Scientist escrita por Dani Tsubasa


Capítulo 9
Capítulo 9 – Oxford




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Capítulo 9 – Oxford

                Era impossível Peter e Gwen não notarem alguns olhares enquanto andavam de mãos dadas na entrada e na saída da faculdade, tanto de outros estudantes surpresos com um casal casado tão jovem estudando junto, quanto encantados com o quão apaixonados os dois pareciam. Os dois pararam mais afastados numa das várias áreas verdes do lugar enquanto voltavam para casa.

                - Esse lugar é tão bonito – Gwen falou pela milésima vez admirando a construção.

                Peter riu.

                - Eu já registrei isso das outras mil vezes que você falou, que bom que não se importam de tirarmos fotos.

                Gwen concordou.

                - Não é impressionante que tudo isso tenha quase mil anos?

                - É sim – Peter respondeu – Quando estivermos tão velhos assim você ainda vai me admirar como admira essa universidade?

                Gwen gargalhou.

                - Você tá com ciúmes de uma construção?

                - Não, foi só uma analogia – falou quando alcançaram a saída do local e continuaram andando até um ponto mais vago.

                Gwen sorriu e segurou sua mão com mais força, aquele sorriso que o deixava saber que ele tinha atingido profundamente seu coração. Ela o beijou antes de falar.

                - Você também é minha direção. E eu mal posso acreditar que você está aqui comigo, e que não temos mais motivos pra nos separarmos nem na volta pra casa ou na hora de dormir.

                Peter retribuiu o sorriso, a puxando para ele e beijando-a demoradamente, ignorando totalmente quem estivesse passando e olhando.

                - Essa é a melhor parte – disse para a esposa quando se enlaçaram no braço um do outro e começaram a caminhar para longe do prédio.

                - O que você esteve fazendo com os horários vagos dessa manhã? – Ela perguntou.

                - Fui pra casa. Terminar uma surpresa pra você.

                - Surpresa?

                - Sim.

                - Agora que moramos na mesma casa, parece difícil fazer alguma coisa sem o outro perceber.

                - É que comecei quando ainda estávamos em Nova York. Tia May tem sido minha cúmplice, por isso você não percebeu nada.

                Gwen parou de andar por um instante, boquiaberta em surpresa e fingindo indignação enquanto Peter ria.

                - Meu marido e minha sogra tramando pelas minhas costas... – ela brincou.

                Peter gargalhou.

                - Vai valer a pena quando você vir o que é. Acho que é algo pelo que você esteve ansiando. E preciso conversar com você a respeito quando te mostrar.

                - É algo sobre a Gwen Aranha? – Ela perguntou num sussurro.

                - Quem sabe? – Peter sorriu.

                Os dois caminharam até encontrar um local vazio como de costume, e fizeram uma parte do caminho de teia até onde tinham certeza que não seriam vistos, sendo Gwen agora tão capaz quando Peter de voar entre as construções. Tudo que ela precisava agora para fazer isso em público era um disfarce.

                O restante do caminho também fora a pé, mas agora já bem mais perto de casa, e logo alcançaram os portões e o jardim do condomínio, cumprimentando alguns dos vizinhos na entrada e seguindo para dentro.

                - Como foram suas aulas hoje? – Peter perguntou enquanto a ajudava a guardar suas coisas – Algum projeto brilhante no horizonte?

                - Sempre – ela riu – Foi divertido. Embora sempre seja quando se gosta do assunto. E as suas?

                - Foram boas também. Até me deram umas ideias novas de aranha. Por isso fiquei empolgado e corri pra casa. Nosso almoço já tá pronto, e dessa vez tia May nem precisou me ajudar. Achei que meu primeiro preparo solo combinava bem com surpreender você hoje.

                Gwen o observava falar com um sorriso, e ergueu uma sobrancelha em interrogação.

                - Estou orgulhosa de você, mas agora fiquei ansiosa pras duas coisas, e acho que não consigo comer pensando no que pode ser a outra.

                Peter abriu um sorriso e a puxou pela mão para o Laboratório Aranha Secreto que os dois haviam montado na sala mais segura que encontraram no apartamento. Na mesa onde costumavam trabalhar enquanto construíam acessórios, sua expressão ficou surpresa e maravilhada ao ver o traje branco, preto e rosa choque que Peter havia lhe mostrado antes de se casarem. Era feito do mesmo tipo de spandex do Homem Aranha, com uma textura levemente brilhante e alguns detalhes salientes. Ao lado do traje estava a máscara com lentes contornadas por rosa choque, e um par de sapatilhas verde água.

