O noivo de natal escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 16
Décimo quinto capitulo: Gênio indomável e barulhos noturnos suspeitos


Notas iniciais do capítulo

Sejam bem vindos a mais um capitulo de O noivo de natal.
E se preparem, porque teremos grandes emoções hoje.
Então, respirem fundo antes de lerem o capitulo.

Sem mais delongas, boa leitura para todos.



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—Bom, somos adultos e devemos encarar essa situação como tal. - Daniel disse interrompendo o silencioso constrangedor que se fez, depois que mamãe deixou o quarto e cruzei os braços, olhando séria pra ele.

—É mesmo delegado?! Não sei você, mas quando estamos juntos não penso direito, então não coloco a mão no fogo por mim, mas algo me diz que mamãe está tentando dá um empurrãozinho na gente, para que possamos lhe dar um neto o quanto antes.- expliquei séria ao meu noivo que me olhou surpreso.

—Você acha que a sua mãe, planejou a gente...- ele disse me olhando surpreso e sorri concordando.

—Não duvido nada. Esse quarto geralmente é usado pelas visitas ou pelas minhas sobrinhas, pois como ele é grande cabe duas camas de solteiro e mais alguns colchonetes no chão facilmente, mas mamãe se deu o trabalho de tirar tudo do lugar, comprar uma nova cama e organizar tudo, porquê?- questionei sugestiva e caminhei em direção a mesinha de cabeceira que havia ali, abrindo uma gaveta e encontrando algumas camisinhas nela, pegando uma e virando para mostrar a Daniel que ainda estava surpreso com as minhas suspeitas.- Viu, delegado Souza, não disse que a minha mãe estava armando alguma. Não duvido nada, que essas camisinhas estejam furadas.

— Você está brincando, não é? Sua mãe não seria capaz de fazer isso...Ou seria, Amanda?

—Quer pagar pra ver?! Porque eu não quero. Posso querer ter três filhos, mas ainda não estou pronto para tê-los agora.

—Nem eu. Agora sei de onde você herdou a mente fértil pra ideias malucas. -Daniel brincou e joguei a camisinha nele, ofendida por ele sugerir que minha mãe e eu éramos malucas.

Na realidade, não era só por esse motivo que estava chateada com Daniel, estava por meu noivo ter prometido pra minha família terminar comigo se sua profissão me colocasse em risco, isso sem ao menos me consultar, além dele ter me delatado para o meu avô sobre a minha falta de juízo, algo que ele não precisava saber ou pelo menos não ter certeza disso.

—Quer saber, vou tomar meu banho e dormir um pouco que é o melhor que posso fazer. E se acha que vai dormir na minha cama, está muito enganado abominável homem das neves, depois dessa você vai pro sofá. - disse séria apontando o pequeno móvel que havia no quarto, o qual sabia muito bem que não comportaria um homem da estatura de Daniel.

—Hei, pequena, você ficou chateada pelo que disse? Só estava brincando, amor. - ele disse preocupado se aproximando de mim e o ignorei, pegando minha mala colocando-a em cima da cama, retirando um pijama qualquer e Daniel tocou meu braço com carinho, tentando chamar minha atenção.

Sem dizer uma palavra, me afastei dele fechando minha mala e seguindo para o banheiro com minha roupa em mãos, fechando a porta com força. Sabia que não era muito maduro da minha parte ignorá-lo dessa forma, era uma adulta e deveria dizer a ele o que estava me incomodando para que pudéssemos conversar, mas estava com medo.

Com medo de que expor meus temores fizessem Daniel repensar seus sentimentos por mim, decidido se afastar pra me deixar em segurança, porque mesmo ignorando sabia o quanto o trabalho dele era perigo não só pra mim, mas principalmente pra ele. E pensar que talvez, o homem que amava pudesse não ficar comigo até ambos estarmos velhinhos, me deixava em pânico.

