Scientist escrita por Dani Tsubasa


Capítulo 27
Capítulo 27 - Decisões




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Capítulo 27 - Decisões

                - Por que vamos nos mudar? – Emma perguntou no café da manhã seguinte.

                - Querida – Peter começou – Quando eu e sua mãe éramos mais jovens, morávamos em Nova York. Então sua mãe ganhou uma chance de estudar aqui, e eu quis vir com ela, mesmo porque Nova York era muito perigosa naquela época. Então resolvemos trazer a família toda. Nós só íamos estudar e voltar logo, mas vocês nasceram, nós queríamos estudar mais, seus tios precisavam terminar os estudos deles também. E gostamos daqui. Agora que já estudamos bastante, e que Nova York se tornou uma cidade mais tranquila, achamos que é hora de voltar. E lá é muito legal também. Vocês não disseram que um dia queriam ver a estátua de Balto no Cental Park? Fica lá.

                - E nossos amigos do prédio? – Hope questionou.

                - Eu sei que essa parte é difícil, docinho – Gwen lhe disse – Mas não quer dizer que vocês não vão se ver nunca mais, ainda podemos vir aqui um dia, em algum período de férias quem sabe. Vocês podem se falar por cartas ou pelo telefone. Ou por e-mail quando aprenderem a usar os computadores e celulares com responsabilidade. E todos nós faremos amigos novos e encontraremos alguns antigos em Nova York. Eu e o papai vamos sentir falta dos amigos daqui também.

                - É verdade que não vamos mais morar todo mundo junto? – Destiny perguntou, nitidamente chateada.

                - É, mas... – Gwen procurou as palavras certas – Era assim quando morávamos lá. Ficamos juntos aqui porque ia ser pouco tempo, mas decidimos ficar mais. Mesmo assim, não vai ser tão longe. Vovó May provavelmente vai morar no mesmo lugar de antes ou perto. Vovó Helen e seus tios estão procurando um lugar que fique perto de onde nós morávamos naquela época, só que mais perto de onde nós vamos ficar, que acredito que será a meio caminho da casa das duas. Ainda vamos almoçar e jantar juntos de vez em quando, e vocês vão continuar passando várias tardes com elas ainda. Tio Philip vai morar sozinho daqui um tempo, mas não vamos deixar de vê-lo por isso.

                - Todo mundo vai voltar?

                - Sim, todos nós. E o papai tem uma coisa pra contar. Não é por isso que vamos voltar, mas acabou acontecendo justamente agora que estamos planejando.

                - O que? – As três perguntaram, finalmente com alguma empolgação sobre a viagem, sendo tão curiosas quanto Gwen.

                - Eu vou direto ao ponto – Peter disse, trocando um olhar com a esposa – Vocês têm um avô. O que acham disso?

                Inicialmente as três ficaram boquiabertas sem dizer nada, somente para depois começarem a falar todas ao mesmo tempo, perguntando um milhão de coisas de uma vez, e fazendo o casal rir.

                - Ei, assim não entendemos nada! – Peter falou ainda rindo.

                - Qual o nome dele?! – Destiny perguntou.

                - Ele é parente de qual de vocês? – Hope lhes disse.

                - Por que nunca o vimos?

                - Em... Porque... Lembram do que contei a vocês ontem antes do jantar?

                As três assentiram.

                - É dele que eu tava falando.

                - Você já falou com ele? – A ruivinha perguntou.

                - Já.

                - Nós podemos também?

                - Na hora certa, querida. Depois de todo o tempo que ele passou longe nem eu que sou filho dele sei como falar com ele direito. Tem muitos problemas de adultos nisso que vocês não precisam se preocupar agora. Só... Eu e sua avó May queremos ir com calma. Em algum momento vocês vão vê-lo de todo jeito. Ele tá morando na nossa antiga casa em Nova York.

                As três o olharam confusas, talvez tentando racionar as diferenças de parentesco na família paterna com membros ausentes.

                - Minha mãe era irmã da sua avó May. Mary era avó de vocês. Infelizmente ela foi pra o céu e só podemos vê-la nas fotos, mas podemos rezar pra ela, e vê-la em nossos sonhos – Peter tentou sorrir, e parou de falar por um tempo.

