O noivo de natal escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 13
Décimo segundo capitulo: Caindo na estrada


Notas iniciais do capítulo

Sejam bem vindos, a mais um capitulo de O noivo de natal.
Fico feliz que estejam gostando de acompanhar essa história , espero que estejam se divertido com as confusões românticas de Daniel e Amanda.

Sem mais delongas, boa leitura a todos.



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Como combinado mais cedo, nos arrumamos e ficamos na sala esperando Mari passar para pegar a prima, já que Sarah e Liberdade iriam passar as festas de fim de ano na casa de praia de Daniel com toda a família deles.

Fui até meu quarto rapidamente deixando os dois na sala, pegando a bolsa que havia deixado em cima da cadeira e dando uma última olhada no local, vendo se não havia esquecido nada, antes de sair dali fechando a porta em seguida.

—Tenta não queimar o filme dos Souza por lá, Dani, os Nunes me adoram e não quero ter que parar de passar os fins de semana naquela chácara maravilhosa com pessoas incríveis, porque meu primo foi um idiota completo. Só pra lembrar, segurem a onda de vocês por lá. Sei que estão no começo do relacionamento, onde tudo são flores e pegação, mas mantenha em mente que estarão cercados pela família da sua noiva e seria péssimo se eles pegarem os dois embolados no sofá da mesma forma que os surpreendi ontem. -ouvi Sarah pedir ao primo que suspirou, enquanto parava perto da entrada da sala, dando um pouco de privacidade para os dois.

—Não sou nenhum adolescente irresponsável regido por hormônios, prima, pode ficar tranquila em relação a isso, mesmo assim obrigado pelo aviso. E não se preocupe, prometo não fazer nada que possa acabar com os seus gloriosos finais de semana na chácara dos Nunes.

—Que bom, saber disso me deixa mais tranquila. - Sarah segredou e os dois sorriram cumplices, antes da minha amiga respirar fundo voltando a falar em seguida. -Daniel, posso te fazer uma pergunta? Mas peço que seja sincero comigo.

—Claro, Sarah. - ele disse suave olhando nos olhos azuis da prima.

—Você gosta mesmo da Amanda? Ou só se senti atraído por ela? Uma atração que o levou a pedir uma garota que mal conhece em casamento?! Porque se for isso, bem...Não quero ter que escolher um lado da história, porque você é o meu primo e ela é a minha melhor amiga, amo os dois e não saberia quem apoiar se o relacionamento de vocês não dê certo.- minha amiga disse sincera e Daniel respirou fundo se levantando do sofá em que estava sentado, caminhando em direção a prima e se ajoelhando ao lado dela segurando suas mãos enquanto olhava em seus olhos.

—Sa, quero que escute bem o que vou dizer. Eu amo a Amanda, o que sinto por ela jamais senti por ninguém na vida, prometo fazer a sua amiga muito feliz e que jamais a farei escolher um lado, porque sei o quanto a ama, mas saiba prima, que pensei muito nisso quando decidi dizer o que sentia a ela, porque seria incapaz de estragar a amizade que as duas tem a anos.- Daniel garantiu sincero sem desviar os olhos da prima que sorriu agradecida, antes de abraça-lo com carinho.

Ouvir a confusão de Daniel me fez sorrir agradecida, por saber que assim como eu ele não queria magoar Sarah com o nosso relacionamento, pois seria incapaz de ficar com alguém que não gostasse da minha melhor amiga e vice versa, porque éramos um pacote só e jamais deixaríamos de ser amigas por causa de um homem, por mais que ele fosse incrível ou o primo da minha amiga.

A nossa amizade e parceria era maior do que qualquer coisa, disso tinha plena certeza.

—Eu te amo, Dani. - Sarah sussurrou sincera abraçada ao primo.

—Eu também te amo, Sasa. - meu noivo disse carinhoso e se afastou para dá um beijo na testa dela, antes de serem interrompidos por um toque de celular.

—Deve ser a Mari, mandando mensagem para dizer que está lá embaixo. - minha amiga disse se separando do primo, antes de se levantar e chamar por mim.

Respirei fundo e esperei alguns instantes antes de aparecer na sala, para que os dois não pensassem que estava ouvindo toda a conversa deles.

