O noivo de natal escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 5
Quarto capitulo: Razões para ajudar


Notas iniciais do capítulo

Sejam bem vindos a mais um capitulo de O noivo de natal, o capitulo de hoje será em homenagem os leitores que adicionaram a história nos seus favoritos e acompanhamentos, espero que estejam se divertido com essa narrativa e fiquem a vontade para comentarem porque estou ansiosa para saber o que estão achando da história.

Sem mais delongas, beijos e uma boa leitura.



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Ainda estava em choque diante das palavras de Daniel, afinal ninguém em sã consciência aceitaria fingir ser o noivo de alguém assim do nada, nem mesmo como forma de agradecimento pelo cuidado que dedicava ao seu animal de estimação.

—Isso é alguma piada cruel sua, abominável homem das neves? Porque se for, não tem a menor graça. Se não percebeu, estou em uma tremenda confusão e preciso de alguém que me ajude e não que fique tripudiando em cima do meu sofrimento. -disse indignada com a possibilidade de que Daniel pudesse estar se divertido às custas da minha aflição.

—Pequena, jamais brincaria com algo tão sério assim. Só...Olhe nos meus olhos e diga se estou tripudiando do seu sofrimento.- Daniel pediu sério e olhei no fundo dos seus olhos castanhos escuros que brilhavam de forma peculiar, como duas reluzentes pedras de ônix, e soube que ele falava a mais pura verdade.

—Deus, você quer mesmo me ajudar. Porque isso? - questionei tentando entender seus motivos para ajudar uma completa estranha, a qual conheceu a menos de duas horas atrás, a mentir para a sua família inteira.

—Já disse, vou ajudá-la em nome de todo amor e cuidado que dá ao meu filhote e também pela segurança da minha prima, porque sei que se não ajudá-la nisso a louca inconsequente da Sarah Regina vai acabar colocando-as em uma confusão ainda pior, tentando resolver os seus problemas.

—Nisso você tem razão, sua prima é louca e não pensa nas consequências dos seus atos, mas não podemos negar o quanto ela é leal as suas promessas e Sarah prometeu que me ajudaria a resolver essa confusão, pelo menos com a história do meu noivo de mentira.

—Que bom que concordamos em algo, mas precisa me prometer que essa história de noivado falso ficará apenas entre nós, ou seja, entre mim, você, minha prima e a sua família, estamos combinados? - ele questionou sério sem desviar os olhos dos meus a espera da minha resposta.

—Por acaso tem alguém importante na sua vida que não pode saber do nosso “noivado” de mentira, pois estragará alguma coisa especial? - questionei preocupada, porque não me perdoaria se estragasse o relacionamento dele quando estava apenas tentando me ajudar.

—Não há ninguém importante na minha vida a muito tempo, pequena, então pode ficar tranquila porque nosso “noivado” de mentira não irá estragar nada.

—Que bom, isso já me deixa mais tranquila, abominável homem das neves. - disse aliviada e ele sorriu surpreso por minhas palavras.

—E você, existe alguém especial na sua vida, pequena? - ele questionou curioso e sorri negando.

—Não mesmo, nesse quesito sou igual a sua prima, só atraio homens que acabam destroçando meu coração, só que no caso da Sarah além disso a maioria é literalmente chave de cadeia. Talvez, seja por isso que somos tão amigas, porque temos o mesmo gosto péssimo para homens. - segredei brincando e sorrimos concordando. - Por isso decidi esquecer o romance da minha vida e focar na minha carreira.

—Entendo, também não sou muito bom com relacionamentos, sempre estou em um momento diferente das minhas namoradas.

—Sei, elas esperam serem pedidas em casamento depois de um ano e meio de relacionamento, mas tudo que você quer é continuar da mesma forma, porque compromisso a longo prazo não está nas suas prioridades.

—Exatamente. Como sabe disso?