                Ele olhou para Gwen, que o olhava de volta com compaixão enquanto ele engolia o choro.

                - Vocês lembram da foto que eu mostrei uma vez? – Peter continuou.

                - Sim, elas são iguaizinhas – Hope falou.

                - Não é...? Seu avô se chama Richard. Ele passou por coisas muito difíceis, e ficou muito tempo sozinho. Por isso ele parece meio frio... Mas ele vai gostar de vocês.

                - Como assim, frio?

                - Ele não é de conversar e brincar muito – Peter respondeu à lourinha – Mas talvez ele possa aprender.

                - Quando vamos voltar?

                - No fim do ano, Em. Precisamos de tempo pra planejar tudo direito – Gwen respondeu – E assim vocês podem passar o aniversário aqui e se despedir, podemos dar um passeio pela cidade. Fizemos isso quando deixamos Nova York.

                - E vamos pra um lugar maior – Peter argumentou – Vocês vão ter mais espaço pra brincar. E um quarto maior quem sabe? E vão começar a ir pra escola. Vão fazer muitos amigos novos lá.

                - Vamos ter que ir pra aqueles acampamentos nas férias? Não queremos ficar longe de vocês – Destiny reclamou.

                O casal sorriu, achando isso incrivelmente fofo.

                - Não, meu amor. Só se vocês quiserem – Gwen respondeu – Mesmo porque seu pai ficaria maluco todos os dias preocupado com vocês.

                As meninas riram, e por hora o assunto foi deixado de lado. Ao fim do café, os cinco arrumaram a cozinha juntos, e as três foram brincar na sala.

                - Você foi bem – Gwen o abraçou pelas costas, e se esticou para beijar sua bochecha.

                - Achei que seria mais difícil, e que elas ficariam mais chateadas.

                - Eu disse que podíamos nos surpreender. Agora nos resta planejar.

                - Temos que avaliar as escolas também, e entrar em contato logo. Saber o que vai ser preciso pra elas três, e pra estudarem juntas.

                - Sim. Podemos falar com as escolas onde estudamos, ou pesquisar outras.

                Peter concordou, se virando para a esposa para abraçá-la contra si e beijar o topo de sua cabeça.

                - Não consigo deixar de me preocupar com a outra parte da história. Meu pai, os vilões... – falou baixando o tom – Eu não contei pra ele sobre as fórmulas de cura que desenvolvemos. Ainda não tenho certeza se posso confiar totalmente nele.

                - Isso é totalmente normal, e prudente, depois de tudo que nós passamos, especialmente você. Mas vamos caminhar juntos com isso, e encontrar o caminho.

                Peter concordou.

                - Que bom que eu tenho você – ele sorriu – Eu te amo – sussurrou colando seus lábios aos dela.

                Gwen sorriu no beijo e o retribuiu.

******

                - E o que realmente aconteceu com minha irmã? – May perguntou após ter uma conversa parecida com a de Peter e Richard no dia anterior, estando o sobrinho sentado ao seu lado enquanto conversavam no apartamento dela.

                - Não sei o quanto da história chegou até vocês. Se chegou, provavelmente devem ter dito que foi um acidente. Mas nosso avião foi sabotado. Caímos um tempo depois da decolagem. Mary ficou muito ferida, e enquanto ainda conseguia falar e nós nos afastávamos, ela não parava de implorar pra que eu voltasse, mesmo que não naquela hora, que eu cuidasse de Peter, e de você e Ben. Ela me fez prometer que eu estaria com ele quando ele mais precisasse um dia.

                Os três ficaram em silêncio enquanto todos se seguravam para não chorar.

                - O piloto morreu na mesma hora do impacto. Nós nos afastamos a tempo do avião não explodir com todos nós dentro. A única coisa que demos sorte foi de estarmos próximos de uma cidade que já não estava ao alcance da Oscorp. Mary se foi antes de qualquer socorro chegar, e consegui usar nossas identidades falsas pra cuidar do sepultamento dela de maneira descente ali mesmo. Hoje, ela já está junto com Ben. Eu a trouxe pra o mesmo cemitério.