Porque amava Daniel e não conseguia pensar em um mundo sem ele, o que era totalmente estranho, pois só nos conhecíamos a algumas semanas, mas foram as melhores semanas que já tive na vida. Ao seu lado me senti viva, amada e protegida, como se meu lugar no mundo estivesse em seus braços.

Em Daniel, encontrei não só o amor verdadeiro, mas companheirismo e lealdade, assim como um parceiro para as minhas disputas e implicâncias rotineiras, fugindo assim do cotidiano. Não podia ficar sem ele, disso eu tinha certeza e iria lutar para que isso não acontecesse, pensei determinada enquanto retirava a roupa que estava usando e entrava no chuveiro, ligando a água e tentando relaxar embaixo dela.

❆❆❆❆❆❆❆❆❆❆❆❆❆❆

De banho tomado e com os cachos devidamente desembaraçados e secos, sai do banheiro determinada a dizer para Daniel tudo o que estava se passando na minha cabeça, mas antes que pudesse falar ele simplesmente entrou no banheiro, sem me dá a chance de dizer qualquer coisa.

Ótimo, pelo jeito havíamos voltado para o momento do nosso relacionamento em que nos odiávamos e fazíamos tratamento de silêncio em relação ao outro. Tudo bem, se ele queria voltar a essa fase não seria eu que daria o braço a torcer, sugerindo uma conversa que claramente Daniel não queria.

Tentando dissipar a raiva que havia dentro de mim, por causa do tratamento de silêncio do meu noivo, comecei a desarrumar minhas malas colocando as roupas no guarda roupa que havia ali, percebendo que Daniel já devia ter feito o mesmo enquanto me esperava, pois sua mala estava em um canto perto do guarda roupa.

Assim que coloquei tudo em seu devido lugar, me sentei na cama no exato momento em que Daniel saiu do banheiro descalço e com a expressão séria, me fazendo perder o folego diante da visão que meu noivo era.

Caminhando em minha direção com os cabelos pretos úmidos...O peito largo, ostentando um escapulário de prata, possuindo os músculos nos lugares certos sem ser exagerado, usando como única peça de roupa uma calça de moletom preta...Se assemelhando a uma das estatuas gregas espalhadas pelos museus do mundo, só que essa era em carne osso e estava no meu quarto.

—Algum problema, Amanda Cristina? - Daniel questionou sério de braços cruzados assim que me surpreendeu olhando-o, ou melhor babando por ele e o pior era que o delegado sabia muito bem disso.

—É... Nenhum. Por acaso, você não tem uma camisa nas suas coisas? -questionei tentando controlar meu nervosismo e minha imaginação, que estava determinada em criar coisas nada educadas ao seu respeito, mas a culpa não era minha se Daniel decidiu sair praticamente pelado do banheiro.

—De ter eu até tenho, mas prefiro dormir sem camisa além de estar um calor infernal. Você não está sentindo? - ele questionou me olhando com os olhos escuros e balancei a cabeça concordando, olhando meu noivo de cima a baixo pensando no quanto Daniel era bonito e o pior é que o delegado sábia muito bem disso.- Que bom que concorda comigo...E a propósito, Amanda, nosso placar mudou, é dois a um pra mim.

Foi quando me dei conta de que a saída de Daniel do banheiro, todo provocante e sensual, havia sido de propósito. Uma espécie de retaliação, por tê-lo deixado falando sozinho antes, mas se ele achava que podia brincar sozinho estava muito engando.

—Escuta aqui, Daniel Souza, você não é isso tudo não. Tenho certeza que as suas namoradas, deviam falar muito mal de você pelas costas. - disse furiosa por ter sido enganada, apenas para ganhar pontos em um joguinho idiota, enquanto Daniel ria seguindo em direção ao pequeno sofá que havia ali, pegando algumas cobertas e um colchonete que estavam em cima dele.- Do que você está rindo? Falei algo engraçado por acaso?