                - Então é isso que você ficava fazendo quando eu não estava por perto? – Gwen se aproximou para tocar e sentir a textura do traje.

                - Você gostou?

                - É ainda mais lindo do que o desenho, Peter – ela sorriu.

                - Eu achei que as sapatilhas seriam mais confortáveis pra você, e as solas do traje são feitas pra aderir bem a elas. Achei que esse verde combina com você, e com seus olhos. Algo seu, não só da aranha. Também projetei pra não interferirem na aderência nas paredes. E a roupa tem aberturas pra você conseguir tirar as mãos, pés e a máscara com facilidade se precisar. Na verdade, eu coloquei várias aberturas invisíveis em tudo que é lugar de todos os trajes que fiz pra facilitar nossa vida sem interferir na estética e funcionalidade. Você quer experimentar? Eu demorei pra vestir sozinho das primeiras vezes... Depois peguei o jeito.

                Gwen se aproximou dele, sorrindo para o marido e acariciando seu rosto. Certificou-se e espera-lo sorrir de volta e saber que ele tinha sentido seu amor, antes de beijá-lo brevemente nos lábios.

                - Você me ajuda então, Homem Aranha.

                Ele sorriu vendo-a tirar o sobretudo e deixa-lo de lado em uma cadeira, e apesar da única janela do local sempre estar fechada e bloqueada com persianas azul marinho, ele olhou para conferir.

                - Sabe as roupas pra exercícios que às vezes usamos nos treinamentos de luta? Elas ajudam pra vestir e tirar o traje, são melhores do que só colocar diretamente na pele ou em cima de roupas comuns. Pensei em pegar pra você, mas não sei qual dos conjuntos gostaria. Apesar do traje não ter transparência.

                - Eu vou buscar – Gwen disse o beijando mais uma vez antes de sair para o quarto.

                Peter estava tão feliz e empolgado quanto ela, sentia-se tão mais forte e determinado com sua esposa combatendo criminosos a seu lado, embora o medo ainda estivesse com ele. Ela agora tinha poderes, mais força física, mais flexibilidade, visão melhorada, reflexos mais rápidos, mais velocidade, estaria obviamente mais segura em qualquer situação de risco, envolvendo criminosos ou não, mas aquela noite ainda o assombrava.

Enquanto ensinava Gwen a lutar, ficou surpreso com o talento dela, e viu que suas capacidades físicas eram tão afiadas quanto seus comentários. Peter não sabia se isso viera da aranha ou se era um talento escondido que Gwen ainda não tinha descoberto, talvez herdado do lado policial de seu pai, mas ver que os adversários não encontrariam facilidade lutando contra ela, aliviou um pouco seu coração.

                Gwen voltou ao laboratório já vestindo um top e short esportivos, brancos como o traje. Ela havia tirado seus saltos, deixando-a agora notavelmente menor do que ele. Peter havia lhe confessado achar a diferença fofa, e Gwen tinha achado sua opinião adorável.

                - Se você consegue correr em cima daqueles saltos, com as sapatilhas e o traje vai ser a coisa mais fácil do mundo.

                - Equilíbrio, Peter.

                - Mas quase caiu lá na Oscorp – ele disse enquanto abria todos os zíperes do traje para mostra-los a ela.

                - Será que foi porque eu estava fugindo de um bando de caras perigosos? – Ela adorava brincar com ele nessas conversas, era quase como um acariciar o coração do outro apenas com palavras.

                Peter sorriu.

                - Ainda bem que o Homem Aranha apareceu pra te salvar. Você até ganhou um beijo, e ainda contestou. Garota muito complicada a que eu tenho.

                Gwen gargalhou enquanto via Peter indicar e gesticular lhe mostrando todas as aberturas da roupa e para que serviam. A loura assentiu enquanto o marido voltava a fechar algumas delas e a ensinava a melhor forma de vestir o traje.