                - Como você sabia? – Peter perguntou.

                - Sua tia estava à frente da venda da casa naquela época. Se Ben estivesse vivo, seria ele. Eu dei uma volta pelo cemitério onde já havia outros parentes nossos, na esperança de um dia ver você ou May lá, o que nunca aconteceu, mas achei os túmulos.

                - Amigos ficaram cuidando pra nós. Em todo esse tempo acabamos não voltando, mas tínhamos notícias – May lhe disse.

                - Eu percebi – Richard respondeu – Mas preferi fazer o mesmo sem entrar em contato com nenhum deles.

                May concordou com gratidão.

— Peter... A última coisa que sua mãe disse antes de fechar os olhos foi pra que assim que eu o reencontrasse, dizer que ela te ama mais do que tudo, e que isso nunca vai mudar.

                Peter abaixou a cabeça, não se sentindo à vontade para compartilhar suas lágrimas, e apenas assentiu enquanto May afagava suas costas.

                - Nós vamos voltar pra Nova York – o jovem falou depois de algum tempo – Ainda não sabemos quando. Precisamos planejar tudo.

                Richard assentiu na tela do celular.

                - Eu não exagerei em tudo que eu disse a você ontem. Nova York está mais tranquila, embora ainda agitada. Mas é muito mais fácil lidar com criminosos comuns do que maníacos com super habilidades. Tenho esperança de poder ajuda-los em algo com meu conhecimento se decidirem trazer o Casal Aranha de volta também, você entende?

                Peter assentiu. Batidas na porta chamaram a atenção dos três, ainda que Richard não tivesse visão de toda a sala da tela do celular. Peter já sabia que era Gwen, e acenou positivamente para May.

                - Está aberta – a mais velha falou, e viram Gwen surgir pela porta.

                Eles tinham combinado em deixar as meninas passarem a tarde e dormirem com Helen, que hoje também ficara feliz em se encarregar dos estudos com as três no lugar deles. O que estavam fazendo era inserir aos poucos a parte da família que Richard Parker ainda não conhecia, e Gwen era a mais astuta deles, conseguindo perceber facilmente quando alguém tinha segundas intenções ou escondia algo.

                - Podemos conversar mais depois – Richard começou a dizer, mas Peter o interrompeu.

                - É minha esposa – ele disse, envolvendo Gwen pela cintura quando ela se sentou ao seu lado, e cumprimentou ele e May com um sorriso, encarando o marido e olhando para a tela em seguida.

                - Boa tarde, senhor Parker – ela sorriu – Sou Gwen Stacy Parker.

                Richard sorriu enquanto assentiu.

                - Boa noite, Gwen. Você pode me chamar de Richard.

                A loura assentiu sorrindo, e não sabendo exatamente o que dizer nesse primeiro contato.

                - Espero que as coisas melhorem pra todos nós de agora em diante – ela falou – Acho que todo mundo nessa sala teve uma história difícil.

                Richard concordou.

                - Peter disse que você é a pessoa mais inteligente do planeta Terra – o mais velho disse, ouvindo Gwen rir sem jeito – Você realmente soa assim.

                - Não é pra tanto. Há muitas pessoas inteligentes por aí, incluindo vocês dois. E até outras que infelizmente decidiram não usar isso bem.

                - E foi assim que chegamos a tantas coisas, inclusive a essa conversa agora. Peter deve ter lhe dito o que falei sobre Nova York. E que eu sei sobre vocês, afinal fui eu quem começou isso.

                - Sim, ele disse.

— Vamos ver o que acontece agora que sabemos mais do que antes. Pessoas suficientes já se machucaram por causa da Oscorp – Peter falou.

                Como no dia anterior, a conversa continuou sem um rumo certo por mais algum tempo, a não ser por, aos poucos, Richard e eles conseguirem ficar mais à vontade falando um com o outro, e eram nove horas quando desligaram.

                - O que você achou dele? – Peter perguntou imediatamente.

                - Exatamente o que você disse – Gwen respondeu – Não me parece ter más intenções. Eu posso tá errada, mas não parece. Não soava como um mentiroso. Eu acho que ele é um homem tão machucado quanto todos nós que tá procurando uma forma de conseguir o perdão do único filho e da cunhada. E que ficou sozinho tempo demais.