—Já estive do outro lado, abominável homem das neves, já ouvi isso várias vezes de namorados e ficantes.

—Sinto muito, pelo menos eles foram sinceros, pequena.

—Sim, acho que na verdade eu que esperava demais deles. - disse dando de ombros, porque depois de tantos relacionamentos frustrantes, aprendi que não podemos esperar demais dos outros, pois no fim podemos acabar nos decepcionado quando não recebemos o que desejamos. - Bom, em relação a não contar para ninguém, além dos que devam saber sobre o nosso “noivado” de mentira, pode ficar tranquilo, prometo que não contarei para ninguém, mas já que você impôs uma condição para me ajudar acho justo também impor uma.

—Justo, qual seria sua condição, pequena? -Daniel questionou e respirei fundo, tomando coragem para o que iria falar, pois queria deixar claro que  nossa “relação” seria apenas um acordo, o qual esperava que acabasse o mais rápido possível sem qualquer tipo de envolvimento físico.

—Não haverá qualquer tipo de envolvimento intimo entre nós, não quero complicações para a minha vida. Tudo que faremos é fingir que somos noivos durante as festas natalinas da minha família, depois disso o nosso acordo termina e cada um segue a sua vida. Depois posso inventar para eles que percebemos que não seriamos felizes juntos...E todo aquele blá blá blá de termino mutuo. E então, o que me diz? Aceita minhas condições?

—Por mim tudo bem, pequena. - ele concordou e estreitei os olhos olhando-o de forma séria.

—Já disse para parar de me chamar de pequena. - disse séria e ele balançou a cabeça negando, enquanto sorria de forma sarcástica e tive que me segurar para não esganá-lo.

—Sei disso, mas combina tanto com você, encare como um apelidinho amoroso, afinal, todo casal tem um. - ele disse sorrindo vitorioso enquanto dava de ombros e respirei fundo, tentando controlar a minha raiva para não cometer um crime.

—Que seja, mas o seu apelidinho amoroso será abominável homem das neves, querido.

—Por mim tudo bem, já fui chamado de coisas piores no meu trabalho mesmo.

—Então, temos um acordo abominável homem das neves? - questionei oferecendo minha mão direita a ele olhando em seus olhos escuros.

—Sim, pequena, temos um acordo. - Daniel disse apertando minha mão de forma gentil, sem desviar os olhos dos meus deixando claro que estava ciente e seguro da decisão que tomou.

Logo Daniel me questionou sobre minha família e comecei a lhe contar sobre cada um deles, mostrando algumas fotos que possuía no meu celular permitindo que pudesse se familiarizar com as pessoas que conheceria daqui a algumas semanas, enquanto conversávamos percebi que ele aparentava estar cansado o que era natural, já que o delegado havia acabado de ser de um plantão de mais de doze horas.

—Daniel, que tal se deixássemos a nossa conversa para outro dia? Podemos combinar um café ou até um almoço durante a semana, para conversarmos mais sobre a minha família. - sugeri e ele sorriu suave concordando, passando as mãos no cabelo escuro.

—Isso seria bom, porque evitaria que caíssemos em contradição quando estivéssemos na presença da sua família. E estou tão acabado assim, para sugerir que continuássemos a nossa conversa depois? - ele questionou brincando e sorri concordando.

—Você está a um passo de desmaiar na minha cama.

—Bom, se estivéssemos noivos de verdade seria natural que desmaiasse na sua cama, não acha? -Daniel questionou brincando e sorri sinalizando que também podia participar daquele jogo.

—Na verdade, se nosso noivado fosse real a única cama que você deveria desmaiar seria a minha e de mais ninguém, se acontecesse o contrário acabaria na cadeia por tentar matar um agente da lei, porque tenho certeza que você sobreviveria pois não sou boa de mira. E dúvido que me visitaria depois que saísse do hospital. -disse brincando e Daniel sorriu negando, me deixando surpresa com a sua resposta.