                - Esse material é mais resistente. Se você sofrer um impacto ou levar um tiro, o dano vai ser bem menor do que seria no primeiro traje que eu fiz – ele explicou quando terminava de fechar o zíper que ia até o pescoço e arrumar os cabelos dourados da amada ao redor dos ombros – Confortável? – Perguntou dando a volta para vê-la de frente.

                Gwen se observou com a roupa e moveu os dedos das mãos, enquanto Peter a calçava com as sapatilhas e voltava a se erguer esperando por sua opinião.

                - Parece que nem tô usando nada, é confortável sim.

                Ela parou de falar e sorriu ao ver que Peter parecia paralisado a olhando com um sorriso bobo.

                - Peter...? – Gwen caminhou até ele e o enlaçou pelo pescoço, fazendo-o acordar de seu transe – Se você travar assim nas batalhas estamos perdidos, vou ter que fazer tudo sozinha e ainda salvar você.

                - É que... Você é tão linda! – Ele disse lhe dando um selinho.

                - Eu sei, você me diz isso com frequência – Gwen o lembrou amorosamente, afagando seu rosto.

                - E você ficou tão linda como Gwen Aranha!

                Ela riu junto com ele, e lhe deu outro beijo.

                - Que tal você me apresentar minha máscara agora?

                Peter lhe deu um beijo antes de carinhosamente se desvencilhar do abraço e buscar o item restante na mesa, indo perguntar a Gwen como ela pretendia acomodar o cabelo dentro da máscara quando se surpreendeu ao ver que habilidosamente, e rápida com um raio, ela conseguira arrumá-lo com um prendedor, deixando os fios dourados caírem da parte de cima de sua cabeça para a nuca.

                - Que rápida.

                - Anos de prática.

                Peter pegou a própria máscara para mostrar a ela a maneira mais fácil de vestir o acessório, e Gwen conseguiu na primeira tentativa.

                - É sério... Você vai ser melhor que eu nisso. Confortável? Fala com ela pra você ver.

                Gwen tocou o próprio rosto. Apesar da textura emborrachada e resistente, o tecido ainda tinha suavidade, e não impedia a sensação do toque.

                - Se tudo der errado com a ciência, migre pra área de moda e design, Peter. Ficou perfeito!

                Ele sorriu por baixo da máscara, notando que ela fazia o mesmo.

                - Fico feliz que gostou – disse com sinceridade, vendo Gwen puxar o capuz sobre a cabeça para testá-lo, fazendo-o suspirar de satisfação ao ver mais uma de suas criações vivas, ainda mais viva que o Homem Aranha, e sendo o que mais importava no mundo para ele – Só temos um problema com as máscaras – falou mais próximo dela.

                - E qual seria? – Gwen perguntou naquele tom que o deixava saber que na verdade ela já sabia onde ele queria chegar.

                - É muito mais difícil beijar você assim.

                Ouviu a esposa rir baixinho, e a viu empurrar o capuz para trás, erguer a própria máscara até o nariz e depois fazer o mesmo com a dele.

                - O que você estava dizendo mesmo sobre o problema com as máscaras? – Gwen perguntou antes de beijá-lo.

                Peter sorriu no beijo e a puxou pela cintura.

                - Que bom que na verdade não tem tanto crime aqui.

                Ela riu.

                - Sim – Gwen concordou, voltando a unir seus lábios.

******

                Realmente crimes eram bem pouco frequentes em Oxford, era quase que totalmente seguro andar sozinho até mesmo à noite, mas às vezes as coisas aconteciam, ainda estavam no planeta Terra afinal. E como se a cidade quisesse testar sua nova heroína, ainda secreta, e o já conhecido Homem Aranha, uma gangue de rua decidira aterrorizar moradores a alguns quarteirões de onde moravam duas noites depois, obrigando Peter e Gwen a usarem um trabalho enorme da faculdade como desculpa para sumirem bem na hora do jantar, enquanto tia May fingia não saber de nada e ficava com suas preocupações aguardando a volta dos dois.

                - Gwen, como te ensinei. Não é porque são só um bando de valentões sem poderes que não podem ser perigosos. É melhor neutralizarmos eles antes mesmo de nos perceberem.

                - Eu me lembro – ela respondeu enquanto os dois escalavam pelas paredes de um prédio para se aproximar do local.