—Não, você falou a verdade. Com certeza, as minhas namoradas falavam de mim pelas costas, só que bem porque sempre as deixei muito felizes se é que me entendi...Espera, você não me entendi, afinal, nunca passamos de alguns beijos e algumas mãos bobas e sabe Amanda, estou começando a agradecer a Deus por isso.- ele disse severo e rosnei furiosa jogando o travesseiro nele, que o segurou antes de atingir o seu rosto.- Obrigado pelo travesseiro, querida, espero que sonhe bastante comigo porque assim ficará a noite em claro.

—Cretino. - rosnei furiosa fazendo-o rir, enquanto me deitava na cama e cobria a minha cabeça com o cobertor, tentando controlar a minha fúria temendo dizer algo que pudesse me arrepender depois.

Há quer saber ele não merecia nenhuma consideração minha, não depois de tudo que havia acabado de me dizer, além de ter decidido algo sobre o nosso relacionamento sem ao menos me consultar. Daniel merecia ouvir umas palavras nada gentis da minha parte também, porque ser pacata nunca fez parte da minha personalidade.

Determinada, abaixei o lenço da minha cabeça afastando-o para o lado e me levantando da cama, pois se iria dizer umas verdades pra ele faria isso de pé, mesmo que a diferença de altura entre nós fosse gritante, nada no mundo iria me impedir de gritar com o homem na minha frente que se dizia ser o meu noivo. Dizia, porque já estava revendo essa história de continuar noivo de Daniel.

—Escuta aqui, Daniel Souza, acha mesmo que vou engolir suas ofensas calada?! É porque não me conhece bem. Primeiro, você decidiu por conta própria que vai terminar comigo se a sua profissão algum dia me colocar em risco, sem ao menos me questionar se estava de acordo com a sua decisão, o que para título de informação não estou. Segundo, você ainda teve a cara de pau de me delatar para o meu avô, confirmando que sou um imã de problemas deixando-o provavelmente preocupado, com a próxima confusão na qual irei me meter. Se não percebeu, abominável homem das neves, o coração do meu avô é frágil e outro infarto poderia ser fatal pra ele. E terceiro, quem agradece a Deus por não ter ido pra cama com você sou eu, porque com certeza iria ficar frustrada e nesse quisto já tive frustações demais nos meus vinte e cinco anos...- explodi furiosa para Daniel, dizendo tudo que estava entalado na minha garganta só parando quando o vi com uma arma na mão, me fazendo segurar a respiração.

Com cuidado levantei as mãos em sinal de rendição, esperando ver o filme da minha vida passar diante dos meus olhos, algo que algumas pessoas afirmavam acontecer quando estávamos prestes a morrer. Só esperava que o meu, não tive tanto destaque para as minhas confusões ou para os erros que cometi na minha vida terrena.

—Abaixe esses braços, Amanda, não vou atirar em você. Só estava me certificando de que a minha arma estava travada, antes de colocá-la em um lugar seguro evitando qualquer acidente - Daniel disse suave puxando algo na arma que fez um som baixo, me lembrando de quando ele fez um gesto semelhante no dia em que caiu do sofá da minha sala quando fomos pegos por Sarah no maior amasso, em seguida ele a colocou embaixo do travesseiro que estava em cima da cama improvisada no chão do quarto, com o colchonete e os cobertores, perto do pé da cama.

—Tem certeza? Porque acabei de dizer umas coisas bem ruins pra você, além de xingá-lo e esganá-lo em pensamento inúmeras nos últimos minutos. - disse tremendo com os braços levantados, sinalizando que não iria reagir a nada que ele fizesse.

Sem dizer nada, Daniel respirou fundo e caminhou em minha direção entrelaçado suas mãos nas minhas, antes de me puxar para o aconchego dos seus braços beijando o alto da minha cabeça, enquanto ainda tremia em reação ao medo que senti minutos atrás.