—Claro que te visitaria, pequena, mesmo depois de ter atirado em mim, especialmente nos dias de visita íntima, cobraria alguns favores só para termos algumas horas a mais juntos. -ele falou sedutor sem desviar dos meus olhos e senti meu corpo se arrepiar ao imaginar nós dois juntos dessa forma, fazendo um sorrir vitorioso brincar em seus lábios me deixando confusa por ter minha fantasia interrompida precocemente. - Parece que ganhei o jogo, pequena.

E ouvir isso me deixou furiosa, porque não podia acreditar que tinha me deixado levar novamente por um cara bonito de fala mansa, mesmo que de brincadeira e prometi pra mim mesma que aquela seria a última vez.

—Só por hoje, abominável homem das neves. E é melhor não ficar cantando vitória por muito tempo, porque sou bastante competitiva. -assegurei séria me censurando em pensamento, por ter fantasiado por alguns instantes estar nos braços de Daniel, e ele sorriu concordando.

—Que bom, porque também sou extremamente competitivo. - ele assegurou piscando para mim e se levantando da minha cama, chamando por Liberdade que ficou em duvida se seguia seu dono ou ficava comigo.

—Tudo bem, garoto, pode ir com o seu dono, prometo que logo nos veremos. - assegurei para Liberdade acariciando seu pelo com carinho, abraçando ele por alguns instantes e soltando-o recebendo um lábia no rosto que me fez rir, antes de vê-lo pular da minha cama e seguir Daniel para fora do meu quarto.

Depois que Daniel e Liberdade saíram do meu quarto, minha amiga entrou no local minutos depois e se sentou ao meu lado, no mesmo lugar em que antes seu primo havia estado.

—E então, o Dani te pediu desculpas por ter sido idiota? Porque se não, pode deixar que me entendo com ele. - minha amiga me assegurou e sorri agradecida para ela, pois sabia que sempre poderia contar com Sarah para tudo.

—Ele pediu Sarah e também aceitou me ajudar, então daqui a algumas semanas seu primo e eu vamos estar “noivos”, pelo menos até as festas natalinas acabarem e tudo voltar ao normal. - expliquei e minha amiga me olhou surpresa, como se não esperasse por essa notícia.

—Espera um pouco, amiga, meu primo Daniel Adalberto, o senhor certinho que sempre segue as leis e que nunca atravessa fora da faixa de segurança, topou ser seu noivo de mentira?! Estou chocada com essa notícia, nunca pensei que ele gostasse de flertar com o outro lado da lei. Pelo jeito não sou a única da família Souza que ama viver perigosamente. - minha amiga segredou e foi impossível não rir do seu comentário e pensar no quanto Sarah era louca, mas era a louca divertida que amava e faria tudo por ela.

—Também não acreditei no começo, amiga, mas vi nos olhos do seu primo que ele deseja me ajudar. Daniel explicou que seria uma forma de agradecer por todo amor e cuidado que dedico ao Liberdade, além de ser uma forma de manter a prima dele fora de alguma confusão por tentar me ajudar com a história do noivo falso.

—Adalberto, me conhece tão bem. - Sarah disse fingindo estar emocionada enquanto colocava a mão no coração, antes de sorrirmos. - Falando, sério, amiga, não esperava menos do meu primo. Daniel adora ajudar todo mundo desde que me entendo por gente. Meus tios, pais dele, sempre contam que quando era pequeno Dani trazia os animaizinhos abandonados da rua pra casa, o que deixava Mari, irmã mais velha dele, enlouquecida por ver aquele bando de bicho aparecendo no seu quarto. Teve um dia, enquanto meus pais estacionavam na porta da casa dos meus tios que pudemos ouvir Mariana gritando a plenos pulmões que ia estrangular o irmão mais novo por causa do zoológico dele, aquilo foi hilário, sempre dou boas risadas quando me lembro disso.