                Finalmente tendo os criminosos e a vítima em vista, os dois contabilizaram cinco arruaceiros no total, aparentemente desprovidos de armas brancas ou de fogo, mas sem nenhum temor em ostentar as pedras, pedaços de madeira e canos de alumínio que tinham nas mãos, contra um homem que aparentava trinta e alguns anos querendo apenas voltar para casa após uma ida ao mercado.

                - Vocês já estão com a única bicicleta que eu tenho e com todo nosso jantar! O que mais querem?! – Ele perguntava em pânico.

                Peter viu Gwen se inclinar ligeiramente para ver melhor, e por um instante ficou em dúvida se ela estava concentrada no que faziam, mas logo percebeu porquê. Uma carteira aberta caíra no chão, possivelmente do homem sendo ameaçado. Com a visão melhorada, que ambos tinham agora, facilmente conseguiram enxergar uma pequena foto presa no objeto, de uma garotinha sorridente com cabelos louros e olhos castanhos.

                - Temos que tirá-lo daí logo – Gwen sussurrou para ele.

                Peter assentiu, sabendo do que ela estava se lembrando.

                - É por isso que eu disse que às vezes é tão difícil. Eu fui tão impulsivo no começo, e cometi tantos erros, você já é tão melhor do que eu, Gwen... Vamos pegá-los.

                Ela concordou, e se esgueiraram por direções opostas, ouvindo os bandidos rirem e o homem gritar. Ele se encolheu para tentar amenizar o impacto da pedrada que nunca veio. Os criminosos se calaram imediatamente e olharam confusos para os lados.

                - Eu já disse que é contra as regras fazer isso, caras! Esse era meu! Quem pegou minha pedra?!

                Os demais negaram com a cabeça, indicando estarem tão confusos quanto ele.

                - Não importa – o líder falou, arrancando o cano de alumínio do comparsa mais próximo – Resolvemos isso mais tarde.

                A vítima caiu para o chão, novamente tentando evitar o golpe, que outra vez não veio.

                - Tá procurando isso aqui? – Peter perguntou ao surgir segurando o cano com uma mão e brincando com a pedra na outra, presa por teias em sua mão.

                - Que palhaçada é essa?! – O líder gritou – Ainda não chegou a época do halloween. E você escolheu a noite e o momento errado pra se disfarçar e dar uma de Homem Aranha, seja quem você for – falou enquanto gargalhava junto com o grupo e tentava puxar a arma improvisada de volta da mão de Peter, mas sem conseguir nem mover o braço dele.

                Peter deu de ombros ainda se divertindo com a pedra.

                - Precisa treinar mais, amigo.

                - Mas voc...

                O criminoso não teve tempo de terminar a frase ao ser puxado pelos pés num emaranhado de teias. Os demais fizeram menção de correr e abandoná-lo, olhando em volta buscando a fonte do que os estava amedrontando. Enquanto se distraíam procurando Gwen, Peter prendeu os pés de mais dois deles, e ela dos dois restantes, depois saltando para o chão ao lado do marido.

                - Cara, é o Homem Aranha de verdade! – Um deles falou de onde tinha caído no chão.

                - Mas o que tá fazendo aqui? E quem é essa outra?

                Os dois arrastaram os cinco bandidos para perto, deixando-os sentados num círculo e presos uns aos outros por teias grudadas em suas mãos.

                - É muito feio agredir um cidadão de bem – Peter falava balançando a cabeça negativamente e cruzando os braços, sua típica forma de tirar sarro dos malfeitores.

                Gwen apanhou a bicicleta caída no chão enquanto Peter apanhava as sacolas de pão e leite e as prendia de volta na caixa na carona da bicicleta. Gwen pegou a carteira e olhou para a menina, lembrando de si mesma quando pequena, e sentindo várias lembranças tocarem seu coração de uma só vez. Fechou o objeto e o estendeu para o homem, ainda em choque, no chão.

                - Você está bem? – Ela perguntou.

                Segundos depois ele assentiu devagar, guardou a carteira, e aceitou a mão ainda estendida para ele. Gwen o ajudou a levantar, percebendo que os olhos assustados se inundaram de admiração quando o desconhecido olhou atentamente para ela e Peter.

                - Quem... São vocês? Você... – ele apontou para Peter – Mas...