                Peter a olhou por um tempo enquanto absorvia suas palavras, e concordou.

                - Acho que o melhor a fazermos é nos animar com a mudança ao invés de ficar enlouquecendo com isso agora – May opinou.

                - Eu concordo – Peter lhe disse pensativo – As meninas fazem aniversário no fim do ano... Se encontrarmos logo uma escola e chegarmos em Nova York a tempo da época de testes de admissão, elas podem começar a estudar no início do ano que vem sem atraso. Temos material provando que as estivemos ensinando em casa e com professores particulares às vezes. Isso também deve ajudar.

                - Também precisamos encontrar trabalho, antes de irmos. A Oscorp se foi, e ainda que não, estaria fora de cogitação pra mim.

                - Vamos encontrar algo, foi pra isso que estudamos tanto – Peter a tranquilizou.

                - Eu pretendo continuar trabalhando em hospitais. Quem sabe em turnos diurnos como aqui – May lhes disse.

                Gwen assentiu.

                - Eu e Peter já estamos pesquisando escolas e ainda essa semana vamos entrar em contato com algumas.

                - Já falaram com as meninas?

                - Sim – Peter disse – Elas ficaram com receio da mudança no começo, por causa dos amigos, dos lugares que gostam daqui e outras coisas, mas acabaram se interessando pela viagem, especialmente quando souberam que finalmente poderão conhecer o Central Park.

                - E começaram a falar as três todas de uma vez quando souberam que têm um avô – Gwen continuou – Perguntaram sobre ele e se vão conhecê-lo. Dissemos que ele tá longe há muito tempo, e que precisamos ir com calma, pra todo mundo ficar confortável um com o outro na hora certa. Elas entenderam.

                - Isso é bom – May falou – Também vou começar hoje. Vou ligar pra onde trabalhei em Nova York, e pedir algumas indicações.

                Depois de ajudar May com alguns afazeres, os dois passaram na casa dos Stacy para dar boa noite às filhas e passar algum tempo com elas. Estavam voltando para casa quando seus ouvidos apurados detectaram sirenes da polícia ao longe. O casal se encarou e entrou em casa rapidamente, trancando a porta e seguindo para a janela do quarto.

                - Parece que é algo grande. Ou uma perseguição – Gwen falou enquanto removia suas roupas e revelava seu traje.

                - Vamos pegá-los, querida – Peter respondeu, já quase pronto.

                Os dois trocaram um beijo antes de colocarem suas máscaras e saírem pela janela, se lançando pelo topo das residências e construções mais altas até chegarem ao centro da cidade, onde carros da polícia perseguiam um homem que fugia de moto. Os dois aterrissaram na parede de um prédio, à frente de onde a frota ainda passaria.

                - Acha que eles dão conta? – Gwen perguntou.

                - Não – Peter respondeu quando os dois receberam um alerta do sentido aranha ao mesmo tempo, e olharam em volta procurando o que havia de errado – Acho que esse cara é uma isca falsa. Olha aquilo – ele apontou para longe.

O fugitivo passou por outra pessoa, dessa vez numa bicicleta, entregando-lhe uma mochila. Quando a polícia o alcançou, o segundo criminoso já fugia por uma rua paralela sem ser percebido.

                - Vamos segui-lo – Gwen sugeriu – Talvez a polícia saiba e vá pegá-lo lá na frente, mas talvez não.

                - Vamos.

                Os dois deixaram a perseguição para trás enquanto corriam para alcançar o segundo suspeito, atentos a qualquer movimentação que indicasse a presença da polícia ou de mais comparsas. Quando chegaram até um beco escuro sem que nada diferente acontecesse, decidiram agir, ambos lançando teias e ouvindo o criminoso gritar de susto ao ficar suspenso no ar e ser preso nas paredes, deixando a mochila cair, a qual preferiram não mexer, e também deixaram presa na parede com um bilhete para a polícia.

                - Ei! O que é isso, cara?! Um trabalhador não pode mais ir em paz pra casa no fim do dia?