—Pelo jeito, não sou a única que já teve vontade de estrangular o seu primo.

—Claro que não, já tive vontade de fazer isso várias vezes...Na verdade, já estrangulei o Daniel uma vez, porque ele atrapalhou meu primeiro beijo. Quando tinha catorze anos, fui ao cinema com o cara mais gato da minha sala assistir a um dos filmes da Marvel, só que o idiota do meu primo que é fã da franquia fez questão de ir conosco porque queria assistir ao filme, no fim ele  e o meu paquera viraram grandes amigos, na verdade eles são até hoje, e não tive o meu tão sonhado primeiro beijo com o cara mais gato da escola.

—Sinto muito, pelo jeito o abominável homem das neves não tem muita noção, mas não sabia que você tinha mais primos além do Daniel.

—Na verdade, tenho mais três. Mariana, irmã mais velha do Dani, e os filhos dela Bernardo e Davi, que são meus primos de segundo grau, só que os dois acabaram se acostumando a me chamar de tia ao em vez de prima e não quisemos repreendê-los, então no fim me tornei a tia deles e me sinto muito bem com isso assim como os dois.

—Isso é o que realmente importa amiga, mas você ainda não me disse como irá se sentir sabendo que sou a “noiva” de mentira do seu primo?-questionei preocupada, pois jamais faria algo que pudesse incomodar e muito menos magoar a minha melhor amiga, mesmo que não tivesse outra alternativa.

—Por mim está tudo bem, Amanda. Se não se lembra, a ideia do meu primo fingir ser seu noivo foi minha, mas porque está preocupada com a minha opinião? Por acaso, está pesando em tornar a mentira em realidade? Você está considerando em se envolver de verdade com o meu primo, amiga? -Sarah questionou me sondando com seus olhos azuis claros, como se estivesse em busca de algo em meus olhos e fiquei com medo, de que ela pudesse ver que minutos atrás fantasiei estar nos braços do seu primo.

—O que?! Eu e abominável homem das neves em um relacionamento de verdade?! Claro que não, Sarah Regina, já lhe disse que seu primo não faz meu tipo. Além do mais, deixei bem claro ao Daniel que não teremos qualquer tipo de envolvimento íntimo e ele concordou. - assegurei séria olhando nos olhos da minha amiga, tentando transparecer que não havia nenhuma dúvida dentro de mim em relação a esse ponto do acordo que fiz com seu primo, mesmo tendo imaginado o contrário minutos antes.

— Se é o que você diz, por mim não ia ter problema algum se no fim vocês ficassem juntos, mas eu teria que ser a madrinha de casamento de vocês. Afinal, se não fosse por mim nem estariam juntos.

—Sarah, volta pra realidade amiga. Você não vai ser a nossa madrinha de casamento, porque não estamos noivos de verdade só vamos fingir que estamos. Uma mentira que tem data e hora para começar e terminar, então pare de elaborar fantasias nessa sua mente pra lá de fértil.

—Tá legal, estraga prazeres, já voltei pra realidade, mas se não quiser ter nada com meu primo é bom não cair no “charme enfeitiçador dos Souza”, porque aí sim minha querida amiga, você terá sérios problemas com essa história de não ter nenhum tipo de envolvimento intimo com o meu primo.

—Não se preocupe, Sarah, vou saber muito bem separar as coisas entre mim e seu primo, mas que história é essa de “charme enfeitiçador dos Souza”? - questionei confusa e ela sorriu eufórica, como se estivesse prestes a me contar o maior segredo do mundo.