—Por favor, pequena, não fique com medo de mim...Eu seria incapaz de te machucar...Você é a mulher que eu amo, a minha vida, Amanda...Seria capaz de matar e morrer por você, só por favor, não me tema. - Daniel implorou entre lágrimas me abraçando com cuidado e respirei fundo, antes de envolve-lo em um abraço apertado tentando tranquiliza-lo um pouco.

—Jamais vou ter medo de você, Daniel, sei que seria incapaz de me machucar, só reagi desse jeito porque fui pega de surpresa. Na primeira vez que o vi com uma arma em mãos, não estava prestando muita atenção nela e agora...Só fiquei assustada porque dessa vez estava olhando pra ela. - segredei em seu peito e ele me afastou um pouco dos seus braços, para que pudesse ver seus olhos levemente vermelhos, confirmando que meu noivo havia realmente chorado como suspeitava.

—Tem certeza, que não ficou com medo de mim? - Daniel questionou me olhando com preocupação e sorri carinhosa pra ele.

—Tenho, amor. Não fiquei com medo de você. E me perdoe por tudo que disse, não queria te ofender ou deixa-lo magoado, só fiquei furiosa por saber que tomou a decisão de me deixar se sua profissão me colocar em risco sem ao menos me consultar, isso foi o que mais me deixou brava. Sei que somos um casal a poucas semanas, mas temos que conversar e decidir tudo juntos, não acha? - questionei sincera olhando em seus olhos e ele concordou.

—Sim, você tem razão. Prometo, nunca mais decidir algo sem conversarmos antes e me perdoe também. Não quis te magoar, só falei tudo aquilo porque estava chateado por você ter decido se afastar de mim, sem dizer o motivo. Deus, nós dois somos dois cabeças duras geniosos. - Daniel segredou suave e sorri concordando, porque no fundo ele tinha razão, pois nunca deixávamos o outro dá a última palavra, especialmente em uma discussão.

—Dois cabeças duras geniosos, que se amam loucamente e estão aprendendo a conviver com o temperamento do outro. Só vamos prometer aqui e agora, não deixar que nosso temperamento destrua nosso amor, que um de nós assim que perceber que está errado vai pedir perdão para o outro. E que nunca, vamos dormir brigados. - pedi olhando em seus olhos e Daniel concordou, segundo meu rosto em seus mãos.

—Eu prometo, minha pequena...Meu amor. - Daniel jurou sem desviar os olhos dos meus.

—Eu prometo, meu abominável homem das neves... Meu amor. - jurei olhando nos olhos escuros de Daniel que se inclinou em minha direção, tocando seus lábios com os meus de forma carinhosa segurando em minha cintura e me levantando alguns centímetros do chão, antes de envolver sua cintura com as minhas pernas e seu pescoço com meus braços, subindo minhas mãos em seus cabelos, me perdendo nas sensações que seu beijo despertava em mim.

Sem interromper nosso beijo, Daniel me levou no colo até a cama no meio do quarto deitando-me com cuidado como se temesse me machucar de alguma forma, antes de se separar dos meus lábios e apoiar suas mãos ao lado da minha cabeça, aliviando assim seu peso em cima de mim e me olhando de forma intensa.

—O que foi, amor? - questionei confusa por ele ter interrompido nosso beijo.

—Nada...Só estou olhando pra você. - ele sussurrou amoroso pra mim e sorri surpresa por sua fala.

—E o que você está vendo? - questionei curiosa e ele sorriu amoroso pra mim.

—Vejo a mulher mais linda desse mundo...Que faz meu coração bater tão rápido e desacelerar ao mesmo tempo, como se dançasse...Que me tira do sério com seu gênio explosivo, sempre com uma resposta afiada na ponta da língua...Que com certeza irá me deixar de cabelos brancos antes dá hora, com todas as confusões em que se mete, mas é a mulher que amo e a qual não sei mais viver sem. -Daniel disse apaixonado olhando em meus olhos e senti lágrimas se formarem em meus olhos.

