comer seus doces favoritos escondidos no fundo da geladeira enquanto você finge fazer dieta.

O riso foi inevitável, as lágrimas escorriam pelo rosto de Sakura e ela agradecia pela maquiagem à prova d'água, pois senão o estrago estava feito.

— Eu, Sakura Haruno, prometo amá-lo, respeitá-lo e honrá-lo, prometo também ser excessivamente dramática, carente, irritante e honesta com você, espero que você possa, além de suas promessas, guardar suas piadas sujas só para mim, prometo te amar em todos os seus momentos, suas loucuras e suas felicidades, porque você é o meu amado.

Foi difícil para Sakura não sorrir diante das lágrimas de Sasuke. Deus, não tinha como medir a felicidade que ela sentia naquele momento.

Ignorando totalmente o que o juiz ousava falar naquele momento, Sasuke a puxou para seus braços e a beijou enquanto sussurrava o quanto a amava.

Tudo à sua volta parecia não ter sentido, porque para Sakura, ali só existia ela e Sasuke, perdidos em um único mundo repleto de amor.

Seu corpo estava em êxtase, suas mãos estavam aquecidas enquanto apoiava nos ombros, do agora, seu marido, seus olhos estavam presos aos negros de Sasuke e o sorriso que ele tinha era deslumbrando e brilhante, como tudo o que vivia naquele momento.

A música Lover da cantora Taylor Swift tocava pelos alto-falantes do salão onde acontecia a recepção e seu corpo balançava de um lado para o outro enquanto dançava suavemente com seu amado, sentindo o calor do corpo dele contra o seu, a aninhando em seus braços. 

Seu coração faltava explodir com tanta felicidade e foi naquele instante, teve a certeza, ela nunca havia mensurado a felicidade, porque nunca tinha provado uma tão doce e gostosa como era a felicidade de estar nos braços da pessoa que a amava e que era seu amado.