—Minha saudosa avó paterna Ana, que Deus a tenha em um bom lugar por ter sido uma avó incrível e por ter me deixado esse apartamento maravilhoso, dizia que nossa família tinha um charme que seria capaz de enfeitiçar qualquer um, como se fosse um poder especial nosso. Ela sempre dizia que quando conheceu meu avô foi como se o mundo tivesse parado de girar, deixando-a atordoada quando olhou nos olhos azuis claros dele, que eram iguais aos meus. Segundo vovó, foi naquele momento que soube que meu avô era o grande amor da sua vida. - Sarah disse revirando os olhos em seguida sorrindo e negando com a cabeça, deixando claro que não acreditava nem um pouco nessa história da sua família possuir charme especial, me fazendo segurar a respiração ao imaginar que talvez tivesse sido vítima dele minutos atrás.

— Sarah, você acredita nesse “charme sobrenatural” da sua família? - questionei tentando ficar calma, enquanto esperava pela resposta dela.

—Claro que não, Amanda, isso é apenas uma história de uma mulher apaixonada para quem tudo é lindo e especial. Se isso fosse verdade, não teria sido enganada pelo Rui e meu primo teria uma fila de mulheres atrás dele, já que a vida amorosa da minha prima Mari vai muito bem.- ela me assegurou tranquila o que me fez respirar mais aliviada, por saber que não havia sido vitima de nenhum poder sobrenatural pertencente a  família Souza.

—Quem lhe garante que o abominável homem das neves não tenha, Sarah? - questionei a minha amiga, porque Daniel era muito bom em fazer alguém imaginar certas coisas sem precisar tocá-la, mas logo fui surpreendida pela risada de Sarah.

—O Adalberto?! Não mesmo. Outro dia Mari me ligou dizendo que estava preocupada com a inexistente vida amorosa do irmão caçula. Ela praticamente me perguntou, se eu sabia se o meu primo estava trasando, dá pra acreditar?!- ela questionou chocada estremecendo de leve, ao pensar nessa possibilidade me fazendo rir diante da sua reação.

—Ela só está preocupada com o irmão mais novo, Sarah. -assegurei me lembrando dos meus irmãos mais velhos, assim como das suas preocupações exageradas em relação a mim.

— Sei que não entendo isso porque graças a Deus sou filha única, mas Mari é muito doida em sugerir que investigue a vida intima do meu primo, até as relações familiares tem certos limites que não podem ser ultrapassados.

—Você tem toda razão. - assegurei suave, pois sabia que jamais teria coragem de fazer esse tipo de pergunta para algum dos meus irmão.

Continuamos nossa conversa mais um pouco até nos conscientizarmos que precisávamos sair do meu quarto para arrumar a bagunça que estava a sala de jantar, enquanto minha amiga organizava a cozinha e o nosso almoço decidi fazer uma bela faxina no nosso apartamento, afinal ficaríamos atarefadas nas próximas semanas com o final do ano letivo, as festividades de encerramento do período e as compras dos presentes para os nossos familiares.

❆❆❆❆❆❆❆❆❆❆❆❆❆❆

A segunda feira havia chegado repleta de reuniões na coordenação da escola, para a qual todos os professores haviam sido convocados, para que pudéssemos organizar as atividades natalinas que encerrariam nosso ano letivo e também sugeríssemos as que faríamos no inicio do semestre no final de janeiro do ano que vem.

—Já disse o quanto odeio essas reuniões da coordenação? Me faz lembrar o tempo em que ia parar na coordenação por mal comportamento. - Sarah segredou ao meu lado entediada e tive que disfarçar um sorriso para que a diretora Sônia não percebesse nossa conversa paralela, durante sua explanação sobre o coral natalino formado pelas crianças da quarta série.

— Quem não odeia?! Elas são maçantes e desgastantes, mas no fim são necessárias.

—Eu sei disso, mas se demorar mais um minuto juro por Deus que uso a desculpa de que recebi um telefonema do meu primo, dizendo que houve uma emergência na família. - ela segredou piscando pra mim e a olhei de boca aberta, porque já havia ouvido aquela mesma desculpa algumas vezes.

—Sarah, não me diga que já usou essa desculpa comigo?

