Eu acreditei em você

— Essa é a coisa mais absurda que já ouvi você dizer- desabafei quando ouvi Frank confessar os novos planos da ordem.

— Sabe que faz sentido- ele respondeu tentando me convencer da coisa mais sem sentido que  dizia.

— Não, não faz. Não acredito que nenhum dos nossos amigos estejam nos traindo e se sim, não pode ser o Remus.- respondi o obvio.

— Alice você não vê maldade nas pessoas

—Não comece a me tratar com condescendência, Frank, enfrentei o Lord das trevas tanto quanto você.

Odiava como ele me tratava sempre como se fosse ingênua.

— Não estou dizendo que você é fraca estou dizendo que é boa, boa de mais para desconfiar dos seus amigos.

— Por que são nossos amigos- argumentei impaciente- É do Remus que estamos falando Frank, você o conhece. Remus Lupin, o rapaz doce e gentil que encontramos ajudando os elfos domesticos a se livrar das brincadeiras malvadas de alguns alunos, lembra? 

É claro que ele lembrava, estávamos nos agarrando no corredor perto da cozinha nesse dia.

— Mas Dumbledore acha que...

— Dumbledore, Dumbledore. Você sabe o que penso sobre Dumbledore.

Para mim, Dumbledore agia como se atirasse no escuro, e todos o seguiam cegamente.

— A decisão já foi tomada, temos um novo fiel segredo, você gostando o não.

— Eu queria muito estar errada, mas acho que vocês vão se arrepender dessa decisão.

E eles se arrependeram. Eu odiava estar certa em momentos como esses.

Remus, meu grande amigo, sou capaz de ouvir a chuva agora. A água descendo das nuvens me lembra suas lágrimas quando veio se despedir.

— Por favor, não vá- eu implorei.

— Sabe que não posso continuar aqui com todos desconfiando de mim.

— Sabe que não penso como eles, nem Lílian e Tiago.

—  É claro que não pensam- disse com um sorriso melancólico antes de aparatar.

Eu chorei pensando no amigo que nunca mais veria. Mais um entre tantos que essa guerra me tomava.

Talvez se você não tivesse se afastado demais poderíamos ter sido uma família Remus, por que eu sempre acreditei em você.