                - Um trabalhador decente pega mochilas misteriosas com um fugitivo da polícia e vem pra um beco escuro às onze da noite? – Gwen perguntou ironicamente.

                - Eu...

                - Nós não queremos saber, isso é assunto seu – Peter falou – Fica aí de boa que já já a polícia te tira daí.

                - Ei!! – O homem ainda gritava quando os dois subiram pela parede e desapareceram no topo de uma das casas.

                Peter enviou uma mensagem anônima, por um dos celulares descartáveis que usavam nas missões, para um dos policiais que há muito tempo já tinham certeza de ser um aliado, com o endereço de onde tinham prendido o segundo criminoso. Quando a viatura chegou para buscá-lo, dez minutos depois, e um dos policiais olhou para cima em busca do Casal Aranha, Peter e Gwen já estavam longe.

                Ela riu com alegria quando enlaçou o braço do marido no instante em que pousaram no topo da Carfax Tower, já vazia nesse horário, para passar algum tempo sozinhos. Juntos construíram uma grande teia de aranha e se acomodaram confortavelmente deitados no centro dela, a teia cedendo e se moldando em seus corpos como aconteceria se estivessem em uma rede. Apesar do inverno, seus trajes os estavam protegendo bem do frio intenso, e o céu estava mais aberto esta noite, possibilitando ver algumas estrelas que cintilavam lindamente.

                - Vou sentir falta daqui – Gwen disse.

                - Eu também. Pelo menos já sabemos quais são nossos lugares em Nova York. Mas ainda não quero voltar à Torre do Relógio.

                - Eu também não. Mas vamos encontrar algum lugar novo que vai servir bem pra nós.

                Peter sorriu e assentiu.

                - Faz tempo que não ficamos sozinhos assim.

                - Então já que estamos no escuro e ninguém vai nos ver aqui, por que você não chega mais perto e me dá um beijo? – Gwen brincou.

                Peter riu e a puxou para um abraço, depois erguendo sua máscara até o nariz quando Gwen fez o mesmo, e unindo seus lábios aos dela demoradamente.

                - Vamos mesmo embora de Nova York se ficar perigoso? Eu tenho medo que antes disso aconteça alguma coisa com alguém.

                Gwen empurrou a máscara até os olhos sem sequer pensar, sentindo o peso que Peter continuava carregando até hoje. Ele fez o mesmo para vê-la melhor.

                - Acho que vamos carregar um pouco disso até o fim de nossas vidas – Gwen lhe disse – Mas já vivemos isso, trabalhamos pra agir melhor se acontecer algo parecido de novo, é só continuar. Só o que podemos fazer é seguir em frente e sermos prudentes. A parte mais difícil disso é que não podemos salvar todo mundo, e foi tão difícil pra mim descobrir isso quanto foi pra você. Então vamos ao menos salvar os nossos, e quem mais nós conseguirmos no caminho. Somos só dois pra um mundo inteiro, Peter. Não podemos passar toda a nossa vida só nos martirizando por isso. Nossas filhas têm sonhos tão lindos, mesmo sendo tão pequenas. E eu quero vê-las realizar todos eles.

                - Eu também. Meus pais tiveram força suficiente pra fugir com o perigo pra longe de mim e perderem tudo, mesmo que não tenha dado tão certo. Não é a mesma coisa, mas... Eu tenho que aprender a fazer o mesmo.

                - Você já tá aprendendo. Tá fazendo isso desde que viemos pra cá. Não foi difícil saber que pessoas em Nova York ficariam menos protegidas sem você por perto?

                - Foi. Mesmo sendo desconhecidos. Ainda são pessoas. Quantas tias Mays, órfãos e pais preocupados tem por lá? E em todo lugar?

                Gwen sorriu e acariciou sua bochecha.

                - Foi isso que me fez querer beijar você até o mundo acabar quando você me contou sobre o Lagarto. Só não isso fiz imediatamente porque estávamos na arquibancada da escola e... Tínhamos dado apenas nosso primeiro passo.

                Peter riu.

                - Não podemos passar a noite aqui porque mesmo com os trajes ainda podemos congelar até de manhã. Mas não temos plateia agora – ele disse quando a esposa riu e voltou a beijá-lo.

 


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