—Claro que já, principalmente quando você queria assistir a reexibição de filmes como “E o vento levou” no cinema ou “Morro dos ventos uivantes”. Amiga, eu te amo, mas o seu gosto pra filme é péssimo.

— Não acredito, Sarah, que usou essa desculpa esfarrapada comigo?! E meu gosto cinematográfico não é péssimo.

—Claro que não, é horrível, Amanda Nunes. - minha amiga assegurou baixo e antes que pudesse começar a listar os pontos altos de filmes clássicos como aqueles, meu celular começou a tocar dentro da bolsa atraindo a atenção de todos que estavam na reunião. -Desliga logo essa coisa, antes que a diretoria Sônia nos expulse da reunião, o que não seria tão ruim assim, mas pegaria mal pra nossa imagem de professoras que seguem o sistema.

—Me desculpem, já vou desligar. - disse alto e sem graça sob o olhar repreensivo dos outros professores, pegando minha bolsa na cadeira ao lado e procurando meu celular dentro dela pressionando os botões na lateral colocando-o no silencioso, sinalizando em seguida para que a diretora Sônia continuasse a sua explanação.

Enquanto minha chefe falava, desbloqueei o aparelho e percebi que havia algumas mensagens de um número desconhecido que não possuía nenhuma foto, já estava prestes a ignorá-lo quando Sarah me interrompeu.

—O Dani te mandou mensagem mais rápido do que achei que mandaria. - ela disse surpresa e desviei meus olhos do celular para vê-la.

—Você deu meu número para o seu primo?

—Dei, ele disse que precisava falar com você urgente. Veja pelo lado bom, amiga, pelo menos ele me pediu seu número ao em vez de pegar na sua ficha de antecedentes criminais.

—Sim, já é algum progresso em se tratando do abominável homem das neves.

—Qual é desses apelidos estranhos entre vocês dois?

—É uma forma de implicarmos com o outro, estamos até fazendo um placar, mas o idiota do seu primo ganhou a primeira rodada, por enquanto. - disse competitiva e minha amiga revirou os olhos, voltando sua atenção para a reunião enquanto abria a mensagem do contato sem foto, que agora sabia pertencer ao primo da minha amiga.

 “Amanda, é o Daniel, está muito ocupada?”— dizia a mensagem e fiquei preocupada com o tom de urgência dela.

 “Um pouco, Daniel, estou em uma reunião de trabalho, mas se for algo muito importante posso dar um jeito de sair daqui.” — digitei rapidamente, tentando evitar ser repreendida por minha chefe.

“Que bom, porque preciso falar com você. Acha que pode me encontrar agora para tomarmos um café? Prometo que não iremos demorar muito.”

“Pode ser, só me mande o endereço do local e logo estarei lá.” - digitei rapidamente e esperei a resposta de Daniel que não demorou a enviá-la, confirmei que estava indo agora para lá e ele me pediu para esperá-lo, pois só estava terminando de resolver algumas coisas na delegacia e logo me encontraria lá e concordei.

—Sarah, vou precisar dá uma saidinha pra me encontrar com seu primo, qualquer coisa me liga. - pedi a minha amiga enquanto colocava meu celular na bolsa, antes de pegá-la.

—Tá legal, não se preocupa, você não vai estar perdendo nada mesmo. E você e o Daniel, já estão bem íntimos mesmo, estão até trocando mensagens e fugindo no meio do expediente para se encontrarem...- Sarah disse maliciosa e revirei os olhos dando língua pra ela, antes de me levantar e caminhar em direção a diretora Sônia, usando a desculpa da minha amiga para sair dali o mais rápido possível e não ficando surpresa por ela ter funcionado, afinal, fui uma das vítimas dessa desculpa.


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Notas finais do capítulo

O que será que o Daniel quer falar com urgência com a Amanda?
E o que acharam do pequeno flerte entre os dois?

Façam as suas teorias e não percam o capitulo de amanhã.

❤️❤️❤️❤️ ❤️❤️❤️❤️



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