—Além de bonito e tentador, você ainda é bom com as palavras...Aí é muita covardia, meu Deus. - segredei brincando para o teto fazendo Daniel rir, antes de voltar a me beijar com carinho até sentir borboletas dançaram no meu estômago e fogos de artifícios explodirem em meus ouvidos.

Nos beijamos até que o ar nos fez falta e tivemos que nos separar, recuperando assim o folego do qual achava que não deveria ser necessário nesse momento. Enquanto isso, Daniel traçava um caminho lento e torturante, de beijos e mordidas, por meu ombro, pescoço e orelha, fazendo o caminho inverso, me fazendo esquecer de como respirava durante cada caricia.

—Me deixa dormir na sua cama, amor, por favor. - Daniel implorou no meu ouvido com a voz rouca e praticamente derreti em seus braços, desesperada por mais caricias suas.

—Eu deixo, não quero mais que durma longe de mim. - disse sincera segurando nos cabelos de Daniel que sorriu feliz com a minha resposta, me fazendo rir.

—Eu também não amor, mas tudo que não quero é deixa-la dormir hoje. - Daniel prometeu no meu ouvido, me fazendo gemer ansiosa para colocarmos sua ideia em prática. - Não se preocupe, pequena, porque não vamos usar as camisinhas suspeitas da sua mãe, pelo jeito a minha prima resolveu encher a minha mala com várias, quando foi busca-la na minha casa.

—Me lembre de agradecer a Sarah, por isso, mas achei que você quisesse esperar pelo momento certo. - disse suave e Daniel sorriu no meu ouvido, antes de se afastar para que pudesse ver seus olhos muito mais escuros que o normal.

—Eu sei, mas pelo jeito sou tão impaciente quanto você. Agora, se quiser esperar um pouco mais...- meu noivo sugeriu e o interrompi negando rapidamente, fazendo-o rir.

—Pelo amor de Deus, homem, vamos parar com as provocações, antes que você me deixe louca de desejo. - implorei desesperada com a possibilidade de que Daniel voltasse atrás e ele sorriu concordando, antes de voltar a me beijar de forma desesperada como se temesse que eu mudasse de ideia, algo que jamais iria acontecer.

Estava a poucos segundos de conseguir o que finalmente queria, quando Daniel se afastou de mim com o olhar em alerta, como se estivesse em busca de algo.

—Você ouviu esse barulho? - ele questionou baixo olhando desconfiado para a janela do quarto e gemi negando, segurando em sua cintura e o puxando pra mim sem sucesso, me deixando frustrada por tê-lo longe de mim.

— Não tem barulho algum, Daniel...Só continue o que estava fazendo tão bem...- implorei para o meu noivo e logo fui interrompida por um barulho de algo caindo no térreo, me fazendo olhar assustada para Daniel que levantou da cama num pulo, caminhando em direção a sua cama improvisada e tirando a arma debaixo do travesseiro, antes de voltar a sua atenção pra mim.- Fique aqui em cima e tranque a porta do quarto, enquanto vou ver o que está acontecendo lá embaixo.

—Nem pensar, Daniel. Não vou te deixar enfrentar um possível criminoso sozinho, além do mais preciso bater nesse estraga prazer. Afinal, não é todo dia que consigo fazer meu noivo certinho me acompanhar em uma loucura. - disse furiosa e disposta a bater no possível invasor, responsável por atrapalhar meus planos de não dormir essa noite.

—Nem pensar que vou coloca-la em risco, além do mais não vou deixa-la descer desse jeito. -ele disse sério e acompanhei o seu olhar vendo que estava de lingerie, uma confortável e nada sexy, me deixando furiosa por não ter colocado algo mais provocante para dormir.

—A culpa não é minha, foi você que tirou a minha roupa. Se eu não for, você também não vai. - disse séria de braços cruzados e Daniel concordou resignando, antes de jogar meu pijama pra mim e logo o vesti rapidamente, seguindo o delegado para fora do quarto.