—Por acaso o prédio está pegando fogo, Sarah, para me chamar gritando desse jeito? - questionei brincando e minha amiga revirou os olhos, enquanto Daniel chamava por Liberdade que estava deitado no tapete da sala.

—Engraçadinha, você. Só estou te gritando, porque chegou a nossa carona e queria me despedir. - minha amiga disse suave e sorri carinhosa, antes de nos abraçarmos de forma afetuosa. - Tenta não transar com meu primo na casa da sua família, porque seria estranho pra todo mundo e ainda quero muito continuar frequentando a chácara do seu avô.

—Claro que não vou fazer uma coisa dessas, amiga. - sussurrei de volta para ela, antes de nos separarmos e fui me despedir de Liberdade, enquanto minha amiga colocava a coleira nele.

— Vamos Lib, o litoral nos espera para colocarmos nosso bronzeado em dia. E vocês, tomem conta um do outro porque quero tê-los de volta inteiros depois das festas.

—Não precisa se preocupar, Sarah, vou cuidar muito bem da sua amiga e a devolverei inteira. E você, tome conta do Liberdade por mim. Sei que passará as festas de fim de ano com a nossa família, mas ele é muito apegado a você ainda mais se eu não estiver por perto. - Daniel pediu a prima que balançou a cabeça concordando.

—Vou cuidar, não se preocupe. Tia Helena me contou ontem que arrumou um encontro para o Liberdade, com a cadela do vizinho da sua casa de praia. Pelo jeito, o Liberdade muito em breve vai ter alguns “liberdadezinhos” latido por aí, transformando-o em vovô. -minha amiga sugeriu olhando para o primo a espera de uma resposta sarcástica que não veio.

—Mamãe me contou quando ligou de manhã para saber como acordei, tudo que desejo é que meu filhote consiga superar seus medos e traumas, podendo viver da forma que ele merece. Não é filhote? - Daniel carinhoso para o cachorro que balançou o rabo ficando nas patas traseiras, apoiando as patas dianteiras no peito do delegado que abraçou Liberdade com carinho, antes de lamber o rosto do dono com carinho.

Assim que os dois terminaram de se despedirem, aproveitei para fazer carinho no cachorro e lhe dando um abraço, enquanto sussurrava para ele algumas dicas de como impressionar no seu primeiro encontro fazendo todos rirem, antes de me separar dele e ver minha amiga sair com Liberdade do apartamento.

—Tudo bem, querido? - questionei preocupada me aproximando de Daniel, que ainda encarava a porta da frente por onde Sarah e Liberdade haviam saído.

—Sim, pequena, só estou preocupado com o meu filhote. Desde que Liberdade me aceitou como seu amigo, nunca mais nos separamos e tenho medo que ele ache que não gosto mais dele, porque ficarei muito tempo ausente ou que precise de mim quando ficar nervoso e não esteja lá por ele. - ele disse preocupado e o abracei pela cintura, beijando suas costas com carinho tentando tranquiliza-lo um pouco.

—Entendo as suas preocupações, Daniel, também estou preocupada com todas elas, mas esse é um momento único na vida do Liberdade, porque estamos lhe dando a oportunidade de se aventurar no mundo, com Sarah ao seu lado, sem a sua proteção. Ele precisa disso para superar seus próprios medos e receios, tenho fé que depois disso ele será outro cachorro.

—É tudo o que mais desejo para o meu filhote, pequena. - ele disse suave segurando minhas mãos nas suas, dando um beijo carinho nelas e me puxando para a sua frente. -E então, preparada para me apresentar a sua família?

—Nem um pouco. Quem diria que no final de toda essa confusão de noivo de mentira, acabaria apresentando meu noivo de verdade a minha família?! É literalmente a vida, imitando a minha mentirinha do bem. - confessei surpresa para Daniel que sorriu concordando, antes de se inclinar para me beijar com carinho me dando a sensação de que estava voando.- Se continuar me beijando assim, vou acabar desistindo de levá-lo para a chácara da minha família e vou te arrastar para o meu quarto.

—É uma proposta tentadora, pequena, que estou louco para por em prática. - Daniel segredou no meus lábios e sorri feliz, por saber que assim como eu ele estava mais do que disposto a realizar o meu desejo, mas antes que pudéssemos dá um passo em direção ao meu quarto ouvi um toque familiar vindo da minha bolsa, me fazendo gemer resignada enquanto me afastava do meu noivo para ver quem estava me ligando.