                - É, senhor – Peter coçou a nuca, tentando pensar no que responder – Até o Homem Aranha vai pra longe de casa de vez em quando. É a vida. Mas agora é melhor você ir – Peter falou já começando a escalar a parede junto com Gwen.

                - Ela vai ficar preocupada, vai logo – Gwen falou seguindo Peter.

                O homem sorriu.

                - Ela ama você! – Ele disse apontando para Peter enquanto já subia na bicicleta para se afastar o mais rápido possível – Ela vai ficar feliz de saber que você realmente existe. E eu vou falar de você, também – ele disse a Gwen enquanto já pedalava rapidamente para longe – Obrigado!

                Os dois sorriram e observaram o homem desaparecer em algum lugar. Em seguida fitaram os cinco criminosos presos que não paravam de reclamar.

                - Ei! Eu não sei como você faz isso, mas quando eu sair daqui vou te arrebentar todinho e...

                O homem foi calado por um disparo de teia em sua boca, não o suficiente para machucá-lo, claro.

                - Você fala demais – Peter disse, voltando a subir e desaparecendo no telhado com Gwen.

                Os dois ficaram mais alguns minutos, e se divertiram com o líder da gangue tentando se comunicar com os comparsas sem jamais ser entendido. Viram a polícia chegar, junto com algum veículo da imprensa, e ficarem todos abismados com o que viam.

                - Mas...

                - Teias...?!

                - Então vocês são os arruaceiros que os moradores denunciaram? Como fizeram isso? Quem fez isso?

                - Foi o Homem Aranha! – Um dos bandidos falou – E... Uma Mulher Aranha!

                - O que?! – Todos os presentes perguntaram abismados.

                - O Homem Aranha? E uma Mulher Aranha? Aqui em Oxford? Esses caras devem ter se drogado em alguma festa antecipada de halloweeen – o chefe dos policiais dizia enquanto já anotava um relatório.

                - Não, é sério! Ele tava aqui bem na nossa frente!

                - É, foram por ali, por cima das casas!

                Os dois recuaram e se afastaram rapidamente quando os policiais e repórteres olharam para cima, querendo evitar o risco de serem notados.

                - Parece que o cara ficou mais vislumbrado por ter sido preso por a gente do que com raiva – Peter comentou enquanto entravam pelos fundos do condomínio, após já terem se trocado para roupas normais em um local vazio.

Tendo a certeza de não serem observados, e sabendo da inexistência de câmeras ali, escalaram até a janela de seu quarto para entrar.

                - E aí? O que achou da sua primeira missão, Mulher Aranha?

                - Tranquila.

                - E espero que continue assim. Você tá bem?

                Ela assentiu.

                - Lembranças boas.

                - Que bom – Peter beijou sua testa – Banho e visitar rapidamente tia May e sua família?

                - Vamos.

******

                - Vocês viram o noticiário? – Howard perguntou no café da manhã, dessa vez no apartamento deles e de Helen – A polícia pegou uma gangue de arruaceiros ontem.

                - Nossa, dizem que isso é raro aqui – Helen comentou.

                - Mas não impossível, mãe – Gwen falou fingindo não saber de nada, e trocando um olhar cúmplice com Peter e May.

                - Mas isso não é o mais impressionante, mãe – Philip falou.

                - Sim! A polícia disse que os bandidos disseram que foram o Homem Aranha e a Mulher Aranha que prenderam eles – Simon disse empolgado – Tavam enrolados num monte de teias. O líder da gangue tava até amordaçado com teias!

                Helen olhou surpresa para o filho.

                - O Homem Aranha aqui? – May questionou fingindo total inocência – Curioso.

                - Vai que ele se cansou de Nova York, tem crime pra todo lado – Peter disse – E resolveu tirar umas férias aqui. E conheceu alguém que também tem poderes, e os dois estão lutando juntos.

                - Você tem muita imaginação, Peter – Helen riu.

                - Ele lê muita HQ nas horas vagas, mãe.

                Todos na mesa gargalharam.

                - A não ser quando estou cuidando de meu afazer prioritário, que é fazer você sorrir o dia inteiro – ele falou com um sorriso iluminado para Gwen, que o retribuiu com um beijo e um sorriso tão radiante quanto o dele.

                Helen e May sorriram com o gesto fofo enquanto os garotos continuavam empolgados falando sobre o noticiário.

 


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