—Fique atrás de mim, pequena, quando disser pra correr ou se esconder, apenas me obedeça sem perguntar nada. -Daniel sussurrou baixo enquanto descíamos as escadas na ponta dos pés evitando fazer barulho, algo difícil já que a casa estava escura e sempre acabava tropeçando nos meus próprios pés ou no meu noivo.

Assim que estávamos no térreo, depois que tropecei inúmeras vezes no escuro e bati meu dedinho em algum móvel da casa me fazendo ficar com mais raiva do invasor, peguei um abajur em cima da mesinha que havia ao lado da poltrona do meu avô disposta a descontar minha fúria no bandido, que havia atrapalhado minha noite com meu noivo.

—O que pensa que vai fazer com isso? - Daniel sussurrou pra mim, assim que olhou para trás e me viu segurando o abajur em posição de ataque.

—Bater no bandido ou acha que ele vai escapar da minha raiva, depois de ter atrapalhado a nossa noite e ainda me fazer bater meu dedinho na quina de algum móvel no escuro?! Você sabe o quanto isso dói?!- sussurrei baixo para o meu noivo que revirou os olhos, antes de me levar para trás da parede da sala de jantar que fazia divisa com a cozinha, de onde o barulho suspeito vinha.

Era só o que faltava. Antes de nos roubar o ladrão havia resolvido fazer uma pausa no seu crime para um lanchinho noturno, voltando em seguida para suas atividades criminosas.

—Você vai ficar aqui em silêncio e definitivamente não vai acertar ninguém com um abajur. - meu noivo sussurrou tão baixo que se não estivéssemos perto, jamais o teria escutado, antes de tomar o abajur das minhas mãos.

—Mas eu quero te ajudar a prender o bandido. Esse cretino estragou a nossa noite, Daniel, e ainda me fez bater meu dedinho na quina de algum móvel, ele merece levar um abajur na cabeça por causa disso.- sussurrei de volta e meu noivo me olhou sério, com aquele olhar de “delegado” interrogando um suspeito, que sempre me deixava com medo de dizer algo que pudesse me incriminar, mesmo que não fosse culpada.

—Você vai ficar aqui, Amanda Cristina, me ouviu?

—Ouvi delegado Souza. - concordei revirando os olhos e ele beijou minha testa com carinho, destravando a arma e se levantando, caminhando no escuro com ela em punho deixando o abajur em cima da mesa com cuidado, evitando fazer qualquer barulho. Logo ouvi Daniel mandar alguém levantar as mãos e um grito conhecido ecoou pelo silêncio da noite.

Preocupada, sai do meu esconderijo, contrariando o pedido do meu noivo, e fui para a cozinha, parando ao lado de Daniel diante da cena que estava vendo.

—Tia Lourdes?! Seu Nelson?!- questionei chocada vendo os dois tentando se recompor, depois de terem sido pegos no flagra no maior amasso no meio da cozinha. - O que pensam que estão fazendo aqui?!

—Por favor, Amanda, pare de me olhar dessa forma. Não é como se você não soubesse o que estávamos fazendo, ainda mais com um...- minha tia disse olhando Daniel de cima a baixo depois que se recompôs e fiquei na frente do delegado, cruzando os braços e olhando feio para ela por ficar olhando meu noivo daquela forma nada educada.- Você me entendeu Amanda Cristina. Agora pode pedir para o seu noivo parar de apontar essa arma pra nós, sim. Somos hipertensos.

—Desse jeito?! Estou duvidando. - disse séria, afinal, para dois hipertensos eles estavam colocando o coração a prova com aquela aventura no meio da madrugada. - Além do mais vocês nem tem idade pra isso. Meu Deus, tia já parou para pensar no que todos iriam falar se soubessem disso? Principalmente suas filhas.