Procurei meu celular dentro da minha bolsa, assim que vi o nome da minha mãe no visor do aparelho gemi contrariada, não acreditando como ela havia praticamente adivinhado que estava considerando não ir para chácara esse ano aproveitando para passar as festas de fim de ano com Daniel, o que não era uma ideia tão ruim assim comecei a pensar.

Nós dois sozinhos...

Algumas taças de vinho...

Vários beijos trocados no sofá...Depois na minha cama...

—Amanda, você não vai atender? - Daniel questionou me chamando para realidade, me tirando de forma brusca dos braços do delegado dos meus sonhos.

—Sim, só me distrai. -segredei sem graça e ele sorriu para mim, enquanto atendia a ligação da minha mãe.

—Demorou a atender, filha. Está tudo bem? - mamãe questionou preocupada do outro lado da linha.

—Estou mamãe, me desculpe a demora é que estava ocupada. - disse olhando saudosa para a minha ocupação que atendia pelo nome de Daniel, que sorriu da minha tentativa de mentir para a minha mãe.

—Sei, Amanda.  Só estou ligando para saber se já estão na estrada?

—Vamos sair de casa agora, mãe, não se preocupe que assim que estivermos perto ligo avisando.

—Ótimo, já estamos todos aqui e vamos espera-los para o jantar, provavelmente é o horário em que estarão chegando aqui.

—Tudo bem, mamãe, agora tenho que desligar porque vamos pegar a estrada agora.

—Tudo bem, filha, dirijam com cuidado e estamos esperando vocês. - mamãe disse séria ao telefone, matando todos os meus sonhos de ficar em casa com meu noivo, antes de nos despedimos e desligarmos.

—Então, aquela sua ideia atraente de me arrastar para o seu quarto...- Daniel questionou malicioso e gemi negando com a cabeça fazendo-o rir.

—Nossos planos foram descobertos pela mamãe urso, delega gostosão, vamos ter que ir para a chácara da minha família. Eu dirijo. - informei pegando minha bolsa, já que havia colocado minhas malas no carro de Daniel com Sarah, e estendendo minha mão para que me entregasse as chaves do seu carro.

—Espera, como você soube...Foi a Purpura, não foi? Ela te contou sobre esse apelido idiota, quando estava me esperando no dia em que foi na delegacia, não foi? - Daniel questionou curioso entregando suas chaves na minha mão, enquanto saiamos do meu apartamento.

—Foi, assim como me contou sobre as visitas das suas “amiguinhas”, principalmente a do sobretudo, mas a sua secretária se chama mesmos Purpura?

—Não o nome dela é Estela, mas segundo ela esse nome não soa bem para uma roqueira, por isso ela prefere ser chamada de Purpura e todos na delegacia acatamos seu pedido. E sobre essas visitas...Amanda, quero deixar claro que nunca me envolvi com nenhuma dessas mulheres, elas simplesmente aparecem na delegacia para tumultuar meu local de trabalho e acabo tendo que prendê-las, algo que odeio fazer. - ele disse sincero enquanto entravamos no elevador e apertava o andar do estacionamento.

—Está tudo bem, não precisa ficar justificando seus atos antes de ficarmos noivos pra mim, afinal, não tínhamos qualquer tipo de compromisso, Daniel, você era livre e desimpedindo. Agora, depois que me pediu em casamento e coloquei esse anel no meu dedo, será outra história. Acho bom ir arrumando um espaço na sua delegacia pra mim ou um bom advogado, porque se ver alguma dessas suas “amiguinhas” dando em cima de você, vou acabar presa por ter batido em alguém. - expliquei séria olhando para Daniel, sem especificar em que descontaria a minha raiva, enquanto ele sorria amoroso pra mim me puxando para seus braço e segurando meus rosto em suas mãos me deixando totalmente confusa.

—Você fica linda com ciúme de mim, minha pequena. Apenas, sossegue o seu coração, porque seria incapaz de trai-la, tudo que sempre desejei na minha vida em alguém está bem aqui nos meus braços e não a trocaria por nada no mundo. -ele disse me olhando apaixonado e foi impossível não ficar na ponta dos pés para beijá-lo com carinho, sem me importar se estamos no elevador do meu prédio, até que o ar se fez necessário.- Sobre a história do advogado, se algum dia você for presa faço questão de tirá-la de lá, depois você pode pagar meus honorários com beijos e outras coisas, que tal?

—Parece maravilhoso. - segredei para ele que me beijou novamente, antes do elevador parar na garagem e sairmos do mesmo de mãos dadas caminhando em direção ao carro de Daniel.

—Tem certeza que quer dirigir, pequena? Se quiser posso fazer isso. - ele questionou abrindo a porta do motorista pra mim.

—Tenho, lembra que seu pai nos recomendou que você evitasse dirigir enquanto estava tomando os remédios para a dor de cabeça?! Porque eles te deixam sonolento, o que de certa forma é verdade. Além do mais, será mais rápido para chegarmos lá já que conheço o caminho. Por acaso não confia em mim atrás do volante, abominável homem das neves? Tem medo que cause um acidente e estrague seu carro automático com teto solar? - questionei implicando com que meu noivo me olhou sério, me deixando preocupada de que tenha se ofendido com a minha brincadeira.

—Não me preocupo com o carro, Amanda. Ele é apenas um bem material que posso repor se algo acontecer, mas você...Não existe outra. Então, por favor, amor, tenha cuidado. - Daniel pediu suave e concordei, antes de passar meus braços em seu pescoço e beijá-lo com carinho só nos separando quando o ar se fez necessário.

Logo Daniel deu a volta no carro e se acomodou no banco do passageiro, me pedindo para colocar o cinto enquanto fazia o mesmo, antes de sairmos da garagem em direção a chácara do meu avô.

❆❆❆❆❆❆❆❆❆❆❆❆❆❆

Enquanto dirigia Daniel acabou pegando no sono, provavelmente efeito colateral do remédio que estava tomando, desvia meu olhar algumas vezes da estrada para checar meu noivo verificando se não estava sentindo alguma coisa, me deixando aliviada por ver que ele continuava dormindo de forma serena.

Todo aquele silêncio me deixava inquieta, por isso liguei o som do carro de Daniel colocando-o em um volume baixo, para não acordá-lo, ficando surpresa por ouvir a voz de Elton John na sua playlist.

—Quem diria que o abominável homem das neves, curtia Elton John. - sussurrei surpresa temendo acordar meu noivo, sinalizando em seguida que iria fazer uma curva antes de fazê-la.

Cantarolei algumas musicas que conhecia do cantor, esquecendo algumas letras delas mais o que valia era a intenção, antes de ouvir uma risada conhecida ao meu lado.

—Deus, você é péssima. Assassinou metade das músicas do Elton John sem dó. - Daniel segredou brincando de olhos abertos e dei de ombros fazendo-o sorrir. - Por quanto tempo eu dormir?

—Metade da viagem, não se preocupe porque não perdeu nada, o importante é que não causei nenhum acidente, querido.

—Graças a Deus, mas você devia ter me chamado.

—Você estava cansado, Daniel, saiu de um plantão ontem, bateu a cabeça e está tomando remédios fortes, precisa descansar para se recuperar. - disse e meu noivo concordou, passando as mãos nos cabelos bagunçados devido ao sono e se sentando melhor no banco, enquanto cantarolava a musica que tocava no som me deixando surpresa, por ele conhecer a letra toda assim como todas as partes da musica em que só existia a melodia.

—O que foi? - ele questionou confuso parando de cantarolar, assim que desviei os olhos alguns instantes da pista para vê-lo.

—Nada, só estou surpresa por saber que meu noivo escuta CD, ainda mais do Elton John, além de saber todas as letras sem errar uma estrofe.

— Culpa da dona Helena. Desde que me entendo por gente, minha mãe é fã incondicional do Elton John, cresci ouvindo as músicas dele. Quando descobriu que estava grávida de um menino, mamãe decidiu que me chamaria Adalberto em homenagem ao seu pai, mas meu pai não queria. Meu pai queria que me chamasse Otoniel como ele, mas minha mãe não quis e os dois começaram a brigar por causa disso.

—Que coisa feia, Adalberto. Ainda não tinha nem nascido e já estava levando seus pais ao divórcio. - segredei brincando fazendo ele sorriu enquanto concordava. - E o que aconteceu? Como seus pais resolveram esse impasse.