—Olha aqui garota, sou sua tia e você me deve respeito. Além do mais, sou divorciada, livre e desimpedida, dei um duro danado para criar sozinha minhas filhas, depois que meu ex-marido sumiu no mundo quando assinou a papelada da separação. Pago todas as minhas contas, não devo satisfação pra ninguém, tenho certeza que depois de ter abdicado do romance para dá atenção total as minhas filhas, tenho o direito de me agarrar com quem quiser. - minha tia disse séria, me fazendo abri a boca em choque e seu Nelson concordou.

— Lourdes tem toda a razão, além do mais acham que só os jovens podem ter uma aventura amorosa, Amanda?! Sabia que isso é preconceito?! Além do mais, o que a senhorita faz fora da cama a uma hora dessas? - seu Nelson questionou sério colocando sua camisa para dentro da calça e o olhei chocada, por querer me repreender estando todo errado.

—Não vem me recriminar não, seu Nelson, os errados aqui são vocês que estão se pegando na cozinha da chácara do vovô. Sabiam que existem lugares adequados para esse tipo de coisa?!- questionei olhando para os dois, antes de virar para o meu noivo que ainda estava no modo “delegado Souza” com a arma em punho. - Daniel, abaixe essa arma pelo amor de Deus, antes que alguém leve um tiro por acidente.

—Vocês conhecem esse senhor? - Daniel questionou desconfiado ainda apontando a arma para seu Nelson que segurou a respiração, temendo levar um tiro.

—Conhecemos, ele é o nosso vizinho há anos, desde que do vovô comprou essa chácara. Agora, baixa essa arma, Daniel, não tem bandido nenhum algum. Está tudo bem, amor, estamos todos seguros. -garanti para o meu noivo tocando seu braço e ele virou para me ver, deixando o modo “delegado Souza” de lado e travando sua arma, antes de abaixá-la me fazendo respirar aliviada.

—Esse seu amigo é muito estressadinho, Amanda. Qualquer coisa ele já sai de arma em punho. Sabia meu rapaz, que é perigoso ter uma arma em uma casa cheia de gente, principalmente com crianças, sua imprudência pode causar um acidente. Você tem pelo menos licença pra sair por aí armado até os dentes? - seu Nelson questionou repreendendo meu noivo e olhei para a cara de pau dele, tentando jogar a culpa em Daniel quando ele é que estava errado.

—Sei muito bem disso, senhor, por isso tomo muito cuidado e sou responsável. Agora me desculpe, mas não tenho culpa se estava na cama com a minha noiva e escutei um barulho estranho no meio da madrugada. Vim averiguar como qualquer pessoa faria e não se preocupe, pois possuo a documentação necessária para andar armado, já que sou delegado da policia civil. Se dúvida, posso muito bem subir e pegar meu distintivo ou ligar para a polícia, pedindo que venham até aqui comprovar minha identidade. - Daniel disse sério e seu Nelson balançou a cabeça negando.

—Não precisamos de tanto, crianças. Bom, Lourdes, foi uma noite bastante agradável quem sabe podemos pensar em repeti-la, o que acha? - seu Nelson questionou olhando para a minha tia que deu de ombros, antes dele de afastar dela caminhando em direção a saída, parando perto de mim.

—Tadeu perguntou por você, Amanda. Ele disse que está ansioso para vê-la de novo, meu filho chegará amanhã para as bodas dos seus pais. - seu Nelson sussurrou pra mim e perdi o ar, enquanto meu vizinho se despedia de nós saindo com pressa dali.

Me deixando atordoada com aquela revelação, da qual não esperava.

Afinal, Tadeu estava a mais de quatro anos na Inglaterra, trabalhando como representante jurídico para uma empresa de telecomunicações. Porque depois de tanto tempo, ele havia resolvido voltar justo agora?!


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Notas finais do capítulo

O que dizer desse capitulo?!
Foi eita atrás de eita. E a tia Lourdes?! Estou chocada.

Agora a pergunta que não quer calar...Quem é esse tal de Tadeu?

Não percam o capitulo de amanhã.
Beijos.
❤️❤️❤️❤️ ❤️❤️❤️❤️



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