—Mamãe conta que certa noite, ela estava escutando “Daniel do Elton John” sentada no sofá da sala, enquanto papai brincava de quebra cabeças com a minha irmã e quando chegou a parte em que o cantor fala o nome Daniel, ela disse que chutei pela primeira vez. Na verdade, mamãe diz que a chutei todas as vezes em que ouvia esse nome na música, então depois de toda emoção por causa do momento do meu primeiro chute, meu pai teve que dar o braço a torce porque segundo minha irmã, eu havia escolhido meu próprio nome e todo mundo devia respeitar a minha decisão.

—Fala sério, Daniel? Você mesmo me disse quando nos conhecemos, que recém-nascidos não escolhem seus nomes. Como agora você me conta que escolheu o seu, ainda por cima dentro da barriga da sua mãe?

—Estou falando sério, pequena, se não acredita pode perguntar para os meus pais ou para a minha irmã. E continuo afirmando, que recém-nascidos não escolhem seus nomes, porque se consegui me expressar de nove acha que aceitaria terem me dando o segundo nome de Adalberto?! Não mesmo. Sem ofensas, vovô. - Daniel disse olhando para o teto do carro pedindo desculpas para o avô, me fazendo rir.

—Pelo menos seu nome não é Otoniel Filho ou Otoniel II. Espera, já pensou se seu nome fosse Otoniel Júnior?! Eu iria poder te chamar de Juninho. - disse implicando com ele que gemeu desgostoso me fazendo rir.

—Por Deus, não. Gosto de Daniel e tenho que admitir que se chamar Adalberto, seria melhor que ser chamado de Juninho, isso acabaria com a minha moral na corporação. - ele admitiu e começamos a rir, porque era a mais pura verdade. -Sabe amor, quando era pequeno dormi muito ao som de “Daniel do Elton John”, o que me fez saber a letra da música de traz pra frente.

—Você está brincando? - questionei duvidando e ele negou com a cabeça.

—Não estou. Todo aniversário ganho da minha mãe um CD, com uma versão nova dessa música. A que estamos ouvindo agora foi o presente desse ano, quando fiz trinta e dois anos.

—Isso é lindo, Daniel, um verdadeiro gesto de amor da sua mãe. Mas sabe, também sou uma pessoa que ganhou o nome por causa de uma música. - disse convencida enquanto parava em um sinal vermelho, virando para vê-lo.

—Sério?!- Daniel questionou surpreso e balancei a cabeça concordando. -Que música inspirou seu nome?

— “Amanda da banda de rock Boston”, meu pai é muito fã deles e jurou que se tivesse uma filha colocaria esse nome em homenagem a eles. - expliquei esperando o sinal abri e Daniel me olhou confuso, como se tentasse lembrar do nome da banda.

—Desisto, nunca ouvi falar neles. - meu noivo disse resignando depois de um tempo e sorri concordando.

—Não se sinta mal, abominável homem das neves, todos dizem a mesma coisa. Na realidade, se não tivesse pesquisado na internet sobre eles diria que meu pai inventou essa história toda ou que colocou o nome de alguma ex namorada em mim, sem a minha mãe saber.

—Agora você me deixou curioso, pequena. Essa música existe mesmo ou é uma invenção do meu sogro? Como ele se chama mesmo? - Daniel questionou interessado, me fazendo rir ao perceber que meu noivo era um curioso.

—Pra sua tristeza, seu fofoqueiro, essa música realmente existe e meu pai se chama Joaquim, já a minha mãe se chama Joana. - disse fazendo Daniel rir da minha sugestão.

—Eles devem ser pessoas incríveis ou meio doidos, para terem uma filha como você, que vive se metendo em confusão a primeira esquina que dobra. Você é literalmente pior que a minha prima, um verdadeiro imã ambulante para confusões, afinal, desde que nos conhecemos a poucas semanas, quase fui preso por agressão, entrei em uma briga com o Rui e quase morri ontem, quando bati a minha cabeça no chão do seu apartamento.- Daniel disse brincando e respirei fundo, tentando segurar as minhas lágrimas porque sabia muito bem que era praticamente uma espécie de problema ambulante, ainda mais para o homem ao meu lado.

—Diante disso tudo, não acha melhor terminarmos, antes que esse relacionamento fique mais sério? Porque não quero continuar te machucando ou colocando-o em problemas. - disse sincera e Daniel me olhou sem acreditar no que havia acabado de falar.

— Claro que não, Amanda. Eu amo você, não me importo de viver metido em problemas por sua causa, tudo que desejo é poder estar ao seu lado até quando quiser que eu fique. E não será sua tendência de arrumar confusões, que me afastará da mulher que amo. - ele disse sério e sorri emocionada para Daniel, louca para beijá-lo naquele momento diante da sua declaração, mas tive que me controlar porque estava dirigindo e não queria causar um acidente.

—Há Daniel Adalberto, se não estivesse dirigindo juro por Deus, que te agarraria e o beijaria até que ficasse tonto por falta de ar.- disse sincera e ele sorriu surpreso por minha resposta.

—Vou ficar esperando ansioso por isso, pequena.

—É bom esperar mesmo, porque quando não estiver lembrando vou colocar minha ideia em prática assim como outras que tenho em mente.

—Não me provoque, pequena, ainda mais quando vamos passar duas semanas na companhia da sua família.

—Por favor, nem me lembre disso. -disse me lembrando que poderia ter dado uma desculpa qualquer para a minha mãe quando ligou, e agora estar desfrutando dos carinhos do meu noivo.

—Amanda? - Daniel questionou me fazendo voltar para a realidade.

—Sim. - disse fazendo uma curva, entrando na estrada cercada por árvores que nos levaria a chácara.

—Alguma vez, você já pensou em ter filhos? Quero dizer não agora, afinal, só tem vinte e cinco anos, tem toda uma vida pela frente que precisa aproveitá-la, mas alguma vez já considerou essa ideia? - Daniel questionou de repente e fiquei surpresa por sua pergunta, pois não esperava por ela.

—Já Daniel, sempre tive vontade de ter três filhos, duas meninas e um menino, talvez até o contrário. Nunca liguei para a idade, acho que só não tive filhos ainda porque não achei o homem certo. E você Daniel, já pensou em ter filhos?

—Nunca parei para pensar nisso. Só me dei conta de que queria ser pai, quando achei que iria ser algum tempo atrás. - ele explicou e parei o carro no meio da estrada cercada por árvores ao ouvir aquela revelação.

—Espera, você tem um filho? Porque não me contou que tinha um filho, Daniel? - questionei séria virando para vê-lo.

—Eu não tenho um filho, Amanda. Eu disse que achei que seria pai, mas foi um alarme falso, o que me fez perceber que não estava com a pessoa certa pra dar um passo tão grande. - ele disse sincero e vi no seus olhos de quem estava falando.

—Foi com a Suzana, não foi? - deduzi e Daniel balançou a cabeça concordando.

—Foi, havia acabado de voltar de Brasília, minha vida profissional estava um caos e ainda estava tentando tirar a minha prima da cadeia, quando Suzana achou que estava grávida. Depois que muito insisti, ela fez o teste e respiramos aliviados por ser um alarme falso, foi quando percebi que queria ter um filho, mas não com ela. Não gostávamos o suficiente do outro para colocarmos um filho no mundo, então decidimos terminar o nosso relacionamento.

—Você quer dizer caso. - apontei e ele balançou a cabeça concordando.

—Bom, quem sabe você seja o homem certo que estava esperando, para ser o pai dos meus três filhos?!- brinquei e Daniel sorriu feliz diante do meu comentário.

—Seria o homem mais feliz do mundo, por ser o pai dos seus três filhos, Amanda.

—Mantenha esse pensamento em mente abominável homem das neves, quando estivermos sem dormir porque nossa filha não para de chorar de madrugada ou estivermos cercados por fraldas sujas, quero ver se ainda vai querer ter mais dois.

—Com você sendo a mãe deles? Eu teria bem mais do que três filhos, pequena. - Daniel declarou sincero e tirei o cinto de segurança que estava usando, antes de beijá-lo com carinho.

Assim que nos recuperamos do nosso beijo, coloquei meu cinto de segurança voltando a dirigir pela estrada cercada de árvores em direção a chácara da minha família.


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Notas finais do capítulo

O que acharam da conversa do nosso casal preferido?
Quem ai está ansioso para conhecer a família Nunes?

Beijos e até o próximo capitulo.
❤️❤️❤️❤️ ❤️❤️❤️❤️



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